Na segunda metade da década de 1960, em meio a explosão psicodélica que levava a juventude a verdadeiras viagens lisérgicas, George Harrison e Brian Jones inseriam no som do seus respectivos grupos, - obviamente Beatles e Rolling Stones - elementos herdados da música indiana. Tendo em vista esse interesse crescente por essa "nova" abordagem musical, Ravi Shankar, o mais famoso músico indiano de todos os tempos (e pai da Norah Jones), lançou seu importante The Sounds Of India (1968)
Quando digo "nova abordagem", me refiro a sua inserção no ocidente, tendo em vista que os conhecimentos orientais, que transcendem a música, são milenares.
Com formato de apostila musical, The Sounds Of India é uma cartilha educacional, lançada numa época em que o acesso a informação era precário. Sendo assim, é possível encontrar neste material uma rica obra erudita/clássica, no mais amplo sentido que essas palavras representam. Um exemplo é a introdução do álbum, onde os conceitos da música indiana (como formas e estruturas) são explicados e aplicados, tanto sonoramente quanto em partituras presentes no encarte.
Em meio ao material didático, Ravi Shankar (citar), Chatur Lal (tabla) e N. C. Mullick (tamboura) apresentam quatro ragas instigadores, virtuosos e sentimentais, preenchidos por escalas características da música indiana, microtons e divisões rítmicas complexas. Escute "Bhimpalási" e comprove.
Nunca foi e, talvez, jamais será fácil para o ocidente absorver a música oriental. De qualquer forma, o guia para adentrar este mundo já está feito.
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