sábado, 15 de março de 2014

Não gostava, mas agora gosto

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", já dizia vocês sabem quem. Sendo assim, é normal inicialmente não gostar de algum artista e posteriormente vir a gostar. 

No meu caso, aqui estão alguns exemplos. Se preparem porque beira o absurdo.

Uma lição/constatação: todo o meu desgosto foi alimentado na base da ignorância juvenil. Não sejam assim.

The Beatles
Meu pai nunca gostou de Beatles. Já eu, um pirralho moldado por ele, tomei para mim a mesma opinião. Isso até o momento em que decidi ouvir a discografia do grupo. Confesso que logo de cara achei superestimada (fui daqueles manés que só gosta do Revolver pra frente). Lá fui eu então, anos depois, ouvir novamente. Resultado: hoje gosto de tudo. E deixo uma dica para quem ainda tem birra com a banda: ouça a discografia em ordem cronológica contrária.

Eric Clapton
Eu, pretenso guitarrista, achava o Eric Clapton superestimado. É verdade que sua carreira solo tem mais erros do que acertos, mas o que eles fez no Yardbirds, Cream, Blind Faith e Derek And The Dominos, justificaria eu tomar um tapa na cara para deixar de ser besta.

Tears For Fears
Aqui na verdade vale a menção para vários grupos do pop rock oitentista. Duran Duran, A-Ha, Pet Shop Boys, Depeche Mode... todos que eu via com desdém, pensando ser açucarados demais. Hoje estão entre meus prediletos, com destaque para o Tears For Fears, que adoro os três primeiros álbuns. É melódico, ultra bem produzido e escrito. É biscoito fino da composição. Mesmo a sonoridade datada dos discos hoje encaro como sendo um charme.

Nirvana
Achava tosco, sem perceber que isso era justamente uma das qualidades. Isso, claro, acompanhado de composições memoráveis e execução impiedosa. Fora que, quando passei a entender em que contexto a banda surgiu, tudo fez ainda mais sentido.

Caetano Veloso
Convenhamos, eu cresci ouvindo em novelas o Caetano cantar "você é linda, mais que demais", "as vezes no silêncio da noite" e "gosto muito de te ver, leãozinho". Para um pirralho de 10 anos que curtia Raimundos, achar o Caetano uma "bicha chata" (no português mais infantil, sincero e, naquela altura, perdoável) era o mínimo. Mas com o tempo a gente amadurece (nem todos) e passa a entender diferentes manifestações culturais e aprende a dar valor a outros estilos de composição. Tudo no seu tempo.

Marilyn Manson
O menos absurdo da lista. Até hoje entendo quem não gosta, mas no meu caso, quando superei os seus fãs toscos e entendi que o lance de ser o "Anti-Cristo" era apenas marketing e estética, percebi que os três primeiros discos eram bem legais, que ao vivo suas músicas ganham ainda mais força e que acompanhado do John 5 tudo fica divertido.

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