terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Pitacos sobre o Primavera Sound 2023 (e outras coisinhas)

Antes de tudo: não fui ao festival. Tudo que falarei são impressões de relatos e do que assisti pela TV, via a transmissão do Multishow.

Confesso que dessa vez não me faltou disposição - apesar do calor -, a questão foi mais financeira mesmo. Com filha pequena, uma gatinha tratando de uma doença e o valor superfaturado (principalmente pós pandemia) dos ingressos, ir a tal evento foi um empecilho não só para mim, mas para muitos que gostam de música. No meu caso, tudo bem, vida que segue. Não tô mais na fase de sofrer por isso. Mas imagino um jovem, naquela sede de frequentar shows e festivais, não podendo realizar seu sonho. E quando realiza, é tratado pior que animais indo para o abate. Lamentavelmente os shows da Taylor Swift no Rio de Janeiro escancararam isso.

Inclusive, ainda no assunto do valor dos ingressos, me surpreende uma galera desmerecendo (ou desconfiando) do sucesso da Luisa Sonza por ela ter sido um fracasso de bilheteria num show na Paraíba. As pessoas acham que é todo mundo que tem 400 conto pra ir ver Caetano Veloso cantar o Transa. Se o artista é popular, não necessariamente é mais fácil vender ingresso. Pertencer a um nicho de classe média (e aqui não necessariamente me refiro ao Caetano), pode ser mais vantajoso comercialmente.

Voltando ao Primavera, foi uma pena ver artistas sensacionais tocando em horários ingratos, debaixo de um Sol escaldante. Black Midi, Off! e Slowdive foram alguns grupos que sofreram com isso. O quão isso faz parte da "experiência festival", eu juro que não sei. Mas deve ter alguma maneira de atenuar esse problema.

Dito isso, o Primavera foi o festival mais elogiado nas redes em tempos. E por gente que vai em muitos festivais, não mero entusiastas. O fato de ter 50 mil pessoas e não 100 mil (com um The Town ou Rock In Rio) muito colaborou para isso. Há quem diga que flopou. Não sei qual era a expectativa da organização. O que sei é que, enquanto imagem e consolidação da marca Primavera Sound, o festival foi muito exitoso.

Agora, como comumente faço, deixarei aqui meus twittes que fiz no calor do momento, enquanto via alguns shows na TV. Os shows que não vi, não comentei.

- Não basta o The Hives ter começado tudo - sem ter o devido crédito -, ainda é a única banda do "indie 00's" que sabe fazer um show.

- [ainda sobre o The Hives] Só analisando esse guitarrista com a telecaster dá pra ver que tem muito Clash, Ramones, Status Quo e Dr. Feelgood nessa banda. Nada mal.

- Se eu fosse artista seria igual o Beck: um branquelo sem carisma e sem grande talento, mas que ouviu muita coisa e, com isso, não dá tiro errado. Ele tá há 3 décadas nessa. Bom demais.

Obs: aqui vale ainda dizer, que mico que foi o cancelamento do show do Beck no Rio hein. Alegar motivo de saúde foi risível. Que mal há em falar que o Rio de Janeiro não tem público (pagante) para ele?

- Mais uma qualidade do Beck: escolher a banda. O Jason Falkner é um tremendo guitarrista.

- Nunca fui entusiasta do Bad Religion, mas é uma banda consistente ao vivo. E parece que na plateia só ficaram os fãs. O "público de festival" tá no outro palco esperando o Cure.

- O que escrevi sobre o Beck vale exatamente o oposto para o Robert Smith. Esse sim é genuinamente talentoso (grande letrista, melodista e... guitarrista). Naturalmente carismático. Fora a voz impressionantemente preservada.

- Por que o Simon Gallup não tem o mesmo prestígio do Peter Hook?

- Gostei do show Hives, do Beck e até do Bad Religion, mas o Cure é outro patamar.

- [RT do @rufatto em que ele diz] Vocês sabiam que The Cure é a única banda do mundo autorizada a usar carrilhão? A convenção de Genebra proibiu nos anos 90.

- The Cure, a banda que influenciou do Legião Urbana ao Burzum.

- Imagine falar em 1987 - época de Dokken, Ratt e Whitesnake - que em 2023 o The Cure seria das melhores bandas ao vivo no quesito guitarras. O tempo traz verdades.

- Mas sendo o Robert Smith um ícone da moda, ele não podia se vestir tão mal. #caçandopeloemovonesseshowespetacular.

- Grandes bandas que nunca vi ao vivo: The Cure.

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