Atualmente é fácil encontrar no YouTube músicos debulhando seus instrumentos em altíssima velocidade. Não há nada de errado em tocar rápido, mas é importante entender que a música tem uma finalidade maior. Por isso, listei alguns músicos que colocaram a velocidade em prol da arte.
O virtuosismo é uma das tantas características da música erudita. De compositores (como Mozart), passando por instrumentistas (Chopin) e cantoras de óperas (Maria Callas), são muitos os que podem ser citados devido o elevado nível técnico, mas escolho o Paganini, músico/compositor italiano que elevou a outros níveis de execução o violino, impressionando não somente pela velocidade, mas também pelo bom gosto melódico.
John Coltrane
A liberdade que o jazz proporciona é incrível, sendo que alguns músicos abusam de seus conhecimento se jogando em composições que beiram o inacreditável em sua velocidade, não só técnica, mas também de raciocínio e fluidez no campo da improvisação. Um dos músicos que melhor representa isso é o John Coltrane. Veja por exemplo a celebre "Giant Steps", onde sua veloz alternância de acordes, que modulam de tonalidade a cada poucos compassos, faz da composição um desafiador tema para improvisação.
Waldir Azevedo
O choro (vulgo chorinho) é uma autêntica música brasileira que prima pelo bom gosto melódico, mas que exige um compromisso técnico do interprete para que ele possa executar as passagens desafiadoras do estilo. Quem toca violão/bandolim/cavaquinho e nunca foi desafiado a tocar o "Brasileirinho" pisando no acelerador, que atire a primeira pedra.
Ten Years After
Sempre vi o rock n' roll como uma versão turbinada do blues. Tem exemplo melhor de banda assim que o Ten Years After? Esse grupo sensacional assustou no festival de Woodstock com seu blues-rock poderoso e enérgico. O solo veloz (principalmente para a época) do Alvin Lee neste show é ainda hoje lembrado como um dos momentos cruciais da guitarra rock.
Ramones
Para ser veloz não necessariamente precisa ser virtuoso, vide os Ramones. Chutando para escanteio um já presunçoso rock progressivo (que fique claro, eu adoro do estilo), o grupo descartou o virtuosismo chato do gênero (vale lembrar que o Nirvana fez o mesmo anos depois com o hard rock farofa). Velocidade rítmica, na atitude, na curta duração das faixas, na intensidade dos shows... os Ramones eram velozes!
Accept
O Motörhead com sua intensidade, o Metallica com a influente "Whiplash", o guitarrista Yngwie Malmsteen com seus arpejos na velocidade da luz, o Anthrax com sua influência do hardcore, os integrantes do Slayer massacrando seus instrumentos ferozmente, o Judas Priest voltando a ter destaque com o speed metal de "Painkiller", o Dream Theater com seu virtuosismo técnico... são muitos os exemplo de como a velocidade contribuiu para o heavy metal. Todavia, como quase nunca cito o Accept aqui no blog, fiquem com essa verdadeira paulada veloz deles. Dizem ser uma das poucas faixas que uniam tantos os headbangers quanto os punks.
Steve Vai
Ainda que chova instrumentistas técnicos hoje em dia, é incrível como a gente acaba sempre voltando para os que conseguem executar boas músicas. É por isso que caras como Steve Vai, Paul Gilbert e Joe Satriani (só pra ficar no territórios dos guitarristas) serão sempre referência.
Marc Trauner
Embora eu conheça pouco, vale lembrar que na música eletrônica tem diversos DJs/produtores que gostaram de trabalhar com BPM altíssimos. Daí surgiram subgêneros como o hardcore techno. Marc Trauner (que assina também por outros codinomes) é um dos precursores desta cena.
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