quinta-feira, 17 de novembro de 2022

ACHADOS DA SEMANA: Barão Vermelho, Gary Bartz, The Sea And Cake, Shame e Embaixadores de Sião

Barão Vermelho
Nunca fui lá grande entusiasta do Barão Vermelho fase Cazuza. Muito disso por conta da xoxa produção dos discos (sem peso, sem brilho). Mas ouvindo a estreia deles novamente (completou 40 anos do lançamento), me impressionou como o Cazuza já escrevia e cantava com personalidade e o Frejat tava tocando muito bem. Claro, a gravação é capenga mesmo, mas se pensarmos que não havia know-how da grande indústria de como produzir rock (embora com lampejos de brilhantismo na década de 1970), dá pra tirar essa culpa da banda. É um trabalho bacana.

Gary Bartz
Estaria mentindo se dissesse que conheço esse saxofonista. Na verdade, cheguei ao seu trabalho por conta do disco Music Is My Sanctuary (1977), que li o nome e já me identifiquei. Botei pra ouvir e descobri um jazz-funk no auge da sua excelência. Muito bem tocado e arranjado. Dá pra sentir o clima quente na captação. Daqueles álbuns pra ouvir cozinhando e depois lavando a louça; pra ouvir tomando uma bebida sentado na poltrona e também dançando bêbado na sala de casa. Sensacional.

The Sea And Cake
The Fawn (1997). Ouvindo esse disco fico com a sensação de que o Strokes matou o indie rock. Digo isso esteticamente mesmo. Parecia tão livre os rumos que o gênero havia tomado na segunda metade da década de 1990, isso mesmo quando não abria mão do apelo “melódico/pop”, vide esse álbum. Choro de indie velho? Pode ser. De qualquer forma ouçam. É bonito, cheio de texturas, com certa influência post-rock/lounge/bossa nova, interpretações aconchegantes… é bem bom. Lembrando que o Sam Prekop e o John McEntire faziam parte da formação do grupo.

Shame
Vi que a banda tocou no Brasil e novamente não consegui ir. Não que morra de amores, mas sempre ouço muitos elogios a performance deles ao vivo. Nessas descobri o vídeo Live In The Flesh (2021), que deu pra sacar que eles realmente tão em grande forma. É energético e esquisito. É a cara do rock contemporâneo.

Embaixadores de Sião
Jesus o Amigo da Hora (1977). Ouvi no podcast ABFP o Givly Simons (Figueroas) falando sobre esse grupo gospel pernambucano, que trazia influências do rock (com direito a timbres de fuzz muito doidos) dentro do seu louvor. Para mim, sujeito de pouca fé, tal experiência com o disco chega a ser lisérgica. Tem sua graça (em todos os sentidos). Vale a audição pela curiosidade.

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