quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

TEM QUE OUVIR: Paul McCartney and Wings - Band On The Run (1973)

Digamos que você tenha a ingrata missão de escolher um único álbum de um beatle fora dos Beatles para ter em sua discoteca pessoal. Qual escolher? Com uma arma na cabeça respondo Band On The Run, álbum lançado em 1973 pelo Paul McCartney em parceria com Wings, grupo que ele montou com sua esposa Linda McCartney após a dissolução do quarteto.


De todas as carreiras solo dos integrantes dos Beatles, surpreendentemente a do Paul McCartney talvez tenha sido a que mais demorou para decolar. Todavia, é a melhor e mais regular. Sem prever isso, antes da gravação deste disco o Wings sofreu a debandada de dois integrantes, o baterista Denny Seiwell e o guitarrista Henry McCullough, restando apenas Paul, Linda e o Denny Laine. Para piorar, as fitas com o registro do álbum, inicialmente captado em Lagos na Nigéria, foram roubadas, sobrando apenas a opção de regrava-lo.

A espetacular "Band On The Run" abre o disco se assemelhando a um overture que resume a pluralidade do trabalho. A faixa começa como uma doce balada (de belas aberturas vocais), deságua num groove certeiro (com direito a melodia de sintetizador tipicamente prog), para depois se encontrar num rock n' roll básico de refrão poderoso.

Essas diferentes facetas musicais se revelam também na energética "Jet", passando pela linda melodia de "Bluebird" e a cômica "Mrs. Vanderbilt", sendo que essa última contém uma das melhores linhas de baixo do eterno beatle.

O bom moço McCartney compra a briga proposta por Lennon em "How Do You Sleep?" e responde com a intensa (ótimo riff) "Let Me Roll It". 

A linda "Mamunia", a rockeira "No Words", a balada caipira "Picasso's Last Words (Drink To Me)" e a espetacular/épica "Nineteen Hundred And Eighty Five" somam bons momentos ao disco e fecham o trabalho com méritos.

Apesar de todos os percalços enfrentados durante as gravações do álbum, Band On The Run é tido ainda hoje como um dos grandes trabalhos do Paul McCartney. Isso não é pouca coisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário