quinta-feira, 18 de agosto de 2016

TEM QUE OUVIR: The Who - Who's Next (1971)

Após uma sequência de discos espetaculares, o The Who finalmente pareceu dar um passo maior que a perna. Pete Townshend quase pirou tentando colocar em prática um projeto audacioso que sequer saiu do papel. Lifehouse fracassou, mas não por completo. Algumas de suas sementes foram aproveitas em Who's Next (1971), considerado por muitos o melhor álbum da banda.


Munido dos sintetizadores ARP, as composições do grupo se mantiveram numa crescente. A começar pela clássica "Baba O'Riley" e sua introdução futurística, que logo desencadeia numa canção explosiva dona de um inesperado e peculiar solo de violino. O Who virara rock de arena, mas sem deixar de ser artisticamente ambicioso.

Na sequência o grupo evidencia seu poder de fogo na intensa "Bargain", com destaque para a performance sempre explosiva da cozinha formada por Keith Moon (bateria) e John Entwistle (baixo). Já Townshed e Roger Daltrey brilham na poderosa balada "Love Ain't For Keeping".

De autoria do Entwistle, "My Wife" é uma das mais vigorosas composições do quarteto, muito graças ao potente arranjo de metais. Já a balada "Behind Blues Eyes" demonstra que o grupo sabia muito bem quando tirar o pé do acelerador. As trocas de dinâmica em "The Song Is Over" e "Getting In Tune" - que baixo! - são mais um exemplo nesse sentido, só que aqui vale um adendo especial para o piano majestoso de Nicky Hopkins. Já em "Going Mobile" quem dá show é mesmo Pete Townshend, onde sua pegada de mão direita é ressaltada por uma captação cheia de organicidade.

Como não bastasse tudo isso, o disco ainda reserva para o final a épica "Won't Get Fooled Again", que começa com sintetizadores espaciais, para logo depois ser atropelado pela bateria avassaladora de Keith Moon, o baixo tão gorduroso quanto melódico de Entwistle e o Townshend socando a guitarra, tudo isso formando a cama perfeita para Daltrey cantar uma das mais politizadas letras do grupo. Uma paulada!

Todos esses clássicos são embalados nesta brilhante capa contendo um monolito "kubrickiano" urinado pelos rapazes. Que disco!

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