domingo, 30 de março de 2014

TEM QUE OUVIR: Moby - Play (1999)

Quando o Moby lançou em 1999 o álbum Play, a música eletrônica já havia sido completamente absorvida pela mídia/público/indústria através de nomes como Prodigy e Fatboy Slim. Ao menos era o que parecia. Foi então que 10 milhões de discos vendidos mostraram que o gênero tinha muito ainda para onde expandir. E expandiu, não só comercialmente, mas também musicalmente. 


Além das vendas impressionante tornarem a música techno e house as grandes projeções sonoras para o novo milênio, sua utilização em filmes e campanhas publicitárias criaram um novo nicho no mercado.

Quem aproveito isso foi o Moby, desde sempre um tecnocrata musical. Ele estudou violão erudito, circulou pela cena do rock alternativo e bebeu tanto da soul music quanto do hardcore, synthpop e da versatilidade do David Bowie para moldar sua sonoridade. O resultado alcançado neste disco são faixas que não se encaixam na típica música eletrônica de pista/rave, mas sim num território mais pop, melódico e no formato canção.

Se "Porcelain" tem toques de New Order, "South Side" de Primal Scream e "Rushing" de Portishead, "Find My Baby" abusa de samples de blues e "Bodyrock" adentra a malandragem do breakbeat. Tudo isso traz variedade de ritmos ao disco.

Essa versatilidade também se mostra em "Natural Blues", uma das grandes faixas de downtempo. O mesmo vale para "Machete", que traz o peso típico do bigbeat. 

Já a repetitiva "Honey" e a linda "Why Does My Heart Feel So Bad?" - com traços da música gospel - fizeram enorme sucesso e alavancaram as vendas do álbum.

Play fez do Moby um astro. Com isso vieram parcerias importantes na música e no cinema, além de declarações engajadas e produções sem o mesmo brilho. Todavia, quem viveu a época lembra deste período com os olhos despertos de quem viu o auge da música eletrônica.

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