Se na juventude Marianne era uma namoradeira de astros como Mick Jagger (que com Keith Richards cedeu diversas canções para a moça, vide "As Tears Go By"), ao chegar na fase balzaquiana, ela colhia infidelidade de seus parceiros, que misturada ao seu voraz apetite por drogas, e a até mesmo a influência do punk rock das noites britânicas, desencadeou em poesias impactantes, que remetem diretamente a obra da Patti Smith (quem inspirou quem?).
Dentre as letras que mais chamam atenção está a amarga "Why D'Ya Do It", um épico dos conflitos, retratando o ciúme feminino de maneira exuberante. Um dos maiores textos da história da música. Algo que Lou Reed invejaria.
Instrumentalmente o disco não parece se apoiar em nenhum estilo, tendo vestígios de blues, reggae e folk somados a passagens eletrônicas frias, sendo um dos embriões da new wave, como pode ser conferido em "Broken English". Rouquidão, dramaticidade e bom gosto melódico fazem parte do leque vocal da artista, que emociona o ouvinte através de canções como "The Ballad Of Lucy Jordan" e, principalmente, "Working Class Hero".
Esse disco não serve de pano de fundo para ouvirmos enquanto fazemos outra atividade. Broken English merece atenção e cuidado no que diz respeito as composições. Só assim é possível desfrutar do que há de mais intenso e, até mesmo, punk - se não em sonoridade, com certeza em atitude -, na música daquele período.
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