Em situações do dia-a-dia, com pessoas comuns - não seres que escutam Death Grips para dormir - sempre que surge uma música bem melosa e de qualidade questionável, ressalvo brevemente a chatice/pobreza da canção. Como resposta recebo um "mas a música é tão gostosinha".
Tal afirmação tem alimentado uma repulsa pessoal por qualquer música que possa ser considerada "gostosinha". Todavia, isso nada tem me ajudado a superar os traumas gerados por tais canções. Sendo assim, parto para uma nova abordagem: apresentar composições mais "arrojadas" neste território musical.
Não há o que defina as tais "músicas gostosinhas", mas entre características é bem possível encontrar letras bobinhas, performances delicadas e melodias tão contida quanto atraentes.
E como diferenciar quando a música é boa ou não? Aí depende de conseguir reconhecer valores subjetivos atrelados a qualidade composicional. Claro, exatamente por ser subjetivo, é no mínimo bobagem bater o martelo na sentença de uma obra artística. E é justamente por isso faço deste post uma seleção PESSOAL de "músicas gostosinhas".
Obs 1: Achou toda essa conversa uma bobagem? Tudo bem, ao menos as músicas abaixo são sensacionais. Faça bom proveito.
Obs 2: Mais para frente faço um post só com "músicas felizes", mais um "gênero" deturpado por meus amigos.
Chet Baker - My Deal
Não basta a interpretação contida e majestosa do Chet Baker, tem também o instrumento mais "gostosinho" da história: a celesta.
Velvet Underground - Who Loves The Sun
Uma amostra de que a "fase canções" do Velvet Underground é tão boa quanto as doideras iniciais da banda.
Pink Floyd - If
Tão delicada, tão simples e tão gostosinha que chega a cortar o coração.
Neil Young - Only Love Can Break Your Heart
Balada simples num 3/4 que dá até para cantar numa ciranda com os eleitores do PSOL.
Otis Redding - (Sittin' On) The Dock Of The Bay
Um dos maiores cantores de todos os tempos assobiando uma melodia despretensiosa. Impossível ser melhor que isso.
Bob Marley - Is This Love
O clima vagaroso de uma das faixas mais tocadas da história e que, ainda assim, preserva uma doçura arrebatadora.
Belle And Sebastian - She's Losing It
Praticamente sinônimo de "música gostosinha" no indie rock. Acompanha chá e bolinhos. Ofensivo de tão inofensivo.
Courtney Barnett & Kurt Ville - Over Everything
O indie rock atual numa amostra perfeita de suavidade sem ser besta.
Gilberto Gil e Caetano Veloso - Esotérico
Ver esses dois cantando "Esotérico" é de uma graciosidade gritante. Linda composição.
Rita Lee - Tempo Nublado
Adoro a guitarra do Lanny Gordin dialogando com a voz afrodisíaca da Rita, a linha grooveada de baixo, os teclado jovenguardianos, o clima psicodélico... uma gostosura de canção.
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