quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Completando a lista de Rhythm Guitar Gods da revista Guitar Player

Estava eu aqui foliando a matéria de capa da edição de outubro de 2011 da revista Guitar Player americana, que traz os 50 maiores guitarristas rítmicos (ou no bom "português rockeiro": guitarristas "base"), quando senti falta de alguns músicos que eu considero fundamentais no quesito.

A seleção da revista é ótima e ampla, trazendo nomes como Pete Townshend, Joe Pass, Nile Rodgers e até mesmo João Gilberto. No entanto, eis aqui alguns nomes fundamentais ignorados por eles:

John Lee Hooker
Pense naquele groove mais sujo, cafajeste e contagiante de boogie e, inevitavelmente, você ouvirá o John Lee Hooker. Indispensável na história do rock. Lenda do blues.

John Lennon
O responsável pela guitarra base dos Beatles. Simples assim. Muita consistência e consciência harmônica. Ouçam as gravações ao vivo do quarteto para comprovar.

Ron Wood
Talvez por ter sido baixista (do Jeff Beck Group), o Ron Wood desenvolveu um diferente approach rítmico na guitarra. O que ele faz no Faces e, principalmente, no disco Every Picture Tells A Story (1972) do Rod Stewart, é brincadeira. Ele bota o violão pra falar alto. Fora que ele foi o guitarrista que melhor se encaixou ao estilo do Keith Richards, sendo um complemento do outro. O entrosamento deles ao vivo é assombroso. Não por acaso foi com ele que a banda incorporou mais explicitamente influências do funk e reggae.

Mark Farner
Grande guitarrista do Grand Funk Railroad, power trio dos bons, que em sua mistura de blues-rock com pegada hard, sempre incluía levadas funkeadas no groove.

Ernie Isley
Ultra influenciado pelo Jimi Hendrix que ele era, o irmão mais novo dos Isley Brothers sabia como groovear (e tinha espaço para isso). 

Wilko Johnson
Verdadeira escola do punk rock inglês. A excelência e a força sonora dos pub's retratado na mão direita e nos olhos anfetaminados do Wilko. Poucas coisas no rock são melhores que o Dr. Feelgood.

Andy Gill
Da escola Wilko Johnson de martelar a guitarra. Já o vi ao vivo e foi arrebatador.

Billy Zoom
Uma lenda da guitarra punk não poderia deixar de ter uma mão direita não menos que certeira. Adoro como ele traz as origens do rock n' roll para o estilo do X.

Geordie Walker
Grande guitarrista do Killing Joke, que trouxe uma força descomunal para o pós-punk via sua guitarra enorme. Ele soube como construir uma parece consistente com sua ES-295.

Scott Ian
Muito se fala (com justiça) do James Hetfield quando o assunto é guitarra base no thrash metal. Todavia, se for para escolher o meu predileto eu fico sem dúvida com o Scott Ian. Pegada hardcore em canções matadoras, tanto no Anthrax como no S.O.D..

Greg Ginn
Falando em hardcore, eis o maior guitarrista do gênero. Ultra criativo nos riffs, ríspido no timbre e intenso na execução.

Peter Buck
Proporcionando majestosas melodias em meio a suas bases, Peter Buck faz a ponte entre Roger McGuinn com Alex Lifeson. Deveria ter o mesmo prestigio de um Johnny Marr.

John Frusciante
O Frusciante apresentou a guitarra funk para a minha geração, sempre aplicando solos lisérgicos em canções de apelo pop.

Kevin Shields
Na lista da Guitar Player ficou muito claro que a guitarra rítmica não está restrita ao groove, mas sim em preencher o alicerce da música. Tem alguém que faça isso melhor que Kevin Shields? Seu paredão sonoro é o guia definitivo da guitarra shoegaze.

Dean DeLeo
Minha ideia inicial era mencionar o Jerry Cantrell (Alice In Chains) pelo fato dele ser um tremendo criador de riffs. Entretanto, da geração grunge, acho que o Dean DeLeo do Stone Temple Pilots é ainda mais completo ritmicamente. Seus timbres tão nítidos quanto distorcidos, assim como os acordes abertos enormes, formam bases ultra consistentes.

Dimebag Darrell
Para uma banda com o peso do Pantera ser frequentemente chamada de "groove metal" é porque a seção rítmica é muito boa. Os riffs, os timbres (ultra distorcidos sem nunca embolar) e o "grude" com a bateria... é tudo muito intenso. Influenciou toda uma geração.

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