quarta-feira, 18 de abril de 2018

TEM QUE OUVIR: Robson Jorge & Lincoln Olivetti - Robson Jorge & Lincoln Olivetti (1982)

Fale com Ed Motta, Lulu Santos, Roberto de Carvalho e tantos outros grandes nomes do pop brasileiro e todos apontarão como referência o álbum do Robson Jorge & Lincoln Olivetti lançado em 1982.


Quando o disco saiu, Robson Jorge já era um dos mais requisitados músico de estúdio (excelente guitarrista), tendo trabalhado com Gal Costa, Tim Maia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee e Moraes Moreira. Todos naquela fase "pop" da virada dos 70 para os 80. Todos em parceria do Lincoln Olivetti, um arranjador e produtor de enorme talento, embora a critica o acusasse pasteurizar a MPB ao criar "mecanismos musicais" voltado a ascensão comercial destes artistas. Passado décadas, hoje seu nome é uma grife que sublinha discos soberbos.

Voltando a essa obra específica, como se não bastasse os nomes que assinam o trabalho, o álbum ainda reúne músicos como Jamil Joanes (baixista icônico da Banda Black Rio), Peninha (percussionista que anos depois integrou o Barão Vermelho), Oberdan (saxofonista também da Black Rio), dentre outros nomes dos metais da região de Padre Miguel. Até o Tony Bizarro dá as caras.

E o que encontramos no disco? Uma mistura acachapante do clima solar carioca com influência do pop internacional, da soul music, funk, disco music, AOR e tudo mais que fosse bem tocado e dançante.

O arranjo de "Jorgea Corisco" já entrega que a música ali feita não tinha nada de amadora. As melodias vocais e os timbres sintetizados são de beleza e complexidade apaixonante. O mesmo vale para o tema divertidíssimo de "Aleluia", com destaque para os metais.

É possível reconhecer um pouco do BRock que explodiria anos depois no groove de baixo de "No Bom Sentido" e na energia de "Fá Sustenido". Já "Pret-À-Porter" é completamente AOR, como até então não tínhamos ouvido no Brasil. Dada as proporções, chega até mesmo a remeter o Steely Dan.

E o disco ainda têm outros grandes momentos, vide o balanço e as melodias de "Squash", "Ginga" (excelentes metais) e "Alegrias" (espetaculares linhas de baixo e guitarra).

Em nenhum outro momento a música instrumental brasileira soou tão POP (com letras garrafais). Em nenhum outro momento o pop brasileiro foi tão bem tocado e arranjado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário