sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

TEM QUE OUVIR: UFO - Phenomenon (1974)

Hoje é um dia triste e feliz ao mesmo tempo. Feliz pois um dos mais talentosos guitarristas do rock - Michael Schenker (Scorpions, UFO e Michael Schenker Group) - toca em São Paulo. Isso após quase morrer de tanto álcool que ingeriu durante sua carreira. Todavia, é triste porque eu não vou no show.

Já conformado em perder este evento - que contará com a participação do lendário baterista Carmine Appice (Vanilla Fudge, Cactus, Beck Bogert & Appice) -, decidi tentar entender o porque do desbocado e cabeça quente Michael Schenker ser um ícone do instrumento no rock. Para isso, analisei um dos maiores discos da década de 1970, o espetacular Phenomenon (1974) do UFO.


O disco abre com a rockeira "Too Young To Know", que mostra Michael Schenker como um solista de mão cheia, apesar de ter apenas 19 anos quando o disco foi gravado. A faixa seguinte é a belíssima balada "Crystal Light", que assim como "Space Child", consegue ser bonita sem soar melosa.

Mas se tem uma música que define bem o estilo do cultuado guitarrista alemão é a ótima "Doctor Doctor", dona de uma das mais famosas melodias de guitarra de todos os tempos. Outra música que já está sacramentada como um clássico definitivo do rock é a acachapante "Rock Bottom". Ela tem tudo que uma boa canção de hard rock precisa ter: peso, riff marcante, groove envolvente, refrão cativante e um solo inspirado de guitarra.

As músicas citadas já seriam o suficiente para tornar o disco um clássico e fazer de Michael Schenker um músico de prestigio, mas o álbum ainda guarda nas mangas a energética "Oh My", a solar "Time On My Hands" (que comprova o lirismo do guitarrista na hora de solar), a sacana e cheia de groove "Built For Comfort", a belíssima balada instrumental "Lipstick Traces" e a épica "Queen Of The Deep". Todas revelam a excelência não só do guitarrista, mas também do grande vocalista Phil Mogg (de voz rasgada e aguda na medida) e da estupenda cozinha formada por Andy Parker (bateria) e Peter Way (baixo e ídolo máximo do Steve Harris).

Vale deixar registrado que o disco tem a produção do Leo Lyons, baixista do Ten Years After. É preciso destacar também a capa feita pela emblemática Hipgnosis.

Embora a passagem do Michael Schenker pelo UFO não tenha durado muito tempo, seus belíssimos solos, riffs inesquecíveis e timbres enormes extraídos de sua clássica Flying V estarão para sempre na história do hard rock.

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