sexta-feira, 23 de março de 2012

TEM QUE OUVIR: Iron Maiden - The Number Of The Beast (1982)

O Iron Maiden é daquelas bandas injustiças pelo público fora do heavy metal. Isso acontece por um motivo bastante simples: os fãs do grupo são insuportáveis. Entretanto, o outrora quinteto encabeçado pelo genial Steve Harris tem um punhado de discos bacanas. Os cinco primeiros de estúdio são de audição obrigatória, sendo o The Number Of The Beast um dos grandes clássicos não só do Iron Maiden, mas de toda a NWOBHM (a segunda geração de bandas de heavy metal inglesas). É o primeiro álbum do grupo com o carismático vocalista Bruce Dickinson (que substituiu o "porra louca" Paul Di'Anno) e o último com o talentoso baterista Clive Burr (que foi substituído pelo ótimo Nicko McBrain).

 

O disco foi produzido pelo Martin Birch, que já havia trabalhado com o Deep Purple, Black Sabbath, Blue Oyster Cult, dentre outros. É importante também destacar a emblemática capa do Derek Riggs contendo o endiabrado mascote Eddie. Essa estética somada ao nome do disco ajudou a criar a imagem "aterrorizante" do heavy metal.

"Invaders" abre a obra evidenciando a potente voz de Bruce Dickinson, que pouco tinha em comum com a de Di'Anno. A velocidade da canção, os vocais agudos, as guitarras dobradas junto com o baixo e a cadência da música seguem uma linha que a própria banda adotou como padrão e acabou influenciando diversos outros grupos de heavy metal.

A introdução melódica "Children Of The Damned" remete a bandas distintas dentro do metal, do Helloween ao Metallica, tamanha a diversidade de grupos que o Iron Maiden influenciou.

Faixas como "The Prisoner", "22 Acacia Avenue" - com nítida influência do rock progressivo - e "Gangland" - com as famosas melodia de guitarras dobradas à la Thin Lizzy - são bastante consistentes e trazem toda a dramaticidade e pressão vocal do Bruce.

Duas das mais famosas músicas do Iron Maiden estão no álbum. Me refiro a clássica faixa que nomeia o disco (com direito a uma introdução bíblica e refrão ainda hoje arrepiantes) e a excelente "Run To The Hills" (com mais guitarras dobradas, "levada cavalgada", solos intensos e refrão agudíssimo perfeito para cantar caindo de um penhasco).

Apesar da ótima estreia de Bruce e da fenomenal dupla de guitarra formada por Dave Murray e Adrian Smith, o destaque é mesmo o Steve Harris. Seu baixo tem um timbre monstruoso. A ótima técnica e o apelo melódico herdado do rock progressivo, além do talento para compor temas épicos, são destaques em faixas como "Total Eclipse".

Mas a melhor música do disco (e minha predileta do Iron Maiden) fica para o final. Me refiro a épica "Hallowed Be Thy Name". Todas as características de cada integrante estão presentes nesta composição. Uma verdadeira viagem do Steve Harris.

Disco essencial do heavy metal, que esclarece o porque de muito moleque espinhento amar a banda. E deixo aqui uma ótima frase que escutei certa vez no poeiraCast (podcast da PoeiraZine): "Não importa para que lugar do mundo você vá, você sempre encontrará um garoto chutando uma bola e outro com a camiseta do Iron Maiden".

Um comentário:

  1. Não considero este o melhor disco do Iron Maiden (posto que pra mim pertence ao Powerslave, de 1984), mas TNOTB se tornou uma espécie de "cartão de visitas" da banda, um álbum essencial para quem quer conhecer o trabalho da Donzela. Tudo que ainda não foi dito sobre este disco não será pouco. Só uma correção: a última faixa se chama "Hallowed be Thy Name" que pra mim está uns degraus abaixo de "Rime of the Ancient Mariner" (minha canção favorita da banda até hoje).

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