quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sons presentes na minha vida num passado nem tão distante

Tempos atrás, vi um post em que o jornalista André Barcinski listava os discos que marcaram sua vida (veja aqui). Em meio a álbuns de valor inegável, ele citou O Peru da Festa do Costinha (sim, é o Costinha que você está pensando). O mais legal foi sua justificativa: "Toda vez que leio alguém fazendo uma lista de discos "da vida", o cara só põe jóia. É Velvet Underground pra cá, Bowie pra lá, como se ele tivesse bom gosto desde os oito anos de idade. Pura cascata. Todo mundo ouviu discos vagabundos e adorou, em algum momento da vida. Este, do Costinha, não saía da minha vitrola quando eu tinha uns 12 anos. Decorei algumas partes até hoje".

Concordei com tudo! Sendo assim, fui reouvir algumas "vagabundices" do meu passado e, por incrível que pareça, isso não aconteceu na minha infância. Quando pivete meu mundo se restringia a Raul Seixas, Raimundos e Titãs (do Cabeça Dinossauro ao Titanomaquia), que eu gosto muito até hoje. Foi na adolescência, dos 12 aos 16 anos - fase em que comecei a sair da discoteca dos meus pais (e a do meu pai era ótima, ia de João Bosco ao Deep Purple) - que comecei a estudar guitarra e consumir um tipo de música que dificilmente voltarei a escutar, embora não negue. Deixo aqui alguns exemplos:

Oficina G3
Estou lá eu, numa época pré-YouTube, lendo as revistas Guitar Player e Cover Guitarra e enfiado no meu quarto tocando guitarra. Foi quando surgiu através do meu pai (não lembro como ou porque) o disco Humanos do Oficina G3. Juro por Deus (Deus veio a calhar), a música "Onde Está?" me soou muito mais pesada e virtuosa do que tudo que havia escutado até então. Até sua letra soou contestadora. Não me converti ao cristianismo, mas o Raimundos deixou de fazer sentido naquele instante.

Angra
Estou eu lá com meus 14 anos e o Angra me lança Temple Of Shadows. Guitarras virtuosas, bumbo duplo na velocidade da luz, letras sobre atrocidades e contradições da igreja católica, produção moderna, shows acessíveis, sofisticação herdada do rock progressivo e da música brasileira... não tive como escapar.

Dream Theater
Virtuosismo elevado ao extremo, álbuns conceituais, elementos progressivos... ouvi até saturar. Cada geração tem um Yes que merece. Era hora de deixar de ser um moleque espinhento.

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