quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

TEM QUE OUVIR: Def Leppard - Pyromania (1983)

Se tem algo que estraga o rock é comercialismo. Não falo no sentido da banda tornar-se popular e vender milhões de discos, mas sim em empobrecer as composições para tornar o produto mais palatável/rentável. Exemplos não faltam, do Metallica aos Titãs. Mas se teve uma banda que soube dar essa "americanizada" no som e ainda assim elaborar grandes momentos de hard rock/heavy metal foi o Def Leppard, principalmente em seu clássico álbum Pyromania (1983)


O disco foi um sucesso comercial incrível tanto na Inglaterra quanto principalmente nos EUA. Há quem diga que o Def Leppard foi a banda inglesa de maior sucesso na América do Norte pós Beatles. Deixando de lado comparações absurdas, fato é que o disco de capa terrorista pré 11 de setembro vendeu o suficiente pra ficar atrás nas paradas da Billboard apenas do Michael Jackson e seu recordista Thriller.

A produção do Robert "Mutt" Lange é bastante polida e grandiloquente, principalmente no que se refere aos timbres de bateria carregados de reverb (esse som de caixa é "complicado"). Vale lembrar que esse álbum foi o último antes do baterista Rick Allen sofrer o terrível acidente que resultou na amputação do seu braço.

Faixas como "Rock Rock (Till You Drop)" e "Foolin'" misturam o rock básico do AC/DC com melodias marcantes de AOR típicas do Foreigner. Essa junção fez do Def Leppard não só uma banda bastante rentável, mas também influente, vide que grupos americanos de hard rock (do Whitesnake ao Bon Jovi) beberam nitidamente desta fonte. Até mesmo os conterrâneos do Saxon tentaram embarcar na onda, fracassando retumbantemente.

O super hit "Photograph" mostra o alcance vocal do Joe Elliott num refrão pegajoso. Curioso reparar também nos backing vocals afinados, com abertura melódica, se contrapondo a estética "coro ogro, de gangue", a qual as vozes eram aplicadas até então no heavy metal. O mesmo vale para o refrão de "Rock Of Ages".

Menos pomposas são as guitarras de "Die Hard The Hunter", "Comin' Under Fire" e "Action! Not Words", onde Phil Collen e Steve Clark distribuem ótimos riffs e solos.

Nitidamente saindo da sonoridade da NWOBHM e partindo para um produção mais AOR/hard rock, o Def Leppard mudou o cenário musical e fez fama e fortuna com um disco importante.

Um comentário:

  1. Sinceramente, eu até consigo considerar este discão de 1983 do Def Leppard bem melhor que seu sucessor, o bem-sucedido e ambicioso Hysteria (1987).

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