Por se tratar de uma lista de glam rock, ficarei na década de 1970. Ou seja, nada de glam metal oitentista por hoje.
Mesmo preso a uma época, o glam rock foi um fenômeno pop que gerou muitos frutos, então procurei ser objetivo na lista e cortar possíveis "aventureiros". Deixei apenas o que é GLAM (com letras garrafais) na essência. Nessa rodaram Iggy Pop e Lou Reed (beberam da fonte por influência do Bowie, mas são muito mais que isso), New York Dolls e Elton John (são colocados no pacote mais pelo visual do que pelo som), Roxy Music, Sparks e Queen (tão mais pra art rock), além de Alice Cooper e Kiss (tão mais para o hard rock ou até mesmo para o tal shock rock).
Mas o que é glam rock para mim? É algo dançante, divertido (uma evolução do bubblegum), nem tão pesado quanto o hard rock, mas também com raízes no blues. Tem um clima cósmico (tanto nas letras, quanto nos timbres dos instrumentos) e se passa num mundo paralelo, andrógeno, hedonista e pansexual, regado tanto a cocaína quanto a gliter e plumas. Completamente cheio de GLAMour. Seu auge foi na Inglaterra até meados da década de 1970.
Deu para entender? Caso não, ouça e veja as capas dos discos abaixo que tudo ficará mais claro.
David Bowie - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars (1972)
Uma escolha tão óbvia que seria impossível deixar de fora. É que tudo está reunido aqui: o alienígena andrógeno, as roupas espalhafatosas, canções futuristas, os arranjos refinados, a guitarra cósmica do Mick Ronson e o apelo pop que só Bowie consegue dar a uma obra de vanguarda. Um fenômeno comportamental que foi além das artes.
Embora pouco lembrado no Brasil, Marc Bolan foi tão importante para o glam rock quanto o David Bowie. Após anos batalhando no cenário do rock inglês, despontou com seu T. Rex, sempre coberto de gliter e plumas. Mas é seu som, deliciosamente cósmico, que fez os mais velhos clichês do rock/blues/gospel parecerem de um tempo que ainda não chegou. Méritos também para o produtor Tony Visconti.
Vou ser sincero, quando quero escutar Slade me restrinjo ao clássico disco ao vivo de capa vermelha, Slade Alive!. Todavia, o disco é tão intenso que tá mais para um proto-punk, sendo o Slayed? um legitimo álbum de glam. Divertido, cru e extremamente influente. Que o diga os integrantes do Kiss, Ramones, Cheap Trick e Mötley Crüe.
Mott The Hoople - Mott (1973)
Bowie era tão fã do grupo que chegou a ceder o sucesso "All The Young Dudes" só para a banda não acabar. Mas o Mott The Hoople obviamente não se resume a isso. Basta se atentar as guitarras ultra melódica do Mick Ralph (posteriormente Bad Company) e a voz singular do icônico Ian Hunter para perceber que estamos diante de uma das grandes bandas do seu tempo.
Sweet - Desolation Boulevard (1974)
"Ballroom Blitz" e "Fox On The Run" são clássicos fanfarrões do glam rock. Beira ao caricato, embora inegavelmente divertidas. Todavia, o disco traz outros momentos genuínos de rock n' roll que dão legitimidade a obra.
Adendo 1: O glam rock incrivelmente também chegou com força no Brasil, sendo o disco de estreia do Secos & Molhados, o debut do Made In Brazil, o Fruto Proibido da Rita Lee & Tutti-Frutti, o primeiro solo do João Ricardo e qualquer coisa feita pelo Edy Star exemplos disso.
Adendo 2: Conheço a figura de Gary Glitter, mas confesso nunca ter escutado um disco dele. Deixem nos comentários informações sobre o sujeito.
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