Além das ótimas composições, uma das grandes qualidades do álbum é a produção da própria banda em parceria com o Martin Birch, que anos depois produziu discos do Iron Maiden. A sonoridade é tão limpa quanto pesada.
A gravação do álbum ocorreu em um hotel suíço com o equipamento móvel alugado dos Rolling Stones. Isso foi necessário após o cassino em que a banda iria gravar o disco pegou fogo durante um show do Frank Zappa. Os fatos são narrados na clássica "Smoke On The Water", dona do riff de guitarra mais emblemático da história. Simples e certeiro. Uma espécie de "5ª sinfonia do hard rock".
Mas é "Highway Star" que abre o disco, música em que Ian Gillan demonstra sua potência vocal numa letra que faz paralelo entre carros e mulheres. Os intensos solos de Jon Lord (teclados) e Ritchie Blackmore (guitarra), ambos influenciados pela música clássica de compositores como Mozart, foram cruciais no desenvolvimento do heavy metal.
As faixas que tiveram menos destaque do disco são "Maybe I'm A Leo" - com um groove contagiante do subestimado baterista Ian Paice - e, curiosamente, aquela que era o single do álbum, a ótima "Never Before". É interessante notar nesta música diferentes influências vindas do funk, blues e até mesmo de melodias vocais típicas dos Beatles.
De todas as canções, "Pictures Of Home" é minha predileta. O peso do Hammond - ligado em amplificadores Marshall -, o baixo preciso/encorpado do Roger Glover, as levadas improvisadas do Ian Paice, o solo inspirado do Blackmore e um final falso estranhíssimo, fazem dela uma das grandes faixas já gravada pelo quinteto.
A bluseira "Lazy" contém mais um esplêndido solo de Blackmore. É interessante notar que o timbre de sua guitarra é bastante limpo, sendo os teclados de Jon Lord responsáveis por criar toda a massa sonora explosiva da banda. Outro ótimo solo presente na faixa é o de gaita, executado por Ian Gillan.
"Space Truckin" fecha o disco com mais um grande riff e levadas acachapantes do grande Ian Paice. Um trabalho de sonoridade orgânica, gravado ao vivo em estúdio - o que contempla a interação dos instrumentistas -, com interpretações viscerais e composições inspiradas. Mais parece uma coletânea de classic rock. Definitivamente uma das grandes obras do hard rock setentista.
Machine Head não teria graça nenhuma sem a faixa "When a Blind Man Cries"...
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