A provocação começava pela capa. Ou seria pelo nome do álbum? Fato é que parodiar a emblemática arte de Sgt. Pepper's dos Beatles e batiza-lo de Só Estamos Nessa Pela Grana não agradou muita gente, incluindo Paul McCartney. Zappa não deu a minima pra isso.
O pré requisito musical do álbum foi soar sarcasticamente acessível através de colagens/retalhos fonográficos da música pop - principalmente doo-wop e surf music -, apresentando melodias assobiáveis, vinhetas esdrúxulas, barulhos cacofônicos e dramaticidade cômica. Ora ou outra, o conhecimento erudito do Zappa, extremamente influenciado pelo compositor Edgard Varèse, se faz valer nos arranjos e na produção vanguardista.
Em "Flower Punk" - com direito a primeira menção a palavra "punk" no rock -, é possível reconhecer trejeitos referentes a "Hey Joe" e "Wild Thing", evidenciando as intenções parodiais do disco.
Palavrões ("Concentration Moon"), referência a sexo oral ("Harry, You're A Beast") e critica polícia ("Who Needs The Peace Corps?") foram censuradas, interferindo nas posições sobre os EUA que o Zappa abordaria no decorrer da sua carreira. Muito dessa fúria politizada pode ser percebida na incisiva "Are You Hang Up?".
Musicalmente, a faixa que mais chama a atenção é a surrealista "Mother People", de arranjo extremamente complexo.
Eric Clapton, idolatrado pela sua geração, participa do álbum não como guitarrista, mas sim através de pequenas balbucias inaudíveis. Isso era parte do menosprezo bem humorado do Frank Zappa pela cultura hippie. Mas nada disso impediu o disco de agradar os ofendidos e ser aclamado como um dos grandes lançamentos psicodélicos daquele período.
Um adendo interessante é a frase presente no encarte: "Não escute o disco sem antes ter lido A Colônia Penal de Franz Kafka". Honestamente desobedeci.
Eric Clapton, idolatrado pela sua geração, participa do álbum não como guitarrista, mas sim através de pequenas balbucias inaudíveis. Isso era parte do menosprezo bem humorado do Frank Zappa pela cultura hippie. Mas nada disso impediu o disco de agradar os ofendidos e ser aclamado como um dos grandes lançamentos psicodélicos daquele período.
Um adendo interessante é a frase presente no encarte: "Não escute o disco sem antes ter lido A Colônia Penal de Franz Kafka". Honestamente desobedeci.
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