segunda-feira, 4 de agosto de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Ney Matogrosso, Pedrinho da Flor, Muzzarelas, Grandaddy e Jackyl

Ney Matogrosso
Assisti semanas atrás Homem Com H, o ótimo filme sobre o Ney Matogrosso, o que inevitavelmente me fez querer relembrar seus trabalhos, a começar pela sua estreia solo, Água do Céu - Pássaro (1975), meu disco solo predileto dentre entre os que ouvi. É psicodélico, experimental e recheado de grandes canções. Sua voz tá ótima, assim como as performances do Bruce Henry (baixo), Claudio Gabis (guitarra), Márcio Montarroyos (sopros). Vale dizer que a produção é do Billy Bond. Um dos grandes discos do rock brasileiro. Por sua vez, Bandido (1975) me pareceu um álbum bem menor, embora “Bandido Corazón” seja uma pérola pop irresistível. Álbum cheio de latinidade e, dentro dessa proposta, funciona. Pena que a produção não traga mais calor sonoro. Pra finalizar, assisti pela primeira vez o A Flor da Pele (1990), trabalho feito em parceria do Raphael Rabello, espetáculo de beleza, lirismo e qualidades interpretativas latentes. O repertório também é uma preciosidade. Soa inevitavelmente triste por conta do decorrer da vida do violonista e da epidemia da AIDS que circulava as relações de amor e amizades do Ney.

Pedrinho da Flor
Na Luz das Estrelas (1988). Álbum de samba (pode chamar de pagode também) lindíssimo, com canções, arranjos e performances impecáveis. Daqueles pra por ao acordar num domingo ensolarado enquanto acende a churrasqueira. A capa é um charme à parte. Muito bem gravado.

Muzzarelas
Jumentor (1996). Longe de ser uma maravilha, mas esse álbum é o típico disco que se escutado na época certa, forma toda uma identidade sonora. Punk rock eficiente, de produção crua que acho particularmente maravilhosa, com chimbal comendo na cara, caixa com som de caixa (raridade) e baixo espancado com a palheta soando como um peido (é um elogio). Infelizmente desapareceu esse tipo de sonoridade orgânica tipicamente do cenário alternativo brasileiro dos anos 90.

Grandaddy
The Sophtware Slump (2000). O Barcinski falou recentemente sobre esse disco e fui ouvir. Ele parece capsular muito do que era o rock alternativo pré-Strokes, trazendo ecos de Radiohead, Flaming Lips, Wilco e, com menor glamour, dos post-grunge. É um disco bonito, conceitual e cheio de elementos sonoros atraentes.

Jackyl
Jackyl (1992). Um disco de hair metal perdido no tempo, com pitadas moderadas de AC/DC e um vocalista de voz irritante/cômica. Não sei porque tinha salvo isso pra ouvir, mas provavelmente seja devido a produção do Brendan O’Brien, que até tirou um sonzão mesmo, mas nada memorável. Engraçado.

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