terça-feira, 5 de março de 2013

TEM QUE OUVIR: Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon (1973)

The Dark Side Of The Moon é tão clássico que dispensa apresentações. Sua emblemática capa - criada pelo lendário Storm Thorgerson -, com um prisma sendo atingido por um feixe de luz, transmite décadas de culto associado a canções aqui presentes. 


Ainda que os integrantes do Pink Floyd não tenham o mesmo grau de virtuosismo - e nem precisam - dos músicos do Yes, Gentle Giant, Genesis e King Crimson, o fato deles lançarem discos conceituais de enorme sucesso os colocou como a banda mais importante do rock progressivo. Falando em sucesso, é sempre interessante lembrar os números impressionantes que o álbum atingiu, vide que o disco ficou 15 anos (!!!) consecutivos entre os 100 mais vendidos da Billboard.

O tema central das músicas do Dark Side são os conflitos existenciais, a começar pela maravilhosa "Breathe", que trata do envelhecimento e da eterna dúvida sobre o sentido da vida. Sua introdução climática deixa tudo ainda mais profundo. O mesmo vale para a clássica/genial "Time", de letra extrema reflexiva, coro vocal oriundo da música gospel e um dos mais belos solos do David Gilmour.

Se a instrumental "On The Run" é de experimentalismo eletrônico, minimalista, cacofônico e esquizofrênico, a delicada harmonia de "The Great Gig In The Sky" traz a linguagem jazzista do subestimado Richard Wright, além do celestial canto de Clare Torry.

É interessante notar que "Money", a faixa mais radiofônica do disco, tem um formato pouco usual: longa duração, inovadores samples de relógios na introdução, compasso em 7/4, solo jazzistico de saxofone - de autoria do Dick Parry - e letra sobre cobiça, que assim como sua intrigante linha de baixo, é de autoria do Roger Waters. Impossível também passar batido diante do solo ultra melódico do David Gilmour. Meio bluesy, meio etéreo.

"Us And Them" é um pop de harmonia sofisticada (mais uma vez mérito do Richard Wright). Já a instrumental "Any Colour You Like" é mais funkeada, com destaque para a bateria segura do Nick Mason.

A maravilhosa dobradinha sobre ganância, loucura - o espírito de Syd Barrett ainda presente? - e insignificância material formada por "Brain Damage" e "Eclipse" fecham esse espetacular álbum de audição obrigatória, que de preferência deve ser escutado não ao mesmo tempo em que se assiste o filme Mágico de Oz. Deixe essa fusão das obras para os chapados. 

Um comentário:

  1. Foi graças á este álbum que eu finalmente me tornei o fã do Pink Floyd que sou hoje.

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