segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A musicalidade extravagante da Yoko Ono

"Tudo o que falam sobre o Frank Zappa na verdade deveria ser referido a Yoko Ono". Não colocarei aqui quem soltou essa "polêmica" frase, até porque não sei se a fonte é confiável, mas ela é brilhante ao superestimar o magnitude musical da Yoko com o intuito de consertar a subestimada visão que a maioria das pessoas tem da eterna esposa do John Lennon.

Fato é que a duvidosa história de que a Yoko causou indiretamente o fim dos Beatles não ajudou em nada sua ousada carreira musical. Ainda assim, cabe hoje, dia em que japonesa maluca completa 80 anos, todos reverem sua estranha obra.

O intuito deste post não é fazer ninguém se converter ao trabalho da Yoko Ono, mas sim mostrar que ela foi muito mais que a "esposa de John Lennon" ou "a responsável pelo fim dos Beatles". Em alguns momentos ela chegou até mesmo a ser mais ousada que o quarteto de Liverpool, o que não necessariamente resultou em música boa. 

Apenas escutem o trabalho dela. Vale pela curiosidade.

Carreira solo
Um dos discos mais bizarros que já ouvi é o maravilhosamente frenético Fly, da carreira solo da Yoko, lançado em 1971. O disco tem participação de Eric Clapton, Jim Gordon, Ringo Starr e, claro, John Lennon. O disco é indiscutivelmente pura vanguarda. Instrumental coeso e berros horrendos resumem superficialmente a obra. O lance é escutar. Vale a pena ouvir não só esse disco, mas todos dela lançados na década de 1970. Vai por mim, tem muita coisa legal.

A parceira do John Lennon.
Tudo bem, eles gravaram juntos o horrendo (capa, música e conceito) Two Virgins (1968), mas em compensação Some Time In New York City (1972) tá longe de ser uma trabalho ruim. Destaque para a faixa "Woman Is The Nigger Of The World", escrita e produzida por Yoko respectivamente com Lennon e Phil Spector.

Tudo que o Cansei de Ser Sexy queria ser
Escute a música abaixo - lançada no belo Double Fantasy (1980) -, e me diga se muitas bandas do indie rock atual não dariam tudo pra conseguiu compor uma canção como essa. Vigorosa e pop. Com direito a gemidos sexuais nunca dispensáveis.

Ainda hoje chutando o balde.
Hoje em dia, Yoko esbanja maluquice pra quem quiser ver. Berros frenéticos e nudez fazem parte do seu repertório. É sonoramente sofrível, mas comparado ao grande marasmo dos grandes nomes da música atual, até que pode ser visto com vigor e humor.

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