sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

RETROSPECTIVA 2018: Lançamentos (Incluindo os MELHORES DISCOS DO ANO)

Embora já seja fevereiro, a tradicional lista de melhores do ano do País do Baurets não poderia deixar de dar as caras, embora ninguém tenha pedido.

Reconheço que citar mais de 100 discos de um único ano é exagero, ainda mais atualmente, onde tudo parece ser tão descartável (não enquanto obra, mas enquanto hábito de ouvinte). Todavia, não deixaria de postar algo bacana só para me enquadrar num número pré estabelecido ou em tendência comportamental de terceiros.

Apesar da grande quantidade de álbuns, fiz descrições curtinhas (não são criticas, muito menos resenhas, são descrições), justamente por entender que, embora as pessoas tenham sede de conhecimento, nem todos tem tempo/interesse/prazer de ouvir todos os lançamentos um a um, muito menos de ler a minha irrelevante opinião sobre tais obras. 

Mesmo assim tá ai, o trabalho sujo está feito. Com direito a uma faixa destaque de cada disco para os mais preguiçosos (exceto nos "MELHORES DISCOS DO ANO", ao menos esses escutem inteiro).

Mais que uma crítica, esse post é um apoio para quem quer caçar uma novidade (e um HD externo para mim mesmo catalogar minhas audições/preferências).

Separei tudo em ordem alfabética. Nacionais e internacionais, tudo misturado. Sem pódio de chegada ou beijo de namorada. Acho que assim fica mais fácil para procurar algum lançamento específico. Todavia, como tem quem se interesse em saber as predileções nacionais, deixo aqui uma menção honrosa para os discos do Amaro Freitas, Baco Exu do Blues, Edgar, Huey, Lupe de Lupe, Maria Beraldo e Odradek. Destrincho eles mais abaixo.


MELHORES DISCOS DO ANO (SEGUNDO EU MESMO)
Cotação subjetiva: 8-10

- A.A.L. (Against All Logic): 2012 - 2017 
Em tempos de grandes experimentações eletrônicas, jamais imaginaria que justamente na mais tradicional house music sairia algo que me deixaria extasiado. Nicolar Jaar reuniu um punhado de produções interessantes e salvou minha percepção equivocada. Disco dançante, funkeado, repleto de samples primorosos, texturas rebuscadas e beat agradáveis. Tudo muito sofisticado e de construção progressiva.

- Black Thought & 9th Wonder: Streams Of Thought Vol. 1 
O MC à frente do The Roots num EP extremamente consistente. Não há brechas para equívocos ou enrolação. O flow dele é uma metralhadora disparando rimas intrincadas. A produção do 9th Wonder é discretamente preciosa, com beats que batem no peito. Tem um perfume áspero de "rap old school" que eu adoro. Sensacional.

- Black Thought & Salaam Remi: Streams Of Thought Vol. 2 
Olha, não sei qual dos dois volumes é o melhor. Beats de boom bap consistentes, ótimos timbres, um tempero jazzístico, flautas quase folk, groove funky, sonoridade tão limpa quanto violenta e o flow convicto do Black Thought. EP veloz, quente, conciso... perfeito.

- Current 93: The Light Is Leaving Us All 
Vou ser honesto, eu sequer conhecia esse veterano grupo. Só fui atrás porque li resenhas positivas. Não me decepcionei! Mesmo com a dificuldade que tenho com a língua inglesa, reconheci de imediato o valor lirico do álbum. Alias, chega a ser um álbum de spoken word. A instrumentação é singela, exuberante, dramática, descritiva, sombria, progressiva, com traços sinfônicos, folk e arranjos que servem de cenário para a poética. Um trabalho primoroso que me instigou a conhecer o passado do grupo.

- Daughters: You Won't Get What You Want 
Cara, isso é pesado! Algo entre o industrial e o pós-punk de intensidade muscular. Produção extremamente encorpada em composições que evidenciam desespero. Um dos discos mais vibrantes, cascudos e poderosos desta década.

- David Grubbs / Taku Unami: Failed Celestial Creatures 
Através de camadas sobrepostas de guitarras, esses dois músicos intercalam passagens delicadas com momentos de puro desespero sônico. Dissonâncias e harmônicos conflitantes criam uma abstrata paisagem sonora. Em alguns momentos invocam acordes jazzísticos, enquanto em outros partem para drones de clareza harmônica poucas vezes vista. A progressão de cada nota de cada acorde é de um cuidado absurdo. No meio disso tudo, uma canção inspiradas e de beleza intrigante. Emocionante.

- IDLES: Joy As An Act Of Resistance 

Num mundo em que democracias são agredidas, em que há ascensão do conservadorismo e que masculinidade tóxica resulta em mortes, a resposta tem que ser imediata. Foi o que o Idles fez, que pouco mais de um ano após sua estréia, amadureceu dentro de sua própria dinâmica feroz, ganhando ainda mais densidade composicional, mas sem abrir mão da urgência interpretativa. Inteligente sem ser pedante (muito pelo contrário, é bem divertido!). Um perfeito retrato em tempo de Brexit e crise migratória. Nada é mais voraz e substancioso no punk rock atual do que isso.

- Jack White: Boarding House Reach 

Ou a moda é avacalhar o Jack White ou eu ando com a percepção afetada, porque juro que não entendi as criticas negativas ao disco (vide Pitchfork e André Barcinski). É um álbum divertido, ácido, experimental, instigante, que apresenta um cara talentoso fugindo do óbvio, testando ideias, soando esquisito, com timbres saturados e abrasivos. Ainda assim, ele consegue a proeza de ser despretensioso. Parece um disco feito no quartinho dos fundos, embora soe enorme. Acho demais como ele resgata a relevância do rock sem ser ortodoxo. No meu mundo o Jack White segue em alta. Obs: sua voz em alguns momentos me lembrou a do Cedric Bixler-Zavala ("Why Walk A Dog"), os teclado me lembraram John Paul Jones ("Corporation") e as guitarras e arranjos vocais o Frank Zappa ("Over And Over And Over"). Pena que lá para o final do disco ele desande um pouco, mas nada que afete o resultado como um todo.

- Jon Hopkins: Singularity 

Uma imersão dentro da complexidade da house music e do techno, mas sem invencionismo besta. O grande lance aqui é o desenvolvimento das faixas. Mesmo quando o arranjo e os timbres soam esqueléticos, tudo caminha para a ideia de "desconstrução e construção sonora" que é impecável. Intercala incrivelmente entre beats dançantes e climas etéreos quase de new age. Uma verdadeira obra de arte eletrônica.

- Kadhja Bonet: Childqueen 
Os arranjos são um absurdo. Orquestrações cinematográficas e vocais sobrepostos unidos numa produção grandiosa. Embora calcado na soul music (com pitadas jazzísticas), é interessante observar a influência oriental das melodias, dando uma atmosfera quase psicodélica. Fora que tem linhas de baixo impressionantes. Vale dizer que foi tudo arranjando e mixado pela própria Bonet. Delirante de tão bom.

- Kali Uchis: Isolation 
Após compartilhar seu talento com Snopp Dogg, Gorillaz, Major Lazer e Tyler, The Creator, a jovem Kali Uchis atendeu as expectativas em seu aguardado disco de estreia. A cantora colombiana traz toques latinos, tornando sua música graciosamente cativante. A latinidade está na exuberância das melodias, no groove dançante e na sensualidade interpretativa, embora seja importante frisar, sem qualquer tipo de estereotipia. Ótimas canções pop (com o pé no neo-soul), belos arranjos (alguns orquestrados, destacando timbres orgânicos) e até mesmo um balanço brasileiro compõem a obra. Vale mencionar que nomes como Thundercat, Damon Albarn, Kevin Parker, Jorja Smith, Bootsy Collins, BadBadNotGood e o próprio Tyler, The Creator colaboraram com o álbum. Não por acaso ela tem recebido destaque globalmente.

- Kal Marks: Universal Care 
Cheguei ao disco somente pelo nome da banda. Fui ouvindo e pirando a cada berro estranho (em alguns momentos tímidos, em outros grunhidos digno de um vocalista "horrível" de black metal) e a cada nota feroz do baixo (num timbre estrondoso). Alguns momentos me remetiam ao Bleach do Nirvana. Isso não é pouca coisa. É desgraçado, noise, torto, cortante e eu adoro.

- KEN Mode: Loved 
Tomaste no cu! Hardcore, noise rock e sludge tão imundo quanto limpo. Timbres poderosos, orgânicos e podremente perfeitos. Adoro as composições (cada riff, bicho!), a execução e a produção. É simplesmente o tipo de som que gosto de ouvir no dia-a-dia.

- Mary Halvorson: Code Girl 
Um absurdo! Esse disco duplo contém algumas das passagens mais intrigantes que já escutei na vida. Para você ter uma ideia, algumas melodias vocais (executadas pela Amirtha Kidambi) são tão complexas que só consigo comparar com o que já ouvi na obra do Stockhausen. As frases de trompete e de contra-baixo acústico não ficam para trás, se aprofundado no território do free jazz. Já a guitarrista que encabeça o trabalho aplica motivos ácidos que deixariam Bill Frisell orgulhoso. Tudo isso em canções que transitam pelo krautrock, jazz contemporâneo e do rock in opposition. Novamente: um absurdo!

- Melody's Echo Chamber: Bon Voyage 
Demorou, mas chegou! Ouço e sinto vontade amar. Remete ao yé-yé francês, mas não é nada pastiche. Muito pelo contrário, é extremamente criativo e plausível dentro do (dream) pop contemporâneo. Tudo muito sexy, ácido, divertido, psicodélico, progressivo e ousado. Belas composições e inteligentes arranjos, com direito a transformações imprevisíveis. Que discão!

- Mourn: Sorpresa Familia 
O que é um ótimo disco? É quando você não consegue decidir dentre todas as faixas quais são suas prediletas. Esse álbum não apresenta grande variação entre as músicas, mas nem precisa, tendo em vista que sua fórmula pós-punk meio "funky" (na linha do Talking Heads) com timbres e pegada modernizada, mas também remetendo ao rock alternativo noventista (com direito a berros de vocais femininos), me conquistou de imediato. Seus riffs quebrados e cheio de atitude são bem legais. É o tipo de som que eu adoro. Não é a coisa mais inteligente, não vai encabeçar outra lista de melhores do ano, mas é sensacional.

- Noname: Room 25 
São tantas qualidade que fica difícil até inumerá-las. Posso começas pelo flow da moça, tão contido e delicado quando fluido e complexo. Seu fraseado vocal chega a lembrar ritmicamente instrumentos de sopro. As letras trazem engajamento politico e social, abordando temas em voga na sociedade contemporânea. Os grooves de bateria, meio jazzy meio funky, são dos mais impressionantes que já ouvi num disco de rap. Alias, todo desempenho instrumental é de grande excelência. Produção cristalina e encorpada. Ótimos MCs participando e elevando o álbum. Acho que tá bom, né?)

- Ohmme: Parts 
Essas duas garotas chegaram chutando a porta. Ao que consta, elas já trabalharam com o Jeff Tweedy, o que de alguma forma se manifesta no disco. O álbum não é perfeito, mas consegue ser impressionantemente variado dentro de sua fórmula e sem baixar o nível. Tem momentos intensos e outros delicados. É o exemplo de art rock com atmosfera contemporânea. Vozes bem encaixadas, guitarras explosivas, composições que tomam caminhos inesperados e crueza lo-fi são algumas características do disco. Eu adorei.

- Oh Sees: Smote Reverser 
A fórmula imbatível de rock psicodélico, garage rock e space rock ganha agora pitadas nada moderadas de rock progressivo. Os timbres enfurecidos de fuzz e a interpretação vigorosa continuam irresistíveis. Simples e eficaz. Bandaça da porra!

- Palm: Rock Island 
Já tornou-se para mim uma das bandas mais interessantes da atualidade. Adoro suas melodias angulares, divisões rítmicas complexas, arranjos estranhos e, ao mesmo tempo, a delicadeza das composições. É muita ambiguidade e peculiaridade para uma banda só.

- Puce Mary: The Drought 
Uma poderosa amostra da força física e mental que obras de drone/noise podem provocar. Muito bem construído, produção arrojada e violenta, timbres enlouquecedores... Tudo muito pulsante, abstrato e incisivo. É uma sinfonia do caos. Sonoramente impressionante.

- Ryley Walker: Deafman Glance 
Maravilhosas composições que percorrem pelo o alt-country, mas com uma performance quase jazzística. Em alguns momentos é até mesmo progressivo. Timbres de grande crueza, mas que belissimamente se encaixam nos arranjos. Tudo muito arrojado, de força interpretativa e potencial sonoro difícil de traduzir em palavras. É um excelente disco.

- Skee Mask: Compro 
Mais um grande álbum de música eletrônica lançado este ano. A desenvoltura ao intercalar beats poderosos com sintetizadores climático é de grande proeza estética. Um disco variado, com diversas referências timbristicas, além de grooves dançantes na linha breakbeats, mas ainda assim capaz de construir passagens etéreas.

- Teyana Taylor: K.T.S.E. 
É chato ficar puxando sardinha para o Kanye West, mas é incrível sua capacidade de produzir beats tão diferentes um dos outros. Aqui ele parte para r&b/pop melodioso, proporcionando uma confortável cama para a Teyana Taylor esbanjar sensibilidade e sensualidade com sua linda voz. Nada muito criativo, mas extremamente bem sucedido.

- The Lovely Eggs: This Is Eggland 
O que acontece quando um duo porralouca de lo-fi-punk rock é produzido pelo Dave Fridmann? Sai essa maravilha aqui. Seus efeitos espaciais/psicodélicos em cima de bases retas tornam-se "krautrocks garageiros". Acho que eles foram até longe demais para algo aparentemente descompromissado. Muito divertido!

- Yazan: Hahaha 
Não ignore um músico palestino que ri já no nome do disco. Foi com essa premissa que parti para uma fonte desconhecida. Sorte a minha. Sua fonte é o blues-rock, mas não o do ZZ Top. Ele tem uma força/sujeira quase stoner, isso tanto nos riffs quanto nos solos. Sempre com timbres cascudos. Alias, todos os instrumentos soam com uma ferocidade orgânica esplendida. Outros destaque é seu vocal, tão rico quanto sarcástico. Suas melodias lembram a de um "Jeff Buckley irônico". Já a estrutura das músicas não obedecem nenhuma fórmula, sendo tudo fruto da sua criatividade. Resumindo: um disco de rock recheado de estranheza e frescor.

ABAIXO ESTÁ O BOJO DA LISTA. SÃO OS ÁLBUNS QUE OUVI PARA CHEGAR AOS MEUS PREDILETOS. CLIQUE NO MAIS INFORMAÇÕES CASO SE INTERESSAR.

SEPAREI ENTRE "BONS" (6-8), "MEDIANOS" (4-6) E "RUINS" (0-4).

*- Nome da banda: Nome do Disco (Pequena descrição pessoal). Melhor faixa
Em negrito alguns destaques.

BONS
Cotação subjetiva: 6-8

- 21 Savage: I Am > I Was (Longe de ser espetacular, mas o 21 consegue reunir o lado mais divertido/pegajoso do trap com "momentos rimados" que evidenciam o MC de grande pluralidade que ele é dentro do cenário atual. Se cortasse algumas gordurinhas seria melhor ainda). Can't Leave Without It

- A Creche: Menor Treta (Hardcore sujo, desbocado, jovem e engraçado. Extremamente energético. Legal ver uma banda do cenário underground conseguindo alcançar bom resultado sonoro na produção de seus discos. Ótima referência na capa). Festa Chata

- Adrianne Lenker: abysskiss (A cantora do Big Thief num lindo trabalho de música folk, repleto de melodias e interpretação profunda. Bastante tranquilo, singelo e bucólico, mas sem pender para o "bundão". Ótimos violões e grande valor lirico). 

- AGF: Dissidentova (Confesso que tive que insistir na audição para captar sua profundidade sonora sem me esquivar. É que as produções que flertam minimal, ambient e glitch são de qualidade desafiadoras. O texto, interpretado no estilo spoken word - muitos colados através de samples - representam uma força real politica feminina em forma de música. De qualidade documental. Audição difícil). Olga Berggoltz 1910-1975

- Aïsha Devi: DNA Feelings (Embora de dificil imersão, esse produtor conseguiu elaborar um trabalho de grande profundidade, construindo climas gélidos, texturas sobrias, explorando timbres estranhos, remetendo em alguns momentos a new age e a busca espiritual através dos sons. É um disco que exige atenção extra do ouvinte). Intentional Dreams

- Al Di Meola: Opus (Normalmente eu ignoraria este lançamento, mas como ele apresentou show no Brasil baseado neste disco, fui conferir antes. É uma maravilha de disco. Seu conhecido virtuosismo está contido e pontuado. O que é ressaltado são as profundas melodias ao violão baseadas na música flamenca. A instrumentação enxuta deu espaço para a beleza interpretativa). Ava's Dream Sequence Lullaby

- All Them Witches: ATW (Dentro do território do classic rock, este disco é um dos melhores do ano. Ótimas composições de blues rock com uma bela nuvem psicodélica. Sem afetação vocal, com ótima cozinha, um guitarrista talentoso em riffs marcantes e solos com pegada, variação de andamento, sonoridade orgânica... tudo que manda a cartilha do rock n' roll). Diamond

- altopalo: frozenthere (Embora o timbre vocal não me agrade tanto, essa linha de downtempo bastante espaçado, de produção grave, grandiosa, picotada e esquisita, muito me atraia. Sonoramente é bastante primoroso e criativo. Em alguns momentos beira o experimental dentro de uma linguagem pop). Frozen Away

- alva noto: Unieqav (Aquele tipico trabalho que, dependendo do dia, pode soar um saco, mas que no dia correto soa instigante. Faixas que se desenvolvem bem numa proposta glitch/microsound. Adoro as texturas e a ranhura ofericida por alguns timbres).  Uni Mia

- Amaro Freitas: Rasif (Jovem pianista do Recife em um dos melhores discos de jazz brasileiro em tempos. Sua técnica está a serviço de composições complexas, de grande exploração ritmica e motivos melódicos interessantes. Tem até um tempero erudito. Seu grupo soa entrosado e orgânico. Ótimo equilibrio entre inquietação artistica e agradabilidade sonora). Dona Eni

- Amen Dunes: Freedom (Uma boa coleção de canções, onde não se pode negar a performance apaixonada de Damon McMahon. Há nos arranjos um perfume da rara psicodelia oitentista que muito me agrada). Time

- American Pleasure Club: A Whole Fucking Lifetime Of This (É o Teen Suicide rebatizado? Bom, tanto faz, o que importa é que a alta variação estilistica das composições (tem emo, folk, power pop... tem até mesmo um "techno" perdido ali no meio) poderia parecer "tiros para todos os lados" se as canções não fossem todas igualmente bonitas. A produção lo-fi contribui para não soar melodramático, embora o lirismo das faixas puxe para esse caminho). this is heaven & id die for it

- Anderson .Paak: Oxnard (Ele é talentoso demais. Ótimo apanhado de faixas que transitam entre o rap e o neo-soul. Tudo muito dançante, pop, melódico e ricamente produzido. Kendrick Lamar, Pusha T, J. Cole, Q-Tip dão as caras. Isso sem mencionar a produção executiva do Dr. Dre. Para quem acha o hip hop muito sintético, é uma boa iniciação ao estilo). Brother's Keeper

- Andrew W.K.: You're Not Alone (Eu não sei é para encarar com seriedade o Andrew W.K.. Nunca entendi qual é a dele. Após quase uma década sem novidades, ele reaparecer com um disco grandiloquente, cantando positividades (!!!) e com arranjos tão energéticos quanto pomposos. É o perfeito rock de arena do século XXI. É também uma piada. Que seja, é divertido pra caralho! Não leve tão a sério e divirta-se também. Capa (propositadamente?) péssima). You're Not Alone

- Anelis Assumpção: Taurina (De imediato sua linda voz rouba atenção, para logo depois a qualidade das composições tomarem a frente. Muito bem escrito e arranjado. É a música brasileira sem afetação, com a herança inquieta de seu pai, hereditariedade africana e contemporaneidade de uma mulher negra no Brasil de 2018). Mergulho Interior

- Angélique Kidjo: Remain In Light (Tudo que o Talking Heads queria ter feito! Brincadeiras à parte, essa ótima cantora beninense conseguiu fundir o afrobeat ao pop contemporâneo num disco dançante. Rica homenagem a uma das grandes bandas do pós-punk. Os arranjos estão ótimos, com direito a espetaculares linhas de baixo. Tem até certo peso interpretativo. Ao vivo deve ser uma pancada). The Great Curve

- Anguish: Anguish (Atenção para a escalação: Dälek (um dos artistas mais inquietos do hip hop atual), Mats Gustafsson (o grande saxofonista de free jazz da atualidade) e Hans Joachim Irmler (aquele mesmo do Faust). O resultado? Uma álbum instigante que transita entre o jazz e o hip hop, embora longe da obviedade desta fusão. Barulhento e maluco). Cyclical / Physical

- Animal Collective: Tangerine Reef (Eu não sou dos grandes entusiastas das estranhices da banda, mas achei esse disco bacana. Longo, mas bacana. Ele trás o lado mais espacial do krautrock com pitadas de drone. Talvez falte algum elemento explosivo no desenvolver do disco, mas sua audição é interessante). Coral by Numbers

- Anna Calvi: Hunter (Composições de grande apelo pop, mas direcionada para o rock alternativo com pitadas góticas. Sua interpretação vocal é drámatica na medida certa. Ela tem uma grande voz! Sua banda, aliada a uma produção de sonoridade enorme, transmite energia. As composições são ótimas. Um disco extremamente bem sucessido em diferentes quesitos). Chain

- Anna & Elizabeth: The Invisible Comes To Us (Vou ser sincero: eu não me lembro de nada nessa onda dentro da música country/folk (aqui, bem folclórica mesmo). Em meio a canções melódicas, de instrumentação enxuta, surge uma atmosférica densa, proporcionada até mesmo por influência da música drone. É um misto interessante da delicadeza vocal das moças com a força dark das composições. Bem bom!). Ripest Of Apples

- Anna Von Hausswolff: Dead Magic (Inicialmente, a voz ultra dramática me incomodou. Todavia, somada a densidade instrumental proporcionada por órgãos fúnebres - que se aproximam de drones sinfônicos -, foi fazendo sentido. É um disco bonito e bem construído). Ugly And Vengeful

- Aphex Twin: Collapse (Talvez o melhor EP do ano. Seu estilo particular de produção num trabalho que propõem ritmos desconcertantes, climas viajantes e timbres criativos. Rico em textura e em desenvolvimento. Muito bom). T69 Collapse

- A Place To Bury Strangers: Pinned (As composições não são grande coisa e senti falta de uma força explosiva na produção. Todavia, como adoro essa onda noise dentro do pós-punk, me dou por convencido com "pouco". Gostaria de "discotecar" várias músicas aqui presentes). Execution

- Arctic Monkeys: Tranquility Base Hotel & Cassino (Um disco problemático, que mexe com a emoção das pessoas, mas não a minha, já que nunca fui grande fã da banda. Dito isso, não vejo problema neles tentarem se reiventar emulando sonoridades sessentistas (principalmente nessa onda chamber pop do Scott Walker, meio lounge pop). Também não reconheço nas composições grandes equivocos (boas melodias). O equivoco está mais na interpretação, que soa um tanto quanto forçadamente dramática, embora seja justo ressaltar a qualidade das linhas de baixo. Já a produção, embora queira transparecer um clareza rústica dos instrumentos, no decorrer do disco acaba direcionando para um marasmo sonoro. Só de provocar tantas reflexões, já vale pela ousadia. No geral soa bem). She Looks Like Fun

- Ariana Grande: Sweetener (Os singles lançados previamente já mostravam algo que confirmei no disco: Ariana Grande conseguiu agregar a seus exagerados melismas vocais um valor artístico. Ela soa poderosa e sexy em canções afirmativas. Se o repertório é irregular, ao menos a produção (e aqui entra também os beats) é robusta. Para o pop mainstream tá ótimo). God Is A Woman

- Armand Hammer: Paraffin (Em tempos onde o trap reina, é ótimo ouvir um disco de beats duros e pesados que dão vazão a um lirismo rebuscado e flow contundente. Tudo muito abstrato e complexo. Billy Woods reina). Rehearse With Ornette

- Arp: Zebra (Difícil afirmar em que gênero o disco se enquadra. Mas é possível descrever o som como de groove contido, com sintetizadores setentista, além de um clima tão jazzistico quanto psicodélico. Reconheci também melodias com toques orientais. É como se o Stevie Wonder em 1969 lançasse um disco de fusion. Delirante e agradável) Nzuku

- Art Brut: Wham! Bang! Pow" Let's Rock Out! (Embora seja um tanto quanto desleixado e tosco, é muito divertido, afinal, no rock tais adjetivos são qualidades. É um indie dançante e bacanudo. Adoro os arranjos de metais. Tem ótimas passagens de guitarra também. A produção poderia ser melhor, mas tudo bem. Divertida capa). She Kissed Me - And It Feel Like A Hit

- Artur Menezes: Keep Pushing (Ouço seu álbum e entendo o prestigio internacional que esse guitarrista brasileiro vem conquistando. Ele bate de frente com o Gary Clark Jr. (digo isso não para diminuir o americano, mas para evidenciar as qualidades do Artur). O mais legal é que ser fraseado bluseiro não é afobado. Ele toca demais espontaneamente. Sua voz, os arranjos e a produção também é ótma (baita timbre de guitarra). Ultra recomendado para simples amantes de rock n' roll). 'Til The Day I Die

- Ashley Monroe: Sparrow (Um disco de pop country extremamente pomposo. Ou seja, é um saco? Não, e isso ocorre justamente devido a country music ser um estilo que cabe toda a pompa de arranjos orquestrados, baladas sofridas e timbres cristalinos. O resultado é um disco bonito, que em alguns momentos chega a lembrar o ELO, tamanha a qualidade dos arranjos orquestrados. Ouça de coração aberto). Paying Attention

- Astroboter: Form & Void (Em cima de ótimos beats eletrônicos (horas indo para o bigbeat, horas para o trip hop), synths climáticos e guitarras melódicas dão razão composicional num estilo por vezes superficial). Stenograph Letters

- At The Drive-In: Diamanté (Três musiquinhas neste curto EP. Todas entre as melhores que o grupo lançou desde a sua volta. Tem até uma pontinha de Mars Volta. Será que veremos uma outra volta?). Despondent At High Noon

- August Greene: August Greene (Common, Robert Glasper e Karriem Riggins reunidos num álbum de ótimos grooves e sonoridade orgânica. Uma fusão de grande qualidade de rap com soul contemporâneo e jazz. Bem bom). No Apologies

- Ava Luna: Moon 2 (Sabe aquele indie pop bem tontinho, colorido e jovem que dá as caras no Lollapalooza sem nunca termos ouvido falar antes. Em certo ponto a banda parece isso. Todavia, há também uma ousadia nos arranjos e nos timbre sintéticos que elevam a qualidade dançante de sua música. É quase um neo-new wave. Boas linhas de baixo, guitarras estranhas, ótimos vocais... surpreendente). Mine

- Ava Rocha: Trança (Embora eu não goste dessa retrovisão tropicalista instalada na nova MPB, tem algumas composições bem boas, arranjos interessantes e, por pior que seja a direção estética, as referências são ótimas (dá pra sentir Caetano, Gal e Jorge Ben). É um trabalho tão bacana que supera minhas assumidas aversões. Mas tem gordurinhas). Periférica

- Baco Exu do Blues: Bluesman (Adorei de imediato a capa, o nome e o conceito exposto na faixa de abertura. A sequência do repertório mantém o álbum em alto nível. Ele continua rimando muito bem, convicto nas ideias (que mais uma vez descorrem sobre esteriopia racial e problemas psicológicos), potente na interpretação e com beats e graves poderosos vindos de uma produção musculosa. Sua incursão por ritmos (blues, jazz, samba) originalmente negros, é de inteligência, criatividade e bom gosto. Se bobear gostei até mais que o seu aclamado disco anterior. É o rap nacional se desenvolvendo musicalmente sem perder o alcance pop). Minotauro de Borges

- Baptists: Beacon Of Faith (Adoro essa fusão esporrenta de hardcore e sludge proposta pela banda. Tudo muito urgente e pesado. Achei as composições e a produção muito boa, embora no geral tudo pareça meio flat. Mas é do caralho). Victim Service

- Barely March: Marely Barch (O rapaz pegou o laptop da mãe, gravou um disco de pop punk e jogou no brandcamp. Pode não ser dos melhores quando o assunto é composição, mas tem força interpretativa, tosquice interessante na produção e uma boa história para contar). thinking emoji

- Beach Combers: Beach Attack (Devo confessar que não conhecia o grupo. Tinha salvo o disco só pela capa. Mas na mesma semana vi o Rafael Ramos recomendando a banda e uma matéria sobre quando o Zak Starkey fez um som com eles na praia (habitat natural deles). Boom, lembrei da banda! Fui ouvir empolgado e não me decepcionei. Surf rock instrumental que olha para o passado, mas não soa regurgitado. Talvez o disco tenha alguma gordurinhas, mas ainda assim é bem bacana). Tá Tudo Bem

- Beak>: >>> (Grupo do Geoff Barrow (Portishead). Um disco irregular nas composições e com intensidade contida, mas que explora muito bem aspectos do rock progressivo (principalmente do krautrock alemão) por vezes pouco valorizados. Sonoridade singular, momentos delirantes e uma atualização/hibridação progressiva que vem bem a calhar). The Brazilian

- Behemoth: I Loved You At Your Darkest (Talvez seja mais do mesmo se tratando do Behemoth, mas para o black metal em geral é mais um avanço em termos liricos, em sua amplitude épica e da produção tão limpa quanto agressiva). Bartzabel

- Beli Remour: O Minimalismo É Rosa (É praticamente um disco de produtor, dada a importância dos timbres nos beats e a manipulação vocal de auto-tune. É um trap brasileiro experimental, arrojado e extremo em sua produção.  Funciona dentro da proposta). Não Me Prendo A Nada

- Ben Harper and Charlie Musselwhite: No Mercy In This Land (Não tinha gostado tanto do disco anterior desta parceria, mas passado alguns anos, a força que eles demonstram ao vivo se fez valer em estúdio. Ótimas canções, com o clima da raiz do blues, mas agora com vitalidade, entrosamento e inspiração. Belo encontro de dois caras muito legais). Love And Trust

- Ben Vince: Assimilation (Um disco colaborativo que une a ala mais experimental do jazz britânico atual. Não é sequer propriamente jazz, sendo na verdade uma fusão de diversos elementos de vanguarda que se unem em ritmos tribais e repetitivos, solos atonais e cacofônicos e até mesmo vozes guturais. Climas diversos propostos por músicos que não facilitam a vida do ouvinte). Tower Of Cells

- Bernice: Puff: In The Air Without A Shape (É o pop esquisito. Bastante atmosférico e, até mesmo, com a sensualidade do R&B. Todavia, a produção nos leva para uma abordagem mais experimental, trazendo diferentes texturas, construídas como se fosse uma colagem de timbres esqueléticos. Dificilmente agradável). One Garden

- Beth Hart & Joe Bonamassa: Black Coffe (Sendo franco, esse é o típico disco que tende a agradar mais meu pai que eu. É que eu acho muito pastiche. Dito isso, a parceria dá certo porque o Bonamassa é um tremendo guitarrista e ao lado da Beth Hart ele fecha a boca (branco canastrão cantando blues é triste). A Beth ao mesmo transmite charme (musical mesmo). Apesar de toda essa minha birra, fato é que o álbum funciona, trazendo temas de blues azeitados. Ótima banda acompanhado a dupla). Why Don’t You Do Right

- Big'n: Knife Of Sin (Guitarra, baixo, bateria e voz. Tudo muito compacto, orgânico e pesado. São apenas 21 minutos distribuídos em 6 faixas que não apresentam grande variedade, mas uma viscosidade absurda. Chega a soar como um ronco de um caminhão. Dos melhores discos de rock do ano). Snake Eater

- Big Ups: Two Parts Together (Pegada e timbres quentes distribuídos em menos de 30 minutos de disco. Ok, as composições não maravilhosas, mas nessa onda post-hardcore tais características já bastam para dar origem a um bom álbum). Two Parts Together

- Bike: Their Shamanic Majesties' Third Request (Aquele cruzamento entre dream pop e rock psicodélico, mas aqui numa repetição delirante quase krautrock. Em alguns momento remete aos Mutantes. Tudo certo. Achei melhor que o disco anterior). Ingá

- Bilge Rat: Pal (Tá ai uma capa que não condiz com a sonoridade do disco. É uma confusão organizada de noise-rock com math rock e outras doideras tipicas do rock alternativo inquietante. Tem momentos esporrentos, mas também alguns bonitos. Gosto de como a captação pega o som da sala onde foi gravado o disco, dando um caráter urgente a produção). Beach Ball

- Bixiga 70: Quebra Cabeça (O Bixiga 70 conseguiu trazer para o disco toda a energia que eles promovem no palco. Os temas são legais, os timbres manifestam força/criatividade sonora, os arranjos são redondos e as faixas como um todo promovem um clima sacolejante). Quebra Cabeça

- Bjarki: oli gumm (EP de 5 faixas. Algo entre o techno e o trance, de graves robustos e pequenas areias de harmônicos reluzentes. Pulsante e envolvente. Jovem, mas não idiota). oli gumm

- BK: Gigantes (Boas letras, bom flow, bons beats, boa produção... Honestamente não tenho muito o que ressaltar, só posso dizer que achei um trabalho de qualidade uniforme e nitida. Muita gente talentosa dá as caras, do Nave ao KL Jay, passando por Baco, D2 e Sain). Abebe Bikila

- Black Belt Eagle Scout: Mother Of My Children (Embora tenha achado o repertório de certa forma irregular, cheguei a conclusão que isso é proposital. Acho que a maneira com que ela trata a expectativa do ouvinte é pensada. O início com uma faixa de shoegaze explosiva, partindo para canções tranquilas e extremamente emotivas, para no final, após parecer que vai crescer novamente, se encontrar na linearidade. Tudo isso faz sentido quando relacionado a sequência de adversidades enfrentada pela artista. A propósito, sua voz é bem bonita). Soft Stud

- Black Milk: FEVER (Mais que pelo flow do rapper, o disco chama atenção devido instrumental bem amarrado e de sonoridade bastante orgânica. As produções tem doses de experimentalismo, embora não se afaste por completo do R&B tão em voga e de samples jazzisticos. Ótimas bases). Drown

- Black Rebel Motorclycle Club: Wrong Creatures (Embora o grupo esteja longe de fazer a minha cabeça, tem algumas músicas ali no meio que muito me agradaram. Fora que não tem nenhuma que possa ser considerada ruim. Gosto quando eles trazem elementos dark ao rock psicodélico moderno. Um disco bacana). Ninth Configuration

- Black Tusk: TCBT (Hardcore vigoroso com timbragem orgânica de metal. Nada muito criativo, mas extremamente potente e energético. Dá vontade até de praticar algum esporte ouvindo essa caralha!). Ill Ae Ease

- Blake Mills: Look (O requisitado produtor expõem sua inquietude neste trabalho em que ele invoca ecos renascentistas numa obra de drone/ambient. Tão épico quanto minimalista. Bonito e intenso). One

- Blawan: Wet Will Always Dey (Música techno pesada, pulsante, criativa e dançante. Sem muita ladainha ou invenção. É música de pista. Ótimamente produzida). Tasser

- BlocBoy JB: Simi (Com participação de Drake, Lil Pump e 21 Savage, esse rapper produziu um apanhado de trap urgentes. Embora questionável em diversos quesitos, tem uma tosquice jovial que muito me agrada). Nike Swoosh

- Bloodbath: The Arrow Of Satan Is Drawn (Um bom disco de death metal moderno. Nada brilhante, nada que puxe para baixo, embora algumas pessoas tenham criticado a produção (para mim está ok). Se for para destacar algo que seja a performance do guitarrista. Recomendado somente para os fãs do gênero). Bloodicide

- Blood Orange: Negro Swan (O requisitado compositor/produtor Devonte Hynes em seu alter ego. Uma amostra de música pop criativa, sexy, engajada, jazzística e funkeada. Se por um lado a a produção recorre a timbres eletrônicos parrudos, há também um sensibilidade pessoal que deixa tudo mais orgânico. Achei interessante as desafinações propositais criadas digitalmente e a escolha de harmonias quase atonais em algumas canções, dando um efeito bastante particular. É nítida também a qualidade vocal ao longo do disco. Sua abordagem política/social nas letras também não deve ser descartada). Charcoal Baby

- Blu: The Blueprint (Embora o disco seja muito longo e, de certa forma, um tanto quanto irregular, quando acerta sai de baixo. Produção ousada de hip hop e um MC de enorme talento guiando o ouvinte). G.U.N. (CLAP CLAP)

- Body/Head: The Switch (Aquele projeto esquisitão da Kim Gordon. Guitarras distorcidas singelamente amontoadas. Uma organização do caos que quando parece cair no entendiante, releva timbres crocantes e densos. Nem tão inspirado, mas eu gosto mesmo assim). Change My Brained

- Bombino: Deran (O sensacional Bombino em seu talvez melhor trabalho. A fusão de psicodelia e blues com a música tuaregue se mantém, só que aqui melhor resolvida e com produção mais "na cara". Ritmicamente impressionante e cheio de passagens inspiradas). Deran Deran Alkheir (Well Wishes)

- Bonjay: Lush Life (Uma mistura de produções eletrônicas com vocais femininos que fogem do óbvio. É dançante, sexy e pop. É também musicalmente rico, profundo e com momentos de inspiração melódica. Isso não é pouca coisa. A moça canta demais). Devil's Night

- Bonny Doon: Longwave (Embora não traga nenhuma inovação ou mesmo momentos de grande inspiração, é tudo tão linearmente bonito e bem feito que agrada. Ouvi numa final de tarde de outono, nublada e com uma caneca de chá. O que poderia apenas ser uma imagem caricata e blasé, foi na real um momento muito agradável. Experimente você fazer o mesmo. Ultra recomendado para quem curte alt-country). I Am Here (I Am Alice)

- Booker Stardrum: Temporary etc. (Desavisado, o ouvinte pode achar que é um álbum de música eletrônica estranhão, mas na verdade este percussionista dispõe de um trabalho ritmico orgânico em timbres pouco convencionais. Camadas de sintetizadores oriundos da música ambient compõem a proposta. Beats extremamente malucos, tortos e criativos. É bastante experimental, mas curioso). Five Finger Cloud

- Bosse-de-Nage: Further Still (Uma cacetada perfeita para quer curte a onda blackgaze. Se por um lado as composições e a produção são repetitivas, ao menos isso serve para construir um material monolítico. O baterista rouba a cena espancando com criatividade o seu instrumento). Sword Swallower

- Brian Eno: Music For Installations (Coloquei o disco antes de dormir e acabei caindo no sono. Levantei cinco horas depois para ir ao banheiro e ainda estava tocando. Voltei a dormir sem sentir a necessidade de tirar o disco. Entenda como quiser).

- Brix & The Extricated: Breaking State (No ano em que perdemos o The Fall, foi legal ver a Brix Smith em sua nova empreitada. Boas composições que tem como principal mérito intercarlar bem entre os momentos mais energéticos e os mais melodiosos. Pode não ser um espetáculo, mas eu gostei bastante). Heavy Crown

- Buck Meek: Buck Meek (O guitarrista do Big Thief mergulha num relaxante (não me atentei as letras) alt-country. Boas guitarras, canções melodiosas e de alegria contida apaixonante). Maybe

- Buddy: Harlan & Alondra (Um perfeito exemplo de como é possivel produzir rap com perfil pop e de maneira digna. As bases soam bem, há motivos melódicos interessantes, variação de flow e influência bem-vinda do r&b contemporâneo. As faixas são envolventes. Uma nova boa amostra de Comtpon, com direito a participação do Snoop Dogg). Young

- Buddy Guy: The Blues Is Alive And Well (Não apenas por ser quem é, mas por ser verdadeiramente um grande disco de blues. Fora que ele tem autoridade para esses timbres imundos (que na música dos outros soam fake). O fato dele ser um tremendo guitarrista e vocalista, o que é incrível para quem já passou do 80 anos, também conta muito. As composições são ótimas. E ainda tem participação do Keith Richards, Mick Jagger e do Jeff Beck. Coisas que só o Buddy Guy consegue. Pensando bem é bom por ele ser que é mesmo. Ótimo nome). Old Fashioned

- Buffalo Tom: Quiet And Peace (Tem altos e baixos, mas até nos baixos eu gosto. É o velho rock alternativo americano cheio de boas melodias e barro). All Be Gone

- Burt The Priest: Legion: XX (O Lamb Of God volta a seu nome de origem para um disco de versões para músicas de bandas que os influenciaram. Um dos melhores discos de covers que já escutei. Tem Melvins, Big Black, Bad Brains, Ministry, S.O.D., Agnostic Front... tudo com a já conhecida pegada animalesca do grupo (aqui numa produção mais crua). Sensacional! Espero que essa brincadeira influencie nas composições do próximo disco autoral do grupo). Honey Bucket

- Busdriver: electricity is on our side (Fiquei impactado! O flow do rapper é impressionante. Quando ele rima em cima de um trompete jazzístico beira o absurdo. Em outros momentos suas divisões rítmicas demonstram que ele é um cara muito acima da média. Já as produções ficam entre o jazz rap e alternative hip hop, contorcendo os beats, manipulando os samples com maestria e ousando na inclusão de texturas complexas. É um disco muito rico e interessante, só não precisa ter 1h22m. Cortando algumas gordurinhas estaria entre os melhores do ano. Honestamente sequer me atentei as letras, musicalmente já me agradou). the saboteur's mirror  

- Cabbage: Nihilistic Glamour Shots (O indie rock britânico com uma bem vinda sujeira garageira. As composições são bacanas e a produção traz uma organicidade feroz. Boa nova banda para ficar de olho). Arms Of Pleonexia

- Camp Cope: How To Socialise & Make Friends (Um perfeito exemplo de como a força composicional e a urgência interpretativa valem muito mais que a destreza técnica. Canções fortes e de arranjos enxutos. Fora que tem melodias de baixo que deixariam Peter Hook orgulhoso). The Opener

- Cardi B: Invasion Of Privacy (Mesmo contendo participação de nomes como Chance The Rapper, Migos, 21 Savage e SZA, é justamente sozinha que Cardi B parece se sair melhor, conseguindo traçar um panorama do rap mainstream atual. Não que as composições e seu flow sejam grande coisa, mas o resultado é dançante, pulsante e envolvente. Fora que ela tem uma "marra" que é massa. Não é para ser levado tão a sério). I Like It

- Car Seat Headrest: Twin Fantasy (Por mais que eu não tenha sido daqueles que morreu de amores pelo Teens Of Denial, devo confessar que gostei bastante deste disco. Embora trate-se de uma nova versão para o disco lançado pelo grupo em 2011, como até então não o conhecia, ouvi as músicas com ar de novidade. Gostei de como o clima lo-fi se restringe a produção e a execução suja, sendo as composições na verdade muito bem estruturadas. Disco surpreendente). Cute Thing

- Carnage: Battered Bruised & Bloody (Em cima de bases criativas e extremamente pesadas (tem alguns timbres de baixos absurdos), além de grande rotatividade de participações, que permitem variedade interpretativa de flows, o disco salta aos ouvidos como uma das melhores amostras de trap deste ano). i Shayne

- CaSch: High Level Low Profile (Após o fim da Patrulha do Espaço, fiquem feliz ao ver o grande batera Rolando nesta nova empreitada ao lado dos talentosos irmãos Schevano. Achei o repertório irregular, principalmente devido os momentos baladeiros. Mas como é o heavy rock que domina o disco, o álbum mantém a força. Soa como se o Motörhead fosse uma banda de rock progressivo). Flesh

- Catavento: Ansiedade Na Cidade (Embora eu não possa afirmar que adorei, dentro dessa onde "indie brazuca psicodélico" eles se saem muito melhor que o Boogarins (para comparar com uma banda hypada). As composições são bacanas, a interpretação e a produção não são a minha onda. Dê uma chance). Groove Geral

- Cat Power: Wanderer (O repertório não é dos mais coesos, mas após bons anos em silêncio, é ótimo ouvir novamente a voz frágil e encantadora da Cat Power. Álbum bastante bucólico, que não pretendo voltar a ele muito mais vezes, mas é uma ótima opção para uma tarde entediante). Stay

- Catherine Christer Hennix: Selected Early Keyboard Works (Trabalho bastante experimental que traz a manipulação de timbres de Fender Rhoades, sintetizadores e fitas magnéticas, produzindo uma construção sonora abstrata. Embora a audição seja inegavelmente dificil (até por conta da sua longa duração), acho interessante ver como os harmônicos de cada nota são ressaltados através de intervalos dissonantes. Um disco muito mais próximo da música erudita contemporânea do que da música popular. Quem se interessa por drone e música minimalista pode vir a gostar). Mode Nouvelle Des Modalités

- Cavalier: Private Stock (Junte uma produção minimal e abstrata de hip hop, que destaca principalmente timbres graves de baixo, traga um balanço quase de trip hop, acordes jazzisticos de piano, beats estranhos e um senso melódico com refrências de Marvin Gaye. Pois é, é isso que temos aqui. O Quelle Chris dá as caras).

- Cavern Of Anti-Matter: Harmone Lemonade (Embora a repetição ritmica tenda a soar maçante para algumas pessoas, o disco é de resultado hipnotizante. Cada faixa apresenta variação timbristica, harmônica e climática, embora sempre conduzidas por beats quase de motorik. É espacial, belo e criativo. Produção encorpada). Outerzone Jazs

- Charles Bradley: Black Velvet (Disco póstumo desta grande voz da soul music. O disco em si não apresenta nenhuma novidade, mas é muito bom dentro da sua proposta, chegando a soar emocionante em alguns momentos. Fora que não se deve perder a chance de ouvir uma versão soul para "Heart Of Gold". Vale registrar que aqui o cantor é acompanhado da ótima Menahan Street Band). I Feel A Change

- Charlie Looker: Simple Answers (Um disco difícil. Arranjos que se encaixam dentro da música erudita contemporânea, mas com influência do synthpop tanto na performance vocal, quanto em alguns timbres, o que torna a produção um tanto quanto pomposa. Lindas melodias e um tom épico, soando grandioso, denso, dramático e complexo. Muito bem pensado, inclusive na temática das canções). Golden Flesh

- Chick Corea + Steve Gadd Band: Chinese Butterfly (O arroz com feijão destes dois monstros é o mais alto padrão de execução de seus respectivos instrumentos que se pode alcançar. Dito isso, separe 1 hora e 30 minutos do seu dia para escutar esse disco). Chinese Butterfly

- Child Bite: Burnt Offerings (Aquela compilação de sobras que a gente respeita. Um apanhado de cacetadas deste grupos esquisitão. Quem curte Jesus Lizard tende a pirar. Intenso, eufórico, pesado e criativo. Muitas guitarras angulares). Gang Omega

- Chris Carter: Chemistry Lessons Volume 1 (Chris Carter - aquele mesmo do Throbbing Gristle - em mais um disco de abstrações eletrônica que inevitavelmente remetem ao Kraftwerk com seus sintetizadores repetitivos e pulsantes. Espacialmente confortante. Com algumas gordurinhas). Rehndim

- Chris Crofton: Hello It's Me (Apesar de toda a ironia, pode sem compreendido apenas como um ótimo álbum de alt-country/soft rock. Tem boas melodias e embala num ritmo aconchegante). Numbers Game

- Chuck Strangers: Consumers Park (Vindo do Pro Era, esse talentoso rapper demonstra todo seu poder de fogo logo em seu disco de estreia. Tem aquela sonoridade crua tipica do east coast hip hop. Adorei os samples e os acordes jazzisticos flutuantes em meio ao flow incisivo. Joey Bada$$ dá as caras. Rola pitadas de trip hop no decorrer do disco). 1010 Wins, Pt.1 & Pt.2

- Chris Corsano / Bill Orcutt: Brace Up! (Nada mais que uma jam confusa, intensa e espontânea, repleta de atravessadas e momentos nocauteantes. Em algum momento a coisa se perde, mas acho que era essa a intenção mesmo. Recomendado para quem curte sons orgânicos e frenéticos. Bom guitarrista). He Do The Police In Different Voices

- Chris Reimer: Hello People (Disco póstumo do guitarrista do Woman que, devido a situação, mas também a enfase melódica, soa emocionante. É um bonito apanhado de mais de 10 anos de gravações caseiras, em sua maioria de música ambient). Hongdi

- Clarence Clarity: Think: Peace (Pense no pop noventista mais teen e bobinho possível, só que com uma produção criativa, divertida e estranhona. Tem muito da sonoridade sintética da música glitch. Beira o absurdo como o pastiche de algo descartável pode após lapidado soar revigorante). W€ CHANG£

- Cloud Nothings: Last Building Burning (Embora eu não tenha achado o repertório completamente regular, o grupo tem como maior qualidade entregar uma performance intensa. Tem influência de oi! punk, mas como uma adrenalina/atmosfera modernizada. Rola até um drone ali no meio. É bacana). Dissolution

- Colin Stetson: The First - Original Soundtrack Vol 1 (Uma trilha-sonora densa, de diferentes climas e sonoramente poderosa. Tem muito de drone e da música ambient. Sua audição não é nada linear. Sem faixa de destaque especifica, ela funciona justamente na sua totalidade).

- Conrado Paulino: A Canção Brasileira (Mestre na arte de rearranjar canções para violão solo, Conrado trafega por um repertório espetacular com sua já conhecida classe. Um disco belo, que serve para apaziguar a alma, mas também para estudo violonistico). O Circo Místico

- Corrosion Of Conformity: No Cross No Crown (Mestres do sludge, esse disco serve para comprovar que a veterana banda ainda não perdeu a mão quando o assunto são riffs intensos (e "sabbathicos") em faixas de crueza maravilhosa. Um pouco longo demais já que tem algumas vinhetas desnecessárias. E a capa é horrível). A Quest To Believe (A Call To The Void)

- Courtney Barnett: Tell Me How You Really Feel (Devo confessar que, talvez movido pela alta expectativa, de imediato me decepcionei. Mas nada que nova audições não tenham sido suficientes para entender o amadurecimento de Courtney enquanto compositora. Embora tenha perdido um pouco da força juvenil, as guitarras abrasivas e o clima desleixado ainda estão presentes. É um disco sabiamente mais contido, embora de momentos pontualmente explosivos. Ótimo trabalho). Charity

- Covet: effloresce (Eu gostei, mas já adianto que agrada somente um público especifico. É tipo um Animals As Leaders sem distorção e mais melódico. Quem curte math rock, post rock e emo (numa roupagem instrumental) tende a curtir. A Yvette Young é uma excelente guitarrista). sea dragon

- Cowboy Junkies: All The Reckoning (Não querendo dar uma de tiozão indie, mas é impressionante a profundidade vocal da Margo Timmins. Todas as garotas recém chegadas ao indie rock devem ouvir esse disco e aprender um pouco sobre interpretação (me refiro as garotas porque é a onda do momento no rock alternativo, mas o exemplo é para todos, claro). Disco sensível e explosivo. É a perfeita fusão do folk com o pós-punk, carregado por linhas de baixos densas e um canto exemplar). Missing Children

- Cullen Omori: The Diet (Para quem tem saudade do britpop noventista, é prato cheio. Mas mesmo eu que não morro de amores pelo período/estilo, achei as músicas bem agradáveis. É um rockinho alternativo melodioso, bem composto, sem grande invencionismo, mas bacana. É honesto). Happiness Reigns 

- Cut Worms: Holow Ground (Em um mundo onde se pode ouvir Byrds e Kinks, fica difícil para essa banda querer competir. Todavia, seu rock baseado nas canções melodiosas sessentistas é de muito bom gosto. Tem uma aura caipira americana de encontro com composições à la John Lennon na primeira fase dos Beatles que é legal. Boas composições, melodias e arranjos). Like Goind Down Sideways 

- CupcakKe: Ephorize (Extremamente bem produzido, beats elaborados, flow intenso e letras sagazes abordando temas LGBT. Divertido e dançante (tem uma certa latinidade). Se apropria do trap, mas é tão mais rico que prefiro indicar a quem curte o velho rap mesmo). Cartoons

- CupcakKe: Eden (Já familiarizado com o som da CupcakKe, este álbum tinha tudo para não soar tão "diferente", mas sua força interpretativa e beats malucos é instigante. Fora que ela rima demais. Seu trap experimental tem grande pressão). Quiz

- Curren$y, Freddie Gibbs & The Alchemist: Fetti (Embora a temática gangsta rap não cause grande impacto atualmente, a qualidade do flow tanto do Curren$y quanto do Freddie Gibbs é impressionante. Melhor ainda é a produção do The Alchemist, utilizando batidas old school, climas jazzisticos, bases sinistras, apropriação do soul... soando extremamente variado para um disco de 23 minutos). The Blow

- Cruel Diagonals: Disambiguation (Uma bonita pintura abstrata sonora, onde colagens se sobrepõem criando uma narrativa complexa e cavernosa de música ambiente que passa longe do marasmo. Extremamente profundo. Um disco difícil que vale a insistência). Malaise Vague

- CRZKNY: GVVVV (Embora com cheirinho de naftalina dos anos 90, devo assumir que adoro essa linha de produção eletrônica, direta, agressiva, veloz, com baixos nervosos, sintetizadores paranoicos e um clima de que vai dar merda. De desgraçar a mente! Se eu fosse "pagar de DJ" (no sentido canalha de ficar fingindo que toco) adoraria simular estar "tocando" este disco). High

- Dabrye: Three/Three (Muita gente talentosa dando as caras num disco de sonoridade enorme. Tem excelentes beats acompanhados por nomes como MF DOOM, Ghostface Killah, Danny Brown, Quelle Chris, Jonwayne, dentre outros. Oldschool, com pitadas jazzisticas e pesadão). Pretty

- Damn Youth: Breathing Insanity (Thrash metal bazuca calcado na sonoridade old school do gênero. Nem tão pesado, mas urgente e bem trabalhado. O vocal é meio tosco, mas traz uma fúria juvenil bem vinda no estilo). The Audience Wants Blood

- Daniel Bachman: The Morning Star (Já ouviu falar de drone country? Pois é isso que me pareceu. Algo como se o Swans fosse um grupo folk. Arranjos crescentes e envolventes, que trazem uma ambientação rural e uma atmosfera densa. Ótimos violões). Invocation

- David Byrne: American Utopia (Seu primeiro disco solo em 14 anos expõem sua já conhecida fusão de ritmos em um disco de apelo pop numa visão futurista. Soaria mais do mesmo se a produção sempre criativa do Brian Eno em colaboração com o Rodaidh McDonald não saltasse aos ouvidos. Até o Sampha dá as caras. David Byrne ainda tem algo há dizer e isso é ótimo). I Dance Like This

- David Eugene Edwards & Alexander Hacke: Risha (Essa interessante parceria resultou numa obra complexa e de dinàmica épica. Krautrock, drone e pós-punk com pitadas de música folk num disco denso e sombrio. Confesso que demorei para assimilar toda sua riqueza, embora sua enorme produção já tenha logo de cara preenchido todos os espaços sonoros do ambiente). All In The Palm

- Dead Cross: Dead Cross (Achei esse EP melhor que o disco. Mike Patton berrando com poucas vezes vi recentemente. Tudo muito eufórico e criativo. Tem até influência do industrial. Bacana!). My Perfect Prisoner

- Deafheaven: Ordinary Corrupt Human Love (Acho impressionante a capacidade de progressão que o grupo traz nas composições. Aqui não é diferente, embora abusem ainda mais do post-rock (praticamente abandonando o post-hardcore). As palhetadas e o berros de black metal se mantém. Alias, só agora que percebi o bom batera que eles têm. Lindas melodias. Mais um ótimo e bonito trabalho do grupo). Canary Yellow

- Deaf Wish: Lithium Zion (Pense num Sonic Youth, mas sem as composições memoráveis. É isso que temos aqui. Pode parecer pouco, mas para quem adora esporros guitarristicos vindos do rock alternativo (meu caso), pode soar entusiasmante). Ox

- Death Grips: Year Of The Snitch (A tendência é soar repetitivo ao falar do Death Grips, tendo em vista que eles mantém a entranhice rítmica, atitude furiosa e timbres ruidosos tão abrasivos quanto ricos em texturas. Todavia, para quem já conhece o grupo, esse trabalho tende a soar menos surpreendente, o que considero até normal. Nada de errado com as faixas em si. Na verdade o desenvolvimento do disco é até espetacular. Só não existe mais o fator "novidade", embora a esquizofrenice lírica - aqui elevada ao limite - tende a detonar a ação auditiva. É um experimento já estabelecido, mas ainda instigante). Black Paint

- Dear Nora: Skulls Example (Um dream folk bucólico e terno, mas que ganha vida graças a pontuais guitarras. Nada muito alvoroçado, mas de profundidade lirica. Em alguns momentos dá uma caída, ainda assim não é nada mal pra quem não lançava nada há mais de uma década). White Fur

- Demdike Stare: Passion (Confesso que o arrojado som sintético desta dupla em alguns momentos se mostrou tão potente e saturado que chegou a empapuçar. Mas tudo bem, é um risco que vale a pena correr. Fato é que o IDM do grupo é ritmicamente estranho e, embora dançante, bizarramente dark. É bacana). Know Where To Stat

- Denzel Curry: TA1300 (Longe de ser um mero garoto do soundcloud, Dezel se mostra um rapper de verdade através de seu flow tão intenso quanto tranquilo, dono de grande variação interpretativa e de capacidade melódica (vide os refrões). A construção do disco, dividido em climas que caminha para a escuridão, foi de grande êxito estético. Gosto também de como as bases não se restringem a clichês do trap, apresentando motivos experimentais, lúdicos e de tensão). Black Balloons

- Desalmado: Save Us From Ourselves (Essa espetacular banda brasileira num trabalho impecável. Composições fortes, execução visceral e produção moderna. Tipico hardcore/thrash metal (com leves toques de black metal e post-metal) que não faz feio fora do país. Fizeram certo ao passarem a cantar em inglês). Save Us From Ourselves

- Desert Moutain Tribe: (Embora tenha muitas semelhanças composicionais com o britpop noventista (numa linha Oasis mesmo), o grupo ousa e cresce ao recorrer para uma produção mais cósmica, em alguns momentos numa linha shoegaze, em outros numa abordagem até de space rock. No fim, com a participação do Najma Akhtar, cai até mesmo no rock psidocélico. Isso tudo sem abandonar as boas melodias. Muito bom). It's All Good

- Desgraça: Madrugada (Cantando hora a hora de uma madrugada maldita de lazer, esse grupo conseguiu criar um disco conceitual e divertido. Fundiram o rock lo-fi com o funk carioca, o que gerou uma mistureba aparentemente genuína. É lazarento, jovem, noise, pesado, urgente, estranho e divertido demais). 1H (Heavy Dancing)

- Diana Gordon: Pure (Um EP curtinho que traz 5 faixas bacanas do lado mais pop do rap com pitadas do r&b contemporâneo. A voz da moça é bacana. Nada de mais, mas de êxito dentro da proposta). Moment To Myself

- Dirty Projectors: Lamp Lit Prose (Mais uma inquietante e maravilhosa mistura de gêneros embalada numa roupagem estranhamente acessível. Os arranjos nada ortodoxos enriquecem composições que circulam pelo r&b e chamber pop. Tudo muito melodioso, embora "estragado" com timbres ásperos e interpretação singelamente ambiciosa). What Is The Time

- DJ Kl Jay: Na Batida (No Quarto Sozinho - Vol. 2) (O grande DJ dos Racionais no melhor disco solo lançado por um integrante do grupo. Nada muito inventivo, mas é o que há de melhor tem em produção de hip hop. Adoro discos calcados em performance de DJ. Ótimas participações do Aori, Kamau, Sandrão, dentre outros, que dão versatilidade ao disco. Perfeitamente urbano, incisivo e grooveado). Estamos Vivos

- DJ Lilocox: Paz & Amor (É interessante perceber uso de uma célula ritmica que hoje é facilmente associada ao funk carioca sendo utilizada por esse dj português para produzir algo de narrativa mais rica. Muito das origens africanas da música brasileira aqui são recupedas). Vozes Ricas

- DJ Nigga Fox: Crânio (O techno reúne algumas particularidades oriundas da batida portuguesa neste disco de grande riqueza ritmica. Chega a ser delirante a construção das faixas. Experimental, embora sem invencionismo besta. É genuíno). Poder do Vento

- DJ Taye: Still Trippin' (Beats esquisitinhos, timbres de synths que parecem extraídos de celulares antigos. Canções direcionadas para o trap, outras para o trip hop. Entre aparente irregularidade, o disco apresenta momentos inspirados e consistente produção). Get It Jukin'

- Djrum: Portraid With Firewood (Acho que o mais impressioante deste disco é como ele consegue equilibrar com naturalidade climas de música ambient com beats de drum and bass. Variado e criativo). Showreel, Pt. 3

- Donato Dozzy: Filo Loves The Acid (Fazia tempo que o botão de filtro não era tão importante num disco de música eletrônica. Se por um lado o produtor é conservador na escolha dos timbres (e isso não necessariamente é ruim), por outro, o disco caminha numa constante evolução de climas ambient carregados por ritmos pulsantes. É um trabalho consistente e perfeito para quem se interessa por música eletrônica, mas não está disposto a grandes ousadias). Nine O' Three

- Doyle Bramhall II: Shades (É dos discos mais inventivos? Nem de perto. Mas sua incursão entre o blues, soul e pop soa muito bem. Fora que ele é um senhor guitarrista (tem cada timbre, cada solo!). Eric Clapton e Norah Jones dão as caras. Para mim já basta). Everything You Need

- Dungen / Woods: Myths 003 (Embora bastante viajandão, o álbum soa acesssivel e não faz uso de caricaturas psicodélicas para construir seu clima. Muito pelo contrários, algumas melodias na verdade estão até mais próximas de um pouco explorado rock progressivo (mas não empolgue, ainda é "apenas" indie). É um disco bonito e interessante). Jag Ville Va Kvar

- Dylan Carlson: Conquistador (Nessa onda de "drone guitar", esse disco foi um dos mais acessíveis que já escutei. Puxa menos para a distopia e sugere mais um renascimento pós apocaliptico do western americano. Deu pra entender?). Conquistador

- Eagle Twin: The Thundering Heard (Confesso que nos primeiros acordes, seguidos de berros vikins, cheguei a cogitar que seria mais do mesmo. Todavia, o peso instrumental, que fica entre o doom e o sludge, é avassalador. As canções são longas e climáticas. Cada vez que o guitarrista surge com seu timbre voraz carregado por de fuzz que parece cuspido do auto-falante do amplificador, me dá vontade de urrar junto com o vocalista). Antlers Of Lightning

- Earl Sweatshirt: Some Rap Songs (Antes mesmo de ser lançado, já vazavam elogios da crítica à obra. Tinha tudo para ser decepcionante, mas o rapper comprovou que sua visão musical nada ortodoxa encontrou um caminho melhor resolvido. Em apenas 24 minutos ele apresenta 15 faixas de força sentimental que se contrapõe a estranheza da produção. Colagens abstratas, elementos de jazz e drumless/beats confusos (no bom sentido) se amontoam e abraçam seu flow anestesiado. Por tudo isso chega a lembrar o Madvillainy. Um trabalho de grande criatividade e profundidade). Azucar

- Edgar: Ultrassom (Proposta de "rap" extramente inusitada. Há nas produções desde timbres lo-fi/bregas, até referência kraftwerkianas. O flow do rapaz é singular e bastante brasileiro. Destaque para suas sagazes letras. Bem legal). Liquida

- Ed Motta: Criterion Of The Senses (Mais um trabalho absurdo do Ed Motta. Poucos no pop brasileiro são tão talentosos quanto ele. Mais um disco buscando a atmosfera AOR. Tão pop quanto sofisticado. Tem ótimas guitarras. Boas composições, melodias, produção, performance vocal... bom pra caramba). X1 In Test

- Efrim Manuel Menuck: Pissing Stars (O líder do Goodspeed em um disco que, devo confessar, pouco entendi. Longe de ser ruim (tem uma densidade instrumental que prende a atenção), mas é de uma instrospecitividade dificil de alcançar. Não posso não admirar isso). LxOxVx / Shelter In Place

- Elephant9: Greatest Show On Earth (Com timbres setentistas (não é mera referência, o disco realmente parece ter sido gravado na década de 1970), esse grupo norueguês apresenta um rock progresssivo bastante avançado nas composições. Tudo instrumental, dando brechas para um espetacular baterista distribuir levadas absurdas. Em alguns momentos ele lembra o Bill Bruford, em outros o Carl Palmer. Eu juro! Os teclados pessadíssimos, que remetem ao progressivo italiano também saltam aos ouvidos. Fiquei chocado. Um espetáculo!). Dancing With Mr. E

- Elephant Micah: Genericana (Lindas e introspectivas canções de country/folk music que soariam monótona se não fosse a sonoridade rústica e reverberosa da sua produção. Chega a criar profundas texturas minimalistas. Um disco muito bonito). Life B

- E L U C I D: Shit Don't Rhyme No More (O hip hop novaiorquino parece se desvincular de suas tradições (o que gosto!) em um disco de produção ultra ousada. Beats estranhos e bases até mesmo esqueléticas, cheias de espaços que dão uma sensação flutuante as músicas. O rapper tem um flow sério que dita o clima soturno do disco. É ousado). Rza Taught Me

- Elvis Costello & The Imposters: Look Now (Mesmo com tantos discos na bagagem, Costello continua tendo o que dizer. Ao lado do Imposters produziu um pop/classic rock charmoso, melodioso e muito bem composto. Nas faixas mais tranquilas, sua interpretação me remeteu ao David Bowie. Belo trabalho de um artista veterano). I Let The Sun Go Down

- Elza Soares: Deus é Mulher (Embora mantenha as engrenagens que a acompanhou no seu último e já clássico álbum, esse disco tem outra proposta sonora, soando até mesmo mais palatável. É bem mais alto astral, deixando um pouco de lado as esquisitices experimentais (embora ainda presentes) e mais parecendo uma interlocução do afrobeat com timbres modernos. Em alguns momentos remete até mesmo ao pós-punk, por mais absurdo que isso possa parecer. Sua voz não é mais a mesma, mas tudo bem, nada que comprometa a relação com a obra. A relevância temática e a qualidade poética se mantém nas composições (agora com mais espaço para as mulheres), embora o impacto tenda a ser menor. É um disco que mantém a Elza Soares como uma das artistas mais relevantes da contemporaneidade. Nada mal para uma senhora de 80 anos). Clareza

- Emma Ruth Rundle: On Dark Horses (Não é dos álbuns mais inspirados, mas eu particularmente adoro o direcionamento de suas composições e sua interpretação vocal. Fora que é um trabalho bem regular. Não tem faixa ruim). Dead Set Eyesg

- Erasmo Carlos: O Amor É Isso (É verdade que os timbres são zero ousados. Parece que foi mixado por um programador da Nova Brasil FM (e olha que a produção é do Pupillo). Todavia, a bela voz desgastada do Erasmo da vida a boas canções pops de autoria de caras bacanas como Emicida, Nando Reis e Samuel Rosa. É um álbum agradável. Para quem não ia sequer ouvir, embora goste de seus discos recentes, até que eu tive uma grata surpresa. Capa ruim). Pagar Para Viver

- Esperanza Spalding: 12 Little Spells (Poucos artistas da atualidade tem o refinamento melódico da Esperanza Spalding. E o mais legal disso é que toda a complexidade da sua música é equilibrada por sua interpretação singela. Esse álbum a evidencia muito mais enquanto cantora do que como a excelente contrabaixista que é. Arrojadas composições e arranjos. Achei um espetáculo). The Longing Deep Down

- Facada: Quebrante (Paulada nacional bem tocada e bem produzida. Rolo compressor de grind, harcore, thrash, black metal e o escambal. Discão, mas recomendado apenas para quem curte esmurrar a propria cabeça). Estão Esperando Seu Erro

- Fantastic Negrito: Please Don't Be Dead (É "dad rock", mas ao menos soa bem. Gosto deste pé no r&b, o vocal é ótimo, a produção usa de timbres vintages para construir uma sonoridade atual, belas guitarras... é bacana). A Boy Named Andrew

- Father John Misty: God's Favorite Customer (Surfando no prestigio do excelente Pure Comedy, não dá para dizer que o Josh Tillman arriscou muito neste disco. As composições soam até previsíveis, embora sua irônia lirica e interpretativa, as belas melodias e os arranjos grandiosos continuem presentes. Menos inspirado? Sem dúvida, mais ainda falando alto). Just Dumb Enought To Try

- Félix Blume: Death In Haiti: Funeral Brass Band & Sounds From Port Au Prince (Uma ótima banda marcial tocando em velórios no Haiti, em meio a orações, palavras de despedidas, gritos e choros de familiares. Tudo muito real (afinal, é real), orgânico e captado com a imperfeição fiel do momento. Dificil passar ileso diante de uma obra com tamanha força dramática. Incrivelmente em muitos momentos soa divertido. Tão experimental quanto tradicional e documental). Maestro Turenne's Brass Band "LOT BO RYVE A"

- Fire!: The Hands (O post-rock (quase metal, um pouco noise) encontra o submundo do jazz. É instrumental, denso, repetitivo e paranoico). When Here Lips Collapsed

- Fire-Toolz: Skinless X-1 (Claro, é estranho pra caralho, mas funciona. Dentro dessa onda de bizarrices, ao menos essa daqui soa instigante. É como jogar barulhinhos de computadores, guturais de black metal, saturações horríveis, climas de música ambient e ruídos glitch dentro de um liquidificador. É a vaporwave dos infernos). Experience Slips Away

- First Aid Kit: Ruins (As vezes eu digo que um disco é irregular, devido sua oscilação na qualidade de cada faixa. Aqui o duo conseguiu ser irregular numa mesma canção. Não foram poucas as canções em que uma parte A era linda e a B cafonissima. Chega a ser dificil chegar a uma conclusão tamanha confusão que isso provoca. Tendo a acreditar que, apesar dos pesares, no fim tudo soa bem. Se seu lance for pop-folk ou até mesmo a música country americana, vale muito arriscar). Fireworks

- Florence + The Machine: High As Hope (É preciso separar o culto bobo dos fãs do grupo da performance musical da banda. Embora não seja minha onda, é evidente que eles apresentam o pop classudo, muito bem arranjado e produzido. A Florence tem uma bela voz. É um Fleetwood Mac pra nova geração e eu honestamente não vejo nada de errado nisso. Só não gosto muito deste direcionamento "épico/world music" que algumas canções apresentam). No Choir

- Frankie Cosmos: Vessel (É um disco que cresce conforme novas audições. No primeiro instante, dado o canto suave da Greta, pode parecer um tanto quanto "pau-molão", quando na verdade é delicado, crescendo nos momentos necessários e trazendo algo de aconchegante dentro da proposta lo-fi do todo. Muito bem arranjado e com belas melodias. Apostar em faixas curtinhas também muito me agradou. Indie pop dos bons). Apathy

- Franz Ferdinand: Always Ascending (Tem um tipo de música que deve ser muito dificil compor com qualidade. Me refiro ao indie-pop moderninho e dançante. Fazer isso e incluir alguns toques de ousadia, é um grande feito. Se remeter (mesmo que discretamente) ao Roxy Music, ai então acho errado criticar. O Franz Ferdinand fez tudo isso. Gosto como a banda funde bateria pulsante e guitarra funkeada com melodias vocais drámaticas. Ao ouvir o disco só pensava: "bem que o Brian Eno poderia produzi-los"). The Academy Award

- Freddie Gibbs: Freddie (Trap pesado. Produção extremamente encorpada e o Freddie disparando letras de temática gangsta. Um pouco previsível, mas sonoramente poderoso. O fato de ser um álbum curto ajuda. A capa fazendo referência ao Teddy Pendergrass é um destaque à parte). Automatic

- FRIGS: Basin Behaviour (Nada muito criativo, mas essa banda de indie rock traz vultos de Gang Of Four e Sonic Youth em seu som misterioso. Vozes femininas no rock alternativo mais uma vez me ganham). II

- Frog Eyes: Vilet Psalms (Em seu disco de despedida, o grupo aponto para estranhices melódicas e interpretativas bastante influenciadas pelo David Bowie. É um disco esquisitão e bem estruturado de rock alternativo). Little Mothers

- Froid: Teoria do Ciclo da Água (Dentro do pop/trap rap nacional, é dos trabalhos de maior êxito sonoro. Ótimos e criativos beats, mixagem poderosa e grande variedade de flow. Muito bem escrito também. Soa bastante jovem e pop, mas sem abrir mão da inquietação musical. Fiquei surpreso). Blogueira 

- Forth Wanderes: Forth Wanderes (Debut do grupo. Saiu pela Sub Pop, logo, fui ouvir. É um rock alternativo bacana, com vocais femininos e que, por mais que traga nenhuma grande composição, é regular na eficiência sonora. Tem momentos que lembram um Strokes mais esquisitinho). Tired Games

- Foxing: Nearer My God (Existe um tom épico dada a interpretação que acho muito pomposo. Todavia, as composições são tão legais que dá para embarcar na dramaticidade. Sua produção, embora pouco criativa, soa embora enorme. Mesmo sendo o lado que menos me interessa no indie rock, o disco me conquistou. Se você for apaixonado por Arcade Fire, é recomendado arriscar. É tudo que o The 1975 queria ser). Gameshark

- Foxwarren: Foxwarren (Nova empreitada do Andy Shauf. Um indie rock com timbres sessentistas do classic rock. Composições bonitas e bem interpretadas, com elementos melódicos psicodélicos. Nada tão diferente, mas ainda assim surpreendentemente bom). Lost In A Dream 

- Funeral Chic: Superstition (Uma bagaceira tão intensa que é até dificil saber onde começa uma música e termina outra. É um hardcore com pitadas de grindcore num ritmo frenético. Sujo e com direito a vozes de porcos sodomizados). Superstition

- Gal Costa: A Pele do Futuro (Após dois discos "estranhos", Gal volta a apostar no pop classudo que ela fez tão bem no começo dos anos 80. Tá certo que ela não pode mais contar com o arranjos do Lincoln Olivetti e sua voz está um pouco desgastada, ainda assim, o disco apresenta boas canções de uma variedade grande de compositores. Um clima solar e agradável domina as faixas. Ótimas linhas de baixo e arranjos de cordas. Ao contrário do que li por ai, eu achei bacana). Sublime

- Gazelle Twin: Pastoral (Vou ser bem honesto: eu sequer posso dizer que entendi esse caralho. Não sei em que gênero isso enquadra. Talvez seja uma art pop eletrônica bizarra. É um amontoado de timbres sintéticos e vozes manipuladas gerando algo atraente e indecifrável. Acho que tem motivos étnicos, mas não tenho certeza. São 14 faixas de exuberante estranhamento). Better In My Day

- George Clanton: Slide (Jogue melodias vocais pops no liquidificador com beats noventista (meio trip hop, meio acid house) e uma produção cheia de camadas que remete ao shoegaze (mas sem as guitarras). Eis o tipico hypnagogic pop bem sucedido. É instigante). Make It Forever

- Ghost: Prequelle (Não sou dos maiores entusiastas do Ghost, mas deste disco eu gostei. Eles parecem que abandonaram alguns trejeitos teatrais e se concentram nas melodias. O álbum soa muito bem, ao contrário dos anteriores que pareciam um tanto quanto abafados. É um disco sem grande inovação, mas que funciona dentro de um estética do heavy metal tradicional. Apesar de toda a treta, a mudança de formação fez bem ao grupo). Faith

- Giant Gutter From Outer Space: Charred Memories (Por mais que o EP anterior (Set Adrift - 2016), tenha chamado mais a minha atenção, esse disco é um claro amadurecimento deste duo que mistura baixos encopados com bateria jazzistica. Um grupo brasileiro interessante infelizmente restrito a um nicho). Charred

- Giant Jellyfish: Giant Jellyfish (Disco de estreia dessa ótima banda do ABC (região onde moro) que aposta em timbres de fuzz num stoner pesado em envolvente. Os vocais femininos agregam um belo diferencial ao estilo. Um trabalho muito bem construído). This Landscape Of Steel

- Giraffes? Giraffes!: Memory Lame (Um cruzamento improvável de surf/garage rock com math rock e jazz rock. É torto e complexo, mas também divertido. É instrumental). Putzing Around The Underworld Aka The Loser's Journey

- Gnaw Their Tongues / Crowhurst: Burning Ad Infinitum: a Collaboration (Um esporro crocante recomendado apenas para quem curte noise/drone/black metal. Camadas e mais camadas de texturas ásperas. É o tipo de som que mexe quimicamente no organismo. Tem que tá no dia certo, se não é capaz de soar um porre). Nothing's Sacred

- Gnod: Chapel Perilous (Acho que no meio do álbum a coisa desanda um pouco, mas a faixa de abertura e a final são um espetáculo. Paranóico, pesado e abrasivo). Uncle Frank Says Turn It Down

- Goat Girl: Goat Girl (Poucos discos de 2018 trabalharam melhor o formato álbum que o disco de estreia deste quarteto feminino e londrino. As ótimas canções se desenvolvem de maneira esplendida. Tem uma aura de "o rock alternativo encontra o pós-punk", mas não se engane, passe longe de caricaturas e tosquices de infestaram o indie rock do ínicio do século. Aqui é tudo muito bem feito). The Man With No Heart Or Brain

- God Is A Astronaut: Epitaph (Mesmo não estando no auge da inspiração nas composições, o grupo consegue cunstruir camadas, texturas e dinâmica surpreendente. É post-rock dos bons). Medea

- God Pussy: Violência Gratuita Para Todas As Idades (Esse jovem, talentoso e inquieto carioca lançou algumas pérolas de harsh noise em 2018. Todas cobertas por ruídos perturbadores, distorções ensurdecesoras e tantas outras qualidades barulhentas, que dão vida sonora a conceitos bem amarrados. Confesso ter pulado algumas faixas (me perdoe, mas seu trabalho é dificil, cara!). De todos seus lançamentos deste ano, esse me pareceu o mais interessante). Confissões De Um Crime

- Gorillaz: The Now Now (Alinhado a uma grande produção, as composições crescem talvez além de sua capacidade. Se por um lado alguns momentos são bastante bobinhos ("Humility"), em outros há uma densidade emocional interessante. É possível sentir influência de David Bowie nas melhores faixas, vide "Magic City". É um synthpop atual que foge do óbvio). Idaho

- GRITO: Endless (Beseado no quadrinho Sandman, o grupo traduz para sua música a personalidade dos personagens conhecidos como Perpétuos. Além de diferente incursões sonoras dentro do post-rock (passando por drone, black metal e stoner), existe uma ranhura tanto na execução quanto na produção que muito me agrada. Mais um ótimo momento do rock instrumental brasileiro). Dream

- Gruff Rhys: Babelsberg (O eterno frontman do Super Furry Animals num disco que une o pop barroco com canções arranjadas na linha das do Leonard Cohen. Tudo com extremo bom gosto. Muito melódico e até mesmo politicamente irônico). Frontier Man

- Guerilla Toss: Twisted Crystal (É o disco mais acessível do grupo, o que pode ser entendido como um amadurecimento das composições. Tem menos de noise e math rock e mais de new wave e art rock. As melodias vocais e alguns timbre tem uma direção quase infantil, o que dá leveza ao som cabeçudo do grupo. É quase um Devo do novo milênio. Adoro isso). Magic Is Easy

- Guided By Voices: Space Gun (A cada novo disco do Guide By Voices eu penso: "Outro? Nem vou ouvir!", mas acabo dando um chance e saindo maravilhado. Não existem muitos compositores dentro do rock alternativo melhores que o Robert Pollard. Disco maduro e repleto de excelentes melodias). See My Field

- Hailey Tuck: Junk (Aquele clima gracioso e divertido do jazz francês dos anos 20. A moça canta bem, os timbres vintages são uma maravilha e, por mais caricato que seja, a audição do disco é extremamente agradável. Um pouco soft demais? Talvez, mas tá bom). Alcohol

- Hailu Mergia: Lala Belu (Esse veterano tecladista etíope lança seu primeiro em duas décadas e expõem a beleza dos ritmos africanos em solos que deixariam Chick Corea intrigado). Anchihoye Lene

- Half Japanese: Why Not? (Veterana banda ainda se mostrando vigorosa. É mais do mesmo dentro da discografia? Sim, mas isso não é um grande problema. As faixas são boas. Eles ainda soam necessários. Acompanhe enquanto estão vivos). Demons Of Doom 

- Hamilton de Holanda Trio: Jacob 10ZZ (Claro que é maravilhoso! Um dos mais talentosos instrumentistas brasileiro da atualidade homenageando um dos maiores instrumentistas brasileiro da história. É jogo ganho! Com arranjos enxutos e abordagem tão virtuosa quanto classuda no seu caracteristico bandolim de 10 cordas, o Hamilton não soa saudosista, mas sim um legitimo representante dos bons sons. Verdadeiramente lindo!). Pérolas

- Hanna: Demur (Não dá pra dizer que é um EP inovador, mas é grande qualidade sonora. Produções eletrônica sólida, pulsantes e aconchegantes. É tipica deep house que serve de lounge, só que sem ser cafona. Tem ótimos timbres). Cosmic Sleep

- Haru Nemuri: harutosyura (Lembra da personagem Gogo Yubari do Kill Bill? Pois então imagine o que aconteceria se ela gravasse um disco. Pois é! Uma renovação do post-hardcore vinda do Japão. Ou seria uma renovação do j-pop? Fato é que o canto em japonês, em timbre gracioso quase infantil, intercala entre berros e flow de rap. Enquanto isso o instrumental apresenta energia interpretativa em timbres saturados. Tudo muito criativo e divertido). sekaiwotorikaeshiteokure

- Heads.: Collider (Pós-punk, industrial, shoegaze, dark... tudo aquilo que a gente adora no rock alternativo jogado num mesmo pacote. As composições são bem climáticas. O timbre robusto de baixo, as guitarras tão etéreas quanto pesadas, a bateria cavernosa, o canto quase falado... não é grande coisa, mas ao mesmo tempo é tudo que eu gosto. Soa bastante acessivel e moderno). Mannequin

- Heather Leigh: Throne (Demorei para assimilar o que estava acontecendo no disco. Através do pedal steel essa artista alcança timbres épicos e climáticos, que chegam a remeter ao drone. Seu canto exuberante eleva a carga dramática. Boas composições. Bonito e ousado). Soft Seasons 

- Helena Hauff: Qualm (Mais parece um techno descontruído. Tem timbres tão encorpados quanto "amadores". Apresenta uma certa ranhura tipica das produções glitch. Tudo isso causa uma inovação instigante ao gênero. A maneira com que as composições se desenvolvem também é bastante interessante). Hyper-Intelligent Genetically Enriched Cyborg

- Hell To Pay: Bliss (Disco brutal e estranhissimo. As músicas parecem se auto atropelarem em sua fusão eufórica de grindcore, sludge e death metal. É uma cacetada, é doentio e eu gosto). Second Seal

- Hermeto Pascoal: Hermeto Pascoal e Sua Visão Original do Forró (Todos sabem da capacidade criativa absurda do Hermeto. Mas o mais legal neste disco é perceber que, embora ele tenha essa singular qualidade, ele não cai no invencionismo bobo. Aqui ele entrega o que há demais encantador e rico no forró, sem abusar de maluquices sem proprósito. Isso porquê para ser gênio é preciso também saber dosar a mão. E o Hermeto é gênio! Disco maravilhoso). Sivucando no Frevo

- Hermit And The Recluse: Orpheus vs. The Sirens (Um disco de rap cheio de surpresas. A primeira vem das bases, que se abstém de beats óbvios (incluindo drumless) em prol de camadas que criam uma ambientações bonitas, profundas e bastante particulares dentro do estilo. A segunda surpresa é na realidade a confirmação do Ka como um dos grandes rappers da atualidade, que alinha seu lirismo ao engajamento politico e a mitologia fantasiosa, tudo isso dentro de um flow tão tranquilo quanto rico. Uma obra especial). Argo

- High On Fire: Electric Messiah (Primeiro foi a volta do Sleep, depois esse disco. Só podemos concluir que o Matt Pike está inspirado. São canções simples, mas é impressionante a força da execução e produção em verdadeiras pauladas sludge). Freebooter

- Hinds: I Don't Run (Quatro garotas num disco de indie/lo-fi engraçadinho, bobinho e divertido. Nada mais que isso, embora tão simpático que roubou meu coração). Tester

- Horrendous: Idol (Death metal ultra técnico que tem como maior mérito não perder a intensidade tipica do estilo em favorecimento de habilidades individuais. Vocalmente não me interessou tanto, mas instrumentalmente é primoroso, principalmente nos riffs ásperos e nas linhas de baixo fretless. Talvez irregular nas composições, tendo em vista que as faixas finais tem mais força). Divine Anhedonia

- Hot Snakes: Jericho Sirens (Primeiro disco em 15 anos desta banda de post-hardcore. Mas nada de afetação. O que encontramos aqui são execuções viscerais e acordes discretamente dissonantes em canções de peso moderado, mas de grande força fisica). Candid Cameras

- Hop Along: Bark Your Head Off, Dog (Lembram daquelas cantoras dos anos 90 que surgiram com seus violões, acompanhadas por bandas competentes, cantando canções confessionais, com os dois pés no pop e a cabeça no rock alternativo? Pois então, essa daqui faz exatamente isso, mas sem soar datado. O público crescido do Paramore provavelmente até acharia massa. Eu gostei também. É muito bem amarrado e escrito). Somewhere A Judge

- Hprizm: Magnetic Memory (Disco ousado de hip hop, de produção ousada e abstrata, mas sem perder o rumo. A capacidade de rimar também chama atenção em seu massacre verborrágico. 25 minutos bem aproveitados). Resuscitate

- Huey: Ma (Uma aula de como compor riffs massacrantes. É maravilhoso se atentar a progressão das músicas e aos pequenos detalhes de arranjos escondidos em meio as contundentes guitarras. Tudo muitissimo bem gravado. O rock instrumental brazuca (aqui com o pé no "stoner moderno") continua em alta. Bela capa). Adeus Flor Morta

- Iceage: Beyondless (Mais parece um bem sucedido cruzamento do Stooges com o britpop noventista, só que reforçando algumas caracteristicas da origem do rock americano, vindas do blues e até mesmo de arranjos para metais tipicos da soul music. Tudo muito orgânico, com pegada e força das composições. Um excelente trabalho de rock n' roll). Pain Killer

- Idris Ackamoor & The Pyramids (Uma bela amostra deste artista veterano em sua exploração jazzistica em ritmos africanos. Adoro a sujeira do seu sax. As canções se desenvolvem com uma força quase espiritual. Discão!). Soliloquy For Michael Brown

- Iglooghost: Clear Tamei / Steel Mogu (Através de beats complexos (quase dubstep) e timbres "crocantes" tipicos do glitch, esse talentoso produtos constrói dimensões sonoras elaboradas e estranhamente divertidas. O fato de ser dividido em dois EPs deu mais fluidez ao trabalho. É bom respirar diante da doideira). Black Light Ultra

- illuminati hotties: Kiss Yr Frenemies (Em meio a boas canções de indie/power pop, a Sarah Tudzin tem como maior qualidade soar divertida sem ser tonta. Quanto mais rápidas as passagens, mais legal o disco). (You're Better) Than Ever

- Ilsa: Corpse Fortress (Por mais que não seja dos mais criativos, os riff que ficam entre o doom e o sludge são avassaladores. O vocal porquissimo puxado para o black metal somente colabora para o peso gorduroso do disco. Lentamente esporrento). Long Lost Friend

- Imarhan: Temet (Dessa "nova cena" de grupos que saem do deserto da África (principalmente de Tuareg) com seus sons locais fundidos naturalmente em psicodelia, esse grupo foi o que me soou mais palatável. Por mais que ache as outras bandas legais (vide o Tinariwen e Bombino), as propostas tendem a soar um tanto quanto bizarras para mim. Diferente daqui, onde achei tudo muito bonito e coeso. Ótimas composições e espetaculares guitarras). Zinizjumegh

- Imperial Triumphant: Vile Luxury (Uma amostra do estágio avançado em que o black metal se encontra. Trombetas infernais com sotaques jazzisticos em meio ao uma porrada absurda, de riffs complexos, ritmos claustrofóbicos e produção caótica/reverberosa). Cosmopolis

- Immortal: Northern Chaos Gods (Primeiro disco em quase 10 anos, o primeiro após a saída do Abbath. É menos atmosférico e mais porrada. Independente do direcionamento, uma das bandas mais interessantes do black metal. As baterias estão impressionantes). Northern Chaos Gods

- Innumerable Forms: Punishment In Flesh (Uma amálgama que funde a temática e a brutalidade do death metal com o ritmo cadenciado do doom metal, gerando em muitos momentos algo próximo do black metal. Independentemente de qual subgênero se enquadra, é uma paula vigorosa, brutal e intensa).  Firmament

- INVSN: Forever Rejected (A partir de timbres sintéticos, esse grupo invoca o peso, clima e as melodias do pós-punk oitentista puxado para o gótico. As composições são boas). Forever Rejected

- Ipek Gorgun: Ecce Homo (Disco tecnicamente avançadíssimo. Mixagem e climas arrojados. Uma verdadeira sinfônia de timbres eletrônicos. Sua construção lenta torna a audição tão complexa quanto agradável quando apreciada em seu tempo). Neroli

- Iron & Wine: Weed Garden EP (6 faixas em 20 minutos muito bem acabado. O neo-folk do artista ganha tempero quase progressivo via a beleza dos arranjos e das melodias. Bem agradável). Milkweed

- James Ferraro: Four Pieces For Mirai (Parte introdutória de um épico distópico baseado numa era pós-apocaliptica, onde timbres em MIDI, sons de natureza e menção a música renascentista criam um ambiente amaldiçoado pelas tecnologias. Não é nenhum absurdo associar tal criação a uma abordagem erudita. Quem curte new age pode também se interessar. Um trabalho complexo, rico em texturas e de grande valor estético). Mirai

- Janelle Monáe: Dirty Computer (Na enxuta discografia de Janelle, esse talvez seja seu segundo melhor disco. Janelle Monáe novamente coloca em plano sua visão retro-futuristica de música POP (com letras garrafais), agora com muita influência (e talvez até a mão) do Prince e uma temática intimamente sexual e seriamente politica. Um exemplar trabalho de R&B contemporâneo). Don't Judge Me

- Jared James Nichols: Black Magic (É verdade que tem muitos clichês rockeiros, mas isso já era esperado num cara que visivelmente segue a árvore genealógica musical do Ted Nugent e Zakk Wylde. O grande destaque são seus solos, com direito a sua pegada peculiar de mão direita e timbres esporrentos de fuzz). End Of Time

- Jason Becker: Triumphant Hearts (Se o Jason Becker não tivesse a guitarra shred carimbada em sua testa, talvez ele tivesse muito mais prestigio enquanto compositor. Problema pequeno perto de tantos outros que enfrenta há mais de duas décadas. Neste disco, fica nitido não só o prestigio que ele tem no meio guitarristico, mas também o grande compositor que ele é. Um trabalho muito bonito, beirando o emocionante em alguns momentos). Fantasy Weaver

- J Balvin: Vibras (Devo confessar que achava o hit "Mi Gente" um saco, mas é o tipo de faixa que funciona dentro do contexto do álbum. É um pop dançante, que coloca o reggaeton no centro do mundo. Nada de genial, mas divertido e bem feito. Dobrei a língua). Ambiente

- Jean Grae x Quelle Chris: Everything's Fine (Embora nitidamente o álbum traga doses extremas de humor e ironia - a começar pela capa -, o que mais chama a atenção é sua produção abstrata, que não teme timbres extremamente graves, incursões jazzisticas - e até mesmo de ritmos brasileiros -, dentre outras características que proporcionam um disco de enormes texturas. Fora que ambos são grandes Mc's. Que casal!). Gold Purple Orange

- Jeff Rosenstock: Post- (Adoro quando pop punk não parece com o Green Day. Aqui, os arranjos são inusitados, a execução é intensa e as composições tem boa dose de humor. Dá para entender também como um disco descompromissado de power pop. É acima de tudo divertido). USA

- Jeff Tweedy: WARM (Sou fã deste homem. Neste disco solo ele se aproxima bastante de seu objetivo: ser um Neil Young "indie". Dito isso, ignore as besteiras que eu digo e atente-se as letras confessionais do líder do Wilco. Instrumentalmente seu direcionamento pela música folk é feito com autoridade. Bom disco). I Know What It's Like

- Jeffrey Lewis: Works By Tuli Kupferberg (1923-2010) (Basta ler os títulos das faixas para se dar conta que não estamos falando de um disco completamente sério. E isso diante da carrancuda música "folk" atual, é um grande mérito. Adoro o espirito punk da gravação/performance. Falta um pouco de peso, mas sobra em rústicidade. Adorei as composições). This Is A Hit Song

- Jesus Piece: Only Self (Metalcore moderno e juvenil, mas que não soa idiota. Há um desespero real nas composições e na performance. Produção encorpada e agressiva. Perfeito para quem curte o cruzamento do hardcore de rua com o metal moderno repleto de breakdown). Curse Of The Serpent

- J.I.D.: DiCaprio 2 (Com um grave profundo, beats sinistros e um dos flows mais técnicos da atualidade (sem perder a urgência), esse disco flutua entre o trap e o hardcore hip hop. As participações dão variedade ao disco. É cabeçudo, maluco, junkie e "bandido"). Off Deez

- Jim James: Uniform Distortion (O líder do My Morning Jacket em um disco eficaz de rock. Ótimas gruitarras carregadas de fuzz, boas canções e sonoridade crua. Nada muito criativo, mas bem legal). Out Of Time

- Jim O’Rourke: Sleep Like It’s Winter (45 minutos de uma peça que parece uma sinfonia de música ambient. Há um frescor oriundo da tensão na maior parte do tempo. Tudo muito bonito e delirante. Estranhamento, embora com pouca variação, a mim não soou monótono).

- J. Mamana: Nothing New In The West (Ótima estreia. Um disco que atende o indie reunindo elementos da música folk com uma proposta de art rock. Boas composições, melodias criativas, arranjos soberbos, execução primorosa e produção cristalina. Bonito, aconchegante e divertido). Up From Land 

- J Mascis: Elastic Days (É verdade que é mais do mesmo, mas eu adoro o estilo do J Mascis. Baladas melódicas direcionadas ao violão, mas com sua guitarra incendiária aparecendo nos solos. Se por um lado ele canta bocejando, por outro sua interpretação é de grande personalidade. Resumindo: tudo que o Kurt Vile queria ser). Sky Is All We Had

- Jotaerre: Choraviolla II (O guitarrista do Psirico neste espetacular disco que traz o pagodão baiano para uma linguagem instrumental, moderna e calcada na guitarra. Ritmos eletrônicos, levadas swingadas e timbres cortantes formam faixas divertidas, ricas e de grande personalidade. Muito bem tocado e produzido). Açúcar (Cadê o Doce?)

- Joachim Kühn: Love And Peace (Basta um acorde no piano para você flutuar. Execução extremamente caprichosa. Tudo arranjado delicadamente para trio. Sobrou até para os Doors. Disco muito bonito!). Lied Ohne Worte No. 2

- Joe Armon-Jones: Starting Today (Tem groove de afrobeat, solos jazzisticos e uma modernidade/aproximidade sensivel com o hip hop. É um disco riquissimo e de sonoridade grandiosa e dançante. Isso não é pouca coisa). London's Face

- Joey Purp: QUARTERTHING (É um bom disco de rap. Sua voz me incomodou em algumas faixas (não o flow, o timbre mesmo, parece que falta impacto), mas isso não chegou a atrapalhar tanto. A produção tem uma atmosfera criativa dentro um abordagem mais "pop" do hip hop. É bacana). Bag Talk

- Jóhann Jóhannsson: Mandy (Derradeira trilha-sonora deste ótimo compositor. Atmosférico, dark e épico sem ser bobo e genérico. Para quem gosta de música ambient e drone é uma boa pedida. Sem faixa especifica para recomendar).

- Johnny Marr: Call The Comet (3 discos em 5 anos. O eterno guitarrista do Smiths parece incansável. Todavia, devo assumir que de imediato esse pareceu o menos inspirado. Nenhum grande problema, apenas não "bateu" de cara. Mas reouvindo outras vezes fui gostando bastante. É até mesmo o menos óbvio. Tem alguns momentos "pesados" e "experimentais" para o padrões do Johnny Marr. Bom ver uma artista consagrado ainda provocando o seu ouvinte). Hi Hello

- Jonathan Tadeu: Sapucaí (Até queria falar mal, mas eu adoro como o Jonathan escreve. Bobagens inocentes viram reflexões humoradas na sua voz. Musicalmente acompanha a tosquice sagaz de sua poética). Nome Sujo

- Jon Hassell: Listening To Pictures (Pentimento Volume One) (Impressionante ver um senhor de 81 anos com um trabalho tão inquietante e condizente com a cena de música eletrônica minimal contemporânea. Camadas de ruídos remixados criando texturas "crocantes" e "areosas". É um álbum difícil, mas devo confessar que é o tipo de som que gosto de ouvir antes de dormir. É reflexivo). Manga Scene

- Jorja Smith: Lost & Found (Tem uma cafonice do pop radiofônico noventista, mas tem também uma proposta com referências do bom r&b conteporâneo e do trip hop. Sem contar que a interpretação da moça é muito sexy. Produção cuidadosa e grandiosa. É um disco transante). Lost & Found

- Joshua Redman (Ron Miles, Scott Colley & Brian Blade): Still Dreaming (Formalmente o álbum não apresenta nenhuma inovação. Ele chega até a ser um resgate hereditário. Todavia, o clima quase de free jazz, a profundida dos temas, o desenvolvimento dos solos e a aura captada na gravação são tão sublimes que por si só já se justificam. Adoro a soma de sax tenor + corneta). Unanimity

- Joey Alexander: Eclipse (O menino tem 15 anos e já esmerilha no piano. Não somente tecnicamente, mas em construção de climas, na qualidade dos improvisos, na interação com os outros músicos, na beleza dos temas... Disco de jazz com instrumentação enxuta e sem excessos, o que alguns podem enxergar como certo "conservadorismo". Eu achei bem bom. Capa horrível). Moment's Notice

- JPEGMAFIA: Veteran (O rap em um de seus estágios mais complexos. Talvez esteja até mais ligado a música experimental eletrônica do que propriamente ao rap. Produção (dos timbres aos beats) maluca e rica, com referências do industrial. Seu flow voraz acompanha essa doidera. É pesado e estranho. Eu adoro!). Real Nega

- Judas Priest: FIREPOWER (Desde que o Rob Halford voltou, o grupo arriscou em discos ousados e cheios de equívocos. Aqui, num trabalho mais tradicional, eles soam seguros e coesos. É cheio de clichês, mas normal para uma banda de 50 anos. Pensando nisso, é até bastante pesado e moderno. E o Rob Halford ainda tem uma excelente voz. Recomendado para os fãs de heavy metal tradicional. Surpreendente). Evil Never Dies

- Julia Holter: Aviary (Sua inegável linda voz em canções de grande complexidade formal. Arranjos e instrumentação inusitada que transitam entre o pop, folk, jazz, música etérea e até mesmo drones sinfônicos. O álbum soa como um exuberante e abstrato sonho. Em alguns momentos fica até cabeçudo demais, o que não deixa de ser ótimo). Colligere

- Julian Lage: Modern Lore (Alguém ainda tem dúvida de que ele é um dos guitarristas mais interessantes da atualidade? Em arranjos enxutos e numa gravação aparentemente sem overdubs, Julian Lage e sua banda demonstram todo o poder de foto em belos temas e solos ácidos, de timbres ôrganico e frases inspiradas, mas sem forçar a barra (tem suas notas outsides, mas não é cabeçudo). Muito bom!). Splendor Riot

- Kagoule: Strange Entertainment (Com traços do rock alternativo noventista, esse grupo traz ótimas composições, guitarras esporrentas e uma interação de vozes masculina e femina bem legal. Dá para sentir influência do Gang Of Four e melodias angulares tão presentes no indie atual. Inquietante). Monsieur Automaton

- Kai Whiston: Kai Whiston Bitch (Um álbum eletrônico tão cerebral quanto muscular. Sua construção é um amontoado de timbres agressivos e ritmos pulsantes calcado no wonky. Mixagem nervosa que recorre a "defeitos" glitch. Na balada, em volume elevado, dá para entrar em parafuso. Ótima estreia). Passarela

- Kamaal Williams: The Return (Embora seja indiscutivelmente um trabalho de jazz, é tudo gravado e tocado com tamanha precisão, que parece um disco de música eletrônica. Grooves espetaculares e timbres "herbiehancockianos". Altamente sampleavel). Catch The Loop

- Kamasi Washington: Heaven and Earth (Confesso que dei uma atenção especial a este disco. É que adoro como o Kamasi é cuidadoso com o produto final. Olhe para essa capa e me diga se não vale até abrir um vinho para escutar o álbum? Em termos de produção e arranjos, a coisa continua exuberante. Só os coros vocais derivados do spirituals já valem o disco. Isso sem falar nos ótimos grooves. É verdade que alguns solos não são dos mais inspirados ou instigantes, mas nada que interfira na força do álbum como um todo). Connections

- Kamasi Washington: The Choice (Um disco de sobras escondido no trabalho citado anteriormente. Não dá para dizer que as interpretações são menos inspiradas, mas elas parecem mais "soltas", tanto no conceito do formato álbum, quando em seus improvisos). Agents Of The Multiverses

- Kanye West: ye (Como já esperado, seu álbum mais intimista, logo num momento de grandes contradições, declarações polêmicas, dentre outras atitudes tipicas de um ser bagunçado que é o Kanye West. Uma impressionante amostra de "rap-pop" paranóico, com seu ego, bipolaridade, ignorancia e genialidade (musical) jogadas no mesmo saco. Embora os beats sejam ótimos, as letras são mais poderosas que a produção, algo curioso sendo ele o produtor espetacular que é. A capa é meme imediato). Ghost Town

- Kassin: Relax (O Kassin é tão bom produtor (sabe proporcionar ótimos arranjos e timbres interessantes), que até sua voz pequena e sua poética blasé, soam interessantes dentro da conjuntura. No fim o resultado é um pop psicodélico (com toques de Jovem Guarda e soul music brazuca setentista) divertido e muito bem feito).  Comprimidos Demais

- Keiji Haino / Sumac: American Dollar Bill - Keep Facing Sideway, You're Too Hideous To Look At Face On (Se você pensar em por um disco e deixar rolando de fundo enquanto faz outra atividade, definitivamente não escolha esse. Em meio a sua dinâmica variável, berros desesperados, bateria atropelante e guitarras ruidosas criam um ambiente perigoso e abstrato. Isso é o que acontece quanto um pioneiro da música de vanguarda japonesa soma forças ao talentoso Aaron Turner. Disco dificil, mas altamente indicado para que curte post-metal e outros sons intrigantes). American Dollar Bill

- Keith Kenniff (Goldmund): Occasus (Disco muito bonito. Pianos delicados (e até mesmo atmosférico) em melodias que se desenvolvem de forma apaziguadora. Entre o minimal e o erudito. Ouvi antes de dormir e, por incrivel que pareça, não caí no sono (mas dormi tranquilamente assim que o disco acabou). Impressionante). As You Know

- Kero Kero Bonito: Time 'N' Place (Este álbum conseguiu reunir com primor duas facetas bastante em vogas neste ano: a das cantoras indie/inocentes/confessionais, com a sonoridade do j-pop. Tudo isso equilibrado em composições divertidas e, em alguns momentos, até mesmo barulhentas e ousadas). Only Acting

- Khemmis: Desolation (Embora com muito clichês, é um ótimo disco de heavy metal. Extremamente melodioso e ainda assim sem cair no cafona. A cadência sludge dada pelas pesados riffs de guitarras muito contribui para o êxito do disco. Poderosa produção). The Seer

- Kids See Ghosts: KIDS SEE GHOSTS (Um disco dificil. De cara achei tudo muito estranho. Mas a verdade é que o Kanye West trouxe dignidade ao Kid Cudi num ousado álbum de rap-rock. O resultado é até mesmo doentio, principalmente no que se refere aos timbres extremamente saturados, as letras que tão bem retratam a perturbação paranoica do KW, os ousados samples e a inquietação contraditória que eles causam ao encaixarem distúrbios emocionais em belas melodias). Feel The Love

- Kiko Kish: mothe (Impressionante como a artista consegue trazer uma aura pós-punk para um disco de eficiência pop, que transita tanto pelo r&b contemporâneo quanto pelo rap, e com produção eletrônicas classudas. Tudo isso em apenas 23 minutos. Se lançado na década 1980 seria tido como uma pérola pop). Like Honey

- Kimbra: Primal Heart (Confesso que eu tinha bode da moça por conta da xaropenta "Somebody That I Use To Know", mas não é que seu pop é bastante classudo. Seu som tem certas semelhanças com o da Lorde, só que é (para mim) mais divertido e caprichado. Ótimas produções, tanto na escolha dos timbres quanto na construção ritmica das faixas. No final temos algumas baladas bem bonitas, vide em especial "Version Of Me". Grata surpresa). Everbody Knows 

- King Princess: Make My Bed (Mais uma amostra de composições confessionais feita por uma garota. Não é um espetáculo, mas é um bom equilibrio de canções pop com atraentes melodias. O fato de ser um EP curtinho faz com que não empapusse. É um bom debut). Talia

- King Tuff: The Other (Não é uma maravilha, mas em tempos onde as pessoas ficam deslumbradas com Greta Van Fleet, o King Tuff soube como usar ecos do passado (principalmente de rock psicodélico e glam rock) sem soar pastiche. É divertido). Ultraviolet

- Koenji Hyakkei: Dhorimviskha (Após mais de um década em silêncio, esse grupo japonês reaparece verborrágico ao extremo. É o tipico zeuhl, ou seja, jazzistico, vanguardista, frenético e complexo. Arranjos tortos, vocalizações quase eruditas e interpretação tão virtuosa quanto criativa fazem do disco algo bastante divertido. É tanta informação que é caótico. Apesar de toda a doidera, tem balanço. Eu gosto demais. Capa bonita). Vreztemtraiv 

- Konstrukt / Keihi Haino: A Philosophy Warping, Little By Little That Way Lies A Quagmire (Quem curte música de vanguarda e rock in opposition tende a pirar nessa experimentação ácida, freak, free, ruidosa, jazzistica e intensa. É som de malucão, mas que não se perde no propósito. Embora dificil, soa instigante. Sem faixa especifica para recomendação). 

- Kraus: Path (Tá aqui um disco que elevou o shoegaze a sua extremidade. Tudo muito alto, saturado e intenso, embora ali por baixo estejam as bonitas melodias e o clima etéreo caracteristicos do estilo. Soa até um pouco incomodo a urgência sonora do disco, o que não deixa de ser interessante). Games

- Krisiun: Scourge Of The... (Embora seja um disco de "volta as origens do death metal", o Krisiun evoluiu tanto musicalmente, que não dá para considerar um disco old school. É um paulada que vai além dos esteriótipos de peso e velocidade. Tudo muito trabalhado e complexo. Um disco bastante rico. No metal extremo, poucas bandas batem de frente a esse trio brazuca). A Thousand Graves

- Lena Willikens: Selectors 005 (Um compilado que serve de amostra sobre o mundo pensante que existe na cena eletrônica. Tudo muito rebuscado ritmicamente e timbristicamente. Um verdadeiro tratado/mapeamento de grande valor artístico). Sepses

- Leon Bridges: Good Thing (Embora muitissimo prejudicado pela irregularidade do miolo do disco, o começo e fim do álbum são tão arrasadores que não pude deixar de elogiar. Ótimos arranjos e interpretação para uma abordagem mais orgânica da soul music e do R&B). Be Ain't Worth And Hand

- Leon Vynehall: Nothing Is Still (Uma prova de vida inteligente dentro da música eletrônica atual. Composições cheias de classe, mas sem abandonar a intensidade. Com variação de dinâmica, chegando a se apropriar tanto da música ambient, quanto do jazz e até mesmo da música oriental. Muito bem composto e produzido). Trouble - Part I, II & III

- Lil Yachty: Lil Boat 2 (2018, o ano que me rendi ao trap. Claro, o estilo é meio besta, mas veja por exemplo esse disco. Ele é tão jovem e soa tão divertido com tão pouco. A produção fica entre o minimal e o absurdo, enquanto o flow, por mais repetitivo que seja, sempre eleva meu astral. Esse é o poder da música, de impactar mesmo quando reconhecemos não estar absorvendo "grande coisa"). DAS CAP

- Lindi Ortega: Liberty (Canções bacanas, interpretadas por uma belissima voz feminina, produção grandiosa e, até mesmo, um clima dark dentro de uma proposta western-spaghetti de som. Não sei o quão pastiche é, mas soa bem). Afraid Of The Dark

- Lolina: The Smoke (Com timbres aparentemente simples de sintetizadores, ela climas abstratos, ancorado em melodias angulares absurdas e ritmos assimétricos. Não sei nem em que estilo se enquadra isso. Já sua voz é sexy, vulnerável e dark. O mais legal é que não soa presunçoso. Na real soa até amador. Intrigante). Roulette

- Loma: Loma (Devo dizer que fiquei surpreso com a maturidade e a excelência do disco de estreia dessa banda. Doces melodias em canções que percorrem pelo dream pop. Ritmos tribais, além de interferências do krautrock e do pós-punk também fazem parte do pacote. Seja nos momentos mais belos ou nos mais pulsantes, proporcionam arranjos sofisticados e produção robustas. Ótimas composições). Shadow Relief

- Lonnie Holley: MITH (Este veterano escultor expõem valores para a América em suas canções reflexivas, politicas e cheia de balanço, com elementos tanto de jazz quanto de afrobeat. Embora sua voz rachada em alguns momentos me incomode, o clima nebuloso levantado durante todo o disco é penetrante). I Woke Up I A Fucked-Up America

- Lord Fredd33: Norf: The Legend Of Hotboy Ronald (Rap pesadão, que chega a flertar com "modernidades trapianas", mas com uma crueza old school. Baixos encorpados e um flow que, por mais que não faça minha cabeça, é de extrema competência. O álbum tem uma sonoridade musculosa). Norf

- Low: Double Negative (Embora alguns momentos mais monótonos e espaçados tenham me entendiado, no pico da sua produção é um trabalho grandioso. Sua sonoridade abusa de ruídos reverberosos e amontoados. Uma impressionante fusão do slowcore com glitch. Melódico, denso, climático e desnorteante). Disarray

- Lucie,Too: LUCKY (É um EP de 20 minutinhos. Meio pop punk, meio power pop. É bem bobinho, mas fofo. Sentimentos causado por melodias graciosas e o canto feminino em japonês). Maboroshi No Koibito

- Lucifer: Lucifer II (Por mais retrô que possa ser, eu gosto da atmosfera discretamente soturna vinda dessa banda que claramente emula o heavy rock setentista. As composições são bacanas. O vocal feminino evita uma tessitura aguda masculina que deixaria tudo caricato). Reaper On Your Heels

- Lucin: Lucin (4 faixas, nenhuma excelente. Todavia, elas funcionam muito bem juntas. O disco tem uma fluidez perfeita, intercalando canções frias e paranóicas com devaneios guitarristicos e até mesmo um drone. Um dos mais instigantes álbuns nacionais do ano). Prometheus

- Lucrecia Dalt: Anticlines (Através de beats estranhissimos e sons que mais parecem uma colagem de trabalhos do Stockhausen, uma locução pausada cria ambientações interessantes, mas de dificil imersão. Apesar de todos os esforços, sequer posso dizer que entendi. Todavia, sua audição é instigante). Altra

- Lucy Dacus: Historian (Fui escutando e lembrando do Jeff Buckley. Não que exatamente se pareçam, mas tanto a interpretação apaixonada da moça, quanto a beleza dos arranjos, faz com que as canções cresçam e ganhem uma poderosa força, assim como em Grace. Um trabalho muito bonito, de grande lirismo, ótimas (embora discretas) guitarras e qualidade melódica). Body To Flame

- LUMP: LUMP (A espetacular voz de Laura Marling a serviço de canções reflexivas, arranjadas (e aqui entra o Mike Lindsay) de forma que consiga trazer toda a melancolia da música folk e a densidade atmosférica da música eletrônica minimalista. Muito bem produzido. Ótimo ponto de partida para esse colaborativo projeto). Hand Hold Hero (meio Giorgio Moroder, não?)

- Lupe de Lupe: Vocação (O que mais gosto no Lupe de Lupe é a capacidade de ser profundo e politico sem soar blasé. Muito bem escrito. Difícil encontrar no Brasil uma banda que valoriza tanto o lirismo. A interpretação urgente, a produção precária e a proposta de um noise rock melódico é muitíssimo instigante. É jovem e eu adoro). Terra

- Lupe Fiasco: DROGAS Wave (É excessivamente longo? Sem dúvida, daria para cortar uns 30 minutos com facilidade. É o que há de mais ousado no rap atual? Claro que não. Todavia, a performance do Lupe Fiasco é segura (além de liricamente engajada), a produção é tão encorpada quanto cristalina e instrumentalmente apresenta bons momentos dentro do pop-rap. Não posso deixar de ver isso com bons olhos). Cripple

- Mahmed: Sinto Muito (Não conhecia a banda. Achei um disco bonito. Tem alguns clichês de temática, mas inventividade não é o único parametro que faz da música algo interessante. Aqui a produção, os climas e a execução - dentro de uma proposta de fundição do post-rock com o dream pop (e pitadinhas de psicodelia) -, é elegante, relaxante e bem sucedida). Perdi

- Mahmundi: Para Dias Ruins (Teve muita gente que criticou, talvez devido a espectativa que seu ótimo trabalho anterior deixou. No entanto, eu gostei bastante. É um pop agrádavel, solar, de arranjos redondinhos, bem tocado e produzido. Fora que voz e a interpretação da Mahmundi é muito bonita. Quem curte o pop oitentista nacional tende a gostar). Outono

- Mais Valia: Desterro (Escutei essas duas faixas logo depois de ouvir o "Play" do Dave Grohl. Ainda que mal comparando, achei interessante como as propostas musicais são bem parecidas (embora o Dave com todo o misancene que lhe é comum). Nesta onda de post-rock instrumental com riffs quase hard, a banda jauense se saiu melhor. É uma boa amostra de como atrelar dinâmica e climas dentro do estilo para não soar superficial). Desterro

- Makaya McCraven: Universal Beings (Uma compilação de gigs deste espetacular baterista. Interação perfeita com os outros músicos numa amostra de incursão pelo afrobeat dentro do jazz. Existe até mesmo uma força politica na concepção do álbum. Bela capa). Prosperity's Fear

- Makeness: Loud Patterns (Synthrock dos bons! Beats pesados e timbres nervosos de sintetizadores se contrabalanceando com a voz etérea do tal Kyle Molleson. Extremamente dançante. Um projeto pra ficar de olho). Fire Behind The Two Louis

- Marc Rebillet: Marc Rebillet (Antes mesmo de ouvir já fui pensando "não é pra levar a sério", mas é tudo tão bem feito que logo depois me dei conta "por que não?". Claro, ele é bem humorado (para que não o conhece, recomendo seu canal no YouTube). Sozinho, com loops, samples e efeitos, ele cria pastiches divertidíssimos e de grande qualidade musical. Fora que há diversas vinhetas malucas que deixam explicito que sua cabeça é maluca e ultra criativa. Bem legal). Stop That Rape 

- Marc Ribot: Songs Of Resistence 1942 - 2018 (É impressionante a versalidade deste veterano e vanguardista guitarrista. Tem desde canções de country a verdadeiros esporros no wave, todos guardando um simbolodia presente já no nome do álbum. Tem até o Tom Waits cantando "Bella Ciaos". Alias, ótimas participações preenchem todo o trabalho. Disco amplo em qualidade e variedade). Srinivas

- Maria Beraldo: Cavala (Um trabalho que têm como maior êxito não soar blasé. O cuidado com a poética, a versatilidade de seu canto (ora falado, ora melódico), os arranjos nada ortodoxos, que custuram timbres eletrônicos e saturados em ritmos complexos com uma naturalidade impressionante, além riqueza da produção... Tudo com extremo bom gosto. Eu adorei! Vale lembrar que ela fez parte da banda do Arrigo Barnabé). Da Menor Importância

- Marianne Faithfull: Negative Capability (Não sei se é por conta das letras em si ou por perceber o quão bom é ouvir sua voz/lirismo num mundo sem Lou Reed e Leonard Cohen. Seu texto se mantém intacto. Sua voz está claramente afetada, o que não deixa de ser um charme dentro da proposta. Resumindo, dentro de todo um conceito, é um disco bonito e agradável. Obs: Nick Cave marca presença, talvez não do jeito que você imagine). Witches Song

- Marissa Nadler: For My Crimes (Embora tenha achado um tanto quanto repetitivo, é um belo trabalho que traz o lado mais dark da música country. Chega a lembrar o que aconteceria se a Lana Del Rey fizesse um disco influenciada pelo Johnny Cash (isso é um elogio). Arranjos enxutos que elevam a beleza das composições). For My Crimes

- Mark Knopfler: Down The Road Wherever... (Aqui a memória afetiva fala alto. Nada muito criativo, é apenas o melhor "dad rock" possivel. Ele continua sendo um guitarrista espetacular e o fato do seu canto ser "falado", a velhice não atrabalhou seu desempenho vocal. Um pouco longo demais, mas tem ótimas composições. Ah, vale ressaltar a ótima produção que esses medalhões conseguem. Não sei o que é. Deve ser o calor dos esquipamentos equipamento analógicos somados a performance perfeita. Resumindo, um álbum que proporciona momentos agradáveis). Just A Boy Away From Here

- Mark Lanegan / Duke Garwood: With Animals (Não adianta, quando se trata de vocal de rock, Mark Lanegan é um dos meus prediletos. Não só por seu timbre, mas por sua interpretação. Aqui, em arranjos enxutos, puxados para um blues/folk tradicional e dark (e timbres rústicos), isso fica ainda mais ressaltado. Boas composições). Feast To Famine 

- Marquis Hill: Modern Flow, Vol. 2 (Através de seu trompete, Marquis Hill não só comanda avassaladoras performances jazzisticas (com groove e interação arrebatadora), como também convida MC's para elevarem a consciência de suas composições. Adorei a sonoridade limpa e envolvente da gravação). Moments Of Flow

- Mary Lattimore: Hundreads Of Days (É música para dormir (o que não é um problema, já que adoro dormir). Harpas delicadas e cristalinas com toques de melodias orientais em cima de harmonias aconchegantes). Hello From The Edge Of The Earth

- Masayoshi Fujita: Book Of Life (Eu tenho uma predileção por vibrafone. Acho sua sonoridade complexa, profunda e delirante. Todas essas caracteristicas são elevadas neste trabalho introspectivo, sentimental e de calmaria elegante. Recomendado para quem gosta de música japonesa e ambient ou, assim como eu, vibrafones). Book Of Life

- Mathias Eick: Ravensburg (Um trabalho bastante denso deste excelente trompetista. O nome das faixas direcionam a uma emoção bastante pessoal das faixas. Embora seja um disco de jazz, as composições num formato mais fechado e com menos improvisação, remetem quase a música erudita. A utilização de violino no arranjo talvez aflore tal percepção. Profundas melodias e interpretação magnifica). Friends

- Matty: Déjàvou (O talentoso tecladista do BADBADNOTGOOD num interessante disco de chamber pop, que como deixa explico no nome, resgata suas origens musicais. É um tanto quanto desafinado e tosco, o que dá um charme "naif" a obra. Tranquilo, agradável, psicodélico e bonito). Verocai

- Maurício Pereira: Outono no Sudeste (Surfando no hype do seu filho - o talentoso Tim Bernardes -, o pai - eterno Mulheres Negras, Maurício Pereira -, demonstra ser indiscutivelmente ser a raiz deste talento. Textos muito bem escritos, interpretação particular e arranjos elaborados. Quem gosta de MPB na linha do Tom Zé vai se identificar). A Mais (Rubião Blues)

- Mazzy Star: Still EP (Dane-se o que eu achei (é bem bom), o mais interessante é o que constei: a Hope Sandoval é a Lana Del Rey dos anos 90). So Tonight That I Might See

- Maymind: Cheap Storage (Nada muito inventivo, mas certamente um dos melhores álbuns de techno deste ano. Produção transparente e pulsante, ótimos timbres de sintetizadores e criação de climas. Suficientemente bom). Loneliness And A Kick Drum 

- MC Igu: Subliminar (Disparado um dos melhores álbuns de trap nacional. Participações de diferentes MC's dando dinâmica no quesito flow. Composições legais, repletas de ganchos melódicos. Produção robusta, com direito a faixas puxando para um lado dark. Bem bom). Sugee

- MC Rick: Raimunda (Tem que ser muito pobre de espirito para não perceber o carisma, a criatividade e a relevância de discos como o desse MC representante do funk mineiro. Produções maluca, letras debochadas e interpretação genuína. É mais que o suficiente). Cobiçadas do Twitter

- Melvins: Pinkus Abortion Technician (Apesar das inúmeras ao Butthole Surfers, com direito a presença do Jeff Pinkus, esse é o disco mais "classic rock" do Melvins (dado os limites do quão "classic rock" pode ser o Melvins). Sobrou até para uma ótima menção aos Beatles. Resumindo: é discão, claro, é o Melvins!). Grave Yard

- menores atos: Lapso (A fusão do rock alternativo na linha do Foo Fighters com o post-hardcore moderno está longe de ser a minha preferência, mas essa banda brasileira apresenta boas melodias, excelente produção e até mesmo um lirismo valioso. Tudo muito bem tocado, com destaque para o baixista). Lapso

- Merdada: Hang Loose Para Jesus (O encontro do Merda com o Facada originou um dos melhores discos que tem a mão do Mozine. É pesado, intenso, divertido, bem tocado (dentro da proposta) e bem gravado. Queria entender melhor as letras, mas ao mesmo tempo gosto da imundice vocal). Armas de Brinquedo

- Merzbow / HEXA: Achromatic (Sua audição é agradável ou divertida? Não. É mais um disco de música noise que soa um saco? Não. É estéticamente interessante? Sim. Você vai gostar? Não sei. Sem destaque, o disco só funciona como um todo. Pesadíssimo).

- Meshell Ndegeocello: Ventriloquism (A mega talentosa Meshell Ndegeocello se joga na música pop de 30 anos atrás (com direito a Prince, George Clinton e Sade) e apresenta um disco classudo. Tudo muito orgânico e de bom gosto. Extremamente bem arranjado e produzido. Uma embasbacante brisa de excelência com perfil pop que nem condiz com os tempos atuais).  Funny How Times Files

- Meuko! Meuko!: Ghost Island (Experiência ruidosa, pulsante e, em alguns momentos, horripilante, de um produtor isolado que funde sua musical local numa abordagem eletrônica, pesada e moderna, tentando trazer o sentimento de fuga. Bela capa). The Temple 

- MGMT: Little Dark Age (Psicodelia (sem afetação, mas presente nas melodias surreais) e synthpop (sem ser poperô) na mesma dosagem e com grande resultado sonoro. Tudo com apelo indie e ousadia estética. MGMT é o Tame Impala que deu certo). When You're Small

- Michael Beharie / Teddy Rankin-Parker: A Heart From Your Shadow (Com o aval do Jim O’Rourke, esse duo cria um trabalho denso, com belos e estrondosos momentos. Suas experimentações timbristicas são variadas. É um drone arrojado que mescla violoncelos e violinos com inserções eletrônicas). Paper Tiger

- Mika Vainio / Franck Vigroux: Ignis (Disco difícil. Produções eletrônicas de caráter quase cinematográfico (e de terror), dada a densidade das faixas. Nada de ritmos óbvios. Aqui a batida em alguns momentos lembra o movimento da hélice dos helicópteros. Texturas pesadas em timbres que percorre por frequências e harmônicos múltiplos. Beira o industrial e o noise. Extremamente viajandão e rico. Bela capa). Feux

- MIKE: Black Soap (Jovem rapper num disco experimental. Sua inquietação se manisfesta num flow bastante particular, em sintetizadores de repetição paranoica, em faixas que mais parecem vinhetas e em arranjo implicitos, que dão até mesmo margem para imaginarmos beats aqui ausentes. Um complexa e, em alguns momentos, inacessivel construção sonora). Ministry

- Milo: budding ornithologists are weary of tired analogies (É o disco de rap de sonoridade relaxante (apesar de liricamente incisivo). Sua cama pianística é jazzistica, os beats são aconchegantes e o flow é majestoso. Nada muito rebuscado, mas de grande qualidade). mid answer trying to remember what the question is

- Minami Deutsch: With Dim Light (Aqui é onde deixo explicita minha incoerência. Fico falando que acho Greta Van Fleet um saco pois é pastiche de Led, mas quando sai um pastiche de krautrock eu adoro. Talvez por gênero ainda ter para onde explorar. Talvez por não ser pastiche de uma banda especifica (embora bastante puxado para o Can). E olha que a produção magrinha não é das melhores. Mas adorei o krautrock do grupo). I've Seen A U.F.O.

- Mind Over Mirrors: Bellowing Sun (Uma enchurrada de sintetizadores formando desde ritmos repetitivos alucinantes, a verdadeiros drones eletrônicos. Em alguns momentos remete a um Giorgio Moroder ainda mais viajante. Incrivelmete, tudo de beleza ímpar). Feeding On The Flats

- Mirros For Psychic Warfare: I See What I Became (O lado mais industrial do Neurosis e, nesta altura do campeonato, talvez até mais instigante. Pesado, sombrio e rico em texturas. Soa enorme e claustrofóbico. Fiquei surpreso). Body Ash

- Mitski: Be The Cowboy (Em faixas curtas, a artista apresenta um criativo indie pop/rock que se desenvolve irregularmente. No entanto, o teor confessional das canções funcionam. Os arranjos e a produção são em grande parte simples, porém as melodias e a interpretação da moça muito me agradam. De altos e baixos, mas com saldo positivo). Me And My Husband

- Moaning: Moaning (Disco de estreia de uma banda para ficar de olho. Ótimas partes que remetem ao pós-punk dentro de um rock alternativo moderno. Algumas melodias vocais são chatinhas, mas a convicção  instrumental compensa). For Now

- Monte Resina: Aluado Bulimor (E o rock instrumental brazuca mais uma vez demonstrando a sua força, embora infelizmente de alcance restrito. Uma sequência nocauteante de riffs pesados e grooveados. O timbre do baixo está cavernoso. Ao vivo deve ser uma paulada ainda maior). Piloto Uerê

- Mount Eerie: Now Only (No comumente besta e superficial indie-folk, Phil Elverum é uma ovelha negra. Sua música é linda e de crueza natural. Suas composições revivem memórias e soa devastadora, sendo uma sequência natural da força de seu explendido disco anterior). Earth

- Mouse On Mars: Dimensional People (Embora tenha um entra e sai de convidados, o disco consegue soar coeso como um todo. As faixas compartilham produções singelamente eletrônicas. Um álbum de várias cores e nuances). Foul Mouth

- Mudhoney: Digital Garbage (Todos já sabem como a banda soa, não preciso ficar descrevendo. O importante é deixar registrado que esse álbum é uma maravilha. Sobram guitarras envenenadas por timbres ferozes, uma execução bastante energética para tiozinhos e a velha influência dos Stooges falando alto. É o tipico álbum que salva meu dia). 21st Century Pharisees

- Mulamba: Mulamba (É um disco que "lacra". Isso pode ser visto como empoderamento feminino ou como modismo identitário. Mas independentemente de percepções pessoais, o grupo transparece atitude. Fora que adoro como elas inserem elementos do rock dentro de uma estética que costuma ser apenas caricatamente brasileira. Resumindo: muitas reflexões num disco de bom gosto musical). Mulamba

- Muse: Simulation Theory (As pessoas tem muita má vontade com o Muse (me incluo nessa). É verdade que a banda tem uma grandiloquência besta, mas eles não soam mal. Esse disco é mais um exemplo disso. Há uma divertida referência estética e conceitual de um mundo paralelo e temáticas futuristas tipicas da década de 80, embora as composições soem atuais. A produção é absurda (nítida e saturada), tudo muito bem tocado, os arranjos são bons e as faixas em grande maioria são criativas dentro da fórmula da própria banda. Nada genial, mas é legal). Pressure

- MxPx: MxPx (Não espere nada rebuscado. É apenas um pop punk de um grupo que amadureceu bem. As composições são divertidas (tem algumas gordurinhas, mas no geral é legal), o álbum soa vigoroso, é bem tocado... É o tipo de disco que levanta o astral. Já tá ótimo). Uptown Streets

- Nachtmystium: Assassins: Black Meddle, Pt.1 (É ruim, mas é bom. Black metal com trejeitos de classic rock. Chega a intercalar entre o épico e o engraçado. Em muitos momentos não funciona, mas vale a tentativa). Omnivore

- NAG: Nagged To Death (Punk rock imundo e bagaceiro. Beira o metal. Nada muito inovador, mas extremamente intenso. Se sua vontade é apenas ouvir um esporro rockeiro, este disco tem tudo para lhe saciar e oferecer doses de energia). Nagged To Death 

- Nap Eyes: I'm Bad Now (Aquele indie rock melódico, sujo e desengonçado (à la Pavement)que nós tanto adoramos. Nada mais que isso. As faixas dão uma cambaleada em termos de força, mas é tudo bom o suficiente para animar meu dia). I'm Bad

- Natalia Lafourcade: Musas, Vol. 2 (Ao lado do duo violonístico Los Mocorinos, essa excelentes cantora resgata canções latinas que, com nosso distanciamento, soa cinematográfica, mas que na realidade é só o melhor do que foi produzido na música popular e folclórica da América Latina. Tudo muito bonito, climático e até mesmo dançante. É de um lirismo apaixonante). Alma Mía

- Natalie Prass: The Future And The Past (No auge da minha estupidez, prejulguei o disco pela capa. Achei que se tratava de mais uma cantora indie besta. Grande erro! O disco é um retrato de seu tempo. Politizado, mas sem cair na estupida erudição. É mais uma impressão de uma garota no mundo atual. Musicalmente chega ao pop classudo, trazendo referências do AOR e da soul music, mas impressionantemente soando moderno. Tudo muito bem tocado, arranjado e produzido. Grata surpresa!). Ain't Nobody

- Nathan Salsburg: Third Não conhecia esse talentoso violonista e fiquei impressionado com o apelo que esse álbum teve nas tipicas mídias "indies" (Pitchfork, por exemplo). Recomendado para quem curte Bert Jansch e Michael Hedges. Longe de ser genial, mas é bonito e agradável). Impossible Air

- NavesHarris: A Flash Of Feeling (Um disco que funciona dentro de um contexto. Jair Naves sempre foi um ótimo compositor. Agora, ao lado de sua amada, apostou num pop orgânico, "americanizado" e muito bem arranjado e gravado. Nada moderno, nada aparentemente rentável, embora muito honesto e bonito. Embora a voz da moça seja um tanto quanto pasteurizada, soa muito agradável. É o tipico som que eu teria inúmeros motivos para odiar (deveras paumolenga), mas que durante a audição caiu muito bem. Não espero voltar ao disco, mas ainda assim o resultado foi surpreendente. Jair Naves merece ser ao menos uma vez liricamente feliz). Alone / Together

- Nelson da Rabeca / Thomas Rohrer: Tradição Improvisada (Um suiço deslumbrado com a música tradicional nordestina dialoga com essa cultura e traz até a gente. Um registro não só de grande valor documental, mas de graciosidade artística genuína, principalmente nas faixas cantadas pela Dona Benedita. Mas não se engane, há momentos bem experimentais, que provocam mutação nos alicerces da cultura regional). Rebequiê 

- Neneh Cherry: Broken Politics (Excelente ponte entre o trip hop e o neo-r&b. Em alguns momentos lembra o Ray Of Light da Madonna (o que é ótimo). Arranjos soberbos e produção tão robusta quanto cristalina que colaboram ao enfoque politico das composições. Fora que a Neneh tem uma bela/arranhada voz. Grande disco). Faster Than The Truth

- Neko Case: Hell-On (Devo confessar que até então só conhecia a moça pelo New Pornographers. Adorei sua proposta de som, meio folk/country, só que mais drámatico, quase dark e que quando está preste a explodir, se rende a doces (ainda que intensas) melodias. Tudo muito bem arranjado. Talvez um pouco irregular, mas de momentos impressionantes). Curse Of The I-5 Corridor

- Nine Inch Nails: Bad Witch (Neste curto álbum, quando o Trent Reznor (diga-se de passagem, ao lado do Atticus Ross) aposta no rock industrial, ele soa intenso, porém previsível. Jás na faixas mais "eletro-jazzisticas", ele nos lembra o porque de ser cultuado como um dos maiores artistas de seu tempo. Muito bem produzido. Tão saturado quando nítido. David Bowie ficaria orgulhoso). God Break Down The Door

- Nines: Crop Circle (Se o hip hop britânico já se mostra completamente inserido no hip hop mundial, com seu flow até próximo do americano, sua produções ainda trazem uma sofisticação de arranjos e timbres característico, mesmo numa abordagem mais pop do estilo. Esse disco soa incrivelmente enorme). Haze

- Niño de Elche: Antología del Cante Flamenco Heterodoxo (Um trabalho que soaria presunçoso se não fosse esteticamente tão bem sucedido. O flamenco é explorado da sua origem (inclusive com elementos ibéricos) à vanguarda. Nada de estereotipia. Um trabalho sério e de difícil imersão, mas de qualidade cinematográfica, tamanho o poder de comunicação. Tem, incrivelmente, muito da música drone. Longo, denso e experimental). El Prefacio A La Malagueña De El Mellizo

- Nostrum Grocers: Nostrum Grocers (Se fosse o Kanye West teria sido bem mais comentado. Digo isso porque o álbum tem uma vibe experimental e paranoica tipica do Kanye, mas aqui quem dita o ritmo é o Milo e o Elucid. Flow e beats bastantes criativos. Álbum curtinho). where'ing those flowers

- Nothing: Dance On The Blacktop (Um disco de shoegaze que tem como principal mérito não soar revisionista. Ele traz uma certa modernidade e hibridação com outros tendências noventistas, criando algo de personalidade. Tem guitarra pra cacete. Capa estranha). I Hate The Flowers

- Objekt: Cocoon Crush (Produção eletrônica de IDM que foge do óbvio. É encorpada e dançante, mas também rica em texturas e límpida nos timbres. Tão claro que transparece o lado mais intimista e perturbador da noite. Ótimos grooves e baixos). Silica

- Ocean Colour Scene: Ocean Colour Scene (Apenas quatro faixas curtinhas, sendo todas legais. Tem uma doçura melódica inglesa nas melodias. Os arranjos de metais dão o diferencial "psicodélico" da banda. Agora, porque eu fui atrás de um disco deles nessa altura do campeonato, isso eu não faço ideia). Be With You

- Octaviam: SPACEMAN (Embora tenha uns ganchos melódicos que me irritam no pop-rap, as bases são tão bem amarradas e a produção é tão robusta, que de alguma forma sou levado involuntariamente pelo álbum. É interessante como as faixas começam atmosférica e ganham força). Don't Cry

- Odradek: Pentimento (Com caminhos típicos do rock progressivo, mas sem soar pastiche, esse power trio de Piracicaba entrega um disco que cresce nos detalhes de arranjo de cada faixa. Quebradão, moderno e rico). Sacripanta

- O Grande Babaca: É Disso! (Os dramas e humor juvenil em canções que tem como maior mérito não ter pudor lirico e muito menos estilístico. É legal sentir quando um disco foi feito pirando em cada detalhe de produção e arranjo. Ótimos e criativos timbres. É bobinho e divertido). É Disso!

- Okay Kaya: Both (Embora eu não tenha morrido de amores pelo disco, dentro do tal bedroom pop, aqui ao menos a artista transparece melancolia através de boas melodias. É na realidade um dream pop bonito com momentos de grande eficiência musical. Se ela cantasse menos flat seria melhor ainda. Disco tranquilinho para ouvir com a amada(o)). Dance Like U

- Okonkolo: Cantos (É como um afrobeat ainda mais tradicional, que busca nas percussões cubanas um toque latino religioso. Os cantos são transcendentais e de força genuína. É adorável como as harmonias são construídas. É uma música com fortes raízes e que foge do imaginário comum de "ritmos africanos"). Wolenche Por Chango

- Oliver Coates: Shelley's On Zenn-La (Um disco de música eletrônica bastante cerebral e muito bem construído. Curiosamente arquitetado por um celista (que inclusive já colaborou com o Radiohead). Não sei a produção corresponde ao nível das composições e a escolha de timbres. Talvez falte uma profundida maior na mix/master. De qualquer modo, é um trabalho interessante digno de levar o rótulo de IDM). Cello Renoise

- Ondrej Adámek: Adámek: Sinuos Voice (Em tempos de fone de ouvido, onde muitos se esquecem que o som acontece por conta do deslocamento do ar, este compositor de música erudita contemporânea reavalia o ar enquanto instrumento. Interessante proposta para boas composições. De estranha audição). Ça Tourne Ça Bloque

- Oneida: Romance (Embora ache que o vocalista não demonstre a força que as letras conflituosas exigem, instrumentalmente o álbum é muito bem resolvido. Soa como um "krautrock" estranhíssimo e novaiorquino. Adorei também a rispidez da produção). Reputation

- Onyx Collective: Lower East Suite Part Three (Ecos de cool jazz e free jazz num disco que soa charmosamente antigo, mas sem ser pastiche. Bonito perceber o som dos instrumentos se espalhando pela sala de gravação. Ótimos improvisos, pendendo para momentos de pura doidera). 2AM at Veselka

- Orquestra De Las Nubes: The Order Of Change (Mesmo eu que não sou muito chegado em new age, fiquei deslumbrado com vários momentos deste disco. Sua construção é muito bela. A variedade de nuancês sentimentais demonstra inquietação artística. Bonito). Vendrán Lluvias Suaves

- Os Pedrero: Deu Um Treco No Teco-Teco (Mozine e sua fábrica de chorume. Eu adoro). Pessoa Chata

- Otim Alpha: Gulu City Anthems (Diretamente da Uganda, um disco que representa a riqueza ritmica dos país manifestada nas ruas, com aparelhos eletrônicos baratos e que nem por isso deixa de soar robusta, dançante e interessante. Bem legal e, talvez pelo exotismo, até mesmo meio psicodélico). Wilobo Layni

- Ought: Room Inside The World (Embora eu não seja dos maiores entusiastas da interpretação drámatica do vocalista, as canções trazem de volta para o pós-punk um lirismo atraente. Tem boas melodias também, principalmente de baixo, ecoando o Joy Division. Causa dúvidas do real valor do disco, mas no fim convence).  Pieces Wasted

- Ovlov: TRU (Aquele tipico rock alternativo noventista tão sujo quanto bonito. É meio na linha do Dinosaur Jr. A produção soa um tanto quanto abafada, mas as guitarras com fuzz compensam. Disco curtinho, divertido e consistente). The Best Of You

- Pablo's Eye: Bardo For Pablo (Disco poderoso e bonito. Uma natural fusão de techno com trip hop e até mesmo elementos tribais em faixas repetitivas que criam uma atmosfera psicodélica. A nitidez dos graves é impressionante. Surpreendente para um grupo de 30 anos).  Today

- Palberta: Roach Going Down (Tosco, absurdo e bem humorado ao mesmo tempo que estranhamente complexo, vide as pensadas dissonânicas e acentuações ritmicas inesperadas. Os espaços vazios nos arranjos dão uma sensação interessante de amadorismo. Algo meio The Shaggs, mas numa performance pensada e condizente com o indie atual. Alias, aqui também temos um trio de garotas). Cherry Baby

- Panopticon: The Scars Of Man On The Once Nameless Wilderness, Part I (Tem discos que agente escuta e logo percebe que é um produto de uma vida, ainda que distante da perfeição. O cuidado conceitual e no desenvolvimento das composições é nítido. Um épico do black metal, que traz um pouco do lado rural americano, numa abordagem quase pastoral do estilo. É desgraçadamente bonito. Obs: A parte II, mais voltada para a música folk, não me interessou). En Generell Avsky

- Papa M: A Brooke Moon Rises (Se não me engano, é seu primeiro disco após a tentativa de suicídio. Ao menos é assim que soa, ou seja, dramático, denso e solitário. Violões singelos e minimalistas em faixas que tinham tudo para serem repetitivas, mas que são contemplativas e emocionantes). A Lighthouse Reverie

- Parquet Courts: Wide Awake! (Os incansáveis Parque Courts num trabalho que me lembrou o primeiro disco do Camisa de Vênus (!!!). É que por mais que a banda seja tecnicamente imprecisa e a produção não enfoque em timbres pesado, o som da banda soa extremamente denso e cheio de atitude. Temos também como semelhança momentos de grande sagacidade nas letras, aqui de conteúdo politico (mas sem ser pedante). Simples, porém criativo e eficaz. Legal ver a banda despontando na grande mídia através de um disco esteticamente tão bem sucedido). Amost Had To Start A Fight/In And Out Of Patience

- Patrick Paige II: Letters Of Irrelevance (O requisitado baixista em seu primeiro disco solo, percorrendo pelo pop, R&B, rap e até mesmo com toques de AOR. Não é nenhuma pérola, mas é muito bem produzido dentro da proposta). The Best Policy

- Paul White: Rejuvenate (Mais uma demonstração de que o Paul White é um dos mais talentosos produtores da atualidade, só que agora distante dos samples e construindo seus espetaculares beats a partir do zero. Os timbres, o groove, as colaborações vocais... tudo de muito bom gosto e de grande variação em termos de composição). Laugh With Me

- Pense: Realidade, Vida e Fé (Confesso que de cara não gostei muito não. É que tenho certo bode quando as letras trazem "lições pra vida". Dito isso, a produção "moderna" levanta a performance, os riffs são abrasivos e a bateria é transpirante. Fora que há bons ganchos melódicos e líricos (ainda que com o "problema" que já apontei). Dentro do hardcore melódico (na linha do Dead Fish) e post-hardcore brasileiro eles tão com tudo). Matrix

- Phonte: No News Is Good News (Embora não tenha nada de tão memorável, sua "crueza noventista", que investe basicamente em beats retos, pianos jazzístico, boas linhas de baixo e um flow tão convicto quanto relaxado, muito me agrada. Sem contar que, comparado a outros discos de rap da atualidade, é bem curto (33 minutos), ou seja, acaba antes de cansar. É na medida). Sweet You

- Pig Destroyer: Head Cage (Uma cacetada que engloba tudo o que há de mais moderno no metal extremo. Soa no minimo nocauteante. É bacana). Mt. Skull

- Pill: Soft Hell (Uma paulada vigorosa de noise rock com espirito punk, sax alucinantes, microfonias, cozinha gordurosa, vocais femininos de certa forma acessíveis, produção robusta, dentre outras caracteristicas que fazem desse um dos bons álbuns de rock do ano. Não sei se é, mas tem carinha de NY). Dark Glass

- Pinkshinyultrablast: Miserable Miracles (Indie pop bacana com lampejos de Cocteau Twins. Tem faixas bastante boas, principalmente mais para o final do disco). Looming

- Planet B: Planet B (Um electro do mal, de produção frenética e com traços vocais de Beastie Boys. Não é minha onda atualmente, mas é bem divertido). Join A Cult

- Polyphia: New Levels New Devils (Um disco surpreendentemente divertido. Embora explorando técnicas avançadas de guitarra, compassos quebrados, melodias angulares e timbres modernos, ele tem uma força humana presente no groove e na leveza da interpretação. Ótimas faixas. Para quem curte guitarra é prato cheio. Mateus Asato, Jason Richardson e Yvette Young dão as caras). Saucy

- Poppy: Am I A Girl? (Em algum momento deste milênio, todos nós concluímos que a música pop ficou superficial. Pois bem, chegou a hora de admitir que essa superficialidade deu a volta. Eis um exemplo de como um disco de uma youtuber, repleto de clichês, de produção extremamente sintética, pode soar criativo e divertido. Tem muito do synthpop, do pop noventista e, estranhamente, do hard rock oitentista (vide a faixa que nomeia o disco). Fora as letras toscamente paranoicas. É claramente irônico (a "X" deixa claro isso). Encare com humor). Time Is Up

- Portal: Ion (Baita desgraça! Esse grupo de death metal faz o Krisiun parecer uma banda de hard rock. Tudo muito veloz, caótico e desesperado. Os riffs ruidosos quase se atropelam. A produção reverberosa também não ajuda (e não ajudando, ajuda a criar o clima cavernoso). Confesso que achei uma audição dificil e intrigante). Olde Guarde

- Post Animal: When I Think Of You In A Castle (Ecos psicodélicos em canções de grande apelo melódico, chegando a flertar com o progressivo. Mas não se engane, atende muito bem ao indie. Já os timbres estridentes provocam atração nos fãs de classic rock. Bons arranjos. Composições irregulares, mas sempre acima da média). Gelatin Mode

- Post Malone: beerbongs & bentleys (Com o trap/pop-rap tão em alta, não me espanta o sucesso deste disco. Post Malone aperfeiçoou o estilo, apresentado mais profundidade/variedade melódica e diferentes interpretações num estilo comumente repetitivo. Ele consegue soar introspectivo em faixas absurdamente pops. Adoraria falar mal, mas a verdade é que as músicas são atraentes, muito bem produzidas e grudam na cabeça. É o pop-trap em seu auge). rockstar

- Preoccupations: New Material (Um disco que cresce conforme novas audições. Se as composições são menos inspiradas que no disco anterior, por outro lado a produção nebulosa, os padrões rítmicos hipnóticos e complexos, além da sempre ótima apropriação do pós-punk, proporcionam um material de grande qualidade). Antidote

- Primo: Amici (Acho incrível como ouço traços de The Shaggs em diversas bandas atuais. Eis mais um exemplo. Tudo extremamente cru, mas criativo. Os vocais dobrados dão clima estranhamente assustador. É uma performance ingênua, embora bastante vigorosa). Family Dinner Club

- Proc Fiskal: Insula (Seria uma regurgitação do grime se as escolhas timbristicas não soassem tão modernas. Sendo assim, soa como uma homenagem em forma de sobreposições sonoras a música eletrônica inglesa via um produtor talentoso. Beats desconcertantes e complexos. Uma montagem cuidadosa de elementos sonoros que parecem valiosos e pesados cristais). Dish Washing

- Protomartyr: Consolation EP (4 musiquinhas, sendo quem em duas esse excelente grupo atual de pós-punk soma forças com a Kelley Deal. É denso e ríspido, tanto nas composições quanto na gravação. É para deixar atento e ansioso por um novo disco). Wheel Of Fortune

- Protomartyr / Spray Paint: Irony Prompts A Party Rat (Duas faixas inspiradas, sendo a segunda uma das melhores do grupo. É dark e estranhamente divertido). Bags And Cans

- PRyhme: PRyhme 2 (Sou fã do DJ Premier! Acho seus beats, produção, scratches e samples primorosos. Não posso dizer que me atentei a valer para as letras do disco, mas o flow do Royce 5'9'' é sonoramente um dos mais intensos e interessantes do rap. Sendo assim, mesmo que esse disco tenha alguns excessos (#voltemdiscosderapde35minutos), o trabalho é coeso e muito me agrada). Everyday Struggle

- Pusha T: DAYTONA (Pusha T disparando o verbo contra todos enquanto (sobrou pro Drake, coitado) Kanye West demonstra o porquê de ser um dos maiores produtores da história rap. 7 faixas em 21 minutos embaladas numa capa polêmica. Não há espaço para equívocos). Come Back Baby

- Qui: Snuh (Eis o que aconteceria se o Gentle Giant lançasse um disco de noise rock. É bastante progressivo em suas melodias vocais e polifonias, mas tem o esporro típico do rock alternativo noventista. Isso sem falar no ritmos quebrados. Surpreendente, humorado, caótico e interessante. Adoro essas capas horríves). You Can Call Me Shiny

- R+R=NOW: Collagically Speaking (De cara é preciso dizer que o nível dos instrumentista aqui presentes é acima da média. Dito isso, fica ressaltado que qualquer critica é dentro de parâmetro alto. Robert Glasper lidera um time de músicos espetaculares em faixas que trazem improvisos jazzisticos e um groove do r&b contemporâneo. Adorei a clareza dos timbres (principalmente essa caixa com muita esteira, acho foda!). Não é genial, mas é brilhante. Linda capa. Merece a compra em vínil). Resting Warrior

- RAM: RAM 7: August 1791 (O mais interessante deste discos é perceber enormes semelhanças da música tradicional haitiana com o que é feito no Pará e, até mesmo, no carnaval da Bahia (vide "Otsya"). Álbum sacolejante, divertido, ritmicamente fantástico e sonoramente poderoso). Dawomen Dakò

- Ras G & The Afrikan Space Program: Stargate Music (Embora apontando para diferentes vias eletrônicas, o disco soa coeso como um todo. Talvez por preservar uma inquietação interessante na escolha de timbres e no desenvolvimento de cada faixa). The Great Return

- Rashid: Crise (Devo confessar que, antes de ouvir esse disco, eu não enxergava o Rashid com bons olhos. Achava que seu rap era um tanto quanto descartável. Ele é, sim, mais pop, mas também de grande valor. Nas letras surge uma necessidade de auto-afirmação (talvez justificada nos preconceitos de seus não-ouvintes, vide meu caso) que seria monotemática se ele não escrevesse também. Seu flow parece maduro. A produção, embora nada inventiva, é encorpada e atende ao pop. Bom e surpreendente, parte por culpa da minha ignorância. Vale lembrar que ele lançou as faixas anteriormente como singles e somente depois as uniu no álbum. Uma forma interessante de lidar com os formatos e o mercado). Primeira Diss

- Ravyn Lenae: Crush EP (EP curtinho de pura música pop moderna, dançante, ousada e sem enrolação. Tem o pé fincado no R&B. Muito bem produzido. Quem dera a música pop fosse sempre assim. Bonita capa). Sticky

- Rempis/Reid/Abrams: Ithra (Claro, não é som para todo momento. É piração. Sax, violoncelo e baixo acústico reagindo um ao outro. Uma amálgama de timbres e ideias espontâneas que brotam de improvisos jazzisticos/vanguardistas. Por tudo isso dá para perceber intenso frescor). Sister Cities

- Restorations: LP5000 (Demorei para concluir se tinha gostado ou não deste disco. Conclui que sim tomando algumas caracteristicas com fundamentais: é curto, é melódico e tem boas composições. Parece um "emo adulto". Sei lá. É um pop rock bem feito, nada mais que isso). Remais

- Rico Nasty: Nasty (Ao ouvir o disco, deu a entender que pouco importa a opinião do ouvinte. Ela vende seu rap moderno e furioso com tanta convicção e energia que eu acato a sua verdade. É sacana, é festivo e de produção "rocker". É massa, mesmo irregular). Trust Issues

- Richard Swift: The Hex (Disco póstumo deste talentoso produtor, compositor e multi-instrumentista. Qualidade melódica acima de tudo. Belos arranjos que fundem estruturas orquestradas de chamber pop com timbres glitch. Bonito, graciosamente divertido e sentimental). Broken Finger Blues

- Richard Thompson: 13 Rivers (Vou salientar a qualidade deste disco com uma obviedade: o Richard Thompson está tocando guitarra pra caralho. Fora que pra um senhor que veio da música folk, seu disco não soa nada "dad rock". É classudo, mas não careta. Boas composições). The Storm Won't Come

- Rivers Of Nihil: Where Owls Know My Name (Esse disco une três subvertente do metal das que menos me interessam: death metal melódico, metal progressivo e metalcore. Sua produção polida (com direito a bateria triggada no talo) costuma me bodiar. Todavia, gostei muito das composições, dos arranjos e da performance. O guitarrista é ótimo. As passagens de sax soam com frescor dentro do estilo. Fiquei surpreso). The Silent Life

- Riviera Gaz: Connection (Grupo formado por membros do Forgotten Boys e o batera do Sonic Youth. Nada muito criativo, mas é bacana. Rock descompromissado pra deixar rolando enquanto toma cerveja com os amigos. E como eu adoro cerveja com amigos, é bacana). Cowboy

- Roger Daltrey: As Long As I Have You (Aí eu até me rendo ao "dad rock". O Roger Daltrey ainda tem uma grande voz. Pete Townshed dá as caras em diversas faixas. Até mesmo o Nick Cave rouba a cena. Ótimo repertório baseado em baladas soul com atmosfera do rock sessentista. Nada muito criativo, mas de grande qualidade quando assunto é rock n' roll). How Far

- Rogério Skylab: O Rei Do Cu (Por mais escatológico ou absurdo que possa ser a obra do Skylab, sempre o considerei um compositor sério e inquieto. Neste trabalho não posso dizer que ele foi criativo, mais parecendo uma cópia de si mesmo, atendendo as espectativas com as esquisitices que seu público encara apenas com humor. Sendo assim, não é um trabalho que desafia, mas funciona dentro de sua fórmula). Cara de Cu

- Romulo Froés: O Disco das Horas (Não bastasse o Romulo Fróes ser um excelente compositor - sendo até mesmo provocativo em alguns momentos - ele ainda se cerca de gente muito talentosa, que elabora arranjos inteligentes para suas letras arrojadas. Um disco enigmático e até mesmo conceitual. Poucas coisas no Brasil são mais instigantes). Sétima Hora

- Rosali: Trouble Anyway (Um disco que caminha entre o soft rock e a country music, mas com extremo bom gosto. Tem ótimas passagens de guitarra, um clima quase de jam em alguns momentos instrumentais e adoráveis melodias vocais interpretadas com muita profundidade. É bem bom). Silver Eyes

- Rosalía: El Mal Querer (O maior êxito deste álbum é fazer a ponte entre a música flamenca tradicional com o pop contemporâneo. A qualidade interpretativa da Rosalía é inegável. As melodias vocais complexas e adoráveis, somadas a um instrumental que envolve desde palmas características do estilo até beats eletrônicos modernos, são tão viajantes quanto sensuais). Que No Salga La Luna

- Ross From Friends: Aphelion EP (Quatro músicas leves, dançantes e POP. Nada mais que isso. Um caminho seguro e agradável da música eletrônica). Don't Wake Dad

- RP Boo: I'll Tell You What! (Faixas pulsantes, com graves poderosos e ritmos tortos. Têm referências do house, dub, dubstep e hip hop. Alguns sons sobrepostos parecem colagens. Um trabalho primoroso na escolha dos timbres e na criação de espaços que dão respiro aos beats. Tudo isso para dizer que esse veterano do footwork ainda têm algo há dizer). Cloudy Back Yard

- ruído/mm: A É Concavo, B É Convexo (Definitivamente um dos grupos brasileiros mais interessantes da atualidade. É um post-rock instrumental com pitada de dream pop que tem como grande mérito trabalhar a construção das faixas (na verdade de todo o disco) com um cuidado impressionante. Muito bem tocado e produzido. Adoro como as composições crescem. Alguns momentos são exuberantes). Volca

- Ryosuke Kiyasu: Ritual Offerings (Baterista experimental que vêm chamando atenção de forma memetica por conta de suas performances enlouquecidas, onda literalmente ele rola com a caixa do bateria, parecendo brigar/domar o instrumento. É maluquice e por vezes "sem sentido"? Sim, mas tem carisma e, ouvindo esse disco, há um elemento cênico encantador nas suas performances. Fora a captação ser tão crua que parece que estamos no mesmo ambiente. 20 minutos de doidera. Sem destaque).

- S4U: Heart 2 Say (Chega a ser estranho como canções que remetem ao pop noventista tenham um acabamento tão refinado. Beats pesados, timbres cristalinos de sintetizadores e uma atmosfera do r&b contemporâneo e do trip hop. Boas melodias vocais da Rosita Bonita. Agora uma dúvida: de quem é essa voz em português que aparece sampleada na "Smile"?). No Ego  

- Saba: CARE FOR ME (Muito tem se falado da ascensão do emo via o rap, do qual comercialmente pode até funcionar, mas que ainda não rendeu bons frutos sonoros (vide Lil Peep e XXXTentacion). Uma fusão de emo com rap para mim soaria como esse disco aqui, dono de boas melodias, momentos introspectivos e reflexivos, além de um ambientação jazzistica. Não é espetacular, mas aponta para algo interessante). FROM / KING

- Salad Boys: This Is Glue (Sabe aquela influência de pós-punk e garage rock que tinhas as bandas de indie rock pós-2000? Pois então, é isso que essa banda traz atona. Mas com duas vantagens: as composições tem um pé cativante no power pop e a execução tem testosterona). Psych Slasher

- Sarah Davachi: Gave In Rest (De cara achei monótono. Todavia, involuntariamente embarquei na viagem proposta através de sintetizadores analógicos. Com uma nitidez impressionante, a compositora apresenta sons lineares, longos e profundos. É algo entre o drone, a música ambient e a música renascentista. Dias antes de ouvir o disco, assisti ao show do Nick Cave e, antes do espetáculo, ecoava pelo PA algo nessa linha. Que bom eu ter dado nova chance ao disco. Tem que estar no dia certo para gostar). Evensong

- Sarah Louise: Deeper Woods (Eu chamaria isso aqui de música folk etérea. Influência celta, timbres cristalinos, arranjos atmosféricos e vocais que parecem escorrer em camadas de angústia e beleza. Um trabalho belo e complexo). Up On The Ridge

- Screaming Females: All At Once (Embora considere que o disco oscile nas composições, isso se deve mais a faixas muito boas do que queda brusca de qualidade. Algo nas melodias e no timbre de voz da Marissa Paternoster me soa "mistico" (comparando, assim como me soa "mistico" - na falta de uma palavra melhor - a voz da Grace Slick). Fora que tem excelentes guitarras. É indie, mas também classic rock (sem soar babaca). É um ótimo e energético disco de rock). Black Moon

- Sen Morimoto: Cannonball! (Disco de estreia de um rapaz que funde jazz com rap, prometendo não agradar os fãs de nenhum dos estilos. Soa mais como música esquisita contemporânea, de arranjos bizarros e êxito musical questionável, embora eu aprove. Ele é um ótimo saxofonista). How It Is

- Seun Kuti & Egypt 80: Black Times (O mais genuíno afrobeat sem invencionismo classe média. Para mim é mais que o suficiente. De riqueza sacolejante). Theory Of Goat And Yam

- Shame: Songs Of Praise (Disco de estréia dessa banda inglesa. Traz alguns bons clichês do pós-punk que, somados a visceralidade jovem dos integrantes, resulta num disco denso e energético). Dust On Trial

- Shannon Shaw: Shannon In Nashville (Ela tem vozeirão e as músicas são bacanas. É um pastiche descarado do som do Roy Orbison? Sim, mas isso até pode ser bem vindo dependendo do dia. Destaque para a produção grandiosa do Dan Auerbach, aquele que é melhor nos créditos do que em seus próprios trabalhos (cornetadinha de leve)). Freddies 'n' Teddies

- Shy Boys: Bell House (10 canções em 22 minutos. É um pouco bundão, mas é bonitinho. Um indie rock moderninho vagaroso com tempero de chamber pop sessentista, tanto nas melodias quanto nos arranjos vocais). Disconnect

- Sigus Rós: Route One (Lembram quando o Sigur Rós fez aquela maravilha de musicar uma viagem por toda a costa da Islândia? Foi demais, tanto na amplitude de sua beleza, quando na inviabilidade de sua apreciação. Sendo assim, uma edição com os melhores momentos veio a calhar. É disso que se trata esse ótimo e atmosférico disco. O nome das faixas em coordenadas corresponde a exata localização em seu vídeo inicial. Honestamente não sei apontar uma faixa como destaque).
- Silent Servant: Shadow Of Death And Desire (Disco curtinho. Meia hora de uma intensa fusão de techno e pós punk. Bastante noturno, encorpado e dançante. Bacana). 24 Hours

- Sinistro: Sangue Cássia (Embora não tão bom quanto o disco anterior, o espetacular Semente, esse grupo portugês continua primoroso na sua fusão de post-metal com fado. Tão intenso quanto melodioso. Um dos poucos casos em que o adjetivo "bonito" cabe para um disco de heavy metal. Um dos poucos casos em que o "épico" no heavy metal não é cafona). Cravo Carne

- Ski Mask The Slump God: BEWARE THE BOOK OF ELI (Um exemplo claro do desenvolvimento do trap. Extremamente criativo, jovem, engraçado e até mesmo psicodélico. É a coisa mais inteligente a ser ouvida? Não, mas tá longe de ser bobagem. O fato de ser curtinho ajuda a não desandar). CHILD'S PLAY

- SKYGGE: Hello World, Composed With Artificial Intelligence (Primeiro disco a ser 100% feito com inteligência artificial. Codificaram centenas de compositores e o software originou essa bagaça. Devo dizer que achei interessante as soluções harmônicas e melódicas. Achei que viria algo na escola Max Martin de produções, bem quadradão, mas até que é sonoramente ousado. Não para levar muito a sério, mas vale como curiosidade. Sobrou até para o "Samba de Uma Nota Só"). In The House Of Poetry

- Slaves: Acts Of Fear And Love (Entre microfonias ruidosas, berros descompromissados e uma energia contagiante, esse grupo apresenta um punk glam tosco e divertido. É som pra moleque abestado, o que não deixo de valorizar dentro do rock). Bugs

- Sleep: The Sciences (Após 15 anos em silêncio, o trio volta imbatível com seu peso doom/stoner/sludge monolítico em timbres cascudos e de grande efeito psicótico. São canções longas, que embalam o cheiro de maconha e a poeira cósmica de seus riffs sabáticos. Lazarento de bom). Antarcticans Thawed

- Slow Mass: On Watch (Disco de estreia de uma banda que faz a ponte entre o rock alternativo noventista com post-hardcore. Quanto mais lentas as canções, melhor as performances. No caso do baterista, nas mais veloz ele chegar a soar chato. Por sorte dos ouvintes, tem muitas canções lentas. Ótimos vocais femininos. O disco tem uma crescente de qualidade composicional enorme). Suburban Yellow

- slowthai: RUNT (EP com alta carga de "energia errada". Produção abstrata de grime, notas de cordas em cascata, beats desconexos e interpretação vocal irresponsável em sua agressividade. Fora que sua construção é cinematográfica. É poderoso). Slow Down (Santa)

- Smerz: Have fun EP (Essas duas garotas norueguesas elaboraram um trabalho que me deixou contente por sua amplitude. Através de esqueléticos beats, elas produziram a tão difundida música POP com flerte de R&B, mas sem os vicios das tendências americanas. Embora de pequeno alcance vocal, tudo encaixa muito bem com enormes timbres eletrônicos. Estranhamente aconchegante). Oh my my

- Smoke Dza: Not For Sale (É um disco de rap polivalente. É moderno, mas têm as referências do hip hop old school explicita. Soa conciso, mas incrivelmente pop e leve. Não é inventivo, mas isso não quer dizer que não seja criativo. É definitivamente um bom disco. Ótima capa). The High

- Soft Machine: Hidden Details (Primeiro disco do grupo em sei lá quantos anos. Se por um lado o álbum não tem a força dos trabalhos iniciais da banda, por outro é espantoso como o grupo continua na vanguarda. Esqueça os vestígios de rock, eles agora são uma banda de jazz. O guitarrista John Etheridge rouba a atenção (ele é extremamente ousado), embora com excelentes passagens de sax. Impressionante). Hidden Details

- Son Lux: Brighter Wounds (Para canções de grande apelo melódico, o grupo recorre a experimentações interessantes no instrumental, que por horas soa raquítico em seu minimalismo estrutural e em outros momentos enorme em suas grandiosas produções. A interpretação frágil do vocalista e a irregularidade rítmica dá um caráter dramático as canções. Tudo isso resulta num trabalho introspectivo e bonito). Surrounded

- Sons Of Kemet: Your Queen Is A Reptile (Aquela tão maravilhosa - e hoje nem tão em voga - incursão da música inglesa pelo dub e afrobeat. Outrora essa fusão se fez presente nos grupos punks, mas hoje se faz valer neste talentoso grupo de jazz. O uso de duas baterias e tuba faz tudo soar grandioso. Ótimas jams em canções de perfil politizado. Uma busca por cada mulher homenageada nas faixas é garantia de conhecer personagens importantes da história). My Queen Is Angela Davis

- SOPHIE: OIL OF EVERY PEARL'S UN-INSIDES (De cara me soou como o que aconteceria se a Kesha entrasse no Death Grips. Isso não é uma critica, na verdade adorei a ideia de usar uma produção pesada, grave, saturada e mecânica em canções de perfil pop (embora perca a abordagem pop dada a violência sonora). Para não cair na mesmice e gerar uma boa dinâmica de texturas, faixas nem tão inspiradas numa pegada mais etérea adentram a obra, dando fluxo ao disco, embora soando claramente menos instigantes). Faceshopping (que, diga-se de passagem, estranhamente me lembrou "Todo Mundo Quer Amor" dos Titãs).

- So Stressed: Pale Lemon (Sabe quando as bandas de post-hardcore dão uma aliviada no som, pretendendo soarem mais adultas e melancólicas? Pois é, eis um caso. Tem uma porção de boas composições aqui no meio. Gosto do direcionamento melódico de várias faixas. O que me incomoda um pouco é o tom blasé da proposta). Onion Paper 

- Speedy Ortiz: Twerp Verse (Uma junção da sujeira grunge com um apelo melódico do rock alternativo noventista e guitarras estranhas. Tem uma aura de Pixies, mas com composições nem tão boas, claro). Can I Kiss You?

- Spiritualized: And Nothing Hurt (O grande Jason Pierce ressurge num belo álbum, onde mesmo com a voz desgastada, ele soa entregue a obra. A força do disco se dá principalmente nas composições. Os maravilhosos arranjos psicodélicos, caóticos e bem estruturados muito colaboram para êxito sonoro. Um álbum de grande apelo melódico. Rock tradicional (principalmente nas jams), alternativo, explosivo, espacial, intenso e bonito). The Morning After

- Ssion: O (A perfeita definição do alt-pop, onde com irônia e timbres cavalares, o pop se apropria do indie rock, resultando em faixas dançantes e de grande força sonora. Não é minha onda, mas é de eficiência gigantesca). Marc & Me

- State Champion: Send Flowers (Um country rock que embora tenha ecos desde Bob Dylan a Wilco, tem uma "aura indie" que se encaixa na contemporaneidade. Adoro os timbres vindo de amps valvulados, a delicadeza febril das composições e inclusão de violinos tipicamente caipira nos arranjos). Death Preferences

- Starcrawler: Starcrawler (Não é para levar muito a sério. Glam rock, hard rock e punk rock em canções pastiche que, por mais bestas que sejam, são divertidas. Tem um saturação atraente. Produção do Ryan Adams). Love's Gone Again

- Starlito: At WAR With Myself... (Embora não seja o tipo de som que eu mais curto (um east coast hip hop já próximo ao trap), ele demonstra qualidade interpretativa, variação de motivos, refrões melodiosos, exploração de samples, bons beats, produção robusta, cuidado lirico... são muitas caracteristicas positivas. É um disco de rap bem confessional). Crying In The Car

- Steven Julien: Bloodline (A música eletrônica britânica de volta a sua origem braçal e estranha. Ao que consta, esse produtor se cercou de antigos equipamentos da Roland e produziu esse disco altamente encorpado, mecânico e interessante. É de tremer paredes). Roll Of The Dice

- Stephen Malkmus & The Jicks: Sparkle Hard (Por mais que adore Pavement, devo confessar que nunca havia me atentado ao trabalho solo do Malkmus. Ele ainda soa relevante, sem fazer concessões a sonoridades modernas, mas também sem soa preso ao passado. As canções são energéticas, sagazes e cheia de vida. Tem sua "tosquice blasé" que tanto adoramos). Kite

- Stone Temple Pilots: Stone Temple Pilots (É disco feito para rockeiro balzaquiano, mas como tô quase lá, eu gostei. Sempre admirei o grupo pelas linhas criativas de guitarra e baixo dos irmãos DeLeo, sendo assim, não posso dizer que senti tanta falta do Scott Weiland (ainda mais com esse vocal novo imitando ele). Tem algumas faixas mais fracas, mas no geral é bacana). Just A Little Lie

- St. Vincent: MassEducation (A Anne Clarke calou minha boca! Não tinha gostado do seu trabalho anterior, não apenas por sua produção sintética e forçada, mas também devido as composições. Mas agora ela reaparece com as mesmas canções, só que rearranjadas ao piano, destacando sua impressionante interpretação vocal. Achei um espetáculo! Soa mais honesto, profundo, orgânico e descontraído. Ela é muito talentosa. Toma essa, Juliano!). Fear The Future

- Suede: The Blue Hour (Nenhuma novidade, é apenas mais um disco espetacular do Suede. Arranjos e produção cristalina, composições que trilham caminhos melódicos criativos e sem perder a essência pop, a interpretação dramática e singular do Brett Anderson, o baixo subestimado do Mat Osman... falar mais o que de uma das melhores bandas do rock britânico de todos os tempos?). Wastelands

- $uicideBoy$: I Want To Die In New Orleans (É aquele tipo de trap que tem uma euforia dark interessante, isso tudo munido de beats lentos, pesados e graves. Sua qualidade composicional é bem questionável, mas gosto do clima que esse tipo de música cria. Acho bacana também as vinhetas radiofônicas. A cena soundcloud começa a render frutos). Coma

- Sumac: Love In Shadow (Apesar de ter achado as vocalizações em guturais bem fraquinhas, o trilhar das composições, os riffs, os timbres e a execução terrosa, agressiva e urgente, é de uma intensidade tamanha que até passo tranquilo pelas vozes). Attis' Blade

- Superchunk: What A Time To Believe (Embora algumas melodias invistam numa abordagem pop-punk e a voz do Mac McCaughan não seja das minhas prediletas, tem momentos bem divertidos e energéticos, com destaque para guitarras à la J. Mascis). Dead Photographers

- Superorganism: Superorganism (O indie em interação com o pop, mas sem ser indie-pop. Tá mais para um indie com instrumental estranho (um tanto quanto psicodelicamente eletrônico) e refrões empolgantes. Gostei também da voz da Orono Noguchi. É divertido e direto ao ponto). Relax

- Suuns: Felt (É um belissimo disco de krautrock. Da batida motorik, passando por delirantes melodias de sintetizadores kraftwerkianos, canto falado aconchegantes e outros elementos psicodélicos que tanto adoro. Tem também um pé no pós-punk que dá um diferencial bem vindo). Baseline

- Swamp Dogg: Love, Loss, And Auto-Tune (Não conhecia esse veterano cantor, mas fiquei entusiasmado com esse disco. Soul music divertida, melódica, grooveada e com referências tradicionais, mas numa roupagem tão moderna que soa criativa e, até mesmo, estranha (no bom sentido). Se por um lado sua voz é ultra processada no auto-tune, por outro há uma base sólida orgânica, com direito a arranjo de metais batendo no peito. Resumindo: um trabalho que olha para o passado almejando o futuro). Answer Me, My Love

- Szun Waves: New Hymn To Freedom (Um trio de bateria, baixo e sintetizador, que cria nuances jazzisticas baseadas na improvisação. Bastante atmosférico. Muito bem tocado e construído. Embora seja claramente um disco de jazz, pode interessar quem gosta de post-rock). Constellation

- Table Sugar: Collected Acknowledgments (7 musicas em 11 minutinhos, mas não soa afobado. É como se o indie moderno se apropiasse da sonoridade no wave. Parece também haver influência de chamber pop e música japonesa. As garotas dispõem de timbres crus de guitarras para produzir um som esquisitamente limpido e gotejante, porém intenso). Carmen

- Tanukichan: Sundays (Por mais que adore shoegaze, é difícil encontrar atualmente algo que não soe pastiche ou pedante. Aqui está um bom exemplo de êxito. Lembra muita coisa, mas não se parece com nada. Tem as guitarras ferozes, as batidas retas, mas principalmente o canto angelical e as letras confessionais. Talvez esteja até mais próximo do dream pop. É bem bonito. Ótima estreia). Perfect

- Takecha: Deep Soundscapes (Um maneira bem sucedida de criar o destestável clima lounge. Uniu a house music com o minimal, proporcional motivos de trip hop e invocou conceitualmente a interação humana com as máquinas. Esse japonês sabe das coisas). Rhodes Detox

- Tangents: New Bodies (Com timbres e instrumentação jazzistica, este grupo consegue uma performance profunda de peças musicais que mais parecem escritas por um produtor de música eletrônica. É interessante como os timbres orgânicos se fundem a efeitos de pós-produção (vide delays e reverbs grandiosos) embora possivelmente presentes desde sua concepção inicial. Ritmicamente impressionante e com melodias de beleza etérea). Lake George

- Teto Preto: Pedra Preta (Quase que um electropunk brazuca. Talvez mais pela maneira sintética e violenta que a produção é conduzida, do que pelas composições em si. Surpreso em ver essa sonoridade implantada no Brasil. Bem bacana). Ita

- The Armed: Only Love (Imagine um hardcore tão intenso que chega a se assemelhar ao grindcore em alguns instante, só que soando moderno. É tudo muito elevado em termos de saturação e execução. A produção faz uso de sintetizadores, o que traz uma nova experiência dentro de um estilo conservador. É esquisito e desesperador). Apperception

- The Baggios: Vulcão (Não é um trabalho hiper criativo no que diz respeito as composições, mas o grupo soa muito bem sucedido em sua proposta de dar um cara brasileira e atual ao rock psicodélico. Tem um genuino sabor nordestino. É um álbum bacana). Samsara

- The Beths: Future Me Hates Me (Divertidissimo. Algo entre o pop punk, indie rock noventista e o power pop. Guitarrias e vocais femininos. Composições legais. Sem muito o que dizer, apenas curti o astral da banda). Less Than Thou

- The Breeders: All Nerve (Já posso me considerar tiozinho ao ficar vidrado neste disco, né? A volta da banda apresentando o mais do mesmo que eles (elas) fazem tão bem. Uma porção de canções empolgantes, sujas e, incrivelmente, de euforia jovem, assim como de sabedoria adulta. Nessa horas eu chego a pensar que o Black Francis é um enganador que a Kim Deal é quem sabe das coisas). Nervous Mary

- The Carters: EVERYTHING IS LOVE (Após Beyoncé e Jay-Z se exporem individualmente em seus respectivos últimos discos solo, aqui eles aparecem unidos por algo maior que o amor. O império do casal resultou num belo apanhado de rap-pop com produção exuberante bastante influenciada pela soul music. Incrível a capacidade vocal da Beyoncé. Disco poderoso e até mesmo revigorante). LOVEHAPPY

- The Cradle: Bag Of Holding (Música folk de instrumentação enxuta, mas que se desenvolve sofisticadamente. As canções guardam valor lirico e interpretativo. Tudo muito bonito. Capaz de interessar até mesmo quem gosta de folk progressivo setentista). y

- The Damned: Evil Spirits (Esquece a energia punk de outrora. Aqui, maduros, trafegam por boas canções, muito mais próximas do gótico, embora possíveis de gerar um entusiasmo nem tão associado ao gênero. Me surpreende como são bons compositores, sempre guardando nas mangas uma melodia interessante. E a voz marcante do David Vanian ainda está lá). We’re So Nice 

- The End: Svarmod Och Vemod Ar Vardesinnen (Projeto esquisitão que fica entre o rock in opposition, free-jazz e noise rock. Tudo muito complexo e caótico, embora precisamente bem executado. Tem melodias bem cabeçudas proporcionadas pela cantora. Até onde consta, o incansável Mats Gustafsson faz parte da brincadeira. Capa bizarra). Don't Wait

- The Funs: Alienated (Um trabalho que remete a muita coisa. Tem pitadas da tosquidão do Velvet Underground, os momentos mais sujos lembram o auge grunge, a produção reverberosa e crua é total lo-fi, as melodias entranhadas nesta bagunça são um ótimo exemplo de excelência shoegaze... Fora que as composições são bem legais. Eu adorei). Moderate Overkill

- The Garden: Mirror Might Steal Your Charm (Um disco divertido, que não sei até onde deve ser levado a sério. Uma mistureba frenética de punk rock jovial e garageiro com synthpop e até mesmo rap (esse último, um tanto quanto tosco, mas que cabe dentro da proposta). É bacana). Who Am I  Going To Share All Of This Wine With?

- The Good, The Bad & The Queen: Merrie Land (O supergrupo está de volta e lançou um álbum redondo, com boas composições, passagens instrumentais pontualmente elaboradas, dentre outras caracteristicas que somente artistas experientes e sem afobação conseguem proporcionar. Um luxo de banda. Um belo trabalho). Nineteen Seventeen

- The Internet: Hive Mind (Uma grande amostra de todo o potencial pop atual. Canções açucaradas, sexy, divertidas e dançantes, que trazem em sua sonoridade o lado mais lisérgico do funk, muito do r&b moderno e climas/melodias/beats que muito me remetem a chicago house (embora instrumentalmente bastante orgânico). Um trabalho aparentemente superficial, mas rico em elementos, embora com algumas gordurinhas). Come Over

- The Lemon Twigs: Go To School (Se por um lado essa afetação com o classic rock me incomoda, ao menos aqui eu vi com humor. Os trejeitos stonianos, embebecidos em glam rock e com participação do Todd Rundgren em arranjos pastiche de power pop, proporcionam momentos interessantes. Ouça sem levar muito a sério. A temática absurda (algo como macacos educados em uma escola de humanos) pede isso). The Student Becomes The Teacher

- The Maghreban: 01DEAS (Se apropriando discretamente de elementos tanto do jazz quanto do hip hop, esse excelente produtor conseguiu trazer um clima dark e pesado para sua house music. Ótimos timbres, arranjos, beats e texturas sonoras). Crime Jazz 

- The Messthetics: The Messthetics (Confesso que já fui propenso a gostar do álbum por se tratar do novo projeto da cozinha do Fugazi, mas não esperava gostar tanto. Trio instrumental onde o grande destaque é guitarrista Anthony Pirog, que esbanja timbres e frases ácidas em cima da seção rítmica precisa do grupo. As composições intercalam entre momentos singelos de post-rock e outros de energia quase fusion). Serpent Tongue

- The Mountain Goats: Hex Of Infinite Binding (Pitadas de neo-folk com Belle And Sebastian e chamber pop dão origem a esse EP curtinho, vagaroso, melódico e bonito como poucos deste ano). Hospital Reaction Shot

- The Necks: Body (Banda veterana numa única e longa peça. . Um interessante encontro do krautrock com o post-rock. Sua repetição sonora provoca suspense. A organicidade da produção e dá execução muito me agrada. Um trabalho flutuante e de muito bom gosto). Body

- The Nels Cline 4: Currents, Constellations (Mais uma vez o espetacular guitarrista do Wilco soma forças com o também brilhante guitarrista Julian Lage num disco ousado, de interação profunda entre os músicos, procurando soluções criativas e avançadas). Swing Ghost '59

- The Ophelias: Almost (Embora não considere que a voz da moça tenha profundidade interpretativa, os arranjos poucos ortodoxos e o desenvolvimento das composições se mostram criativos dentro indie-pop. Provavelmente esquecivel, mas não dá pra falar mal. É bacana). O Command

- The Orielles: Silver Dollar Moment (Banda bacana que faz a ponte entre o indie rock bizarrinho com melodias pop divertidas. Os vocais femininos também muito me animam. Bem bom). I Only Bought It For The Bottle

- The Prodigy: No Tourist (Eu sei que tá fora de moda ainda gostar do Prodigy, mas achei esse álbum bem bacana. Nada de novo, apenas o velho big beat ainda entorpecido, com sintetizadores saturados e batidas velozes. É dançante e pesado. É divertido). Light Up The Sky

- The Rock*A*Teens: Sixth House (Primeiro lançamento do grupo em 18 anos. É muito bacana a proposta de inserir elementos do rockabilly no indie rock. Começa meia bomba, mas o disco ganha força no decorrer das faixas). Closest To Heaven

- The Shins: The Worm's Heart (Deixe eu ver se entendi: eles pegaram as composições do disco anterior e regravam com novos arranjos. É isso? Seria legal comparar com o anterior, mas não tive (ainda) interesse de ouvi-lo. Mas posso dizer que esse álbum por si só convence. Tem tosquices velvetundergroundiana, faixas dançantes à la LCD Soundsytem, boas melodias... um bom e variado disco de pop rock. E isso que é acreditar na força da composição, não?). Rubber Ballz

- The Skull Defekts: The Skull Defekts (Não entendi direito qual é a dessa banda! Tem umas timbragens meio Royal Blood, mas as composições são muito mais densas, chegando quase ao industrial e ao pós-punk. Enquanto a cozinha é extremamente consistente, o guitarrista parece estar com má vontade e só produz ruídos (o que não deixa de ser interessante). Tudo muito repetitivo e paranoico. É intrigante). Slow Storm

- The Sea And Cake: Any Day (Embora sinta falta de energia - tanto na execução quanto na produção - o refinamento quase jazzistico que esse grupo dá a suaves canções de rock alternativo, é indiscutivelmente de grande qualidade. Tem ótimos momentos). Occurs

- The Vines: In Miracle Land (É curioso como conforme as modas passam, algumas bandas são completamente esquecidas. Veja o The Vines, que lançou um ótimo disco e ninguém deu a mínima. Não que vá mudar o mundo, mas aqui tem um punhado de canções rockeiras (com doses de psicodelia) que ao menos merecem atenção. Um disco divertido e extremamente bem feito). Sky Gazer

- The Voidz: Virtue (O Julian Casablancas tem só dois caminhos: se reduzir as vontades de seus fãs e fazer seu rockinho sem vergonha com o Strokes ou arriscar em esquisitices como essa, que embora imperfeita, tem grandes lampejos de criatividade. É divertido como a banda soa como amigos de colégio, experimentando sintetizadores, alterando o timbre das vozes e proporcionando riffs ácidos). Pyramid Of Bones

- Thisquietarmy: The Body And The Earth (Faixas que introduzem a drones que tinham tudo para soarem obscuros, mas que devido a clareza da produção e dos momentos explosivos, soam mais como um sludge luminoso. No final, um ótimo disco de post-metal). Seismic Waves

- This Lonely Crowd: Acta Obscura (Dificil definir. Tem pauladas "grunge", mas também boas composições com atmosfera shoegaze. É variado não somente sonoramente, mas até mesmo na língua. De certo está a boa produção. Tudo muito bem tocado e com certo destaque (pra não dizer experimentalismo) na questão ritmica. Um dos grandes lançamentos nacionais do ano). Immaculata

- Thom Yorke: Suspiria (Adoro o Thom Yorke, mas pensei "uma trilha-sonora de quase 1h30, não vou ter saco pra isso". Que engano! Lindas composições. Tem até um tempero de canto medieval (mas sem afetação) e sinfônico. Sua produção, com nuances de música ambient também é uma maravilha. Cada vez gosto mais do Thom Yorke enquanto cantor e pianista. Sua voz é verdadeiramente profunda. Reserve tempo e desligue-se do mundo, só assim esse álbum pode ser apreciado). Suspirium Finale

- Thou: The House Primordial (Um disco perigoso. Começa mal, mas se desenvolve numa sequência caótica de sons ultra graves e pesados que formando uma angustiante massaroca slude/black metal/drone. É absurdo de pesado. O vocalista é terrível (no bom sentido). No geral é um tanto quanto tosco. Eu achei massa). Occulting Light

- Thou: Rhea Sylvia (No miolo do disco tem faixas mais fracas, mas grande parte é um acerto climático da junção de sludge com black metal. Beira o bizarro. Adorei os timbres de guitarra). Restless River

- Thou: Magus (Se for para priorizar a audição de um único disco do Thou, que seja esse. Disparado o melhor. Produção mais coesa, embora ainda pesada e orgânica. Ótimos timbres de guitarra e bateria. Até a voz do rapaz está melhor, embora desgraçada como tem que ser. Sludge/doom poderoso e bastante climático. Longo? Talvez, mas se você adentrar o clima sonoro, não tem erro). The Changeling Prince

- Tierra Whack: Whack World (Impressionante antes mesmo de ser escutado! 15 faixas, 15 minutos, todas de exatamente 60 segundos. Tudo interligado num único (e surreal) vídeo. Não é fácil compor assim. E as composições são boas, embora algumas soem bruscamente interrompidas. Para quem curte essa onda mais pop do rap, numa pegada mais melódica do R&B, é prato cheio. É no minimo criativo). Hungry Hippo

- Tim Hecker: Konoyo (Assumo que acho os álbuns do Tim Hecker de apreciação complexa. Aqui suas estruturas incomuns e climas ruidosamente etéreos fazem comunicação com a música japonesa. Tive que insistir na audição durante alguns dias (sua música merece o esforço), mas o resultado foi recompensador). This Life

- Tiny Moving Parts: Swell (Pense no que há de mais cafona no pop-punk. Pense o que aconteceria se o Blink 182 tivesse um guitarrista criativo e flertasse com o math rock. Pense na merda que pode sair disso. Tudo isso para dizer que, apesar dos pesares, eu acho divertido). Feel Alive

- Toinho Melodia: Paulibucano (Composições divertidas e até mesmo graciosas de um senhor de 68 anos em seu primeiro disco. Tem muito da música nordestina, elementos do samba e um brasilidade genuina e exuberante. Aconchegante, popular e adorável). Pretexto

- Tomb Mold: Cerulean Salvation EP (Duas faixas ultra bagaceiras de death metal com ótimas guitarras e vocais carnaceiros. Na medida). 

- Tony Molina: Kill The Lights (10 faixas distribuídas em 14 minutos. Para punk rock seria tranquilo, mas o lance é que aqui temos uma mistura de Byrds com Big Star. É um power pop tradicional e bonito, mas que por vezes dá impressão que as faixas não se desenvolvem por completo. Mas tem belas melodias. Por ser um estilo que eu gosto muito, curti a proposta). Nothing I Can Say

- Tracyanne & Danny: Tracyanne & Danny (A voz do Camera Obscura num bonito trabalho de "neo-folk dream/chamber pop" ou qualquer coisa do tipo. Belos arranjos e melodias. Gracioso e adocicado demais para alguns, mas não para mim. Tem um certo toque de "Jeff Tweedy encontra Nico e Lana Del Rey" nas composições. Perfeito para ouvir num fim de uma tarde de outono abraçando a cheirosa. Tô cheio de imaginação para tentar explicar esse disco). It Can't Be Love Unless It Hurts

- Travis Scott: ASTROWORLD (Embora seja irregular em sua discografia, o Travis Scott domina muito bem a linguagem do trap. A ousadia proposta dentro de cada faixa, levando a um colorido quase psicodélico, é interessante e divertida. Produção assustadoramente boa (mixagem impressionante). Fora que tem melodias grudentas e uso inteligente do auto-tune. Kevin Parker, Drake, Frank Ocean e 21 Savage dão as caras. Definitivamente o Travis Scott subiu de patamar). SICKO MODE

- Trevor Powers: Mulberry Violence (Um pop arrojado que, embora tenha uma qualidade interpretativa humana esplendida, se esforça para deixar tudo com uma aparência sintética via sua sonoridade tão robusta e saturada quanto nítida e profunda. Adorei essa produção! Bons beats, timbres e acidez típica do glitch pop. Tem também a sensualidade do trip hop). Clad In Skin 

- Tribulation: Down Below (De cara não gostei. Imaginei o Ghost deixando de se inspirar no Mercyful Fate e tendo como nova referência o Mayhem. A produção também não fez a minha cabeça (assim como o tecladinho de churrascaria, embora esse tenha a sua graça). Mas conforme o disco evolui, ótimas composições são reveladas. Num mundo tão cheio de cópias que é o metal gótico, esse disco é um santo remédio). Cries From The Underworld

- Trio Corrente & Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo: Ao Vivo (Você pode até considerar que o mundo não precisa de uma nova versão de "Garota de Ipanema". Entretanto, a qualidade dos arranjos e da execução neste disco é inquestionável. Muito bem equilibrada a interação de banda com a orquestra. Majestoso). Refém da Solidão

- Tropical Fuck Storm: A Laughing In Meatspace (Ao que consta é um supergrupo, mas como não conheço muito bem os integrantes, recebi apenas como um excelente disco de estreia. A banda reúne tudo o que adoro: guitarras vigorosas, timbres garageiros/saturados, canções tão sujas quanto épicas e quebradeiras rítmicas, mas sem formalidade técnica. É tudo tocado com muita intensidade e gravado de forma orgânica. Por trás de interpretações viscerais, existe uma estranha inteligência composicional). You Let My Tyres Down

- Turnstile: Time & Space (Disco curto e vigoroso que moderniza o punk rock nova-iorquino sem perder sua força. Vi que foi bastante criticado, mas eu achei bem bacana). Big Smile

- Toundra: Vortez (Banda espanhola de post-rock que apresenta momentos encorpados e viajandões, chegando a puxar para o progressivo. Boa produção e composições de dinâmica alternada interessante. Simples e bela capa). Mojave

- Ty Segall: Freedon's Goblin (Ty Segall em mais uma pérola garageira, agora chegando a namorar o glam rock. David Bowie ficaria orgulhoso. Um disco longo (duplo), mas divertido (em alguns momentos, até dançante). Destaque para suas guitarras cósmicas. No rock atual, ele se mantém no topo). The Mais Pretender

- Ty Segall / White Fence (Ainda que não tenha a força explosiva e garageira de outros trabalhos assinados pelo Ty Segall, há uma urgência psicodélica bacana representada em faixas curtas que causam uma agradável euforia via suas melodias delirantes). Good Boy

- Ty Segall: Fudge Sandwich (Disco de covers do grande Ty Seagall. Muitas versões desconstroem as originas, o que é muito bacana. Com exceção do sacrilégio que ele fez com "Low Rider", gostei em diferentes níveis de todas as faixas. Um álbum divertido e descompromissado). Hit It And Quit It

- Unknown Mortal Orchestra: Sex & Food (O UMO tem uma capacidade impressionante de soar dançante, sem cair no poperô (em muitos momentos chega a parecer AOR). Tem desde melódicas/doces canções, até momentos mais refinados e de acides psicodélica (com direito a ótimas guitarras). Eles entenderam muito bem a década de 1960 e atualizam aquela sonoridade com maestria). American Guilt

- Unknown Mortal Orchestra: IC-01 Hanoi (Não sei se é um disco de sobras ou apenas doidera da banda, fato é que as faixas aqui presentes de mostram criativas. É esquisitice instrumental de grande variedade. Achei maneiro). Hanoi 2

- Ulrika Spacek: Suggestice Listening EP (20 minutos, 5 faixa. Um pouco do que de melhor você vai encontrar no cruzamento de dream pop com rock psicodélico. Simples assim). No. 1 Hum

- Umphrey's McGee: it's not us (Muito bem tocado e gravado. Um tanto cafona, mas eu sou cafona. É rock para americano yuppie. Meio na onda do Grateful Dead, só que numa abordagem atual e pop. Tem boas canções, embora não bote a mão no fogo para recomendar não. O batera é ótimo). Maybe Someday

- Uniform: The Long Walk (Confesso me dividir em momentos de amor e ódio no que se refere a produção caótica deste disco. Se por um lado penso que uma maior limpeza ressaltaria a densidade dos riffs, por outro acho que a atmosfera noise, volumosa e reverberosa cria um sentido claustrofóbico interessante. No mais, adorei as composições. Urgente, pesado e delinquente). Headless Eyes

- U.S. Girls: In A Poem Unlimited (Uma voz feminina de personalidade em canções de apelo pop, mas com ácidas guitarras, groove e arranjos pontualmente elaborados. É quase um art rock psicodélico, alimentado por uma produção versátil e letras incisivas). Rage of Plastics

- Vários: A Soulful Tribute To Nirvana's In Utero (Artistas nacionais num tributo ao In Utero do Nirvana numa abordagem "soul indie moderninha". Claro, tem que ser escutado com humor. Se for pra encarar com papo de tiozinho achando que é heresia então nem escute. Achei o resultado divertido. Perfeito para ouvir numa noite de sábado com amigos). Scentless Apprentice (Yuri Lmeos, Igor Amatuzzi)

- Vários: Don't You Mess With Cupid, 'Cause Cupid Ain't Stupid (Por mais experimental e pesado que seja, é um tipo de música que funciona mais em pista do que em disco. Todavia, ao compilar (e quem faz isso é a Nina Kraviz) diferentes produtores/djs, o trabalho traz uma dinâmica interessante. Techno escuro, profundo e que evidencia a  desconhecida força eletrônica da Sibéria). I Want To Be A Stewardess (Shadowax)

- Vein: Errorzone (Disco de estreia dessa banda que mistura metalcore, new metal, industrial, djent, hardcore torto e outras pancadarias. Como a história mostra, esse tipo de som tem que ser feito por banda estreante. Evoluir nestes estilos está fora de questão. É verdade que com a imaturidade os clichês ficam exposto. Todavia, a energia e a urgência tão exigidas para este tipo de som estão no auge. Guitarras pesadas e desesperadoras, um tremendo batera e um vocalista "podroso" proporcionaram um dos discos mais ferozes de 2018. Nada muito inteligente, mas extremamente instigante. Pena que lá pelo meio do álbum eles tragam faixas melosas péssimas. O começo, com uma faixa emendada na outra, é um espetáculo. Juro que não esperava que o metalcore e o new metal ainda pudessem proporcionar tamanha obra). Virus:/Vibrance

- Venetian Snares / Daniel Lanois: Venetian Snares x Daniel Lanois (O "x" de versus nunca fez tanto sentido num nome de disco. O primeiro distribui ritmos quebrados e barulhentos, enquanto o segundo constrói lindas paisagens. Incrivelmente eles se encontram num resultado caótico, mas de grande êxito estético. Tinha tudo para ser apenas esquisitão, mas é muito bem construído). United P92

- Ventre: Saudade (O Corte) (Um caminho nada ortodoxo para o rock nacional. As letras pessoais por pouco não caem no blasé, mas no final funcionam. O destaque para mim é o instrumental. Ótimas levadas de bateria e guitarras fluidas. É um bom EP). Alfinete

- Vessel: Queen Of Golden Dogs (Embora alguns momentos tenha uma sonoridade cafona, utilizando timbres ultrapassados da música techno, há uma interação com a música barroca, de coral, que é extremamente criativa, dando uma dinâmica bastante particular ao trabalho. É também ritmicamente elaborado. Curioso). Argo 

- Vince Staples: FM! (Disco curtinho que, embora não voe muito alto, também não cai em termo de qualidade. Mais legal que o flow e os beats é a produção. Os graves estão absurdos. Soco no peito. É um trap maduro). Relay

- Vinyl Williams: Opal (Sei que bato no Tame Impala gratuitamente (tudo bem, aposto que o Kevin Parker não liga), mas é que esse disco é uma boa amostra de como dá pra fazer música psicodélica pop, doce, contemporânea, melódica e agradável, mas com bom gosto. Não é uma maravilha, mas é uma viagem bem agradável. Tem pitadas nada moderadas de space rock e dream pop). Aphelion

- Violins: A Era Do Vacilo (Se pensarmos no rock nacional, existe uma tradição de boas canções que se perdeu. Talvez por isso vi com certa admiração o resultado alcançado nas composições deste disco. Longe de ser minha praia, mas até por isso me impressiona eu ter gostado. É bem melodioso. Se sua onda for pop rock, vai fundo). Um Homem Ou Um Amém

- Voivod: The Wake (Embora eu adore os álbuns clássicos do Voivod, não dá pra dizer que eu acompanho o grupo. Talvez até por isso, vi com grande estranhamento a sonoridade deste disco. É bem menos thrash e mais "progressivo" (até ai normal). Na real é um metal alternativo de tiozinho bem do esquisito. Os vocais chegam a ser bizarros em muitos momentos. Não posso dizer que gostei, apesar de ter ficado muito intrigado, o que também não deixa de ser ótimo). Orb Confusion

- Wado: Precrariado (Por mais que eu ache a interpretação do Wado um tanto quanto insossa, o disco é tão bem escrito, arranjado e gravado, que me dou o direito de não falar mal. É a mpb moderna passando por elementos modernos e arrojados, soando até mesmo psicodélica. Um disco interessante). Roupa

- Wand: Perfume (O retrô que não parece retrô. 30 minutos de doces pauladas garageiras, que flertam tanto com o krautrock quanto com o shoegaze. Tudo muito visceral, cacofônico, criativo e de franca autenticidade). Town Meeting

- Warm Bodies: Warm Bodies (É meio porcaria, mas é divertido. 20 minutinhos de punk rock garageiro enquanto uma mina berra descontroladamente. Tudo tocado intensamente. Ouvi logo após dar uma chance para a terrivel Kacey Musgraves. Foi um santo remédio. Coloque para seu filho ouvir). Db Cooper

- War On Women: Capture The Flag (Comecei adorando a potência hardcore do grupo. Aos poucos fui achando a produção monótoma demais nos timbres, o que é compensado pela direção polivalente das composições, indo de passagens velozes (com palhetadas até de thrash metal), a canções mais de rock alternativo e outras que lembram até mesmo The Donnas. É bacana). Childbirth

- Wata Igarashi: Quention And Answer (Em apenas 4 faixas, a cena techno japonesa já mostra sua força. EP pesado, paranóico, pesado e repetitivo. Ótimos timbres e construção de climas nas produções). Outburst

- Wax Chattels: Wax Chattels (Rock alto, esporrento e agressivamente dançante através de sua quebradeira sônica. Isso tudo num trio sem guitarra. Orgânico, abrasivo e lindo). In My Mouth

- WC no Beat: 18k (O funk (sim, o carioca) e o rap (mais puxado para o trap) reunidos via um beatmaker talentoso. A variação de MC's dá dinâmica ao álbum. As composições não são grande coisa, mas é bem-sucedido na proposta. Divertido e interessante). Meu Mundo 

- Westside Gunn: Supreme Blientele (É um disco poderoso de hip hop, que investe em elementos orgânicos da música negra (jazz, soul, gospel), revaloriza o sample, traz beats crus e eficientes de boom bap, dentre outras qualidades muito associadas ao rap noventista. Sua construção é quase cinematográfica). Spanish Jesus

- White Denim: Performance (Me encanta o fato deste grupo conseguir ecoar trejeitos do rock setentista (do soft rock, art rock, glam rock e rock progressivo) sem soar revisionista ou preso a fórmulas. É bastante criativo o resultado. Boas composições ressaltam melodias acessíveis e agradáveis. A performance da banda também é redondinha. Um disco legal de classic rock). Fine Slime

- Windhand: Eternal Return (Um esporro grunge com produção do Jack Endino. É um tanto quanto pastiche, mas é legal. Adorei o ritmo cadenciado e os timbres pesadões, chegando a flertar com o doom. É quase um Melvins comportado). Grey Garden

- WRONG: Feel Great (Parace um Helmet mais pesado e hardcore. Timbres musculosos em execuções de muita energia. Seja nos riffs brutais, na linhas potentes de baixo ou nas quebradas de bateria, é um disco muito bem arquitetado). Culminate

- Wye Oak: The Louder I Call, The Faster It Runs (Um "pop rock" evoluído, com ritmos intrincados e produção robusta. As composições são boas, mas é o destino dado via os arranjos e a produção que enriquece a obra. Embora seja um duo, não soa como). Symmetry

- XXL: Puff O'Gigio (O encontro do Xiu Xiu com o Larsen num disco ruidoso e atmosférico, com muita influência do lado mais viajandão do krautrock. É uma experiência sonora e altos e baixos, embora criando sempre motivos que causam interesse). Carissimo

- XXX: LANGUAGE (Dá Corea do Sul vem um dos hip hop mais ousados da atualidade, passando longe das convencionalidades do k-pop, estando mais próximo até mesmo do grime devido suas produções eletrônicas que incorporam uk garage, techno, dubstep e outras estranhisses corrosivas. O flow de texto recolucionário também muito me agrada. Grata surpresa). Sujak

- YAMANTAKA // SONIC TITAN: Dirt (Nunca imaginei que ouviria um disco que soasse com um cruzamento de dream pop, rock progressivo, shoegaze e k-pop. Poderia ser uma salada musical, mas soa incrivelmente coeso. Incrivelmete, em alguns momentos mais pesados até remete ao Ghost. Não é brilhante, mas tem faixas muito boas). Yandere

- YOB: Our Raw Heart (Ótima banda desempenhando muito bem sua proposta de sludge/doom mais "progressivado" e estranhamente com apelo melódico (principalmente nos vocais). Um disco tão pesado quanto dramático). The Screen

- Yo La Tengo: There's A Riot Going On (Não tem grande erro: as músicas são bonitas, tem direcionamento interessante para uma linha minimal/ambient, as guitarras estão bem climáticas, criando uma aura quase hipnótica para o indie rock do grupo. Não é inspirado e nem apresenta o melhor momento da banda, mas é bacana). For You Too

- Young Windows: DECAYED: Ten Years Of Cities, Wounds, Lightness and Pain (Doses nada moderadas do velho rock n' roll, só que com uma atidude obscura. As canções são densas e intensas. Tem uma aura pós-punk. Todavia, embora entenda a concepção de soar orgânico, a produção é muito abafada. Poderia soar ainda mais explosivo. Mas é bacana). Checked In/Out

- Zaki Ibrahim: The Secret Life Of Planets (Ela canta muito bem. Sua interpretação discreta e com inclinação jazzistica chega a ser sexy. As produções alinhadas com trip hop também colaboram para isso. Todavia, as composições são calcadas mais no r&b/pop. O repertório é irregular, mas sempre tem algo interessante acontecendo nas músicas para se atentar). Get There

- Zeal & Ardor: Stranger Fruit (Desde o Robert Johnson, o blues não soa tão satânico. Brincadeiras a parte, é extremamente interessante a fusão do mais rústico blues sulista (chegando a se aproximar do spirituals) com o heavy metal (na real, o black metal). Timbres saturados e ótima interpretação vocal fazem parte do êxito do disco. Resultado impressionante não apenas no conceito, mas sonoramente). We Can't Be Found

- Zeke: Hellbender (Após 14 anos sem material inédito, 15 novas faixas, nenhuma maior que 2 minutos, todas com o amplificador de guitarra no 10. Punk rock (com o pé no rock n' roll do Motörhead) direito e cru). AR-15


MEDIANOS
Cotação subjetiva: 4-6

- A Banda de Joseph Tourton: A Banda de Joseph Tourton (Por mais que eu ache a banda extremamente competente, esse álbum não me diz muito. Provavelmente o grupo funcione melhor ao vivo, sendo seu disco apenas um registro dos artistas em seu tempo. Mas claro, não tem nenhum grande erro. Faixas como "Parque de Jaqueira" até me agradam bastante).

- Alice In Chains: Rainier Fog (Soa mal? Claro que não. A produção é até muito boa. Já as composições são irregulares. As faixas mais pesadas tem os riffs malditos que o Jerry Cantrell também elabora. Já as baladas soam cafonas. No final, parece uma banda no piloto automático em seu disco mais fraco). 

- Amber Mark: Conexão (EP que apresenta um possível novo talento. R&B moderno e acessível. Seria pop se não fosse tão refinado. Tudo ok, apenas não despertou minha paixão. Mas ficarei de olho).

- Amnesia Scanner: Another Life (Na pista, baforando droga, deve até funcionar. Todavia, por mais que tenha timbres interessantes e uma produção maluca, as composições em si não dão conta. Vale pela atmosfera inquietante da molecada).

- Angra: Omni (Acompanhei a produção do disco pelos vídeos que a banda foi postando no YouTube. Assisti admirado o cuidado com a composição e gravação do álbum. Mas na hora de ouvir o disco, fique muito decepcionado. Só lá pela metade é que as composições engrenam. E mesmo quando a banda acerta a mão, caracteristicas enfadonhas do power metal prejudicam o resultado final. Mais uma prova que somente conceito não funciona se as composições são ruins. Uma pena). 

- Anna Burch: Quit The Curse (Disco bobinho. Tem guitarrinhas sujas e vocais singelos femininos. Gosto disso! Todavia, tem gente fazendo isso de forma mais instigante. É meio genérico).

- A Perfect Circle: Eat The Elephant (Nunca fui entusiasta da banda. Acho pomposo demais. Não acreditei que 14 anos sem um disco mudaria esse problema. Então, ao avistar a péssima capa, fui esperando o pior. E não que não tenha momentos realmente péssimos, mas também não posso dizer que é terrivel como um todo. Tem um clima quase de música minimal em meio a canções pop que é interessante. É muito bem gravado também. Já tá bom).

- Architects: Holy Hell (Se fosse nos meus 16 anos, até gostaria dos momentos mais pesados, mas hoje esse metalcore melódico e "djentado" do grupo em nada me interessa atualmente. Mas não chega a ser RUIM)

- A$AP Rocky: TENTING (O A$AP Rocky até experimentou, mas em boa parte do tempo resultou em algo mais chato do que propriamente ousado).

- Ash: Inslands (Longe de ser ruim. Ao vivo até deve ser legal, mas em disco a banda não faz a menor diferença atualmente. Power pop punk encorpado, mas que não diz muito).

- At The Gates: To Drink From The Night Itself (É complicado quando uma banda cria um gênero e com o passar dos anos soa genérica dentro de sua própria fórmula. Dito isso, é um disco tão ok quanto esquecível. Não gostei da produção).

- Bali Baby: Baylow Swift (Dada a bobeira que é, soa até que bastante divertido. É musica para festinha infantil. Perto de outros discos que ouvi nessa linha de "rap" com "pop-punk", ao menos esse dá para escutar. Lembra até Kelly Key (isso foi um elogio). Todavia, não recomendo não).

- Bamba Pena: Poaa (Uma versão eletrônica, maluca e moderna da música tradicional da Tanzânia. Beats velozes em faixas que tem que tá locão de droga para conseguir acompanhar o ritmo. Não vou ficar ouvindo em casa, mas é legal ter na mão para "discotecar"). 

- Beach House: 7 (É bom, claro, mas foi tão bem elogiado (amigos, mídia) que fui com muita sede ao pote. Dream pop bastante atmosférico (quase psicodélico), mas com aquela sujeira shoegaze tão bem vinda. Todavia, não achei as composições grande coisa se comparado ao que eles já apresentaram no passado. É apenas ok). 

- Belly: DOVE (Após 20 anos sem um trabalho de inédita, um lançamento que tenta surfar no hype do rock alternativo noventista com vocal feminino. Longe de ser ruim, longe de merecer maiores observações). 

- Ben Lamar Gay: Downtown Castles Can Never Block The Sun (É um disco com inúmeras qualidades, já que apresenta uma fusão interessante de ritmos e estilos (algo entre o jazz, música brasileira, beats eletrônicos e música experimental). Todavia, apesar de toda essa complexidade, o trabalho não soou instigante para mim).

- Big Joanie: Sistahs (Estreia dessa banda que faz um indie rock com traços do post punk revival. Não incomoda nem atrai. É bacaninha, mas esquiecivel).

- Big Red Machine: Big Red Machine (Parceria do Justin Vernon com o Aaron Dessner em composições bastante irregulares. Não é ruim (tem até uma certa experimentação eletrônica em composições onde isso não parecia ser possivel), mas é esquecivel).

- Black Panther The Album Music From And Inspired By (Trilha sonora também conta. Essa daqui, com direção do Kendrick Lamar, até tem momentos interessantes, mas o talento dos envolvidos é muito discrepante (Vince Staples acerta, mas Khalid errou feio). Mesmo os bons momentos se deve mais a produção do que ao desempenho dos rappers. É um disco muito irregular).

- boygenius: boygenius EP (Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus em parceria num EP apenas bacana. Combativo liriricamente, mas contido em sua proposta de indie pop adulto). 

- BROCKHAMPTON: iridescence (As faixas mais agitadas até têm uma produção interessante (vide "DISTRICT"), mas no geral achei um álbum pouco inspirado. Sua sonoridade é mais contida, a individualidade dos integrantes não fala tão alto, poucas são os ganchos que causam euforia... Ou seja, após os estimulantes Saturation, esse é claramente um trabalho menor. O quão uma grande gravadora tem culpa nisso? Fica a dúvida).

- Bruce Lamont & Che Arthur: Acress On Thorn (As poucas faixas omitem a longa duração deste álbum ruidoso, distopico e repetitivo. Guitarras e sax predominam em drones nem tão ricos, mas reflexivos. É um apocalipse meia bomba).

- Bun B: Return Of The Trill (Um ótimo disco de um veterano do southern hip hop numa produção atualizada. Tem participações de nomes como Big K.R.I.T., Gary Clark Jr., Run The Jewels e Lil Wayne. Embora soe muito bem, honestamente não é a linha de rap que mais me interessa). 

- Cadu Tenório: Corrupted Data (Gosto de diversos trabalhos do Cadu e do conceito envolto a distopia tecnológica presente neste complexo trabalho lançado em diferentes plataformas. Todavia, não acho que sua longa duração seja justificável. Rola um marasmo de forma e timbres no decorrer de sua audição. Mas tem bons momentos inspirados na música minimalista).

- Caroline Rose: LONER (Pedante. Até tem lado bacana de new wave no pop rock dessa guria (adorei "Money"), mas no geral é pedante). 

- Caroline Says: No Fool Like An Old Fool (As canções, numa linha indie folk lo-fi, até que são bonitas, mas nada muito marcante. Talvez se os músicos não gravassem o disco aparentemente dopados a performace soaria um pouco mais apaixonada).

- Caterina Barcieri: Born Again In The... (Há similaridades entre as programações eletrônicas aqui encontradas com muito do que é feito na música erudita contemporânea. Um drone rico, cósmico e, por vezes, entediante. Vale só para quem se interessa muito por esse estilo). 

- Chage It To The Game: House With A Pool (É festivo, tem produções pesadas... boas qualidades, mas é também meio tonto. É ao menos uma saida divertida para o pop-rap).

- Channel Tres: Channel Tres (Aquela antiga intersecção da house music com o hip hop (mas com timbres modernos) refloresce neste EP de estreia do grupo. Soa bem, mas não mais que isso)

- Christine And The Queens: Chris (Música pop redondinha, com muito elementos oitentistas do synthpop e ritmos funkeados. Boa produção e interpretação vocal convincente num francês apaixonante e que, em muitos momentos, me lembra as garotas do Haim. Todavia, é um trabalho tão eficiente e regular que soa linear. Não tem picos).

- Chris Watson: Locations, Processed (De certa forma, esse curioso trabalho do Chris Watson (eterno Cabaret Voltaire), inverte a razão da questão "o que é música ambient?". É nada mais que uma paisagem sonora que traduz o espaço mencionado a cada faixa. Curiosamente, eu desde criança, ao caminhar pelas ruas, imaginava que aquilo que eu ouvia era um disco conceitual. Chris Watson colocou isso em pratica. O resultado é chato, mas o conceitou me emocionou ao trazer memórias). 

- City Morgue: Vol.1: Hell Or High Water (Analisando friamente chega a ser ruim, mas eu acho engraçado. Um trap distorcido, urrado, beirando o new metal. Adoro essas fusões feitas mais por impulso do que por conhecimento de causa. No final, soa com atitude e com um amadorismo interessante. Mas entenda, é bem tonto).

- Colin Self: Siblings (É um disco curioso já que, embora bastante alinhado com o indie pop contemporâneo e com produções bastante sintéticas, alguns timbres, arranjos e melodias, muito me remetem ao rock progressivo decandente oitentista. Ou seja, as composições até são boas, mas um tanto quanto cafonas. Mas é bonito e alinhado a uma temática queer necessária).

- Colin Stetson: Hereditary (Soundtrack) (Uma avaliação injusta. Como trilha-sonora deve até funcionar. Ele é um cara extremamente talentoso. Mas o disco por si só não me cativou).

- Container: LP (Produção monolítica que, por conta disso, soa monotemática. Os timbres e beats são intensos por todo o disco, o que traz uma proposta mais interessante para pista do que para ouvir em casa). 

- Converge: Beautiful Ruin (4 faixas em menos de 7 minutos. Tem pegada, é intenso e o caralho, mas achei um lançamento meio desnecessário. Fora que as músicas não estão nem perto das melhores que o grupo já produziu. A capa é ótima). 

- Crappy Jazz: Véspera (Adorei a produção. Timbre de baixo feroz. Alguns excelentes riffs. Tudo isso logo na primeira música. Pena que o caldo fica ralo. As melodias vocais são um tanto quanto cafona. As letras não são grande coisa (ao menos são em português, o que muito me agrada). Existe uma fusão de ritmos nacionais dentro de uma proposta stoner que não parece genuina. É impressionante como é possivel adora e odiar diferentes partes de uma mesma música. Escutem e tirem a própria conclusão).

- Crippled Black Phoenix: Great Escape (Gosto do direcionamento dark/pós-punk das composições, mas tudo parecer querer soar épico demais (e usando timbres pasteurizados). Não tive muito saco para a longa duração das faixas. É um álbum que se perde na presunção).

- Cuco: Chiquito (EP irregular. Tem desde um trap ruim ("Lucy") até uma excelente faixa de doçura psicodélica ("Sunnyside"). Fiquei confuso. Belos timbres de sintetizador. Tem uma aura de vaporwave).

- Cursive: Vitriola (Não é ruim, tem faixa legais (vide "Ouroboros"), mas esse som que fica entre o alternativo encorpado, o indie afrescalhado, o post-hardcore e sei lá mais o que, sonoramente não é minha praia. As composições são irregulares). t 

- CZARFACE & MF DOOM: Czarface Meets Metal Face (Gente talentosa num bom disco de boom bap, mas que, honestamente, pouco me interessou. Mas se sua onda for east coast, dê uma chance. Tem uns baixos cabulosos). 

- Dabrye: Three/Three (Embora com bons momentos proporcionados pelo Ghostface Killah, MF DOOM e Jonwayne, é um disco esquecivel).

- Dave Grohl: Play (Pela tiração de onda ao tocar todos os instrumentos e por mostrar em vídeo ele gravando a faixa, não deixa de ser interessante. Todavia, a música em si não é grande coisa. Um flerte bobinho do post-rock com hard rock moderno).

- David Crosby: Here If You Listen (Não que seja ruim, mas li criticas tão favoráveis que acabei me decepcionando. Sinto que a personalidade do Crosby se apagou ao lado dos jovens músicos. Composições bonitinhas, mas para mim, não mais que isso).

- Dead Can Dance: Dionysus (Só conhecia (e gosto) do cultuado disco do grupo lançado em 1987. Fui ouvir esse e achei "étnico" demais. Não chega a ser ruim, só não é minha praia).  

- Dedekind Cut: Tahoe (Dentro do entediante mundo do ambient-minimal-drone, até que esse disco me agradou. Quer dizer, isso dentro do quão agradável pode ser um disco de ambient-minimal-drone).

- Del The Funky Homosapien / Amp Live: Gate 13 (Se por um lado o direcionamento para algo mais funkeado dentro do rap dificilmente resulta em algo ruim, por outro, hoje em dia, dificilmente resulta em algo instigante. Mas é uma boa colaboração). 

- Desabar: Desabar (Banda de Maceió de rock lazarento. Tem uma tosquice lo-fi bacana que remete até mesmo a sujeira grunge. O vocal esganiçado empapuça. Na verdade, o problema é que o trabalho como um todo empapuça. O fato de não apresentar diferentes nuances timbristicas e de arranjos faz com que o disco vá perdendo força. Todavia, acompanharei os próximos lançamentos da banda. Ótima capa!).

- DILLY DALLY: Heaven (Primeira constatação: a capa é tão bosta quanto maravilhosa. Pulada essa etapa, temos um disco com bom peso (embora a produção não ajude) em canções que não me empolgaram. Tem um pé no grunge. A voz esganiçada da moça prejudicou).

- Diomedes Chinaski: Mixtape Comunista Rico (O mais gosto no trap é sua capacidade de grudar na cabeça, além do espirito jovem porralouca de não fazer questão de ser aceito. Diomedes já provou ser talentoso, mas seu flow não parece ter o apelo melódico que funciona tão bem no trap americano. A produção é apenas ok, embora demonstre amadurecimento (o que talvez nem seja tão bom) do estilo no Brasil. Curiosamente, as faixas mais ordinárias (liricamente) são as mais legais (tipico do trap). Uma mixtape que serve de experiência para algo que tende a evoluir).

- Dirge: Lost Empyrean (Bastante influenciado pelo Neurosis, este grupo apresenta um post-rock/metal de qualidade, mas que a mim não emociona. É pesado e melódico, mas também arrastado. Embora a produção soe moderna e encorpada, achei também pasteurizado e polido demais. Todavia, é recomendado para quem ama o gênero).

- Disaster Cities: Lowa (Embora soe moderno e poderoso (com direito a alguns bons riffs) esse direcionamento meio post-grunge pouco me interessa).

- DJ Koze: Knock Knock (Por mais que seja ótimo em diversos quesitos, devo confessar que essa linha mais melodiosa da house não faz minha cabeça).

- DMA'S: For Now (Britpop moderno. Não é ruim, mas gosto mais do britpop noventista. Simples assim).

- Drake: Scorpion (Dois álbuns, 25 músicas. Confesso que eu achei que a experiência auditiva seria pior. Algumas produções até são legais (com tantas faixas, em uma ou outra ele tem que acertar mesmo), embora tudo que é coberto por sua voz fique cafona. Que merda é aquela com o Michael Jackson? Ele se saí muito mal quando aposta nessa linha mais melódica do r&b. Nos traps ele se salva. Muitos seguem adorando, eu sigo achando superestimado. Pecou pelo excesso. Um álbum simples teria resolvido os problemas).

- Dramón: Ansiedade Morte (Sabe quando você não sabe nada sobre o artista, lê o release da obra e pensa "pô, deve ser um trabalho especial", mas ao ouvir não sente grande coisa. Pois é). 

- Drik Barbosa: Espelho (Por mais que essa onda mais pop do rap não faça tanto a minha cabeça, a qualidade deste EP é perceptível de imediato. Variação de flow, boas bases e letras necessárias dentro do hip hop nacional).

- Dorian Concept: The Nature Of Imitation (É bacana e tecnicamente muito bem feito, todavia achei um pouco genérico. Funkeado, sintético e retro-futurista. Que curte Flying Lotus tende a adorar. Merece nova reavaliação no futuro).

- DRINKS: Hippo Lite (Sabe o lado mais esquisitinho do pós-punk? Pois então, é por essa região que este duo circula, só que numa abordagem mais acústica. É tortinho, dá uma talkingheadiadas, mas nada mais que isso. Soa meio "retrô-frescor". Fora que parece ter mais (chatas) vinhetas do que (boas) canções).

- Earling Morning Sky: If I See You Again (Uma tentativa brasileira de emular o som do My Bloody Valentine. A produção ficou longe e as composições são bacanas, mas vale mais como uma promessa para o shoegaze nacional do que algo a se apaixonar no presente. Ao vivo deve funcionar melhor).

- E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante: Fundação (Pra quem curte post-rock é prato cheio. É um dos grandes nomes nacionais no estilo. Todavia, acho que eles já lançaram faixas mais inspiradas. E, por mais que seja menos importante, devo dizer que eu não engoli esse timbre de caixa. Achei uma merda (de incomodar mesmo). E olha que eu adoro o Fernando Sanches, produtor do disco. Acontece).

- Eartheater: Irisiri (Embora o conceito seja interessante, enaltecendo vozes femininas, além de trabalhar com ricas texturas timbristicas, chegando a uma produção encorpada... é um trabalho menor (ou melhor, que eu menos gostei) dentre todos que ouvi dessa faceta mais experimental da música contemporânea. Nada de errado, só comparativamente "bateu" menos. No futuro volto a ele. É um disco dificil).

- EARTHGANG: Royalty (Nada que fique muito tempo na cabeça, mas são bons 24 minutinhos rap moderno com devaneios jazzisticos).

- Earthless: Black Heaven (É rock de tiozão bem feito. O problema é que não tenho mais saco para esses riffs pentatônicos, sonoridade de power trio e o vocal típico de hard setentista. Não é ruim, só não é para mim. Não chega a ser pastiche, só não é criativo. Tem até bons solos de guitarra. Ouça bebendo conhaque que talvez role melhor. Ao vivo possivelmente funcione bem).

- Ed Scharader's Music Beat: Riddles (Mais um exemplo de repertório irregular. Adoro a sonoridade ultra saturada e moderna dentro do rock alternativo, mas tem algumas músicas bem fraquinhas).

- Eels: The Deconstuction (Disco ok, que tem como principal feito lembrar que a banda ainda existe. Hora de desempoerar os discos antigos).

- Ekuka Morris Sirikiti: Ekuka (É o tipo de pesquisa sonora que não vem ao caso achar bom ou ruim. A música neste caso é o que é. Para quem se interessa pelas matrizes da música africana, esse apanhado ugandense é de grande valor. A mim bastou ouvir para ter uma noção básica). 

- Eleanor Friedberger: Rebound (Apesar de ótimas referências ao pop oitentista e composições bacanas, o disco não "me pegou". Nenhum grande problema, só não bateu mesmo. Confesso que não me atentei as letras). 

- El Efecto: Memórias do Fogo (Inegavelmente bem composto, arranjado e tocado. Tem até um influência progressiva e hibridação de estilos interessante. Mas é tudo tão pomposo e correto que me dá bode. Fora que tudo é cantado tão dramaticamente que me remete a um musical (isso não é um elogio). Parece um Los Hermanos tocado direito. Sem carisma algum).

- Elysia Crampton: Elysia Crampton (Por mais que tenha experimentos ritmicos interessantes (e que involuntariamente (ou não) remetem a música brasileira, deixando de soar para nós tão experimental), achei o final brusco e a não sintonia entre as faixas um deserviço estético ao disco. Parece mal acabado. Mas não me entenda mal, é um trabalho de grande valor. Se eu fosse produtor de funk eu samplearia).

- Emma Louise: Lilac Everything (Ela canta muito bem (baita timbre grave), tão bem que as canções soam para mim aveludadas demais. Mas é bom, bonito, bem arranjado... Talvez só não seja para mim. Escutem a ótima "Shadowman", sua interpretação me lembrou o Jeff Buckley).

- Empath: Liberating Guilt And Fear (EP curtinho. Seria pop punk se não fosse tão lo-fi e esquisito. Alias, esquisito define bem. Tem sujeira, mas ela não chega exatamente a colaborar com a estética, sendo mais um ranhura sonora desagradável. Os arranjos não são nada convencionais. Não é ruim, mas não gostei não. Todavia, não duvido se daqui algum tempo eu vier a gostar).

- Esben And The Witch: Nowhere (Post-rock/metal bastante climático com vocais femininos drámaticos. Tem altos e baixos (nas faixas mais encorpadas eles se saem melhor). Fora que essa onda "épica" não é minha praia).

- Essaie Pas: New Path (Nada de errado, mas num ano tão interessante para a música eletrônica, não tem disco baseado na obra do Philip K. Dick que me convença se não soar poderoso. E aqui soou apenas ok).

- Eric Clapton: Happy Xmas (Óbvio que tem momento muito cafonas, afinal, é um disco natalino de um senhor que há tempos não soa instigantes. Dito isso, deixaria esse disco rolando numa ceia natalina em família sem o menor problema. Faixas como "Christimas Tears" são até mesmo guitarristicamente bem quentes). 

- Everything Is Recorded: Everything Is Recorded By Richard Russell (Embora nomes talentosos como Kamasi Washington, Sampha e Ibeyi colaborem para que o disco não caia no limpo, a verdade é que as produções são de uma pequenesa sonora impressionante).

- Evil Blizzard: The Worst Show On... (É encorpado e potente (mesmo com a produção não ajudando), mas genérico. Sequer acho divertido (e olha que a banda visualmente se esforça para isso). Não é ruim, nem me interessa). 

- FACS: Negative Houses (Acho que a ideia era ser um pós-punk esquisitão e dark com influência do industrial. Todavia, infelizmente, é pouco inspirado. Mas tem seus bons momentos).

- FBC: S. C. A. (Um salto na produção de trap em território nacional. Beat, manipulação da voz, mixagem... gostei mesmo. Todavia, não achei o álbum interessante liricamente e nem com relação ao flow. Vale destacar a ótima capa, que faz referência ao I.N.R.I. do Sarcófago).

- Filipe Ret: Audaz (Morri de amores? Não, mas mais por preferências minhas do que por demérito da obra. Um dos melhores discos pop-rap brazuca, com produção consistente e criativa se apropriando do trap com personalidade. BK, Marcelo D2 e Flora Matos dão as caras).

- Flasher: Constant Image (É bacana, mas eu sempre espero mais urgência quando se trata de uma banda de rock, ainda mais oriunda de Washington D.C.).

- Flatbush Zombies: Vacation In Hell (Ouvi imaginando "isso é o que aconteceria se o De La Soul investisse no trap". Não que faça tanto sentido, mas tem haver. Mais um exemplo de como o rap consegue ser criativo mesmo circulando no mainstream. Todavia, tem algumas gordurinhas. Os rapper precisam voltar a fazer discos mais curtos. No fim eu já tava disperso).

- Françoise Hardy: Personne d'autre (Ela é maravilhosa, uma verdadeira ícone, e acho bacana ela continuar a produzir, mas musicalmente não funcionou. Acho que foi até uma boa escolha direcionar para algo quase dream pop, soando sábia. Todavia, o disco no geral não transmite tanta "paixão").

- Fucked Up: Dose Your Dreams (É bacana. Faz aquela ponte entre o hardcore e rock alternativo tão bem vinda. Soa grandioso, talvez até demais. Sua longa duração traz um tom épico que não faz minha cabeça. Em quase 1h30 de disco, muita coisa não é aproveitada. Uma boa limada e seria discão). 

- Future: BEASTMODE 2 (Trapzão pop curto e grosso que não faz feio em festa, mas que musicalmente acho muito pobre. O Future não tem versatilidade alguma. Todavia, dependendo da proposta, funciona).

- Galcher Lustwerk: 200% Galcher (Aquele tipo de produção eletrônica que entra na seara da música lounge. Não é nada inventivo, mas seus graves definidos e ritmo pulsante são agradáveis. O problema são os momentos vocais, meio falado, meio tentando ser "charmoso". Fica besta).

- Galya Bisengalieva: EP ONE (É o tipo de som ambient que gosto de ouvir antes de dormir. Nas três tentativas cai no sono. Isso é um elogio. Repetitivo e delirante). 

- Gang Gang Dance: Kazuashita (Apesar da interessante fusão de gêneros musicais de diferentes partes do mundos, não posso dizer que é o tipo de música que mais me interessa. Acho as produções um tanto quando "soft" demais. Saiu pela 4AD, o que me leva a crer que possa agradar quem curte dream pop).

- GAS: Rausch (Um álbum complexo e denso, de texturas quase impenetráveis, e que embora traga uma riqueza timbristica e até mesmo um herança da música alemã, eu não consegui alcançar em sua totalidade. Bastante atmosférico).

- Gaylord: The Black Metal Scene Needs To Be Destroyed (Sendo honesto, sonoramente é bem tocos. Riffs repetitivos e produção pouco criativa. Mas relevo isso devido a postura anti-fascista da banda. Eles tem algo há dizer, então ok, sendo justamente isso que eles vendem como sendo o principal).

- G Herbo / Southside: Swervo (Por mais que a produção seja robusta e o flow interessantemente agressivo, não achei o disco cativante. É um trap sem carisma e o estilo prima por isso. 21 Savage e Young Thug dá as caras).

- Gia Margaret: There’s Always Glimmer (É bonito, é fofo, é folk, é agradável. Sonoridade bastante rústica, embora limpida. Confesso que gostei mais do instrumental do que da voz. São legais as dobras vocais, mas a interpretação é meio repetitiva. Não me atentei as letras).

- Gilberto Gil: OK OK OK (Eu adoro o Gilberto Gil e lido com emoção a oportunidade de ouvir mais um disco seu. Todavia, ainda que tenha composições bonitas (vide "Quatro Pedacinhos"), no geral é pouco inspirado. Ao cantar sobre temas tão pessoais, que lidam com a saúde, a morte e a família, o disco parece fazer mais sentido para ele do que para o ouvinte. Fora que falta ousadia na produção. Até uma faixa ousada como "Kalil" parece jingle político. Mas isso é apenas impressão minha. Não tem também grande erro. É bonitinho).

- Glasser: Sextape (A obra "intima" que John e Yoko tentaram, mas não conseguiram fazer. É experimental, sarcástica e, dentro do possível, engraçada. Tudo isso em menos de 17 minutos. Todavia, não pretendo ouvi-la nunca mais. Vai entender).

- Grouper: Grid Of Points (Se eu pegar para ouvir isoladamente uma música como "Birthday Song", eu vou achar linda. Mas, honestamente, eu não tenho muito saco para ouvir pianos e vozes reverberando durante 20 minutos. É belo, mas não é minha onda. Mas quem já curte o trabalho da Liz Harris não vai se decepcionar).

- Gucci Mane: El Gato: The Human Glacier (Embora as letras tragam a "força" derrotista de um junkie em estado de paranoia, o disco acaba soando repetitivo para mim. Muito devido a dificuldade pessoal com a língua inglesa. Mas talvez também porque os beats e o flow não sejam dos mais criativos. Fica a dúvida).

- Gulfer: Dob Bless (Aquele cruzamento tão questionável do emo com math rock que tanto adoramos. Tem passagens intrincadas bem interessantes (vide "Be Father"). Todavia, a verdade é que algumas melodias vocais são bem chatinhas, falta sujeira na produção e tem discos nessa onda bem mais legais sendo feitos).

- GUM: The Underdog (Projeto do Jay Watson (Tame Impala) que, apesar de trazer elementos que eu tanto gosto da psicodelia e, até mesmo, arranjos legais, no fim pouco me cativou. Bom, mas indiferente).

- Habibi: Cardamon Garden (EP curtinho, menos de 10 minutos. Boas melodias com sotaque do oriente médio numa abordagem psicodélica. Nada muito criativo. Falta certa visceralidade. Mas as quatro garotas unidas são apaixonantes demais).

- Half Waif: Lavender (Embora o disco faça bom uso de pitadas de trip hop num pop classudo, as composições cansam. O álbum tem seus momentos agradáveis e criativos, a moça tem qualidade vocal e faz uso de boas produções eletrônicas, mas é indie-pop demais para meu gosto).

- Hifiklub + Lee Ranaldo: In Doubt, Shadow Him! (Adore a faixa "Pure (Take Me First)", a única que dentro de sua exploração repetitiva me soou instigante. As outras, em seus delirios poéticos, guitarristicos e experimentais, pouco me chamaram a atenção. E olha que eu adoro o Lee Ranaldo).

- HMLTD: Hate Music Last Time Delete (Achei mais engraçado do que propriamente bom. Uma fusão estranha de art rock (na linha Sparks) com new wave, só que repaginada/moderna. Tem até elementos de trap numa música. O vocal afetado é curioso. Mas não empolgou tanto). 

- Horse Feathers: Appreciation (Eu gosto dessa onda de alt-country bastante melodioso, só que esse é um estilo que não da brechas para composições ruins, sendo que aqui, embora tenha algumas bastante boas, timbres orgânicos e belos arranjos, é um tanto quanto irregular, chegando a soar paumolenga. Mas vale conferir).

- Hour: Tiny Houses (Sabe aquelas guitarras arpejadas no emo noventista? É basicamente isso que encontramos nestas faixas instrumentais. Não é ruim, mas é chato. Não tem variação e dinâmica). 

- Hovvdy: Cranberry (Embora tenha algumas melodias bonitas/aconchegantes, essa melancolia indie-pop não rouba meu coração).

- Hozier: Nine Cried Power EP (Acho o rapaz muito talentoso, mas ele produz pouco não? Sendo assim, eu espero algo melhor do seu repertório. EP meia bomba no quesito composição. Sua interpretação vocal as vezes me soa cafona. Adorei "NFWMB"). 

- Husalah: H (É um problema quando justamente aquilo que eleva o álbum, também o prejudica. Isso se dá via acertos e equívocos da produção. Os acertos: sempre tem uma boa e insistente melodia nas bases e uma certa desconstrução rítmica interessante. Os equívocos: alguns efeitos vocais de auto-tune que não ficaram tão legais e alguns timbres tanto dos beats quantos dos baixos que não é dos que mais gosto. Mas as composições tem um alto astral bacana).

- Ice Cube: Everythangs Corrupt (Ele é historicamente importante, imponente no seu canto, político no seu texto, mas sua música não parece mais ter frescor e urgência. A produção também não encantou. Resumindo: ele é muito melhor do que isso).

- Insecure Men: Insecure Men (Um indie rock inglês com pitadas de psicodelia. Tem bons momentos no disco, mas no final fica o gosto de obra irregular).

- Interpol: Marauder (Caso você não se importe em ouvir o revival do revival (sendo esse último de si mesmo), esse álbum até guarda algumas canções legais e certa urgência, embora nada genuíno).

- ionnalee: EVERYONE AFRAID TO BE FORGOTTEN (É um tipo de música pop que tenho dificuldade de me identificar. Claro, é tudo muito bem produzido, une coisas boas tanto do synthpop quanto do darkwave, mas simplesmente não me instiga a ouvir novamente).

- Jay Rock: Redemption (Uma penca de feat. e produções bacanas em composições que não dizem muito. Tem até uma carga de "autoajuda" que nada combina com o pop-rap/trap. Dá para salvar algumas faixas, vide a pesada "ES Tales").

- J. Cole: KOD (De imediato achei que era muita marra e pouco som (e de certa forma é), mas na realidade até tem bons momentos, tanto no que diz respeito ao flow, quanto principalmente aos beats, ora ou outra trazendo elementos do jazz-rap ao trap. Irregular). 

- JEFF The Brotherhood: Magick Songs (A proposta é bem bacana, um indie rock contido com pitadas de psicodelia e até mesmo krautrock. Só que para mim soou "preso" demais. A produção é abafada e as composições não são tão inspiradas. Funciona mais no papel do que no som. Uma banda a se desenvolver). 

- Jennifer Castle: (Embora tenha inúmeras qualidades (muito bem tocado, boas melodias e uma temática forte) não é o tipico de música que faz a minha cabeça. Mas se sua onda for country music é prato cheio).

- Jenny Hval: The Long Sleep (Um disco rico em texturas, que percorre pelo jazz, dream pop e música eletrônica, com vocais quase etéreos. Todavia, achei um tanto quanto sonolento. Não fui atraído pela obra. Talvez o problema esteja em mim).

- John Prine: The Tree Of Forgiveness (Uma lenda da música country/folk americana em um disco bem... americano. Arranjos e composições agradáveis e com certa dose de ironia. É legal, mas não me emociona).

- Jonathan Wilson: Rare Birds (O rapaz produziu o Pure Comedy do Father John Misty e toca na banda do Roger Waters. Acho justo dar uma chance para o disco do cara. É uma psicodelia que trafega pelo pop e o lado mais cafona do progressivo. Tem seus bons momentos, mas é bem irregular).

- Junglepussy: Jp3 (Com grande parte da temática envolto ao feminismo, o disco é liricamente tão necessário quanto monotemático. Sua incursão pelo trap é bacana, mas não das mais inspiradas. Um disco irregular).

- Joseph Shabason: Anne (Um disco de um saxofonista que nem parece ser de um saxofonista. Em temas calcados na música ambient e minimalista, o artista percorre por traumas infantis, com direito a participação da sua mãe em falas. É mais interessante do que propriamente bacana). 

- Joyce Manor: Million Dollars To Kill... (O perfeito encontro do power pop com o pop punk que embora soe consistente, a mim não diz muito. Acho apenas ok).

- JYOCHO: The Beautiful Cycle Of Terminal (Dentro dessa onda math-qualquer coisa, tem outros grupos que a mim soam mais interessantes. Claro, todo mundo toca muito bem, com direito a tappings absurdos inclusive no violão e bonitas linhas de flauta. Todavia, a interpretação vocal singela não levanta as canções. Mas tem bons momentos, vide a bonita faixa que batiza o disco e a curtinha "Sugoi Kawaii JYOCHO"). 

- Kate NV: FOR (Não que seja de todo mal, mas eu não consegui adentrar essas "micro-produções" que a todo momento parece que vai explodir, mas que de fato nunca acontece. As ambientações são agradáveis, mas no geral é um tanto quanto repetitivo).

- Khruangbin: Con Todo El Mundo (Embora traga no seu som instrumental referências latinas, psicodélicas (belas guitarras), de dub, dentre outros elementos dançantes e que muito simpatizo, falta uma força explosiva nas composições. Soa muito flat. Mas pra um jantarzinho com amigos, serve de som ambiente. Entenda como quiser).

- Klein: CC (Um disco experimental, cheio de colagens e diferentes texturas, mas que honestamente eu não consigui embarcar. É bacana, mas é dificil. Talvez eu não tenha dado a devida atenção. Mas vale ressaltar que embora seja de grande complexidade, não chega a ser propriamente chato).

- Koran Streets: Lates 20s (Nada de tão errado, mas também nada que tenha me causado entusiasmo. Achei os beats mais do mesmo. As faixas não apresentam variação. Um disco de rap tão ok quanto esquecivel). 

- Kovtun / Umbilichaos: Belong To Nothing (Uma parceria amarrada por conceitos interessantes, mas que sonoramente me pareceu confusa. As influências são muitas e o resultado é caótico (no mal sentido). A fraca produção atrapalhou no desempenho das composições).

- Kronos Quarter & Laurie Anderson: Landfall (Encontro bacana, mas após 1 hora e 10 minutos, eu senti que eles não tinham tanto a dizer).

- Kyle Craft: Full Circle Nightmare (Rockinho um tanto quanto pastiche, mas de boas melodias (vide "Heartbreak Junky"). Algo entre o glam rock e o power pop afetadão).

- Kwes: Songs For Midi EP (Simplesmente não é o tipo de experimentação eletrônica que mais chama a minha atenção. Isso quer dizer que é ruim? Claro que não. Apenas não senti a evolução das composições).

- Kurt Vile: Bottle It In (Sempre sinto falta de algo a mais na música do Kurt Vile. Claro, seus discos tem bons momentos, mas no geral não acho nada tão memorável ou empolgante. Isso para um álbum de 1h20 é um grande problema. É um rock retrô com guitarras bacaninhas e um estilo de cantar cansado que é até simpático. Todavia, queria gostar mais dele. Para quem cresceu ouvindo Neil Young, suas músicas não convencem muito. Para os "indies" tá ótimo. Boa capa).

- Laibach: The Sound Of Music (Os veteranos do rock industrial/experimental do Laibach interpretando as canções do filme A Noviça Rebelde. Embora soe bem, é o tipico álbum que cai mais na onda do bizarro/curioso do que propriamente bom).

- Laurel Halo: Raw Silk Uncut Wood (Acordes pianisticos dramáticos e colagens sonoras que proporcionam uma música ambient/minimalista densa, mas pouco inspirada. Tem sua força, mas vi tanta graça). 

- Lea Bertucci: Metal Aether (Não é um saco igual as coisas que o Brian Eno tem feito, mas devo dizer que esse tipo de música minimalista, por mais provocativa (e em "Sustain And Dissolve" é até mesmo incomoda) que aqui seja, pouco me interessa. Foi bacana conhecer, assim como espero nunca mais ouvir, entende? Um disco difícil).

- Let's Eat Grandma: I'm All Ears (Duo formado por duas jovens garotas numa amostra de pop contemporâneo, de produção pulsante, com timbres encorpados e algumas estranhas interseções, que dão uma atmosfera experimental ao trabalho. No fim, as bases quase atropelam o vocal pequeno das meninas. É interessante, mas não acho tão bem sucedido. Fora que as composições em si não me emocionaram. Recomendo para quem curte Lorde). 

- Lil B: Platinum Flame (Sendo bem honesto, até onde eu ouvi eu achei bem legal. Um rap moderno, que não parece com nada, meio junkie, paranóico e tenso, embora estranhamente divertido. A produção é muito esquisita. Todavia, não tenho paciência para 1h55 de disco distribuído em 28 faixas. Escutei 10 músicas e me dei por satisfeito. Um dia talvez volte para o resto).

- Lil Reek: The Graduation (É legal por ele ser uma "criança". A produção do Brodinski também é boa, mas o disco não apresenta nada mais que isso. Sua voz não soa bem (quando entra as participações isso fica nítido). Quem sabe mais pra frente. Agora é só engraçadinho).

- Little Big: Antipositive, Pt.2 (Uma piada que perde a força. Una o que há de mais caricato na tipica house de rave e no eurodance, mas dê a isso um cárater cômico. É tipo Die Antwoord. As faixas iniciais são divertidas, depois cansa).

- Lori Goldston, Aidan Baker and Andrea Belfi: The Passin of Joan of Arc (Não tenho inteligência para isso não. Sequer sou capaz de avaliar. É a música erudita contemporânea enxuta na instrumentação, embora amplamente cerebral. Ao menos encontrei na "Seventh Movement" um densidade/dramaticidade interessante. No resto eu boiei. Ao ouvir isso, seja mais inteligente que eu). 

- Lori Scacco: Desire Loop (Embora tenha grande força nos timbres e nos climas criados, sua performance de música ambient ainda soou monotona para mim).

- Lost Girls: Feeling (Em meio ao canto falado, ao clima hipnótico, o cheiro de pós-punk e a experimentação sonora, pouco entendi. Eita EP dificil).

- Lotic: Power (Embora seja sonoramente vigoroso, apresentando beats ousados, timbres encorpados e texturas sombrias, vi todo esses êxitos mais como qualidade técnicas do que "musical". Não me pegou emocionalmente. Mas vale uma nova reavaliação no futuro. É ousado. Capa linda). 

- Louis Cole: Time (Jogue pop, funk e jazz no liquidificador. O resultado é esse disco, divertidamente dançante, de momentos instrumentais interessantes, mas de repertório irregular. Não gosto também da interpretação vocal do rapaz. Os timbres sintetizados são bem bacanas. Soa quase que um "AOR moderno", se é que isso é possível. Como tem composições "meia bomba", o disco como um todo soa longo demais. Destaque para as participações do Brad Mehldau e do Thundercat).

- Luiza Lian: Azul Moderno (A nova mpb em interação com timbres modernos, temáticas contemporâneas e até mesmo um sensualidade pop. A voz da moça, os arranjos e a produção soam bem, mas não acho as composições grande coisa. Não é minha onda, mas é bem feito. Ao que consta, foi co-produzido pelo Tim Bernardes). 

- Machine Head: Catharsis (Machine Head abraça o new metal. Ficou uma onda meio Max Cavalera encontra o Slipknot. A intensidade do grupo na execução e a produção robusta dão energia as composições. Todavia, os refrães são cafonissimos. O que me leva a uma questão: tem alguma banda de thrash metal que saiba fazer refrães melódicos? Possivelmente o Metallica. Talvez por isso eles sejam tão grandes).

- Marcus Miller: Laid Black (É claro que ele é um espetacular baixista, mas não consigo ver nas composições grande profundidade. Parece mais um disco de contrabaixo do que de música. Talvez seja isso mesmo).

- Marisa Anderson: Cloud Corner (Ele é uma interessante guitarrista, que resgata algumas técnicas e tradições melódicas do instrumento. Todavia, não achei esse trabalho muito inspirado. Tudo soa muito cru e frio, o que até pode ser uma proposta estética, mas que me distanciou da obra. Mas recomendo para quem se interessa por música orgânica, tradicional e/ou minimalista).

- Mark Fell: Intra (Não vou dizer que é ruim porque eu sequer entendi. Até parei na terceira faixa. Mas se você se interessa por musica microtonal, percussão ou pela obra do Iannis Xenakis, vá atrás. É muito inteligente (e tedioso) para mim).

- Mark Kozelek: Mark Kozelek (Devido o fato do meu inglês ser ruim, tenho dificuldade em apreciar discos onde a poética é tão fundamental. Todavia, com calma e atenção eu driblo esse problema. E ao fazer isso dou de cara com esse tratado egocentrico, porém cômico. O instrumental é enxuto e simpático, mas o que manda é o texto. 1 hora e meia prestando atenção nas letras - em outra língua - sobre um cara "resmungando" sobre si mesmo. Por sorte o cara é o Mark Kozelek, o homem por trás do Sun Kil Moon, um sujeito interessante e divertido. Resultado: Friamente: não é ruim. Emocionalmente: não quero ouvir nunca mais).

- Mark Pritchard: The Four Worlds (Nenhum grande problema, apenas não me pareceu instigante. Parece uma trilha-sonora de algum filme que não conheço. Faria mais sentido).

- Masego: Lady Lady (Um pop/r&b contemporâneo redondinho, melódico e extremamente bem produzido e produzido. Gostei da inserção de guitarras e sax. Linhas de baixo profundas.  Todavia, embora tenha ótimas faixas, não é nada que salte aos meus ouvidos. Capa cafona).

- Matthew 'Doc' Dunn: Lightbourn (O álbum deste canadense traz um cruzamento delicado, bonito e improvável da música folk com a soul music. É um tanto irregular, embora os ponto altos sejam realmente imponentes. A interpretação e a produção não me atraíram tanto, é na composição que ele se sai bem. Não é minha onda, mas é bacana).

- mewithoutYou: [Untitled] (Gosto da fusão entre o post-hardcore e o indie rock, mas achei as composições irregulares. No meio do caminho dá uma cansada).

- Migos: Culture II (Começo a pensar que a repetição (do flow, dos temas, dos beats) do Migos é proposital. Quase duas horas (haja saco!) de um "trap-mantra". Poucas faixas ruins, nenhuma brilhante. Todavia, devo confessar que, mesmo com todos os contras, eu achei divertido. Mas não boto a mão no fogo não. Talvez meu cérebro tenha derretido com tamanha merda. Ou não, talvez seja apenas divertido).

- Minsk / Zatokrev: Bigod (Os dois grupos reunidos num disco de sludge que passa longe do ruim, mas soa bastante genérico. Nada de muito errado, mas nada de ousado. Se o estilo for sua onda, pode ser prato cheio).

- Miya Folick: Preminitions (Um indie pop bem feito, principalmente no que diz respeito a produção, mas que no geral soa sem personalidade. Bacana e esquecível).

- Molchat Doma: Этажи (Floors) (Pelo que eu entendi, rolou um pequeno hype pra cima do "pós-punk russo atual". Neste sentido, esse grupo se destacou. Mas não é nada demais. Tem um carisma por ser russo (assim como a Legião Urbana deve ter para um inglês), mas no fundo é muito cru (linhas de baixo sem graça, timbre de bateria frio). Esquecível). 

- Molho Negro: Normal (Um bom disco de rock nacional que consegue balancear pegada, peso e canções de alcance pop (se vai fazer sucesso? provavelmente não, mas tem elementos sonoros para isso). O problema é que to meio de saco cheio de discos de rock baseado em riffs, versos e refrães. Mas a audição não foi terrível não. Tem faixas bacanas, vide "O Jeito de Errar").

- Morning Scales The Mountain: Morning Scales The Mountain (Um post-rock instrumental quase progressivo, bastante climático e orgânico, mas que devo confessar que "não bateu". Nenhum problema em si com a banda (na verdade talvez tenha achado que faltou algum elemento catártico), apenas não gostei tanto do resultado. Embora com nomes internacionais, saiu pela Sinewave).

- Mr. Fingers: Cerebral Hemispheres (Após 25 anos sem assinar como Mr. Fingers, o nome reaparece preso ao passado. Nada que soe mal, afinal tem aquele clima de house music de club gay noventista que é bacana, embora um tanto quanto empoeirada. Adorei o fato de ter uma música chamada "São Paulo").

- Nas: NASIR (Embora tenha uma excelente produção do Kanye West, durante boa parte do disco eu só conseguia pensar na incapacidade do Nas de soar menos quadrado. Somente a partir da "everything" que ele embala. Seu flow não é nada criativo. Mais uma vez ele decepcionou. Ótima capa).

- Niagara: Apologia (Um disco eletrônico de ótimo produção e ideias atipicas. Nem sei em que gênero exatamente se enquadra. Todavia, tem uns timbres que achei irritantes. Sim, essa é a palavra. Mas pode ser coisa minha, afinal passa longe de ser ruim).

- NIKI: Zephyr (A produção é muito boa e as canções tem uma boa dose de sensualidade. Todavia, é nitida a irregularidade das composições. Sem contar que essa linha mais pop do R&B as vezes escorrega para o cafona. A voz da moça as vezes me agrada muito, as vezes nem um pouco. Ficou no meio do caminho. Mas deixo registrado que "Newflash!" é uma das melhores faixas pop do ano).

- Nipsey Hussle: Victory Lap (Disco de estreia de um sujeito que já vem há tempos galgando espaço, o que justifica a participação de nomes como Kendrick Lamar (tá arroz de festa, hein!). O álbum não tem nenhum grande erro, mas também não salta aos ouvidos. A produção é boa (beats e baixos pesados), mas não impressiona. Nem fui atrás das letras).

- No Age: Snares Like A Haircut (É sujão, mas é também meio bundão. Nesta onda pop-punk tem coisas bem mais legais acontecendo).

- Now, Now: Saved (Para o pop é bacaninha. Lembra até um pouco o Haim, que eu adoro. Todavia, não é o que tem me interessado ultimamente. Embora seja tudo muito bem feito, sinto que falta força).

- Odetta Hartman: Old Rockhounds Never Die (Uma junção do indie moderno com uma tradição folk interessante, mas que não me disse muito. Composições curtinhas, nem sei se entendi direito a proposta. Confesso que não me atentei as letras. Não bateu. E olha que eu gostei da voz da bela moça. Vale reavaliação no futuro).

- of Montreal: White Is Relic/Irrealis Mood (Até existe um esforço de enriquecer a produção com elementros eletrônicos espacial, mas as composições são muito fracas e ficou parecendo um indie de poperô da cena de madchester. É nessas horas que entendemos o grande feito do MGMT).

- Oneohtrix Point Never: Age Of (Eu não sei se entendi o disco. O Daniel Lopatin parece querer invocar melodias folclóricas, mas com timbres sintéticos e progressões bizarras, dando uma forma new age a algo quase de apelo pop (e ao fracassar no apelo pop, em faixas vocais, que está o grande problema do álbum). É estranho. Merece reavaliação no futuro).

- Open Mike Eagle: What Happens When I Try To Relax (Como revela no titulo deste EP, é um trabalho mais confessional. Boa produção e composições, mas o rapper tem momentos muito mais interessantes dentro de sua discografia, sendo esse álbum menos inspirado).

- Orem Ambarchi / Jim O'Rouke: Hence (Por mais que eu adoro o O'Rouke, nem tudo que ele lança eu consigo me apaixonar. E como ele lança coisa! Aqui há uma sobreposição de guitarras e tablas em canções viajantes. Com acompanhamento de chá e massagem vai bem. Dificilmente vou ouvir novamente).

- Pariah: Here From Where We Are (É possivel ouvir influência da música minimalista nos arpejos luminosos deste disco. Suas texturas trazem também algo de belo e atraente para à música ambient. Todavia, não posso dizer que é dos trabalhos que mais me comovem).  

- Park Jiha: Communion (Embora seja inevitável ficar indiferente diante dos timbres lindíssimos de instrumentos coreanos e da profundidade das melodias, toda essa singularidade somada ao minimalismo das composições mais bloqueou minha experiência do que a aproximou. Talvez o problema esteja mais em mim do que na obra. Um disco dificil).

- Parliament: Medicaid Fraud Dogg (Um disco confuso. Extremamente longo, sendo algumas faixas de enorme equivoco. Após ter sua sonoridade apropriada pelo g-funk, a lendária banda entrou num espiral que parece tentar emular-se. Em alguns momentos acerta. Apesar de não ser completamente ruim, soa dispensável. Uma pena para uma banda que não lançava um trabalho desde 1980. Alias, nem sei o quanto o George Clinton deu as cartas e o quanto é picaretagem).

- Pillbox Hat: Life Saver (Banda do Biofá do Alta Fidelidade. Confesso que tinha escutado os singles ano passado e achado bem fraquinhos. Mas agora, pensado em formato "disco" e com uma melhor mixagem (embora ainda longe da ideal), as composições parecem funcionar melhor. É um lançamento bacana que dá margem para trabalhos ainda melhores no futuro).

- Pink Siifu: ensley (Este álbum tem uma construção peculiar. As faixas mais parecem pequenas vinhetas que trazem um ótimo rapper em cima de colagens sonoras. É bastante climático e sofisticado. Seu flow é quase falado. É bem bom, apenas não desperta a vontade de ouvir mais vezes).

- Playboi Carti: Die Lit (Embora eu tenha gostado da simplicidade e da ferocidade de algumas faixas, não posso dizer que o álbum como um todo me agradou. Dá uma empapuçada. Mas é um trap tóxico indicado para os fãs do estilo. Boa produção e ótima capa).

- Qluster: Elemente (É um disco bonito, mas também monotono. Adorei muitas faixas (vide "Weit"), mas o álbum como um todo cansa. Para quem pira em sintetizadores etéreos, em camadas/cascata, alimentado por delays, é um ótima pedida).

- Rebel Wizard: Voluptous Worship Of Rapture And Response (Um black metal bagaceiro demais para o meu gosto. Mas tem pitadas de power metal e punk que ficam entre o constrangedor e o engraçado. Achei isso divertido. Mas é tosco). 

- Remo Drive: Pop Music (Três músicas, sendo as duas primeiras bacanas e a última um saco. O grupo se mantém no power pop/emo de seu disco de estreia, mas parece ter perdido a rusticidade. Soou careta. Vamos aguardar o álbum cheio).

- Richard Reed Party: Quiet River Of Dust Vol.1 (É singelo e com uma incursão interessante pela música ambient dentro de uma proposta folk. Todavia, não posso afirmar que saltou aos meus ouvidos. Mas sei lá, é bonito. Dê um chance). 

- Rizza: Adepta (Vidros quebram, pessoas gritam, versos biblicos são mencionados, um amontoado de sons pesados e pulsantes (com um certo groove "latino")... É instigante, mas cansativo). 

- RLYR: Actual Existence (4 faixas instrumentais. É algo na linha do post-rock, mas com timbres de um "stoner moderno". Não há nenhum grande problema, mas também não é grande coisa).

- RM: mono. (O líder do BTS em composições pop-rap que fazem referência direta as produções do tal lo-fi hip hop. É bacaninha. As canções são aconchegantes, embora bastante irregulares. Não mais que isso).

- Robyn: Honey (Começa bem mal, mas engrena. Como já esperado, é um synthpop oitentista, que de cara me pareceu "forçado" e pouco inspirado, mas que foi me agradando conforme evoluía. Tem algumas produções que até me lembraram o Georgio Moroder (o que é um baita elogio). Entretanto, funciona mais para saudosistas. Esperava mais).

- Roc Marciano: RR2: The Bitter Dose (De cara devo confessar que "não bateu", mas novas audições me abriram para algumas produções numa linha mais minimal, o flow tão intenso quanto tranquilo do rapper e o fato de tão nenhuma faixa exatamente ruim (embora também nenhuma brilhante). É ok).

- Rolling Blackouts Coastal Fever: Hope Down (Um rockinho comum. Até tem uma aura pós-punk, mas é muito correto. Não me atentei as letras). 

- Rosie Mankato: Palomino EP (Artista curitibana que auto produziu esse bom EP, que apesar de não ter me despertado amores, é um belo apanhado de indie/dream pop).

- Roy Montgomery (Uma disco em parceria com diversas cantoras talentosas que lembra os momentos mais etéreos do Cocteau Twins. Beira um drone épico de vocais dramáticos. É profundo e bonito, mas não tenho tanto saco para este tipo de som).

- Rubel: Casas (Eu não conhecia, minha irmã elogiou, peguei para ouvir. Eu defintivamente não gosto! Não das músicas em si, mas do estilo. Tem momentos de sagacidade na letra e uma produção interessante, mas simplesmente não é minha onda. É muito fofinho).

- Santigold: I Don't Want: The Gold Fire Sessions (É o dancehall sem recorrer a superficialidade e ainda assim soando pop e divertido. Todavia, funciona melhor pensando cada faixa individualmente do que enquanto disco. Ou seja, tem faixas bacanas, mas é um tanto quanto repetitivo).

- Sarah Davachi: Let Night Come On Bells End The Day (Drone apaziguador, meio ambient... não curto não. Embora ache legal a atmosfera barroca que o uso do órgão traz). 

- Scraps Of Tape: The Will To Burn (Até tem momentos instrumentais interessantes, mas o vocalista e a produção não me agradam. É "rock mauricinho").

- serpentwithfeet: soil (É muito bem feito, mas parece faltar algo. Essa pop-r&b contemporâneo (com influência gospel) que investe em produções minimalistas, não costuma fazer a minha a cabeça. Alias, aqui as bases são bastante experimentais. Nada que tire de mim a sensação de que "falta algo". O rapaz também tem uma bela voz, embora ache seus melismas exagerados).

- Shibalba: Stars Al-Med Hum (Um drone épico, dark, distópico, ruidoso, com pitada climática do rock industrial. Não passa despercebido. É cansativo).

- Shinichi Atobe: Heat (Até soa bem (ótima mixagem), mas me lembra muito "música de passarela de moda". Essa onda chill out não é a minha). 

- Shuta Hasunuma / U-zhaan: 2 Tone (Um ousado produtor de vanguarda e um músico virtuoso de tabla num disco peculiar. Mesmo dentro da proposta de música minimal e experimental, o álbum tem altos e baixos. É um disco dificil, mas de grande valor estético. Arto Lindsey, Ryuichi Sakamoto e Devendra Banhart dão as caras).

- Shygirl: Cruel Practice (Chega, fode sua mente com uma produção volumosa, traz estimulos sexuais em beats maldoso, mas perde a força rapidamente. E olha que só tem 13 minutos).

- Shy Layers: (Influências étnicas e jazzisticas em um disco eletrônico de grande valor estético, mas de audição nem tão contagiante).

- Simian Mobile Disco: Murmurations (Produções tão dançantes quanto delirantes servindo de cama para para Deep Throat Choir elaborar seus vocais étnicos. É o verdadeiro trance. É interessante, mas não bateu).

- Sinkin Hawke / Zora Jones: Vicious Circle EP (É um experiência interessante que uni sons étnicos com vozes processadas e timbres eletrônicos em beats estranhíssimos. Legal, mas para ouvir uma vez e nunca mais).

- Skeletonwitch: Devouring Radiant Light (É bastante irregular. É um black metal sem tanto peso, mas com um direcionamento "progressivo" e melódico que seria interessante, se não fosse a maior parte do tempo bastante cafona. As faixas intercalam entre "interessante" (vide a canção que nomeia o álbum) e "vocês não tão fazendo isso" (veja a segunda faixa). O vocal gutural soa até besta ali no meio. Pior é o timbre das baterias. Os baixos e as guitarras eu gosto. Resumindo: nem lá, nem cá).

- Snail Mail: Lush (Emotivas canções de indie pop que são elevadas via as guitarras com clara influência noventista. Todavia, devo confessar que não achei as composições grande coisa. É apenas ok. Mas ficarei atento ao trabalho da moça).

- Soccer Mommy: Clean (Jovem artista com faixas bonitas, de produção lo-fi e que se encaixam com o contexto intimista das composições. Alias, de tão intimistas, nem consegui alcançar. As canções não me pegaram).

- Spiral Deluxe: Voodoo Magic (A interação entre a música eletrônica e o jazz sempre me agrada de alguma forma. Entretanto, é impressionante a falta de ousadia deste disco. Beats genéricos, produção travada e performance instrumental apenas "correta". Não soa mal, mas não diz grande coisa).

- Starchild & The New Romantic: Language (Tive dificuldade em chegar a uma conclusão sobre esse disco. É que por mais que tenha boas composições (não todas), belas melodias (não todas), o vocal do cara seja ótimo (nos melhores momentos lembra o Prince, nos piores o Lenny Kravitz) e arranjos agradáveis que sujerem a tão bem vinda fusão do pop com o R&B, acho tudo um tanto quanto genérico).

- Steve Hauschildt: Dissolvi (Uma junção de techno, trance e minimal num disco agradável, bem produzido e bem construído, mas que particularmente não fez a minha cabeça).

- Street Sects: The Kicking Mule (É pesado, divertido e maluco, mas decepcionante quando comparado ao disco anterior. A produção soa de certa forma mais genérica (o timbre de batera é tão grandioso quanto fake). Tem algumas melodias vocais bastante cafonas. Em alguns momentos até parece um disco de "noise rock eletro" do Muse. Talvez eu tenha sido cruel agora, nem é tão zuado assim).   

- Sudan Archives: Sink (Meio pop, meio R&B, meio étnico, meio sem graça. A produção é rebuscada (vide a boa "Mind Control"). A capa é muito bonita).

- Sun Kil Moon: This Is My Dinner (Aquelas letras bem costuradas e extensas que eu sempre me disperso em cima de um instrumental repetitivo. Não soa mal, mas para a dificuldade de apreciação que as canções do Mark exigem, esse disco não vale a pena. Extremamente longo. Mas confesso, achei "Linda Blair" divertidissima).

- Surgeon: Luminosity Device (Nada de errado. Para quem curte techno é até bem recomendável. Mas me pareceu mais do mesmo até se comparado com que foi feito no gênero há uns 20 anos).

- Terry: I'm Terry (É um indie rock estranhinho e divertido, mas um tanto quando "duro". Achei no geral muito linear. Mas tem uma estranhice divertida, quase remetendo ao Devo (vide "The Whip"). Uma banda que pode melhorar). 

- The American Dollar: You're Listening (Confesso que não conhecia o grupo, mas logo entendi do que se trata. Um post-rock climático, que faz bastante uso de elementos eletrônicos e da música ambient. Em alguns momentos a produção me pareceu muito flat, embora de bom gosto. Já os temas se desenvolvem numa linha quase de trilha-sonora publicitaria. Não vejo tal percepção como algo pejorativo, é apenas mais um caminho para a música instrumental. O álbum soa bem, embora excessivamente longo).

- The Body: I Have Fought Against It, But I Can't Any Longer (Acho que o The Body força a mão ao tentar soar distópico. Aqui, em um trabalho mais melodioso e, até mesmo, com maior dinâmica, o grupo eliminou os excessos, mas ainda assim não conseguiu produzir algo que me deixe extasiado. Achei um tanto quanto dramático demais os vocais femininos. Mas tem faixas boas (vide "Nothing Stirs").

- The Brian Jonestown Massacre: Something Else (De todos os álbuns que já escutei dessa ótima banda, esse é o mais fraco. Normal, dada a força de sua discografia. O problema é que as composições são realmente pouco inspiradas. Até mesmo a execução parece com o freio de mão puxado. Mas vale conferir se sua onda for psicodelia "stoneana").

- The 1975: A Brief Inquiry Into Online Relationships (Como não mordi a isca do disco anterior, fui sem expectativa alguma, sendo que a ruindade desta vez não me indignou. Até conseguir "curtir" uma faixa ("How To Draw / Petrichor"). Mas no geral o disco soa como se o Maroon 5 fosse inglês (isso se manifesta nos arranjos, ponto positivo), presunçoso (ai fudeu) e com uma produção tão intensa quanto uma disputa de dominó. É mais breguinha que propriamente ruim).

- The KVB: Only Now Forever (Um synthpop com nítidos ecos oitentistas, embora com timbres robustos atualizados. É bacana dentro da proposta, mas não me diz muito). 

- The Love Language: Baby Grand (Embora tem uma sujeira típica do shoegaze que muito me agrada, no geral a performance e as composições são de um pop rock bem irregular. É um álbum no meio do caminho).

- The Ocean: Phanerozoic I: Palaezoic (Alguns anos atrás eu teria achado legal, mas hoje já não aguento mais essa linha "sludge acessível com pitadas de progressivo". Longe de ser ruim, apenas não me interessa).

- The Smashing Pumpkins: Shiny And Oh So Bright, Vol.1 / LP: No Past. No Future. No Sun. (O bom de não criar expectativa é que você não cai do cavalo. Composições irregulares e produção genérica de um disco apenas ok. Para mim soa completamente sem paixão. Atende os fãs pouco exigentes).

- This Will Destroy You: New Orders Part One (É um trabalho bastante climático de post-rock. Não me surpreenderia se fosse uma trilha-sonora. Todavia, não me identifiquei tanto com a obra, sendo que sequer fui atrás de ouvir sua segunda parte).

- T. Hardy Morris: Dude, The Obscure (É um disco bonito e dramático, que aposta em belas melodias de alt-country. Nenhum erro até aqui, mas também sem nenhum grande acerto. É bacana).

- The Field: Infinite Moment (Álbum eletrônica com direcionamento dark. É bacana até, mas longo demais para algo esquecível). 

- The Goon Sax: We're Not Talking (Um indie folk rock de atitude quase punk em alguma faixas. É divertido e simpático, mas não mais que isso).

- The Longshot: Love Is For Losers (O Billie Joe Armstrong num projeto descompromissado de power pop/pop punk. As canções são legaizinhas, mas soariam melhores se o vocal dele não fosse tão sem emoção. Ele parece que perdeu urgência).

- The Magpie Salute: High Water I (Tinha gostado do registro ao vivo do grupo justamente por captar uma certa energia interessante no palco. Todavia, esse disco não me empolgou. Esse tipo de rock n' roll tradicional tem que ter composições muito acima da média para convercer em pleno 2018. Mas não soa mal, tem ótimas guitarras, claro. Só não salta aos ouvidos).

- The Residents: I Murdered Mommy (Nem sempre dá para adentrar o "planeta Residents". Me pareceu menos inspirado).

- The Shacks: Haze (Dream pop viajante, suspirado e bonitinho. Só).

- The Vaccines: Combat Sports (Quem gosta de indie 00's tende a adorar, até porque tem algumas músicas perdidas ali no meio que são realmente bacanas (vide "I Can't Quit"). Todavia, esse tipo de revival já soava velho em 2004, imagine agora).

- Tirzah: Devotion (Um perfil de música pop que fica entre o sexy e o esquisito. São batidas e vozes aconchegantes, enriquecidas por uma produção profunda e desconexa. Só tem um problema: não acho as composições grande coisa. Uma pena).

- toe: Our Latest Number (4 musiquinhas bacaninhas deste grupo com faixas mais inspiradas em seu catálogo).

- Tomberlin: At Weddings (É bonito, climático, denso, calcado na música folk e com apelo indie. Todavia, não tenho interesse de ouvir outras vezes. Simplesmente não me encantou).

- Topdown Dialetic: Topdown Dialetic (Achei confuso. São tantos elementos colocados em meio aos beats que a produção soa esquizofrenica (no mal sentido). Fora que os timbres não são poderosos. Mas sei lá, me parece mais com equívocos do que necessariamente ruim).

- Trippie Redd: A Love Letter To You 3 (Embora irregular e tematicamente repetitivo, quando comparado a outros nomes do tal emo rap (coloque Lil Peep e XXXTentacion neste pacote) esse disco aqui ao menos demonstra maior cuidado nas melodias, arranjos e produção. Músicas como "Topanga" são verdadeiramente boas. Mas ainda falta algo).

- Trouble (with Mike WiLL Made-It): Edgewood (Mais parece uma ponte do rap noventista com as tendências do trap. Fico no meio, não sendo exatamente ruim, mas também não alcançando grande êxito).

- Tuamie: Emergency Raps, Vol. 3 (26 minutinhos de beats esquisitos que, por mais que tragam timbres do rap noventista, mais parece um amontoado de ideias dispersas. O flow imponente do Koncept Jack$son até casa bem com essa atmosfera, mas tudo acaba soado esquecível e pouco instigante).

- Tuyo: Pra Curar (Embora algumas letras sejam demasiadamente bombinhas, os vocais são ótimos, soando melódico, sexy e introspectivos. O clima das produções ficam entre o downbeat e o trip hop, só que com uma brasilidade própria. É bonito, pop e bem feito. Essa analise se dá de inicio, já que no decorrer do álbum ele vai perdendo a força, um pouco por conta da repetição, bastante por conta da queda de força das composições. Até as boses vozes começam a incomodar).

- Twenty One Pilots: Trench (Nunca me interessei pela banda. Confesso que só fui escutar porque o Anthony Fantano falou muito bem do álbum. Achei genuína e legal a incursão do duo pelo pop, rock alternativo e rap, mas o desempenho vocal pouco me agrada. Nos momentos "rap" até acho seu flow ok ("Levitate" é boa mesmo), mas ele não transmite para mim emoção nas partes mais melódicas. Gostei dos momentos mais saturados da produção. O baterista também é ótimo. É irregular nas composições. Vale dar uma checada sem espectativa. Sucesso comercial eles comprovadamente já alcançaram).

- Tyler, The Creator: Music Inspired by Illumination... (O tal EP natalino do Tyler. Não é grande coisa, mas é tão improvável que eu achei simpático. Tem momentos agradáveis. É curtinho demais para ser algo mais que isso).  

- Uniform / The Body: Mental Wounds Not Healing (Sabe quando a gente até tenta gostar de algo, mas não vai. É um encontro interessante, mas não me anima muito. Ao vivo deve ser bem mais intenso. Achei a produção do disco um tanto quanto travada. Mas sei lá, é ok).

- VanJess: Silk Canvas (A produção impressionantemente parrudas e o direcionamento sexy dado ao r&b contemporâneo, de alguma forma me atraem. Todavia, a verdade é que achei as composições um tanto quanto genéricas. Não vejo tanta inspiração. Bom desempenho vocal). 

- Virgina Wing: Ecstatic Arrow (Um synthpop moderno e criativo, mas que honestamente não morri de amores. Achei que falta profundidade nas composições e na interpretação vocal. Os timbres e os arranjos do instrumental me atraíram mais que as músicas em si). 

- Vundabar: Smell Smoke (Por mais que as letras tenham uma revolta juvenil bacana, as canções são enfadonhas. É aquele indie rock de instrumental tosco e vocal cansado que não consigo simpatizar).

- Whyte Horses: Empty Word (É um dream pop psicodélico bacana, mas pouco inspirado. Senti que falta profundidade na voz da moça, algo que proporcionaria um encanto maior. Mas tem boas melodias e arranjos. No mais é apenas ok).

- Wooden Shjips: V (É ok, é psicodélico... mas perto de outros trabalhos da mesma banda, é pouco inspirado. Parece até propositadamente monótono. Achei também a master um tanto quanto abafada. É um disco que não cresce. Mas vale nova reavaliação no futuro).

- Wrekmeister Harmonies: The Alone Rush (Não soa mal, mas também não tem essa força todo que ele pretendia ter. Não me atentei as letras, mas essa voz fúnebre me pareceu tão falsa).

- Wild Nothing: Indigo (É um simulacro de New Order, logo, não soa mal, mas soa sem proposito. Mas é agradável. Caso synthpop e pós-punk seja sua onda, esse disco é prato cheio. Tem boas composições).

- Wild Pink: Yolk In The Fur (Algo entre o alt-country e o indie pop bonito. É bem feito e de clareza impressionante. Tão claro que incomoda. Tem potencial para soar como o Wilco, mas soa como trilha sonora amorosa de casal de velhos em novela cafona).

- Yoko Ono: WARZONE (Uma seleção de músicas engajadas na Yoko. Claro, sobrou até pra "Imagine". Mas assim como a maioria dos trabalhos da Yoko, não é tão ruim quanto falam, só é irregular. No meio de algumas baboseiras berradas que não mais surpreendem (vide "Why"), tem canções bonitas e criativas (vide "Now Or Never"). Gosto também da interação da sua voz com a guitarra do Marc Ribot (vide "Woman Power"). Resumindo, é um disco ok). 

- Yuno: Moodie (Essa fusão do r&b contemporâneo com o emo é tão bobinha que é simpática. Não tem muita substância, mas dá pra encarar as seis faixas numa boa).

- Yves Tumor: Safe In The Hands Of Love (Eu gostei da produção, tanto no que se refere aos timbres eletronicamente amontoados e cósmicos, quanto dos beats esqueléticos e pulsante. Todavia, achei as composições e a interpretação vocal (quase um resmungo) chatinhas. É um pop esquisitão, não necessariamente no bom sentido).


RUINS
Cotação subjetiva: 0-4


- 03 Greedo: God Level (Antes de ser sentenciado a cumprir 20 anos de cana, o rapper deixou esse álbum que está muito aquém do trap atual. Tem mais clichês que momentos interessantes). 

- 03 Greedo: The Wolf Of Grape Street (Trap careta não dá. Beats cobertos por um clap datado e sintetizadores que parecem extraidos de algum vst merda. Um saco).

- 88rising: Head In The Clouds (Para quem cresceu em meio a ascensão das boybands, isso aqui até que não soa tão mal (culpa da produção robusta). Todavia, por mais que tenha uma galera que adore Joji, Rich Brian e o restante da turma, a verdade é que eles apresentam um pop-trap bem inofensivo. É de total mal gosto? Não, vide a faixa que abre o disco. Todavia, não há tempo a se perder com isso (embora eu tenha perdido)). 

- A Cor do Som: A Cor do Som 40 Anos (Grande banda num disco comemorativo, com direito a participação de nomes como Gilberto Gil, Samuel Rosa e Flavio Venturini. Tudo muitissimo bem gravado. Os músicos dispensam apresentações. O resultado é deprimente. Volte alguns anos e escute o Montreux Ao Vivo).

- Alex Zhang Hungtai: Divine Weight (Chato, hein! Parece um drone sinfônico que não chega a lugar nenhum. Denso, minimalista e bocejante). 

- Alice Bag: Blueprint (Quando o punk rock soa bobo e forçado. Uma pena). 

- Ana Frango Elétrico: Mormaço Queima (Poderia fazer grandes divagações de como o disco soa blasé e falso com suas crises solares, mas prefiro dizer que anularia todo esse lirismo bobo se as canções soassem melhores. Parece apenas uma tentativa de ser esquisitinho. É tipo a Mallu Magalhães menos afetada, mas igualmente ruim. Claro, vale lembrar, isso é somente a minha opinião).

- Bad Bunny: X 100PRE(A Pitchfork cria algumas armadilhas, mas eu não caio não. É latinidade pra norte-americano. Um saco a voz do rapaz. Parei na sexta música e acho que fui longe demais). 

- Bat Fangs: Bat Fangs (Estreia da banda da baixista do Ex Hex. Vou confessar que parei na terceira música. Parece bandinha ruim de colégio. Caso na quarta música a coisa melhore, me desculpem, mas não deu para mim).

- Black Pantera: Agressão (As vezes eu penso "bem que poderia ter bandas de metal brasileira cantando em português", mas toda vez que uma aparece, acho tão mal escrita as letras que desanima. Eis mais um caso. O instrumental até que soa bem (nada muito criativo, mas ok), mas as letras com engajamento infantil (e até mesmo um moralismo idiota) são muito ruins).

- Brendon Anderegg: June (Música eletrônica atmosférica. Sei nem se é "ruim", mas é chata. Até para mudar de tom é um sacrificio). 

- BTS: Love Yourself: Tear (Dentro do k-pop, eu até vejo uma qualidade no grupo ao tentar soar mais orgânico, maduro e com elementos do r&b. Todavia, como um todo, ainda soa muito meloso. A apropriação do trap é péssima. Tem mais faixas ruins do que boas. Entretanto, teve um sucesso comercial impressionante).

- Bullet For My Valentine: Gravity (Parei na metade da segunda música. O suficiente para saber que é um porcaria das grandes). 

- Camila Cabello: Camila (Eu até tentei ignorar o disco, mas a capa sempre saltava aos meus olhos quando eu circulava pelo spotify. E que capa bonita! Todavia, por mais que ache a moça adorável, sua fusão do pop com música latina (mais tentando soar sexy do que resgatando algo de sua origem) é extremamente pobre. Seu canto cheio de afetação beira o insuportável. Desculpe, Cabello).

- Cérebro de Galinha: Sociedades Secretas (Houve um pequeno clamor entorno do grupo quando pintou aquele vídeo deles ensaiando em meio a escombros. Todos ficaram sabendo que eles vieram pra São Paulo gravar um disco. Depois disso, parei de ouvir noticias sobre o grupo. Ao escutar o disco entendi o porquê. Infelizmente é fraquinho. Riffs previsíveis, produção abafada, energia contida, vocais sem variação... Mesmo dentro proposta tosca e imunda do grupo, fica devendo. Uma pena). 

- Chastity: Death Lust (É o que aconteceria se o Tool virasse uma banda de post-hardcore e escrevesse canções ruins. Até tem um peso instrumental bacana, mas o vocalista é detestável. Pra não dizer que odiei tudo, "Negative With Reason To Be" e "Chains" são ok, mas nada que o Deftones não tenha feito muito melhor).

- Chic: It's About Time (A gente adora o Nile Rodgers, então escuta (aliás, o álbum deveria levar seu nome, não o do Chic). Todavia, convenhamos que não é grande coisa. Na real é bem ruim. Esteticamente soa requentado e como forma de entretenimento é chato. Composições fraquinhas. Poderia ter apostado numa produção mais orgânica, já que assim ficou genérico. Mas quem sou eu pra opinar no trabalho do Nile, né).

- Chloe x Halle: The Kids Are Alright (As duas jovens cantoras chamaram atenção via um vídeo no YouTube cantando uma música da Beyoncé. Foi mais que o suficiente para gravarem um disco, que apesar de evidenciar a boa voz de ambas, traz produção e composições insossas comparadas ao que é feito no r&b atual).

- Clairo: diary 001 (Não é ofensivamente ruim, mas é bobinho demais. E o pior, forçadamente bobinho. A moça tenta transparecer fofura e uma crueza lo-fi, mas o disco soa muito bem para algo auto-intitulado "bedroom pop". Fora que as composições são fraquinhas. Resumindo: é só mais uma garota branca e rica).

- Controlled Bleeding: Curd (Banda veterana da cena industrial num disco ruinzinho. De que adianta os timbres encorpados e sinistros se as canções evoluem para lugar nenhum?).

- Django Django: Marble Skies (A culpa é toda minha. Não sei porque ainda dou atenção para essas bandinhas indies. Boas referências para composições fraquissimas e genéricas).

- DJDS: Big Wave More Fire (Até é possivel encontra ali no meio alguma boa produção ou melodia atraente, mas é um pop eletrônico tão rasteiro que não consigo gostar).

- Djonga: O Menino Que Queria Ser Deus (Perto do que é feito no rap nacional, esse disco do Djonga me pareceu muito aquém, tanto em termos de letras, flow e produção. Nenhuma faixa saltou aos meus ouvidos. Mas ele é figuraça e tem uma galera que pirou no disco, mas não é o meu caso).

- DJ Richard: Dies Irae Xerox (Apesar do peso das produções, devo confessar que achei meio cafona. Essa ideia de trazer para o techno uma atmosfera de distopia funcionava melhor na década de 90. Fora que a progressão das faixas é um tanto quanto óbvia. A música eletrônica vive momentos melhores). 

- Editors: Violence (Não posso falar muito pois parei na terceira música. É um rock alternativo nervosinho abraçando o poperô. Se equipara ao que de mais chato o Muse já fez, só que sem a qualidade criativa e técnica da banda).

- Eminem: Kamikaze (Só fui escutar porque o Ronald Rios falou muito bem. Fiquei com vontade de dizer pro Eminem "cara, tu teve sua fase e fez coisas bacanas, mas para de tentar justificar suas porcarias". Ele defende a livre expressão para falar asneiras, critica a nova geração de rappers (fazendo parceria com os mesmos produtores e não conseguindo supera-los artisticamente) e apresentando um flow tão técnico (tudo estranhamente picotado) que é irritante. Ele perdeu a urgência sonora e o humor. Ele soa arrogante. No meio até tem algumas faixas que se salvam, mas no geral é um disco besta).

- Florentino: Fragmentos (É a tipica música eletrônica de pista que não me interessa em nada).

- Greta Van Fleet: Anthem Of The Peaceful Army (O problema não é somente ser um pastiche ruim de Led Zeppelin (que de tão ruim, nem se parece tanto assim ao Led), o problema é que soa mal. A produção não é vigorosa, a interpretação é "correta" demais para algo que pretende ser rock n' roll, as composições são pobres e o vocal ultrapassa o nível de irritante. Tem tanta banda "revival de classic rock" mais legais que isso (lembram do Rival Sons? Essa banda sim era bacana). Mas isso aqui não dá não! Quem sabe no futuro).

- Hatchie: Sugar & Spice (Dream pop bobo que tem como maior problema não o fato de ser açucarado demais (quase teen pop), mas ser chatinho mesmo).

- Indignu: umbra (Banda de post-rock portuguesa. Não gostei da tentativa do grupo de soar épico. Chega a lembrar bandas de metal sinfônico. Os arranjos orquestrados são cafonas. Curti não).

- IZA: Dona de Mim (Ela tem uma bela voz, é linda, extremamente simpática e bem relacionada no meio pop brazuca. Só faltou produzir músicas melhores. Repertório péssimo. É muito ruim).

- Justin Timberlake: Man Of The Woods (Bem feito! Vocês ficam falando que ele é um "hómão da porra", que é lindo (isso até é mesmo), um artista brilhante... olha no que deu. Nem os fãs aguentaram essa merda. Isso porque ele se juntou com o "querido" do Pharrell. Quero ver agora aguentaram os 60 minutos desse disco aí. Não sei o que pior, as canções tão pasteurizadas quanto presunçosas ou as faixas que tendem para o pop-country (com toque dubstep, trap, "funk" ou sei lá mais o quê). Disco dificil, que até parece guardar algum segredo, mas que é somente ruim mesmo).

- Kacey Musgraves: Golden Hour (Ouvindo as músicas isoladamente, até que é bonitinho. Música country, né. Bem produzida (leia pasteurizada) e o caralho. Mas simplesmente não é pra gente (brasileiros, jovens, fodidos). É coisa de tiazona americana e jovens virgens (por mais "doidão" e "profundo" que liricamente possa ser em alguns momentos). Resumindo: Pitchfork hypou, mas não entrei nessa. É coisa "deles").

- Lobão: Antologia Politicamente Incorreta Dos Anos 80 Pelo Rock (Repertório, interpretação (principalmente vocal), produção, o caráter de "levantar a bandeira do rock"... impressionantemente tudo errado!).

- Mac Miller: Swimming (Algo cheirava mal, mas como fez um barulho e não conhecia o trabalho do rapaz, abri a mente e fui ouvir o disco. Grande erro! Um r&b/rap de plástico, completamente sem groove. Eu tenho a impressão que as linhas vocais são zuera de tão ruins. Não só pelas desafinações (devem ser de propósito, dava pra corrigir digitalmente), mas pela completa falta de alma na interpretação. Composições ruins, sem dinâmica... impressionante).  

- Malina Moye: Bad As I Wanna Be (Existe um clichê no meio guitarristico. Sempre aparece uma moça tocando blues com timbres vintages que, de uma hora pra outra, torna-se a grande promessa da música. Eis mais um caso. Não é execrável, mas é ruim e repete a fórmula da fórmula da fórmula...). 

- Manic Street Preachers: Resistance In Futile (Adoro a voz do James, sendo que logo na primeira música eu fiquei feliz. Mas o disco segue numa sucessão impressionante de erros. Composições ruins, melodias aguádas, arranjos pomposos, timbres horríveis... parece que a banda pensou "pô, temos quase 30 anos de banda, vamos fazer um disco BEM RUIM, ainda não temos no nosso catálogo". Conseguiram).

- Medhane: Ba Suba, Ak Jamm (Não é ruim no sentido de ter desejado pular alguma faixa, é ruim no sentido ter sido uma audição indiferente. Um disco que não me disse nada).

- MHD: 19 (Socialmente tem muitas qualidade. Um filho de imigrantes do Guiné e Senegal na França cantando sobre sua vida. Muito legal. Mas não gosto do resultado. Se ainda fosse um EP curtinho, mas 1 hora é complicado. Musicalmente é uma mistura de rap com pop e EDM. Seu vocal é bacana. Tem também uma certa latinidade interessante, mas que não diz muito a mim. Destaco a faixa que gostei foi "Rouler", com direito a célula rítmica típica do funk carioca. Resumindo, é "ruim" para mim, para o resto do mundo talvez até funcione).

- Ministry: AmeriKKKant (Concordo que é louvável o fato do Al Jourgensen não estar morto, mas convenhamos que também não dá pra dizer que ele está muito vivo. Adoro a banda, mas isso aqui é bizarro! Uma faixa ou outra soa bem, mas no geral é infantil. As incursões dos DJs parecem jogadas no meio do caos. Composições muito fracas. É esquisito e requentado). 

- Moby: Everything Was Beautiful, And Nothing Hurt (A capa já é horrível, mas sonoramente talvez seja pior. Zero de ousadia, de modo que parece feito sem interesse. Tem incursões pelo trip hop, mas as produções são tão insossas que mais parece uma música pop cafona da virada dos anos 80 para o 90, tentando soar meio etéreo, meio world music).

- MorMor: Heaven's Only Wishful (Uma bela voz desperdiçada em canções paupérrimas. Simples assim).

- Nachtmystium: Resilient (Ao mesclar black metal bagaceiro com climas atmosféricos, a banda não chegou a lugar nenhum. Fora que as melodias são ruins, a execução não é intensa e a produção é magrinha).

- Nill: Good Smell (Percebo no Nill uma tentativa muito bem vinda de ousar (das produções ao flow) dentro do rap nacional, mas honestamente não acho que costuma funcionar. Acho muito chato).

- Nita Strauss: Controlled Chaos (O fato da Nita Strauss ser dos principais nomes da guitarra shred atual (e é mesmo) comprova o quão fraco está o cenário. Não que ela toque mal, mas suas composições são péssimas (temas e solos nada criativos) e sequer sua técnica surpreende. Fora o timbre ultra sintético da bateria. Infelizmente é um saco. Compor é uma dádiva mesmo). 

- Oneohtrix Point Never: The Station (Nem sei qual o conceito por trás da obra, só sei que esse EP é confuso, desnecessário, chato e nada inspirado. Isso porque eu acho o Daniel Lopatin talentoso).

- Orbital: Monsters Exist (Não achei que esse grupo veterano duo de techno fosse capaz de apresentar composições tão bestas. Tem timbres que parecem querer ser "engraçadinhos", mas são tontos. Um trabalho incrivelmente bobo).

- Paul McCartney: Egypt Station (Não é terrível, mas é um dos piores trabalhos do Paul McCartney (e eu gosto até mesmo do McCartney II). Composições nada inspiradas, sua interpretação é monótona (parece que finalmente a idade bateu), a banda não soa energética, a produção é chata... Um disco sem sal. Se o New (2013) que eu gostei eu nunca mais ouvi, esse aqui está definitivamente limado das minhas audições. Observação pertinente para os mais sensíveis a criticas: continuo achando o Paul um gênio, claro).

- Paul Weller: True Meanings (Disco de baladas, distante da sua comum vigorosidade. Não é ruim, mas comparativamente pouco me interessa. E nem me refiro a clássicos do Jam, seu disco no ano passado da de 7 x 1 nesse). 

- Pianos Become The Teeth: Wait For Love (Junto o pior do emo com o pior do indie moderninho. Não consegui ouvir inteiro).

- Princess Nokia: A Girld Cried Red (Ela demonstrou no seu disco anterior que é uma rapper de enorme talento. Sendo assim, soa ainda mais constrangedora essa mixtape. É uma versão trap da Avril Lavigne. Estranhamente, em alguns momentos dá a impressão de que ela está tentando cantar "I Wanna Be Adored". Deve ser algum tipo de piada. Nem para o emo-rap serve). 

- Rae Sremmurd: SR3MM (Que falta faz um produtor para podar essa molecada que acha que pode tudo, não? Um disco triplo (1h40m) que poderia ser um bom disco simples, mas que foi soterrado em canções chatas de um trap comum).

- Rich Brian: Amen (Rapper indonésio que teve um hype na internet. Não é ruim ao ponto de despertar raiva, mas é um pop-rap de composições bem fracas).

- Rich Homie Quan: Rich As In Spirit (Primeiro disco solo deste rapper oriundo do Young Thug. Aqui o trap/rap pop extrapola meu limite de tolerância. É verdade que a produção é grandiosa, mas isso só aumenta a potência de canções chatas. Os vocais ultra processados aqui soam cafonas).

- Sandro Perri: In Another Life (Nem vou ficar me explicando não, só vou dizer que achei bem chato).

- SARTOR: XO (Não consigo! É vaporwave isso? Juro que não manjo. Em respeito a garota que tá fazendo o corre dela e a mim mesmo que sequer entendi que merda é essa, vou parar por aqui). 

- Sasha Grey As Wife: Ashtar Sheran II:... (O Júlio Victor do canal Tá Na Capa para ser um ótimo sujeito, mas esse seu projeto me soou muito mal. As partes mais "black metal" são ao menos engraçadas. Já as letras "reflexivas" são não menos que tontas. A produção também é péssima. A vida é dura).

- SOB X RBR: GANGIN (Chato pra caralho! Tudo que eu não gosto no pop-rap está aqui: Refrões melosos, beat nada criativos, synths oitentistas genéricos, efeitos datados na voz, elementos batidos do trap...).

- The Caretaker: Evywhere At The End Of Time - Stage 4 (Muito conceito, muito longo, muito caótico. Não sou capaz de alcançar, então acho ruim). 

- The Soft Moon: Criminal (Uma faixa "ok" para cada uma ruim, embora nem as boas importem muito. Para quem curte darkwave vale a pesquisa, ainda que seja um tanto quanto requentado. Vale destacar também que achei tudo incrivelmente sem peso. Parece até que cortaram os graves na master).

- The Sword: Used Future (Eu gosto muito do peso stoner do disco Apocryphon, mas achei esse álbum aqui bem vagabundo. Rockinho cooptado e presunçoso). 

- The Temperance Movement: A Deeper Cut (Um disco de rock 60's e 70's, correto e com groove. Tão correto que pouco importa. Tão correto que não é o que deseja ser. Se eu quiser ouvir algo nessa linha vou ouvir Humple Pie, não essa mentira).

- Tom Morello: The Atlas Underground (Tom Morello chamou um monte de camaradas e fez sua própria balada. O resultado deve ter agradado somente ele mesmo. Ruim demais. Se fosse lançado em 1999 até entenderia a proposta. Hoje não faz sentido algum).

- TT: LoveLaws (Trabalho solo da Theresa Wayman do Warpaint. Vi um vídeo dela tocando guitarra, achei maneiro e previ algo na mesma linha no disco. Adorei a capa e resolvi encarar. Me dei de cara com um pop insosso. Até tem uns timbres legais, mas a decepção foi absurda).

- Verjault: NibiruV838 (Embora exista toda uma conjuntura extraplanetária na cabeça do autor que explique sua obra, não posso afirmar que ela se traduz sonoramente. A mim soou apenas como um disco monotono de drone/minimalista/noise. Se essa for sua onda, talvez lhe agrade).

- Victor Rodrigues + Bratislava: Aprender a Morrer (A junção de uma banda experimental com um poeta dramático gerou uma obra presunçosa, que não é ousada, nem inteligente, nem triste, nem humorada, nem nada). Aprender a Morrer

- Young Fathers: Cocoa Sugar (Ainda que algumas produções saltem aos ouvidos, acho as músicas muito ruins. Um pop presunçoso que investe em beats pesados para tentar engordar suas raquíticas composições).


DVD (vídeos)

- Emicida: 10 Anos de Triunfo (Legal ver o patamar que o Emicida alcançou. Esse DVD vem nitidamente para coroar sua carreira. Grandes participações, excelente produção e ótima escolha de repertório).

- Bruce Springsteen: Springsteen On Broadway (Produto da Netflix contendo a apresentação do Bruce na Broadway. Para ser sincero, nem sou dos maiores entusiastas da sua música. Todavia, ele é um compositor de grande de talento e, principalmente, um contador de histórias brilhante. Essa apresentação intercala entre momentos emotivos e divertidos. Numa tarde de domingo sem nada pra fazer é prato cheio).


"RELANÇAMENTOS" (material antigo lançado agora)

- Bob Seger & The Last Heard: Heavy Music: The Complete Cameo Recordings 1966-1967 (Sempre achei o Bob Seger "coisa de americano". Todavia, nestas gravações de sua banda da década de 1960, é possível encontrar ótimos momentos de garage rock, beat e r&b. Ainda é "coisa de americano", mas é muito legal. Ultra indicado para quem gosta rock n' roll básico).

- Jimi Hendrix: Both Sides Of The Sky (Vamos deixar assim: se fosse realmente um disco de inéditas, seria o melhor do ano disparado. Não só por ser "O" Hendrix, mas porque o Hendrix foi um compositor, guitarrista e cantor verdadeiramente genial. Basicamente tudo soa extremamente bem e, na medida do possível, até mesmo moderno (juro!). É espetacular!). 

- John Coltrane: Both Directions At Once: The Lost Album (Não é um relançamento. Na verdade é o tal álbum perdido do Coltrane. Gravações de 1963 (ou seja, um anos antes do clássico A Love Supreme) com o seu quarteto formado por McCoy Tyner, Jimmy Garrison e Elvin Jones. Tudo isso captado pelo Rudy Van Gelder. Obviamente é maravilhoso (os temas, os improvisos, a interação dos músicos, a sonoridade...). Enquanto obra, é uma maravilha. Mas por favor, não queiram fazer de uma gravação de mais de 50 anos a coisa mais relevantes do jazz deste ano. Têm muita coisa acontecendo, sendo muitas delas citadas neste próprio post. Dito isso, escute o Coltrane sem moderação).

- Neil Young: ROXY: Tonight's The Night Live (Um registro ao vivo do Neil Young em uma da suas melhores fases artisticas (não de vida) não é de se ignorar. Performance ao vivo exuberante e  genuina que não se encontra a todo momento. Discão!). Speakin' Out

- Prince: Piano & A Microphone 1983 (Mais de que um mero disco, este álbum é um interessante registro de versões descompromissadas, livres e divertidas do Prince ao piano. É um documento que comprova o criador diferenciado que ele era). Mary Don't You Weep


VI QUE LANÇOU DISCO, MAS SEQUER ME INTERESSOU IR OUVIR: 6IX9INE, Albert Hammond Jr., Belle & Sebastian, Christina Aguilera, Cléo Pires, Dave Matthews Band, Diplo, Fall Out Boy, Imagine Dragons, Jaden Smith, Joan Baez, Joe Perry, Joe Satriani, Lil Peep, Lil Wayne, Logic, Nicki Minaj, Pabllo Vittar, Russ, Shawn Mendes, Soulfly, Tesseract, The Weeknd, Titãs e Young Thug.

2 comentários:

  1. Muito bons os destaques, agradeço algumas ótimas dicas! Daria melhor posicionamento a Perfect Circle e Yves Tumor, ambos me surpreenderam, cada um à sua maneira. Mas o destaque maior ao Anguish e ao The End, dois projetos com Mats Gustafsson, que encontrou tempo para ir além do Fire! e do Thing (e mais alguns tantos)...

    Deixo aqui, caso interesse, alguns destaques adicionais lá do blog:

    Beanpole - All My Kin (projeto do Les Claypool, pouco falado)
    Black Peaks - All That Divides
    Charles Lloyd & Lucinda Williams - Vanished Gardens
    Conception - My Dark Symphony (retorno de uma das grandes bandas do prog noventista)
    Dimmu Borgir - Eonian
    The Ex - 27 Passports
    Ghostemane - N/O/I/S/E
    Hopesfall - Arbiter
    Howling Sycamore - Howling Sycamore (projeto com membros de grupos entre o prog, heavy, avant)
    Jlin – Autobiography
    Monsieur Doumani - Angathin
    The Octopod (Garrett Wingfield)- Monoliths And Sepulchres
    Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs - King Of Cowards
    Rolo Tomassi - Time Will Die And Love Will Bury It
    Thrice - Palms
    Toby Driver - They Are The Shield
    Tropical Fuck Storm - A Laughing Death In Meatspace
    Tune-Yards - I Can Feel You Creep Into My Private Life

    abraço!

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    Respostas
    1. Valeu, brother!
      Mais uma vez você deixou ótimas recomendações. Salvei aqui e assim que possível vou ouvir melhor.

      Abraço!

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