sexta-feira, 28 de julho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Vzyadoq Moe, Congress, Spirit e Reverber

VZYADOQ MOE
O que a revista BIZZ tinha na cabeça quando elegeu esse o melhor disco nacional de 1988? Seria apenas uma provocação ao rock mainstream da época? Não que seja ruim, muito pelo contrário, é até muito interessante como a banda - mesmo com precariedade técnica -, soa inserida num contexto de rock industrial que se desenvolvia pelo mundo. Ainda assim me parece uma escolha editorial curiosa.

CONGRESS
Descobri essa semana uma cena de hardcore belga da década de 1990 conhecida como H8000. Dentre os grupos presentes, o grande destaque era esse. Vale a pesquisa.

SPIRIT
Tava reouvindo essa banda sensacional, embora pouco lembrada. O guitarrista Randy California é diferenciado. Twelve Dream Of Dr. Sardonicus (1970) é um clássico do rock do período.

REVERBER
Entendo toda a tosquice da música, mas ao mesmo tempo, para um Brasil de 1985, ela me pareceu tão a frente do tempo. Pô, o guitarrista é bom.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Poison Ivy e seus empoeirados compactos rockeiros

No poeiraCast desta semana (espero que nessa altura do blog, vocês já saibam o que é o poeiraCast) o Ricardo Alpendre falou sobre uma antiga matéria da Guitar Player Magazine em que a Poison Ivy (Cramps) selecionou pérolas do inicio do rock n' roll. Tudo muito sujo e divertido, originalmente lançado em compactos, sendo alguns bem obscuros.

Felizmente, a matéria foi traduzida para a edição brasileira e a encontrei no meu amontoado de revistas (edição de setembro de 1997, caso alguém se interesse).

Dada a fonte da pesquisa, vou me restringir a somente postar as músicas que achei mais legais. Vale muito conhecer!

01: Mickey And Sylvia - No Good Lover

02: Johnny Burnette Trio - Honey Hush

03: The Strangers - Caterpillar Crawl


04: Lorrie And Larry Collins - Whistle Bait

05: Ronnie Isle & Blisters - Wicked

06: The Imps - Uh Oh

07: Link Wray - Comanche

quinta-feira, 20 de julho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Amebix, Cathedral, Iron Monkey e Method Man & Redman

AMEBIX
Devo confessar que, dentre tantas subdivisões do rock, o crust punk é a que menos entendi sonoramente. Até enxergo sua cultura social, mas musicalmente me perco. Tendo isso em vista, fui pesquisar as origens do estilo e cheguei ao cultuado Arise! (1985) do Amebix. Parece uma mistura de Killing Joke com Venom. Achei demais, mas continuo sem entender o que é crust punk.

CATHEDRAL
Forest Of Equilibrium (1991), clássico do doom que até então não tinha me atentado. Só digo uma coisa: é fodão.

IRON MONKEY
Our Problem (1998), disco poderoso de sludge, de produção crua e muita força instrumental. O vocal é uma desgraça. É disso que eu gosto.

METHOD MAN & REDMAN
Blackout! (1999). Embora adore o Wu-Tang Clan, confesso que sou leigo nos projetos de seus integrantes fora do grupo. Eis um bom ponto de partida pra quem tem também essa lacuna, visto que é um Method Man já maduro em parceria com outro rapper experiente.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Meus 10 guitarristas brasileiros prediletos

Há 50 anos ocorria no Brasil a famigerada "passeata contra a guitarra elétrica". O movimento de nome autoexplicativo trazia figuras como Elis Regina, Jair Rodriguez, Edu Lobo, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e tantos outros talentosos artistas em, talvez, seus atos de maior equivoco.

Tais nomes viam a ascensão da guitarra elétrica na música brasileira (presente inicialmente na Jovem Guarda) como uma invasão imperialista contra as raízes nacionais. Tamanha bobagem de ar fascista foi futuramente tratada como estupidez pelos próprios nomes que fizeram parte da passeata.

Mesmo com a autocritica, é importante lembrar a história em tempos onde a proibição do funk carioca é debate no senado.

Tendo isso bastante claro, venho aqui defender meus 10 guitarristas brasileiros prediletos. Verdadeiros heróis da música nacional.

Obs: violonista não vale, mas posso fazer outra lista no futuro apenas com nomes acústicos das seis cordas.

Carlini, Frejat*, Lanny, Scandurra, Sérgio Dias e Pepeu
*único que não está na minha lista, apesar de gostar também.

Heraldo do Monte
Basta ouvir o que Heraldo do Monte faz com a guitarra para que o discurso de "proibir o instrumento para defender a preservação da cultura nacional" caia em contradição. Heraldo, junto ao grupo Quarteto Novo, chegou até mesmo a abdicar a influência do jazz norte-americano - influência essa tão presente na "nacionalista" bossa nova - para construir uma linguagem instrumental brasileira baseada nas raízes da música regional. O solo de "Vim de Santana" é um claro exemplo disso.

Sérgio Dias
Contemporâneo a explosão psicodélica, o guitarrista dos Mutantes não só recebeu as informações estrangeiras, como foi bastante inventivo ao aplicar tal influência em sua música, sempre carregada de humor, virtuosidade e timbres únicos.

Lanny Gordin
O grande guitarrista do tropicalismo. Tocou nos discos do Caetano, Gil, Gal Costa, Jards Macalé e tantos outros. Sua visão harmônica jazzistica, timbres ácidos e seus arranjos nada convencionais são de pura excelência.

Pepeu Gomes
Poucos representam a guitarra brasileira melhor que Pepeu Gomes. Ele é a fina mistura de Jacob do Bandolim com Jimi Hendrix. Nada mais a ser dito, basta ouvi-lo, tanto no cultuado Novos Baianos quanto em sua subestimada carreira solo.

Toninho Horta
Harmonizador não menos que genial, Toninho conquistou respeito internacionalmente, sendo elogiado por nomes como Pat Metheny. O trabalho dos mineiros (Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso e tantos outros) não seria o mesmo sem sua rica guitarra. Seu álbum Terra dos Pássaros (1980) é uma das maiores pérolas da música brasileira.

Luiz Carlini
Nada de brasilidade (talvez um pouco na "malandragem"), Carlini é puro rock n' roll. Foi uma espécie de Keith Richards quando tocou ao lado da Rita Lee, oferecendo ótimos riffs e solos emblemáticos. Fazia estardalhaço até mesmo diante da crueza sonora do Camisa de Vênus.

Edgard Scandurra
Numa geração que tinha Lulu Santos, Herbert Vianna, Frejat e tantos outros guitarristas talentosos, o Scandurra sempre saltou aos meus ouvidos com seu estilo peculiar de tocar. Algo como se o Jimi Hendrix fosse um mod que tivesse surgido no auge do movimento punk.

Andreas Kisser
Por fazer heavy metal no Brasil e não dever para nenhum grupo internacional, o Andreas automaticamente já entraria na minha lista. Mas ele é mais que isso. Seu estilo é pesado, barulhento, intenso e de linguagem própria. Além disso é um cara muito legal, que circula em diversos campos musicais. O Andreas é um grande músico e sujeito.

Edu Ardanuy
Se eu não colocasse o Ardanuy nessa lista eu estaria negando minhas origens guitarristicas. Seu bom gosto ao mesclar técnica e senso melódico é admirável. Adoro desde a adolescência e dificilmente pararei de admira-lo.

Nuno Mindelis
Um dos guitarrista que mais vi ao vivo e que sempre me impressionou. Toca blues como poucos, não por acaso sendo elogiado até mesmo nos EUA, país berço do estilo.


Menção honrosa: Hélio Delmiro, Jorge Ben, Rick Ferreira, Armandinho, Hélcio Aguirra, André Christovam, Fabio Golfeti e Fernando Catatau.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Bebeto, Laurindo Almeida, Manfred Mann, Ninjaman e Sleep

BEBETO
Nome de jogador, som grooveado de samba-rock... música brasileira descompromissada e dançante. Só fui conhecer agora. É bem legal!

LAURINDO ALMEIDA
Violonista brasileiro respeitadíssimo internacionalmente e que pouco se ouve falar por aqui. Recomendado para quem "toca" Legião Urbana em "festinha dos amigos" e acha que tá apavorando no violão (tô sendo chatão mesmo!). Gigante da música brasileira.

MANFRED MANN
Soul Of Mann (1967), discão dessa importante banda britânica. No baixo o gigante Klaus Voormann.

NINJAMAN
Não conheço nada de dancehall/ragga, então peguei um disco desse figurão para ouvir. É divertido.

SLEEP
Está confirmado: Sleep's Holy Mountains (1992) é o melhor discos de stoner de todos os tempos!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

TEM QUE OUVIR: Tom Waits - Rain Dogs (1985)

Tom Waits, outrora trovador pianístico cria da poesia beatnik, já havia atormentado seus antigos fãs com o bizarro Swordfishtrombones (1983). Deste modo, quando lançou o clássico Rain Dogs (1985), todos já estavam preparados para suas estranhíces composicionais.


Feito um bêbado na sarjeta, Tom Waits descreve o submundo dos bairros chineses ("Singapore", de sonoridade arrojada) e o trabalho insalúbre dos bombeiros com deficiências físicas ("Clap Hands"). Pois é, esse é o nível de surrealismo lirico que o artista expõe. 

Quem se encanta com a sonoridade raquítica e humorada tipica de um circo de horrores em "Cemetery Polka", logo estará repetindo os versos sobre Tio Vernon, o sinistro dono de um matadouro.

Tom Waits é acompanhado por instrumentação enxuta e rudimentar, com destaque para percussões que parecem feitas com marimbas e utensílios domésticos ("Diamonds And Gold"), pianos desafinados de saloon/cabaret ("Tango Till They're Sore") e a guitarra não menos peculiar de Marc Ribot ("Rain Dogs"). Tudo em arranjos encantadoramente ébrios, com destaque para o jazz cacofônico "Midtown".

Impossível não ficar impactado com seu canto cavernoso/ríspido em "Big Black Mariah", a beleza dramática de "Time", a energia infernal de "Union Square" e o blues de pirata "Walking Spanish". Já na balada country entorpecida "Blind Love", um parceiro de prestigio dá as caras: Keith Richards.

Ainda que fugindo do convencional, Rain Dogs fez enorme sucesso, gerando a Tom Waits o titulo de ícone do absurdo.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Metrô, Electrafixion, Lou Reed & John Cale e The Louvin Brothers

METRÔ
Nunca tinha escutado o grupo, então peguei o álbum A Mão De Mao (1987) para dar uma conferida. Só depois fui saber que a banda já estava desmantelada. Todavia, ainda assim achei legal. Já o seu "auge" não posso dizer o mesmo, pois sequer fui ouvir.

ELECTRAFIXION
Grupo formado na década de 1994 por Ian McCulloch e Will Sergeant, ambos Echo & The Bunnymen, com referências da época (basicamente grunge), sem abrir mão da sonoridade banda que os consagrou. Bem foda! Conheci pelo canal no YouTube do Scream & Yell. 

LOU REED & JOHN CALE
Mais um encontro de antigos parceiros. Os exs-Velvet Underground no espetacular Songs For Drella (1990), feito em homenagem ao Andy Warholl. É discão, mas vá com disposição, porque aqui não há espaço pra brincadeira não.

THE LOUVIN BROTHERS
Já conhecia o disco devido a ótima capa e a "temática", mas só agora fui ouvir. Achei bem legal.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

MINHA NAMORADA E MEUS DISCOS MERDA: A Love Supreme, do John Coltrane

Tem um amigo/conhecido da Renata que tem uma invejável coleção de discos e vive postando fotos dos colecionáveis no Instagram. Entre tantos bons artistas, chega ser incrível a quantidade de álbuns que ele tem do John Coltrane. Como ainda não passei nenhum disco de jazz para Renata, achei que o clássico A Love Supreme poderia ser uma boa. Veja abaixo o que ela achou:

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por Rena Alves, do Maria D'escrita

Alô queridões! Coméquecêstão?

Dessa vez o Juliano me mandou o álbum A Love Supreme do John Coltrane. O nome do cara me remete tanto à “pessoa importante que é sua obrigação saber quem é” que eu tô encabulada por fazer esse texto sem poder dar um Google e entender quem é esse senhor.

Prontos? Bora lá

Percebi que não se trata de um álbum nos moldes clássicos quando notei que só havia 4 faixas no disco. Imaginei que eram longas, lembrei de Yes, bateu um desespero.

"Acknowledgement" já dá a letra de qual é a do moço. Que delícia de... sax? DROGA! PRECISO DE GOOGLE! Mas é bem show. E tem um ritmo de bateria bem legal ao fundo. É música de filme de gangster da década de 50 naquela cena em que o cara entra na boate, pede um whisky e analisa o local, procurando o inimigo? É! Mas, apesar de talvez caricato, eu gosto.

"Resolution" já me conquista nos primeiros segundos. Tem um batuquinho bom, da vontade de se mexer. Que maravilha! E só melhora, né? Surge um piano espetacular. Talvez seja minha preferida das 4 sem nem ouvir as outras duas.

Eita caralho que "Pursuance" é bem boa também (cês entenderam que gosto é de tambor batendo né?). Como eu to achando que o Coltranão é do sax, trompete, ou algo assim, vou esperar ele começar a tocar para dar minha opinião. Gente, já veio ele, já veio um piano e agora não sei mais se "Resolution" é a predileta. Que homão esse Coltrane, hein? 

"Psalm" começa a tocar e o clima de filme da primeira música volta. Me digam que usaram essas músicas em trilhas sonoras, porque são perfeitas pra isso. Também gostei da música, mas achei mais parada, o que me entedia um pouco
.
Nota: Eu nunca fui fã de música instrumental. Agora estou encontrando algumas coisas que me agradam, mas ainda tem bastante coisa que me deixa entediada.

Enfim, achei o disco muito bom. Qualidade pura. Agora entendi o motivo do cara ser o famosão do rolê.

Nota: 8,5