terça-feira, 2 de setembro de 2014

TEM QUE OUVIR: The Kinks - Arthur (or The Decline And Fall Of The British Empire) (1969)

Em 1969, era cada vez mais difícil se manter relevante no seleto grupo que deu origem a Invasão Britânica. Beatles, Rolling Stones e The Who estavam numa ascensão impressionante de qualidade nas composições e galgando cada vez mais espaço no mercado americano. Todavia, os sempre subestimados The Kinks não ficaram para trás. Com Arthur, a banda conseguiu - apesar do sucesso moderado -, elevar sua excelência lirica.


Não foi só o The Who que se dedicou a ópera rock. Arthur, originalmente uma trilha sonora de um projeto cancelado para a TV britânica, narra a história do personagem homônimo, um inglês que tem sua vida destruída ao defender seu país na guerra. Após se estabelecer com sua esposa Rose numa linda casa (Shangri-la), ele tem sua tranquilidade novamente posta em risco ao perceber seu filho Derek na linha do tiro.

Ainda que os arranjos sinfônicos sejam encontrados por todo o disco - principalmente no que se diz ao naipe de metais -, as guitarras dos irmão Ray e Dave Davies ainda estão no centro das atenções. O solo em meio a canção de "Yes Sir, No Sir" é espetacular. Já o riff à la Creedence de "Victoria" embala um dos principais hits do grupo. Isso sem falar nas guitarras pesadas de "Brainwashed".

O pop barroco dos arranjos e as harmonias vocais em canções como "Some Mother's Son" e "Drivin" evidenciam a preciosa abordagem melódica e o típico humor inglês do grupo.

Mas é somente através da riquíssima "Australia" e do incrível lado B - formado pela rockeira "Mr. Churchill Says" (com direito a genial solo de guitarra), além das épicas "Shangri-la", "She's Bought A Hat Like Princes Marina" e "Arthur" (para não citar todas) -, é que o disco alcança o brilhantismo, capaz de ser reconhecido décadas após o lançamento como uma das obras mais importantes do rock britânico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário