quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TEM QUE OUVIR: Slayer - Show No Mercy (1983)

Devo confessar uma coisa: eu menti. Quando escrevi aqui no blog sobre o disco Kill 'Em All (1983) do Metallica (leia aqui) eu disse: "Kill Em All inaugurou a podreira, representada na violência de riffs embriagados por cerveja quente. O álbum é a trilha sonora das ruas de São Francisco. O Metallica criou uma verdadeira bomba atômica". Mas a verdade é que a grande explosão quem criou mesmo foi o Slayer com o Show No Mercy, também de 1983.


Assim como os dois discos são importantes/emblemáticos/cultuados, ambos são mais "difíceis" para uma geração mais nova, principalmente por apresentarem uma crueza/desgraceira/porradaria difícil de assimilar. Eu mesmo, que gosto das duas bandas, prefiro seus trabalhos posteriores, vide Master Of Puppets (Metallica) e Reign In Blood (Slayer), ambos terceiros discos das respectivas banda, ambos lançados em 1986. Tão percebendo as semelhanças? 

Longe da produção pesada e consistente feita nos discos posteriores com ajuda do Rick Rubin, aqui a banda ainda se esforçava pra soar a mais agressiva possível, sem grandes técnicas de gravação. É a mais pura crueza e brutalidade humana falando alto.

Em poucos mais de 30 minutos, o Slayer elevou ao extremo o satanismo proposto anos antes pelo Venom, pegou a velocidade do Motörhead e acrescentou ainda mais energia, além de acentuar o clima de terror que o Mercyful Fate começava a explorar. Ainda assim, é possível encontrar momentos bastante melódicos influenciados pela NWOBHM, vide a impiedosa "The Antichrist". 

Entre inúmeros clássicos do thrash metal estão as absurdamente sensacionais "Black Magic" e "Show No Mercy", ambas com riffs clássicos da dupla Kerry King/Jeff Hanneman e o bombardeio bateristico de um ainda ícone em formação Dave Lombardo.

Resumo da ópera, para matar qualquer comparação/polêmica: se o Metallica conseguiu dinheiro e fama, o Slayer ficou com a admiração e o prestigio. E nós, meros ouvintes, ganhamos duas pedradas sonoras infernais.

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