domingo, 22 de fevereiro de 2015

TEM QUE OUVIR: Run–D.M.C. - Run–D.M.C. (1984)

A música rap, antes mesmo da concretização do movimento hip hop, nasceu como música de festa periférica. Nas block party que rolavam nos subúrbios das comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas, os ritmos funkeados estavam destinados a entreter as classes marginalizadas da sociedade. Oriundo do Queens (Nova York), o Run-D.M.C. representa a transição do estilo para uma abordagem mais contestadora e agressiva, tanto no discurso quanto nas bases.


Embora a produção fosse bastante crua, os ritmos extraídos de bateria eletrônica são brutais em todo o disco. "Hard Times" talvez seja o maior destaque neste sentido. 

Jam Master Jay pilota as pickups, jogando na cara scratches nervosos, samples pontuais, além de explorar com sabedoria os sintetizados da época, vide o que acontece na faixa que leva seu nome, "Jam-Master Jay". 

O grupo trouxe as guitarras do rock para a sonoridade do rap. "Rock Box" é o maior exemplo dessa nova abordagem. Entretanto, de nada adiantaria toda essas inovações instrumentais se o discurso não fosse igualmente revolucionário. 

De forma de cantar feroz - com rimas criativas, letras agressivas, entrosamento espantoso e um dos flows mais influentes da história - a dupla formada por Rev Run e Darryl McDaniels DMC é impiedosa em "Hollis Crew" e "Sucker M.C.'s".

A escola do miami bass do Afrika Bambaataa está presente na clássica "It's Like That", um hino da primeira geração do hip hop. Todavia, é a novidade sonora presente em canções como "30 Days" e na instrumental "Jay's Game" que apontou a direção para o futuro de um estilo que hoje domina a música mainstream americana.

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