quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Dia do músico pra que?

Hoje, 22 novembro, é comemorado o Dia do Músico. Acho válido qualquer tipo de homenagem e comemoração, mas especificamente essa data me parece extremamente superficial.

Se a data não conscientiza a população, as organizações públicas, os donos de bares, o público e nem mesmo os músicos para os problemas vividos por essa classe, então por que existe?

É ai que entra a Santa Cecília, uma católica do século II, de história não muito conhecida, mas que converteu seu futuro marido, mais duas pessoas, doou dinheiro aos pobres e por isso teve sua pena de morte decretada. Ao que parece ela cantava música sacra, por isso ela tornou-se a padroeira dos músicos.

Mas aqui entre nós, honestamente, isso faz alguma diferença nos dias de hoje? Alias, proponho um reflexão de certa forma "polêmica" que é: O músico tem o direito de reivindicar alguma coisa?

É fato que a música é uma arte maravilhosa e que os músicos são capazes de tocar o coração, a mente e o quadril das pessoas, levando cultura e entretenimento. É verdade também que ninguém vive sem música, tendo em vista que essa arte acompanha a evolução do homem desde sempre. Sequer discuto o fato de que trabalhar com arte no Brasil é digno de louvor, tamanho o desrespeito que esses profissionais sofrem. Todavia, quero dar uma de advogado do diabo agora. Pense comigo, se o músico faz show apenas para amigos (a maioria), é um professor desqualificado (grande parte) e tudo que grava em estúdio tem que ser concertado digitalmente devido sua incompetência (a maioria), então ele é um profissional dispensável, certo? Então o que reivindicar/comemorar? O amadorismo?

E mesmo os bons músicos, existe uma demanda para seus trabalhos ou suas artes são apenas uma necessidade própria e sem função para a população? Não que um trabalho estético tenha que ter valor social, mas se assim for, também não da pra exigir contrapartida. O capitalismo venceu. A arte perdeu.

O fato é que são muitas perguntas, muitos problemas, várias contradições e nenhuma solução.

Sem festas. Sem comemorações. Um minuto de silêncio é mais apropriado. Não é, Miles?

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