quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

8 motivos para gostar do Chicago

Dias atrás, o canal BIS televisionou a edição de 2016 do Rock N' Roll Hall Of Fame. Expliquei para a Renata, minha namorada, do que se tratava o evento. Disse que grupos importantes do rock como King Crimson, Iron Maiden, Judas Priest, Motörhead, Pixies e Sonic Youth não haviam adentrado a instituição, mas que Green Day, Hall & Oates e John Mellencamp sim. Logo ele entendeu a problemática.

Em certo momento, ela desembestou a criticar o Chicago que ali adentrara. Claro, a apresentação deles em 2016, completamente desfalcada dos integrantes principais, com os que sobraram na casa dos 70 anos, mais pareceu um show de churrascaria feito por uma espécie de Roupa Nova americano. Todavia, fiz o advogado do Diabo e defendi o Chicago.

Agora virou uma brincadeira nossa. Toda vez que ela está ouvindo algo de qualidade duvidosa (na maioria das vezes é alguma nova dupla sertaneja xaropenta) eu digo "é, e Chicago que é ruim!".

Sem mais delongas, apontarei oito motivos que justificam o porquê do Chicago ser um grupo legal. Leia, ouça e dê sua opinião.

Naipe de metais no rock
É verdade que quando o Chicago surgiu já havia o Blood, Sweet & Tears. Todavia, é indiscutível que o naipe de metais era um grande diferencial do grupo na época. Momentos funkeados, jazzisticos e psicodélicos ficavam muito mais intensos com os arranjos dos sopros. Méritos do Walter Parazaider, Lee Loughnane e James Pankow.

Terry Kath
Uma espécie de "Jimi Hendrix branco", se não em inventividade, ao menos na eloquência de seus solos ácidos, na ótima mão direita para bases e na voz expressiva. Morreu estupidamente com um tiro acidental disparado por ele mesmo. A combinação de drogas e armas nunca dá certo.

Peter Cetera
Um baixista de timbre estrondoso e cantor de consciência pop absurda. Tá certo que caiu no limbo das canções melosas ("limbo" artístico, já que fez muita grana), mas ainda assim é um personagem fantástico.

Robert Lamm
Tecladista acima da média e bom cantor (sim, mais um, o terceiro). Além disso, era o principal compositor do grupo. Um músico subvalorizado na história do rock.

Danny Seraphine
É verdade que o baterista Danny Seraphine foi demitido da banda em meados da década de 1980 por apresentar deficiência técnica, mas na década anterior ele espancava seu instrumento livremente com interlocuções jazzisticas.

As composições
Se com a morte de Terry Kath a banda desandou em canções ralas de apelo popular, melodias chatas e produção pasteurizada, anteriormente o grupo se mostrava inquieto ao misturar funk, rock psicodélico, soul, pop, jazz-rock e progressivo. Abaixo, uma das minhas composições prediletas da banda.

O minimalismo estético

Capas de discos com a mesma arte/logo e nomes que apenas numeram a discografia. Embora faça pouca diferença, não deixa de ser um aspecto interessante.

Caribou Ranch
Não foi só os Novos Baianos que tiveram um sitio, o Chicago também! Só que ao contrário do grupo baiano, que dividia o tempo entre a música e o futebol, o grupo americano repartiu o tempo entre a música e festas regadas a drogas e sexo.

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