Mott pode ser resumido como ótimas composições em excelentes arranjos. Veja por exemplo "All The Way From Memphis", faixa que abre o disco com frases de guitarras ultra melódicas - num estilo pré Brian May - executadas pelo talentoso Mick Ralphs, que anos depois faria parte do Bad Company. A fórmula ótimos riffs + delicadas intervenções de guitarra se repete na épica "Drivin' Sister", com direito a um solo climático/cinematográfico.
Somando enormes riffs de guitarras com pesados timbres de pianos, a banda traz para simples temas de hard rock um clima quase teatral, vide as fantásticas "Honaloochie Boogie" (atenção para as sobreposições de vozes e guitarra, além do sax turbinado) e "I'm A Cadillac/El Camino Dolo Roso" (de final psicodélico). Já a fantasiosa "Whizz Kid" explora sintetizadores, dando ar futurista para a composição.
Ian Hunter, típico herói do rock injustiçado, exibe seu vocal singular e versátil na bela "Ballad Of The Mott The Hoope" (à la Bob Dylan), na quase gospel "Hymn For The Dudes" (tremendo solo de guitarra) e na poderosa "Violence" (exemplo de criatividade ao compor/arranjar/executar/produzir uma canção de hard rock).
Produzido pela própria banda, que continha os experientes Pete "Overend" Watts (baixista) e Dale "Buffin" Griffin (bateria) - que anos depois trabalharam com The Cult, Hanoi Rocks e Lenny Kravitz -, Mott condensa o que de melhor foi feito no rock na década de 1970.

Nenhum comentário:
Postar um comentário