Logo de cara temos a emblemática "Até Quando Esperar", música de texto forte, arranjo de cordas imponente e guitarras marteladas. Uma das grandes características da Plebe Rude é que, apesar do espírito punk, as canções são tão melódicas que a agressividade do estilo vira fator exclusivo das letras.
O engajamento politico continua em "Proteção", uma típica canção de protesto que o Capital Inicial sempre sonhou fazer e nunca conseguiu. Na atemporal "Minha Renda", a Plebe ataca brilhantemente o mercado fonográfico. A participação pontual do Hebert Vianna é genial. Alias, foi ele quem produziu o disco.
"Johnny Vai A Guerra", no auge de sua simplicidade, tem um riff de guitarra consistente, além de ótima linha de baixo. A letra contestadora torna a canção um típico hino juvenil. Vale lembrar que o Brasil ainda vivia o final de sua truculenta ditadura militar.
As influência de punk rock e new wave ficam evidentes nas frenéticas "Sexo e Karatê" e "Meu Jogo". Já em em "Brasilia" são as vozes arranjadas numa métrica irregular - uma mais melódica, outra mais falada - que merecem atenção. Essa característica vocal tornou-se uma das marcas registradas da Plebe Rude.
O disco é curto - um mini-LP, o que hoje talvez seria um EP -, mas tem boa produção e composições melhores ainda. Fez bastante barulho quando lançado. Álbum obrigatório para entender o rock nacional, principalmente no que se refere a famigerada cena de Brasília.
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