terça-feira, 7 de outubro de 2014

TEM QUE OUVIR: Suede - Dog Man Star (1994)

O Suede já nasceu com prestígio. Mesmo no começo da década de 1990, diante de um cenário desfavorável - os holofotes estavam apontados para a cena grunge de Seattle -, a revista britânica NME já atentava para o disco de estreia da banda antes mesmo de seu lançamento. Já em 1994, com o rock inglês novamente no foco e com as qualidades do grupo apuradas, Dog Man Star saltou aos ouvidos como o grande registro do Suede.


Doses nada moderadas de psicodelia abrem o disco através do mantra "Introducing The Band". A dramaticidade influenciada por David Bowie é visível em "We Are The Pigs", canção que expõe um refinamento dos arranjos. 

As guitarras típicas do britpop 90's dão as caras na maravilhosa "Heroine", dona de algumas melodias vocais mais memoráveis do período. Tremendo refrão.

O vocal ultra melódico e emotivo do Brett Anderson se sobressai na linda balada pianística "The 2 Of Us" (meio Scott Walker) e, principalmente, em "The Wild Ones", onde as guitarras e arranjos de cordas se completam graciosamente.

As linhas de baixo precisas do subestimado Mat Osman ganham força principalmente na bela "The Power", faixa com mais um arranjo de cordas destacável.

O clima sombrio criado em "Daddy's Speeding" é apaixonante. O mesmo pode se dizer da operística "Black Or Blue" e das épicas "The Asphalt World" e "Still Life", ambas pérolas sofisticadas em meio ao mar de simplicidade do rock da época. Neste sentido, a rispidez da guitarra de “New Generation” está em maior sintonia com o período.

Com o sucesso escancarando as portas, as tretas não demoraram pra aparecer e o guitarrista Bernard Butler deu linha, deixando a vaga livre para um jovem e talentoso Richard Oakes. Mas bandas como Blur e Oasis começavam a chamar mais atenção do que o próprio Suede, que se tornaria "precursor esquecido do britpop 90's". Ao menos os discos fazem justiça e não nos deixam esquecer esse maravilhoso grupo.

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