terça-feira, 29 de maio de 2018

TEM QUE OUVIR: Sparks - Kimono My House (1974)

O rock é um estilo estereotipado. Embora diferentes facetas englobem o gênero, existe uma sonoridade no imaginativo de quem aprecia a vertente. Extrapolando tais limites estéticos, o Sparks revelou-se um dos grupos mais criativos do rock setentista. Não por acaso sua música é comumente rotulada de art rock.


Kimono My House (1974) é o terceiro trabalho da banda liderada pelos irmãos Russell (voz) e Ron Mael (teclado e um dos bigodes mais legais do rock). Foi o primeiro gravado e divulgado na Inglaterra (embora não pareça, eles são americanos). É também o auge criativo e comercial do grupo.

Logo na espetacular "This Town Ain't Big Enouth For Both Of Us" já é possível encontrar algumas das principais características do Sparks: falsetes operísticos, timbres bizarros, arranjos nada convencionais, ritmos estranhamente dançantes e um certo humor nonsense. Sonoplastia tipica de filmes western também faz parte desta faixa.

A leveza pop de "Amateur Hour" coloca o grupo dentro da cena glam. É uma das faixas mais descontraídas do período, ainda que de sofisticação estilística.

A sonoridade grandiosa e a interpretação teatral em "Falling In Love With Myself Again" demonstra a força dos outros integrantes da banda. "Here In Heaven" é um equilibrio poderoso de sensibilidade melódica com peso instrumental, com destaque para a performance do guitarrista Adrian Fisher.

O lado B é recheado de outras grandes canções, vide a futurista "Hasta Manana Monsieur", a quase infantil "Talent Is An Asset", a divertida "Complaints", a proto-new wave "In My Family" e a opereta "Equator".

Por mais peculiar que seja o som do Sparks - e provavelmente justamente por isso -, eles serviram de inspiração para inúmeras outras bandas. É possível reconhecer isso no Devo, Depeche Mode, The Smiths, Pet Shop Boys, Faith No More, Ween, Beck, RHCP, Franz Ferdinand e Justice.

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