sexta-feira, 28 de julho de 2023

ACHADOS DA SEMANA: PJ Harvey, Pery Ribeiro & Leny Andrade, Tony Bennett, Lou Rawls e Stars Of The Lid

PJ Harvey
To Bring You My Love (1995). Reouvi esse clássico da PJ Harvey. Não querendo estabelecer uma competição entre as mulheres do rock alternativo do período, mas convenhamos, nesse território não tinha pra ninguém, ela tá muito a frente (em composição, em interpretação, em fúria, em verdade, em talento), sendo involuntário estabelecer como uma régua a ser seguida. Lembrando que a produção é do Flood e há colaboração fundamental do John Parish. Discão.

Pery Ribeiro & Leny Andrade
Com a morte da Leny Andrade, foi inevitável não visitar sua discografia (confesso, ainda na superficialidade, pois sou peixe pequeno). Eu já tinha concluído que o Leny Andrade (1984) é dos melhores discos ao vivo da música nacional, mas agora sou obrigado a incluir também nesta lista o Gemini V (1965), parceria dela com o Pery Ribeiro numa sintonia exuberante iluminada pelo talento de ambos. Tudo isso acompanhado pelo Bossa Três (Edison Machado na bateria). O repertório é palhaçada (no bom sentido). Aula de samba jazz com carisma, classe e ousadia.

Tony Bennett
Não deu pra passar indiferente pela morte do Tony Bennett, que só não foi triste porque, convenhamos, que vida bem vivida ele teve. Engraçado ver “entendidos” incomodados com o destaque dado ao trabalho recente do cantor ao lado de artistas como Amy Winehouse e Lady Gaga. Ué, acho válido pra explicar a importância do artista para as novas gerações. Agora, na hora de prestar minha homenagem, fui de encontro ao Basie Swings, Bennett Sings (1959), gravado ao lado do Count Basie e sua orquestra, se não me engano, antes mesmo da parceria do maestro/arranjador com o Frank Sinatra. É uma maravilha. Menos estrondoso, mas igualmente especial, é a parceria do Tony Bennett com o Bill Evans no álbum que leve o nome de ambos, lançado em 1975. Elegância é pouco (em harmonia, em interpretação). Até a capa é fantástica. Quero envelhecer ao som desses discos. Que minha vida tenha 10% da intensidade da do Tony Bennett.

Lou Rawls
Falando em grandes vozes, cheguei no disco All Things In Time (1976) do Lou Rawls por conta do hit “You’ll Never Find Another Love Like Mine”. Mas a bolacha tem muito mais recheio. Todas as canções são uma maravilha da canção popular negra americana 70’s, com muito do soul da Philadelphia, doses de paixão e canastrice, mas também uma classe quase AOR. Não encontrei a ficha técnica, mas tenho certeza que só tem instrumentista espetacular envolvido. Inclusive, destaque para o baterista (chuto que seja o Earl Young), que com performance contida e batidas secas, soa muito mais grooveado que os Vulfpeck da vida (que acho bacana, mas convenhamos, é funk de apostila). Excelentes arranjos, captação, mixagem, e performances.

Stars Of The Lid
The Tired Sounds Of Stars Of The Lid (2001). Ótimo álbum que fica entre o drone e o ambient. As faixas são altamente espaciais, de modo que dá pra se perder (desfocar). Por outro lado, adentrando na experiência, é possível viajar por sensíveis camadas e nuances. Ótimo para ouvir antes de dormir.

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