quinta-feira, 19 de abril de 2018

TOP 12 - RADIOHEAD

Post dessa semana no Maria D'escrita

Neste fim de semana teremos show do Radiohead no Brasil. Vou poupar elogios prévios ao grupo e apresentar de imediato uma lista com 12 músicas. Era pra ser 10, mas as 12 abaixo saíram de maneira tão fluida que achei besteira cortar duas.

Nenhuma grande novidade ou absurdo, é apenas uma lista pessoal em meio a tantas músicas maravilhosas. Para não complicar muito a minha cabeça ao fazer escolhas impossíveis, mantive em ordem cronológica.


Anyone Can Play Guitar
Da fase inicial, em que a banda não tinha ainda aderido as grandes experimentações e o enfoque era nas guitarras, "Anyone Can Play Guitar" é minha faixa predileta. Sua introdução traz as guitarras típicas do indie rock noventista. Já o pré-refrão empolgante, preparando para um refrão mais empolgante ainda - com carinha de abertura de série juvenil americana -, parece feito para todos cantarem a plenos pulmões. Acho demais!

The Bends
Após uma introdução reconhecível já no primeiro acorde, com um "heyyy" resmungado delicioso de cantar junto e algumas das guitarras mais legais da banda, eis um dos melhores refrões noventistas. Chega a lembrar a primeira fase do Wilco. Alias, tudo nessa época meio que se parece (e eu costumo adorar tudo).

Airbag
Queria ter tido a experiência de em 1997 colocar o Ok Computer para tocar e perceber "nossa, tão diferentes, não?". Um riff apoteótico, seguido de frases de baixo cheias de pausa e uma letra surreal sobre a alegria de sobreviver a um acidente de carro. Começou aqui o brilhantismo da banda para escolher grandes faixas de abertura em seus discos.

Paranoid Android
Possivelmente a melhor música do Radiohead. Tem de tudo: a guitarra climática (e também a guitarra estrondosa, com direito a um dos melhores solos da década de 1990), o canto etéreo cheio de falsetes, uma letra surrealista e um "rain down" vagaroso, fúnebre, cósmico... definitivamente uma espetacular composição!

Exit Music (For A Film)
O Ok Computer tem um punhado de lindas canções dolorosas que caberiam nesta lista (vide as clássicas "Let Down", "Karma Police", "No Surprises", "Lucky" e "The Tourist"). Hoje, sem nenhum motivo especial, "Exit Music (For A Film)" falou mais alto.

Everything In Its Right Place
Aqui o caldo entortou de vez! Uma letra abstrata num arranjo esquisito, extremamente moderno, tão dançante quanto bucólico. Uma faixa enigmática que muito exemplifica as peculiaridades da banda.

The National Anthem
Uma linha de baixo gordurosa repetida por quase 6 minutos em cima de um ritmo hipnótico derivado do krautrock e uma sequência de trombones e saxofones amontoados como se fossem uma colagem. Delirante.

How To Disappear Completely
Sempre considerei o Radiohead uma banda mais ousada e experimental do que propriamente "triste". Mas aqui é triste mesmo. Esse walking bass carregando o canto choroso do Thom Yorke, bate lá no fundo. No meio deste estupendo arranjo crescente, lá pelos 5'22'', quando tudo se aquieta, deixando a melodia vocal sobressair, chega a me dar um aperto no peito.

2 + 2 = 5
Um 7/4 ligeiro, quase dançante, se não fosse o canto surreal e desesperançoso. Isso tudo para no fim virar uma enorme canção explosiva. É a "volta" do Radiohead ao "rock".

Myxomatosis
Ritmo estranhíssimo e um dos timbres de guitarra/baixo mais ferozes, ásperos e densos que já ouvi. Acho seu "I. Don't. Know. Why. -I-Fell. So. Tongue. Tied" divertidíssimo. É quase um "corram atrás da gente para cantar essa única parte que faz sentido dentro da música".

15 Step
Um 5/4 altamente dançante (adoro esse timbre esquelético de bateria), seguido por um frenético jeito de ser do Thom Yorke e uma linda harmonia de guitarra. A parte da ponte, quando entra o baixo, é tão esquisitinha quanto bela.

Nude
Uma das canções mais bonitas e dolorosas do Radiohead. Definitivamente isso não é pouca coisa. Linda melodia e interpretação do Thom Yorke. Falsete primoroso!


*Obs: Fui fazendo e deixei de fora "Idioteque". Falha minha. Agora já era.

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