A abordagem retro-futurista bem humorada presente nas perucas pitorescas, roupas burlescas de brechó e, claro, no som, que misturava punk rock com surf music, "funk" e o doo-wop das girls groups, era o que tinha de mais criativo no auge da new wave. Não teve uma alma sequer que não deixou se levar pelo som dançante do grupo.
Não foi somente a beleza extravagante de Cindy Wilson e Kate Pierson que chamaram atenção. A postura no palco e as vozes "defeituosas" eram de uma liberdade quase infantil Querendo ou não, isso era muito punk rock, não só em atitude, mas também sonoramente, vide "52 Girls", "Hero Worship" e "6060-842".
As divertidas "Rock Lobster" (com direito a tremendo riff de guitarra do Rocky Wilson, teclados esquisitos e o sprechgesang do Fred Scheneider) e "Planet Claire" (com riff roubado de "Peter Gunn" do Duane Eddy) foram singles que por si só garantiram o sucesso do álbum. Não que as outras faixas também não merecessem atenção, muito pelo contrário, são justamente nas descompromissadas "Dance This Mess Around" e "There's A Moon In The Sky" que estão os grandes momentos do disco.
The B-52's é um exemplo de criatividade, liberdade artística, talento, personalidade, bom humor e de como soar jovem e festivo. Como é que pude um dia achar isso bobagem?

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