segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

RETROSPECTIVA 2017: Shows do ano (entre os que vi, claro)

Está cada vez mais inviável listar os melhores shows do ano. Isso ocorre devido a dificuldade que é ir aos espetáculos. Coloque neste pacote o preço exorbitante dos ingressos, a dificuldade que é se deslocar por São Paulo, falta de tempo e até mesmo a preguiça de aguentar um público cada vez mais mal educado. Todavia, consegui ver alguns bons shows, na qual falarei neste post.

Vale lembrar alguns shows interessantes que rolaram no Brasil e que eu perdi: BADBADNOTGOOD, Snarky Puppy, Kamasi Washington, Thundercat, Raekwon, The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die, Acid Mother Temple, DIIV, The Black Angels, Vapors Of Morphine, Carcass, King Diamond, Lamb Of God, Testament, Stoned Jesus, Basement, The XX, Parquet Courts, Duran Duran, Slowdive, Sigur Rós, Arcade Fire, Alice Cooper com Arthur Brown, Lucifer's Friend, Magma, David Cross, Ace Frehley, Paul Gilbert, Steve Vai, Animals As Leaders, Sonny Landreth, Paul McCartney, Cheap Trick, Renaissance, 10.000 Maniacs, Chick Corea com Steve Gadd Band, Ryuichi Sakamoto, Philip Glass, John Mayer, Sting e U2.

Sem mais conversa fiada, lembro que no começo do ano tive a oportunidade de ver o encontro do Hermeto Pascoal com o Heraldo do Monte, ambos lendas do jazz nacional (ou até mesmo mundial) que fizeram história juntos no maravilhoso Quarteto Novo. O que poderia ser um show acomodado de artistas consagrados virou uma aula de improvisação, criatividade, musicalidade e simpatia. Impressionante!

Embora completamente oposto em termos sonoros, igualmente impactante foi ver a apresentação do Ratos de Porão, especialmente num buraco que não cabia 150 pessoas. Apesar de adorar a banda, nunca os tinha visto ao vivo. E a partir do que vi neste show posso dizer com tranquilidade: o Ratos de Porão é a maior banda ao vivo do Brasil na atualidade. Intenso, pesado e impressionantemente bem tocado. 

Assim como nunca tinha visto o Ratos, outra divida que paguei esse ano foi ir numa "balada" (ainda se usa essa palavra?) na Augusta ver o espetacular DJ Marky. Em tempos de Alok, a apresentação vale como um exemplo de como a música eletrônica pode ser jovem e criativa sem se submeter ao entretenimento barato. 

Na já tradicional Virada Cultural, presenciei uma única e espetacular apresentação: Juçara Marçal ao lado de Kiko Dinucci, Cadu Tenório e Rodrigo Campos no que eu chamo de o clã mais criativo da música brasileira da última década. Ótimas letras, performance vocal extraordinária, arranjos nada convencionais, barulhos enlouquecedores... é o fino da música nacional!

Outro evento bem legal que vem ocorrendo em São Paulo é O Dia Da Música, onde tive a oportunidade de ver o bom show do E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, a performance intensa do Jupiterian, a lendária Patife Band, um show emotivo do Ludovic e o Macaco Bong se mostrando extremamente poderoso ao vivo. Parabéns para todos os envolvidos, principalmente para galera da Sinewave.

Assisti também uma apresentação dos Novos Baianos, mas devo confessar que, apesar de adorar a banda, achei o show careta demais. O repertório poderia ser melhor. Sem contar que os membros não pareciam confortáveis com a reunião. Mas valeu como momento histórico.

Hélio DelmiroEntretanto, histórico mesmo for ter a oportunidade de na minha primeira viagem ao Rio de Janeiro, assistir o lendário guitarrista Hélio Delmiro numa performance intimista no Beco das Garrafas, o templo da bossa nova. Seu cuidado ao lixar as unhas antes da apresentação foi de uma dedicação/seriedade/respeito emocionante. Isso sem falar no seu fraseado bebop, harmonias intricadas, chord melody perfeito, dedilhado virtuoso e o bend mais legal da guitarra brasileira. Foi lindo.

Ah, vi também uma apresentação do Jorge Ben, que ao lado do Skank e da Céu num evento gratuito, tinha tudo para ser uma cafonice, mas foi bem divertido. É o pop nacional perfeito.

De internacional, vi uma apresentação bacana no Joe Satriani, que me levou a várias reflexões, mas que honestamente não me emocionou muito. Escrevi mais sobre o show em outro post (leia aqui).

Assisti também uma performance intensa do Neurosis. A banda em cima do palco entregou seu som denso, pesado e paranoico como esperado, mas achei incrível como, mesmo em um show de uma banda de metal alternativo, existem aqueles manés que vão achando que é balada e não conseguem calar a boca. Por sorte eles foram abandonando o espaço conforme o show ia evoluindo, sendo seu final uma catarse digna do que seus fãs esperavam. Vale destacar abertura barulhenta do Deaf Kids.


Agora, espetacular mesmo foi o show do The Who. Vou até me abster de comentar a apresentação classuda do The Cult, porque diante do The Who, não teve para ninguém. É difícil até colocar em palavras a força que tem as composições do Who. Fora a performance inacreditável de Pete Townshend e Roger Daltrey. Histórico e majestoso!


Tão boa quanto foi a apresentação da encantadora PJ Harvey num teatro aconchegante. Sem dúvida um dos shows mais performáticos que já assisti. Sua banda de apoio é esplendida. Com o repertório baseado nos seus dois excelentes últimos discos, ela se mostrou madura, inquieta, inteligente e dona de uma voz impressionante. Foi um show intenso e elegante.


Claro, perdi muita coisa legal, mas feito o balanço final, acho que foi um ótimo ano no quesito shows. Que venha 2018!

2 comentários:

  1. Excelente apanhado, amigo! O show do THE WHO também foi o show do ano e um dos grandes da minha vida! A abertura do THE CULT apenas engrandeceu a noite!

    Este foi um raro ano em que não pude conferir o bruxo Hermeto, mas seus lançamentos estão entre os discos do ano para mim.

    Vi Ratos e Patife no festival "40 anos de punK" do sesc. Sensacionais! A semana com Philip Glass na Sala São Paulo e Terry Riley no sesc, em setembro, também foi especial! Assim como ter visto bandas como Prophets Of Rage e Magma em locais menores, que tornaram os shows ainda mais épicos!

    Lamentei, nesta reta final de 2017, ter perdido essa delícia que foi a PJ Harvey no teatro, assim como Sigur Rós, Acid Mother Temple e o derradeiro Neurosis! Uma pena!

    abraço!

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    Respostas
    1. Você assistiu ótimos shows hein, Ramiro!

      Gostaria muito de ter visto o Magma. Até tinha esquecido que teve Terry Riley. Já o Philip Glass e o Acid Mother Temple eu perdi de bobeira.

      Um abraço e obrigado pelo comentário gentil.

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