Como entreguei no título do post, mas pouco se falou na grande mídia, há 100 anos estreava em Paris o balé Sagração da Primavera (La Sacre Du Printemps ou Rite Of Spring - daí saiu o nome da banda de post-hardcore?), composto por Igor Stravinsky, coreografado originalmente por Vaslav Nijinski, com cenografia e figurinos de Nicholas Roerechi e produção de Sergei Diaghilev (obrigado, Wikipedia). A obra é uma das mais importantes do século XX e um dos poucos trabalhos de música erudita que realmente me chama atenção (aí talvez não necessariamente mérito da obra, mas falha minha).
Igor Stravinsky e Vaslav Nijinski
A rebeldia presente na obra de Stravinky é explicita. Não por acaso sua obra subverte a estética musical do seu tempo e da origem ao Modernismo. Sua estreia não foi aclamada, muito pelo contrário, foi brutalmente criticada, característica essa de diversos trabalhos de vanguarda.
A música que se ouvia era inovadora. Extremamente rítmica, com diversas variações na fórmula de compasso e fazendo uso de polirritmia. As harmonias e melodias eram pouco convencionais, abusando de dissonâncias e timbres pouco explorados até então, principalmente por instrumentos como o fagote. Para alguns, a coisa era tão subversiva e caótica que soava incomoda.
Manuscrito original do Stravinsky
Como se já não bastasse a sonoridade e temática profunda do balé, Vaslav Nijinski fez questão de deixar tudo ainda mais perturbador com sua coreografia primitiva.
Ainda hoje a obra pode ser considerada inovadora, mas não mais vista com excentricidade. Já é possível admirar a beleza da Sagração da Primavera.
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