quinta-feira, 14 de agosto de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Paulo Moura, Arlindo Cruz & Sombrinha, Mötley Crüe, Raul Seixas, Santana e Virgin Prunes

Paulo Moura
Não sabia o que ouvir antes de dormir, Paulo Moura pareceu boa opção. Peguei o Mistura e Manda (1983), que eu nunca tinha escutado. Raphael Rabello é quem comanda o violão de 7 cordas, voando alto nos ótimos choros. Além de toda riqueza, há também solaridade de espírito. Disco lindíssimo.

Arlindo Cruz & Sombrinha
Samba é a Nossa Cara (1997). Arlindo Cruz morreu e eu lembrei desse disco que conheci num post do Tônico Manoel. Lançado no auge do pagode noventista, esse álbum tem o astral do período, mas com um acabamento/instrumentação/lirismo mais tradicional. A interação dos sambistas é esplêndida. O fino do gênero lançado numa época erroneamente mal vista.

Mötley Crüe
Tudo bem, é uma patifaria, é datado… mas Dr. Feelgood (1989) é um tremendo disco de rock n’ roll. Talvez o último suspiro do hair metal. Mick Mars tocando muito, produção inventiva do Bob Rock, composições cativantes. É o suficiente.

Raul Seixas
Motivado pelas comemorações de seus 80 anos, sua série biográfica e a exposição em sua homenagem, tenho escutado muito Raul Seixas, um dos artistas da minha vida, que gosto até do que é ruim (por questões emocionais). Sua década de 1970 é toda espetacular, mas gostaria de destacar o negligenciado Por Quem Os Sinos Dobram (1978), onde ao menos 3/4 do repertório é espetacular. A década de 1980 já é mais problemática mesmo, mas sempre com algum achado no meio de cada disco. Abre-te Sésamo (1980) é o mais redondo mesmo. Eu recomendo ouvir tudo, mas da fase oitentista por sua conta em risco.

Santana
Tava escutando o álbum Santana (1969), o debut do guitarrista, justamente admirando o timbre e fraseado dele. Me veio na cabeça “que pena que ele migrou pro som fraquíssimo do Supernatural (1999)”, só que me dei conta que nunca ouvi o disco na íntegra. Fui ouvir e não achei tão ruim. Na verdade achei um bom álbum pop. Muito bem tocado (as baterista são ótimas), arranjado, mixado e com canções verdadeiramente memoráveis. Fora que é curioso pensar que esse foi o momento com menos solos de guitarra (auge do britpop, new metal, post-grunge e rock alternativo), mas o Santana alcançou enorme sucesso sem poupar solos. E ele tava tocando demais. O fraseado e o timbrão ainda estão lá. Grata surpresa, derrubando meus próprios preconceitos.

Virgin Prunes
Vi certa vez o Massari falando muito bem dessa banda irlandesa muito influente pro cenário punk/gótico/alternativo do país. Pelo que entendi, o guitarrista é irmão mais velho do The Edge. O álbum …If I Die, I Die (1982) pareceu um destaque, então fui conferir. Achei de certa forma bem experimental. As canções não tem forma e arranjos convencionais, com direito a bateria tribais e guitarras fazendo somente ruído. Algumas faixas parecem remeter a um tipo de canto folclórico por mim desconhecido (vide “Sweethome Under White Clouds”). Não fez minha cabeça, mas vale conhecer.

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