sábado, 30 de agosto de 2014

TEM QUE OUVIR: MC5 - Kick Out The Jams (1969)

O MC5 (Motor City Five) já tocava o terror em Detroit desde 1964. Todavia, foi somente cinco anos depois que a banda conseguiu - por indicação do Danny Fields - que a gravadora Elektra bancasse o disco de estreia do grupo, inusitadamente um álbum ao vivo. O resultado é Kick Out The Jams (1969), uma das mais emblemáticas performances da história do rock.


Partindo do princípio de que eles eram uma gangue de motociclistas revolucionários guiados pelo figuraça John Sinclair, é interessante notar que a banda não conseguiu nenhum avanço social - se é que eles realmente almejavam algo do tipo -, mas mudaram para sempre a história da música. As letras desbocadas com palavras de ordem preenchem todo o trabalho.

Não se ouve no disco overdubs, mas sim desafinações, atravessadas no tempo e o caos espontâneo de uma apresentação insana de rock. Palavrões berrados a plenos pulmões são escutados aos montes, vide o clássico grito de "Kick Out The Jams, Motherfuckers!" soltado por Rob Tyner na excepcional faixa que batiza o álbum. Tremendo riff, performance e refrão.

A barulhenta "Come Together" fez com que muito reconhecessem a banda com um dos pilares do punk rock (eis o tal proto-punk). Nocauteante. 

A dupla de guitarristas formada por Wayne Kramer e Fred "Sonic" Smith é intensa nos riffs, nas bases estridentes, nos solos anfetaminados e nos feedbacks voluntários, vide o que acontece em "Rocket Reducer" e na clássica "Ramblin' Rose", que aqui ganha um versão ácida interpretada pelo Kramer. 

Por sua vez, a bateria maluca de Dennis Thompson é acachapante em "Bordeline". Uma cacetada!

Esse petardo ruidoso do final da década de 1960 foi um fracasso comercial. No entanto, influenciou dos Ramones ao Nirvana, passando por Motörhead, The Clash, Sonic Youth, Guns N' Roses e Rage Against The Machine. Além disso, deixou explicito para gerações futuras o que é uma genuína apresentação de rock n' roll.

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