quinta-feira, 1 de agosto de 2013

TEM QUE OUVIR: Stevie Wonder - Innervisions (1973)

1973 foi um ano magnífico para Stevie Wonder. No auge de sua criatividade, lançou - apenas sete meses após o brilhante Talking Book - o clássico Innervisions, obra essa repleta de canções emblemáticas que o colocaram definitivamente entre os maiores músicos do século XX.


Embalado numa capa transcendental e surrealista - confeccionada por Efram Wolff -, o disco é uma das maiores pérolas da soul music. Lançado pela Motown, o trabalho deu o respeito/aval que faltava para que o Stevie Wonder permanecesse na gravadora com mais liberdade artística. 

"Too High" abre o álbum deixando o groove em alta, embora sem abrir mão do cuidado com a harmonia. Uma pérola pop em termos contagiante, mas também de sofisticação e arranjo. O Steely Dan deve ter bebido dessa fonte.

Assim como acontece no What's Going On do Marvin Gaye, Stevie Wonder não se esconde nas letras, vide o conteúdo politicamente consciente da melancólica balada "Visions" (Michael Jackson deve ter escutado muito essa faixa) e da impactante "Jesus Children Of America".

Na ultra dançante "Living For The City", Stevie canta brilhantemente, tira timbres preciosos do seu Fender Rhodes, elabora linhas de baixo impressionantes num Moog Bass, além de criar efeitos cinematográficos com outros sintetizadores (sempre com a ajuda de Robert Margouleff e Malcolm Cecil) . Tudo isso faz dele um músico completo, além de compositor genial, vide o pop perfeito que são "Golden Lady" e "All In Love Is Fair".

Regravada brilhantemente pelo Red Hot Chili Peppers, a funkeada "Higher Ground" (clássico timbre de clavinet) exemplifica o alcance do Stevie Wonder. Sua influência para a música pop é imensurável, mas são poucos os artistas influenciados que fizeram um trabalho de nível tão elevado. Wonder está no patamar dos gênios.

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