terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Resumindo as cansativas horas de Grammy em poucas palavras.

Gosto de assistir o Grammy. Não levo o evento a sério, nem concordo com as premiações em si - ainda que tenha achado legal Beck ter ganhado o "Melhor Disco Do Ano" pelo ótimo Morning Phase, com direito a uma quase interrupção/protesto do Kanye West -. O que importa mesmo para mim são as apresentações, embora algumas sejam extremamente cafonas e cansativas - vide (ou melhor, não veja) o que fez Ariana Grande e Katy Perry -, e outras mais parecem um tributo medonho ao Circo de Soleil - vide Madonna e Pharrell, sendo que esse último conseguiu estragar a simpática Happy (com direito a desnecessária participação do virtuoso pianista chinês Lang Lang).

Mas teve bons momentos: os velhinhos do AC/DC, novamente com o ótimo batera Chris Slade, consistentes e divertidos como sempre, ainda que ritmicamente com o pé no freio e deslocados de boa parte da plateia/artistas - dinossauros causam estranhamento na galera "moderna" -; a surpreendente união de Kanye West, Rihanna e Paul McCartney numa bela canção, com direito Nuno Bittencourt (Extreme) na guitarra; John Legend e Common numa performance linda de "Glory"; Tony Bennett e Lady Gaga apresentando para a nova geração "Cheek To Cheek" (Irving Berlin) e Beyoncé interpretando o clássico centenário do Gospel, "Take My Hand, Precious Lord".

Melhor ainda foi a versão do jovem Hozier e da fantástica Annie Lennox para "I Put A Spell On You", de autoria do Screamin' Jay Hawkins, mas famosa na voz de Nina Simona. Sensacional!

Agora, se for para procurar algo do YouTube, limite-se a apresentação da Electric Light Orchestra, do genial Jeff Lynne. É o POP perfeito. Com direito a Paul McCartney sendo o único na plateia dançando e cantando. Precisa de mais alguém? Nem mesmo a participação do Ed Sheeran conseguiu estragar. O que seria da melodia sem os ingleses?

Mais alguns adendos importantes:

- O extraordinário Herbie Hancock, ao fundo, no escuro, fazendo piano para o som raquítico do Ed Sheeran, comprova como o mundo da música é ingrato.

- John Mayer, após treta com Fender, está usando uma Jackson rosa com Floyd Rose que mais parece um instrumento do C.C. DeVille (Poison). Embora o Jeff Beck já tenha feito estrago com uma dessas, não deixa de ser curioso.

- Sia e Sam Smith (esse último, fez uma rapa nos prêmios) são um porre.

- Organizadores do Grammy, se for para fazer uma "homenagem" ao genial Stevie Wonder com o patético Usher, é melhor não fazer nada.

- A música "Heart Is A Drum" do Beck é tão boa que nem a participação do Chris Martin conseguiu estragar. Muito pelo contrário, ficou até legal.

- Prince apareceu, falou meia dúzia de palavras defendendo o formato "álbum", deixou a plateia eufórica, Beck desconcertado e sumiu tão rápido quanto apareceu. Foi impactante.

- Uma vez na vida o Dave Grohl não foi arroz de festa. 

- Tanto a Taylor Swift quanto as três integrantes da Haim são apaixonantes. Ficaram a premiação toda juntas e andam curtindo a vida graciosamente.

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