segunda-feira, 3 de abril de 2017

TEM QUE OUVIR: The Smashing Pumpkins - Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995)

Na década de 1990 o rock alternativo foi levado ao mainstream via a cena grunge. Deste modo, muitas das bandas deste período foram jogados no mesmo pacote. A fim de explicitar que sua música era mais lírica e arrojada que a dos grupos de Seattle, Billy Corgan arquitetou o ambicioso (e duplo) Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995).


Após uma bela pianística introdução, é a clássica "Tonight, Tonight" que abre o álbum, com arranjo orquestrado capaz de provocar catarse emocional. Seu clipe, que faz referência ao filme Viagem À Lua, passou incansavelmente na programação da MTV, sendo um hit instantâneo.

Entre outras faixas que tiveram enorme alcance está a linda "1979", onde fica nítido o talento do Corgan para interlocução com os ouvintes, principalmente se tratando de jovens desiludidos. Sua melodia é lindíssima.

Composições belas como a quase shoegaze "Here Is No Why", a dilacerante "To Forgive" e a balada de sucesso "Thirty-Three" revelam um senso melódico diferenciado.

Mas quem acha que o grupo abriu mão do peso das guitarras engana-se, basta conferir a introdução paranoica (e heavy metal) de "Jellybelly", o riff apoteótico de "Zero", a cacetada "An Ode To No One" (tremenda performance do do baterista Jimmy Chamberlin), a brutal/lo-fi/noise" Tales Of A Schorched Earth" e a intensa "Bullet With Butterfly Wings", de arranjo crescente e um dos mais emblemáticos refrães daquela época.

Extenso e épico, o álbum duplo ainda revela a delirante "Cupid De Locke" (tremendo arranjo com toques orientais), o power pop perfeito de "Muzzle", a acústica/etérea "Take Me Down", o hard rock moderno (a.k.a. grunge) de "Where Boys Fear To Tread", a virulência stoner de "X.Y.U." e as progressivas "Porcelina Of The Vast Oceans" e "Thru The Eyes Of Ruby".

Embora o álbum tenha feito sucesso de imediato tanto com a critica - recebeu sete indicações ao Grammy - quanto com o público, os conflitos de egos e os problemas com as drogas - que levaram a morte do tecladista Jonathan Melvin e demissão do Jimmy Chamberlin -, fizeram com que a banda nunca mais repetisse o mesmo êxito. Um dos maiores exemplos de inquietação artística no rock mainstream.

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