sábado, 22 de novembro de 2014

TEM QUE OUVIR: Weezer - Weezer (1994)

Comportados, inteligentes e de classe média. Típicos geeks antes disso tornar-se moda. O diagnostico não parecia promissor para uma banda de rock em meio a popularidade niilista do grunge, mas o resultado alcançado pelo Weezer em seu álbum de estreia é arrebatador.


Produzido por Ric Ocasek (líder do The Cars) e apelidado por motivo óbvio de Blue Album, o disco parece transitar sonoramente entre as vertentes que eclodiam na época, do pop punk do Green Day, passando pelo shoegaze do My Bloody Valentine e a acessibilidade melódica do britpop do Blur. 

A explosão melancolicamente juvenil (e em 6/8) de "My Name Is Jonas" é revigorante. Na sequência, "No One Else" soa irresistível através de um instrumental incrivelmente simples, ótimos ganchos melódicos e timbres encorpados. A balada amargurada "The Word Has Turned And Left Me Here" completa a abertura do disco com chave de ouro.

Poucos são os hits do rock 90's tão divertidos quando "Buddy Holly", que se por si só já é atrativa, fica ainda melhor através do clássico clipe dirigido pelo Spike Jonze.

Não é difícil perceber traços de Pixies na dinâmica crescente da bonita "Holiday" e, principalmente, da delirante "Undertone - The Sweater Song", dona de refrão pegajoso e guitarras barulhentas. Já a ótima balada "Say It Ain't So" agrada devido seu groove aconchegante - embora a letra trate de conflitos familiares -, além de refrão explosivo.

"Surf Wax America" (com traços do que o Blink 182 viria a fazer posteriormente) e "In The Garage" (excelentes guitarras!) completam o álbum expondo a qualidade composicional do grupo dentro de uma fórmula aparentemente simples.

Todas as faixas revelam uma visão "romântica" da vida sofrida/fracassada de um jovem nerd. O Rivers Cuomo soube compor e interpretar canções que expõem não somente a sua personalidade, mas de boa parte da sua geração. Clássico do power pop/pop punk/emo/rock alternativo 90's.

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