sábado, 24 de maio de 2014

TEM QUE OUVIR: The Jesus And Mary Chain - Psychocandy (1985)

Encabeçado pelos irmãos Jim e William Reid, o Jesus And Mary Chain saiu da Escócia para o mundo com seus feedbacks intermináveis, cabelos de maníacos e shows pitorescos que não passavam de 30 minutos, com a banda de costa para o público e declarações ofensivas a imprensa. O que parecia ser um auto boicote, virou faísca para uma explosão na cena alternativa, principalmente após o registro do clássico Psychocandy (1985).


Fortemente influenciado pelo Velvet Underground, o grupo apresenta belas melodias, mas que em grande maioria são cobertas por um esporro inacreditável de guitarras, se sobressaindo na mixagem a todos os outros instrumentos, até mesmo a voz.

Fosse por uma estética premeditada, orçamento curto ou limitação técnica, fato é que os timbres estridentes, distorcidos e amontoados, influenciaram uma geração de bandas, criando inconscientemente o gênero shoegaze, posteriormente adotado por grupos como My Bloody Valentine. Esse esporro pode ser sentido em faixas encantadoramente incomodas como "The Livind End", "In A Hole", "Never Understand" e "You Trip Me Up". É chiadeira que não acaba!

No meio de todo esse caos, "Just Like Honey" - com sua bateria tribal copiada de "Be My Baby" das Ronettes - fez bastante sucesso, sendo usada maravilhosamente anos depois no filme Encontros e Desencontros (Sofia Coppola). Já "The Hardest Walk" e "Cut Dead" deixam o ruído um pouco de lado com a finalidade de evidenciar a qualidade melódica do grupo.

Barulhento, caótico, melódico e violento, Psychocandy é um glossário do rock alternativo. Tão noise quanto pop - fórmula copiada anos depois pelo Pixies - o disco é um chacoalhão na ordem sonora.

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