terça-feira, 19 de junho de 2018

TEM QUE OUVIR: Violent Femmes - Violent Femmes (1983)

Existem bandas que nunca ultrapassam o sucesso moderado, mas que ao mantê-lo por décadas, tornam-se lendárias. É o caso do Violent Femmes, que construiu um culto involuntário ao seu homônimo debut lançado em 1983.


Embora de instrumentação acústica - apropriada para uma banda que tocava nas ruas -, a energia e atitude demonstrada na execução das faixas é de força punk, vide a abertura poderosa com "Blister In The Sun". Não por acaso o grupo é comumente rotulado de folk punk, embora seja preferível colocá-los no balaio do rock alternativo oitentista.

Inclusive, sua influência para o rock alternativo é nítida. Até mesmo a cena grunge se inspirou nas letras surreais e derrotistas do Gordon Gano, vide "Kiss Off" e "Confessions". Mesmo o approach acústico daquela cena pode ter suas raízes aqui.

A cozinha formada pela "bateria portátil" do Victor DeLozenzo e o baixo staccato do Brian Ritchie - características herdadas do rockabilly e até mesmo do skiffle -, é poderosa e criativa, mesmo dentro das limitações técnicas, vide a esquisita "To The Kill".

É possível ouvir sotaques de reggae em "Please Do Not Go", possivelmente inspirados pela geração 2 Tone. 

A divertida "Add It Up" recorrentemente aparece em alguma trilha sonora, o que faz da canção um sucesso do grupo. 

Impossível não reagir com entusiasmo diante das divertidas "Prove My Love" e "Promisse". O oposto vale para a desalenta balada country "Good Felling" (ótima melodia e arranjo). Destaque também para "Gone Daddy Gone", com direito a citação de Willie Dixon e solo de xilofone.

Um clássico que tem tudo para transcender o imaginário cult via sua qualidade musical.

Nenhum comentário:

Postar um comentário