Adam Granduciel é um compositor de mão cheia. Suas letras são humanamente pessoais e as melodias certeiras. Isso fica nítido logo na abertura do disco com "Under The Pressure", uma balada com teclados à la New Order e forma tipica da canção americana (a influência do Tom Petty é gritante). Sua metade final expõem timbres cristalinos que parecem reverberar pelo cosmo.
Com dinâmica oitentista no ritmo acanhadamente acelerado, "Red Eyes" apresenta a música folk com uma eletricidade indie contemporânea. Já "Suffering" invoca a caipirice das baladas setentistas do rock. O mesmo vale para a sutil "Lost In The Dream".
Uma abordagem curiosa dentro do War On Drugs está na incursão pelo krautrock. Isso fica nítido em "An Ocean In Between The Waves", uma canção de evolutiva ascendência via timbres ecoantes, excelentes guitarras, ritmo repetitivo e atmosfera tão etérea quanto direta.
Vale dizer que, embora bastante orgânica e espacial, a produção do disco é robusta. Arranjos grandiosos parecem preencher toda a paleta de frequências com diferentes sintetizadores, sax, violões, percussões, piano, guitarras e baixo.
A música folk e o dream pop se encontram na ótima balada "Eyes To The Wind", que embora praticamente acústica, tem um grandiosidade sonora tipica do shoegaze.
A maravilhosa "Burning" (adoro esse teclado!) não faria feio no repertório do The Cure. Por sua vez, a longa "In Reverse" tem o brilho ressaltado por sua exuberante progressão.
Aclamado de imediato pela critica, Lost In The Dream é daqueles álbuns que crescem via novas audições. É o indie rock num estágio adulto, com referência do passado e sábio vigor.
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