sexta-feira, 11 de abril de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Jon Spencer Blues Explosion, Johnny Marr, Bebel Gilberto, Gang Of Four e Jimmy Page & Black Crowes

Jon Spencer Blues Explosion
Jon Spencer veio pro Brasil, então decidi fazer um intensivão dele no Blues Explosion, pegando só o biscoito fino, começando pelo Orange (1995), um clássico do rock alternativo, que soube de forma nada caricata trazer garage rock, guitarra bluesy e atitude punk num álbum energético e criativo. Excelentes canções, performances e gravação. Foda! Now I Got Worry (1996) é uma sequência igualmente poderosa. Mais “blues” ainda. Destaco suas performances vocais típicas de quem decifrou todos os códigos do estilo. Obviamente as boas guitarras também estão lá. Acme (1998) traz um “garage blues alternativo” que aponta pro futuro ao buscar a matéria prima, veja por exemplo a espetacular “Talk About The Blues”. Trabalho bastante criativo (dentro da proposta). Plastic Fang (2002), que o levou pra capa da revista Guitar Player americana, deste modo tendo chegado aos meus ouvidos inicialmente. Adorei na época, escutando na sequência ele parece menos inspirado e mais convencional. Mas ainda é bom. Escutem todos!

Johnny Marr
Boomslang (2004). Até então não tinha me atentado a esse primeiro disco “solo” do Marr (na verdade é ao lado do The Healers, grupo que ele criou que continha o Zak Starkey e o baixista do Kula Shaker). Vi que ele teve resenhas negativas na época, mas eu gostei. Tem ótimos timbres de guitarras, com direito aos mais “pesados” da sua carreira. Nada que o impeça de tocar linhas criativas. Tem algo de psicodelia inserido no contexto do britpop. Eu gostei.

Bebel Gilberto
Tanto Tempo (2000). Um álbum "clássico problemático". Uma releitura da bossa nova pela herdeira do gênero. Nepotismo da indústria. Há muita caricatura, mas passado décadas, podemos reconhecer que ele contribui muito para experiências sonoras dentro da música eletrônica e do rock alternativo quando esses pretendem embutir climas lounges-brazucas no seu som. Se a voz da Bebel Gilberto não é grande coisa, por sua vez, a interação entre a instrumentação orgânica da bossa nova (performada por nomes como João Parahyba, Celso Fonseca, Marcos Suzano, Luiz do Monte) e sonoridades eletrônicas (via as mãos do Suba e Amon Tobi) é de êxito inegável. Passado o hype, vale ouvir e admirar suas belas texturas e cores.

Gang Of Four
Soube da morte do Dave Allen, excepcional baixista do Gang Of Four, e fui imediatamente reouvir o Solid Gold (1981), álbum subestimando, quase tão bom quanto o clássico debut. Tão grooveado quanto pancada. É escutar e lembrar de inúmeras bandas que beberam dessa fonte.

Jimmy Page & Black Crowes
A parceria tá fazendo 25 anos, com direito a relançamento do disco ao vivo. Fui reouvir depois de muito tempo e desejei profundamente uma nova tour. Imagine assistir isso no Brasil. Sonho impossível?

Nenhum comentário:

Postar um comentário