Doris Monteiro
Doris Monteiro (1972). A canção brasileira num de seus melhores momento. Isso passa pela versátil seleção do repertório (composições de Antonio Carlos & Jocafi, Toquinho & Vinicius, Cesar Costa Filho & Walter Queiroz, Roberto & Erasmo e Paulo César Pinheiro), pelos arranjos do Lindolfo Gaya, orquestração do Geraldo Vespar e, não menos importante, a interpretação singela da Doris Monteiro, nunca afobada, sempre classuda. Uma beleza de disco.
Carlinhos Félix
Vi um vídeo em que um guitarrista menciona que a música evangélica brasileira já foi mais “orgânica, tocada e grooveada”, oposto a esse fenômeno worship predominante na atualidade. Nem ia dar muita bola, mas quando ele falou que o Paulinho Guitarra tinha gravado as guitarras de alguns discos neste segmento, me interessei. Cheguei no Coisas da Vida (1998) do Carlinhos Félix e achei que valia conferir. Pô, é bem legal. Há um capricho no desenvolvimento das melodias e arranjos. Mesmo as letras não são aquela pregação óbvia. Tem cafonices típicas do período e do gênero? Sem dúvida, ainda assim vale ouvir sem preconceito.
Tim Hecker
Eu conheci o trabalho deste compositor-produtor no disco Revedeath, 1972 (2011), de modo que tudo que ele lançou anteriormente passou completamente despercebido por mim. Mas li elogios ao Harmony In Ultraviolet (2006) e fui conferir. Resultado? Talvez o disco que mais gostei dele. Sua mistura de ambient, drone e noise tá em um dos momentos mais intensos. Vale dizer que isso é conseguido não somente abusando de ruídos volumosos, mas justamente intercalando diferentes dinâmicas e timbragens. As saturações estão nos lugares certos. Adorei como cada faixa evolui. Disco profundo, pra ouvir com disposição para a proposta.
The Mountain Goats
Conheci este projeto liderado pelo John Darnielle na última década, embora o grupo tenha mais de 30 anos. Deste modo, muitos discos passaram despercebidos por mim. Peguei os elogiados Tallahassee (2003) e The Sunset Tree (2005) pra conferir. O primeiro chega a esconder sua qualidade composicional via um formato “folk lo-fi” por vezes arrastado. Todavia, na insistência, o carisma, a acidez e o talento são revelados. Já o segundo é mais redondo, parrudo e melhor resolvido, tendo agradado de imediato. Independente das impressões de cada um (e as minhas são positivas) vale ouvir para prestigiar um compositor e intérprete que dedica sua vida a feição de uma obra de qualidades próprias. Se gosta de folk e/ou rock alternativo não há desculpas.
Boris
Akuma No Uta (2003). Esse disco já me ganha por emular a ótima capa do Bryter Layter do Nick Drake. Mas a maravilha não para por ai. Sonoramente é um stoner imundo, de atitude punk, execução energética e algumas das distorções (de guitarra e baixo) mais organicamente saturadas já ouvidas. Eu adoro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário