terça-feira, 11 de setembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Yes - Close To The Edge (1972)

O rock progressivo é um gênero maldito. Não é cool gostar de bons músicos transgredindo os limites da música pop. Todavia, em meio a tantas bandas presunçosas, talvez seja a hora de reavaliar o estilo. A começar por Close To The Edge (1972), o grande clássico do Yes.


O álbum tem apenas três faixa, todas de tamanho sinfônico, sendo que a música de abertura, "Close To The Edge" - que preenche um lado inteiro do vinil - foi estruturada em quatro movimentos.

O primeiro, "The Solid Time Of Change", é inicialmente cacofônico, mas logo é tomado por um desempenho ultra melódico do guitarrista Steve Howe e levadas complexas do genial baterista Bill Bruford em seu último trabalho com a banda (após o lançamento do disco ele foi tocar no King Crimson). Em toda a canção é possível notar Chris Squire disparando frases criativas em seu baixo Rickenbacker de timbre gorduroso.

No movimento "I Get Up, I Get Down" quem brilha é o mago dos teclados Rick Wakeman, com timbres grandiosos de sintetizadores e influência nítida da música barroca do Bach. Os arranjos vocais, a letra viajante inspirada no romance Siddharta (Hermann Hesse) e a voz doce do Jon Anderson deixa tudo ainda mais profundo. "Seasons Of Man" fecha a canção elevando o grau de virtuosismo, mas sem apelar para a chatice técnica sem propósito musical. A melodia ainda é o elemento central.

"And You And I" é a segunda faixa do disco. O violão do Steve Howe na introdução é de beleza ímpar. A música evolui em cima de uma letra poética extremamente lúdica, chegando ao ápice num belo arranjo de cordas.

A terceira e última canção do disco é a virtuosa "Siberian Khatru", mais uma vez repleta de ótimas melodias e passagens desafiadoras de cada instrumentista, principalmente do baixista Chris Squire.

Esse trabalho magnifico do Yes é um dos poucos de rock progressivo que pode ser adorado até por quem não gosta do gênero. Isso acontece devido a qualidade das composições e a performance dos músicos. Eis um capítulo importante na história do rock, que inspirou bandas como Rush, Mutantes, Dream Theater e Mastodon.

Um comentário:

  1. Eu, como fã de rock progressivo, não considero Close to the Edge o melhor disco do Yes pelo simples fato dele ser muito querido (superestimado) pelos fãs, tanto da banda quanto do estilo. Pra mim, CTTE é (em termos de qualidade) inferior a muitos álbuns de outras bandas do progressivo que eu curto bastante (Pink Floyd, Genesis, ELP, etc.), e acho que, felizmente, o Yes possui em sua bagagem outros discos melhores e muito mais interessantes do que CTTE, por exemplo, o anterior Fragile (1971) e o duplo Tales from Topographic Oceans (1973), esse sim o melhor do Yes pra mim (fodam-se os haters).

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